Dai 18/01/2016
Com amor, Cheiro de Livro Nacional
Anita é uma jovem sonhadora. Ela é solitária, inocente, pacata e muito carente, mas, que tem um coração lindo e puro. Com apenas dezoito anos, ela ainda não decidiu muito o que quer da vida. Ani é uma incrível violinista, que toca com o coração e a alma. Ela também tem um projeto incrível, o Literando, que acompanhada de sua inseparável bike, percorre a cidade levando as mensagens que ela extrai dos livros, como uma espécie de resenha oral e ao vivo, como ela própria descreve na trama. Filha de militar, Anita teve uma criação rigorosa e muito regrada. Seus pais sempre foram muito ausentes, o que fez com que Ani tivesse que aprender a se “virar” sozinha, eles também nunca foram do tipo carinhosos, e com isso, ela cresceu com uma carência afetiva muito grande. Muito tímida, ela não tem muitos amigos, vive com os pés no chão e a cabeça nas nuvens, ou melhor, a cabeça no mundo dos livros. Eles são seu refúgio, seu porto seguro, e até mesmo seus melhores amigos e professores.
Em um dia qualquer, a vida de Ani muda completamente. Quando uma carta endereçada a uma certa Anita chega a sua casa por engano, por conta de um erro do endereçador. Ela não resiste à curiosidade e lê a correspondência. Ani fica totalmente extasia com as palavras contidas no texto. Deste dia em diante, ela “rouba” a identidade de sua xará, e começa a se corresponder com o desconhecido. Ela queria ser a Anita de Checho. A cumplicidade dos dois aumenta em cada carta trocada, e assim nasce uma paixão improvável. Che trouxe cores aos dias salmão de Ani (só lendo que vocês vão entender rs). Determinados a se encontrarem e a viverem esse forte sentimento, Ani desafia seus pais e segue rumo a São Sebastião, cidade onde mora seu amor. Lá chegando, se depara com algumas situações que ela não esperava, e é surpreendida com alguns segredos que Checho guardava. Sem contar que, os pais de Che são contra o relacionamento dos dois, eles são fanáticos religiosos que seguem sua doutrina ao pé da letra e ainda dão “pitacos” na vida do filho. Mesmo assim, Ani está decidida a enfrentar qualquer obstáculo para ficar com seu Checho. Então, eles vivem as 48 horas mais felizes, apaixonadas e intensas de suas vidas.
Anita retorna para sua cidade com a promessa de que Che iria buscá-la e assim poderiam viver esse amor. Mas, coisas estranhas começam a acontecer, deixando-a angustiada, e como fumaça, Checho começa aparecer e a desaparecer de sua vida sem um motivo aparente. E agora, o seu maior objetivo é descobrir o que os impede de ficarem juntos. E em contra partida, uma pessoa super especial entra em sua vida, o Andreas, um amigo para todas as horas, disposto a fazer de tudo para ajudá-la, seja qual for a situação. Ah! O Andreas é incrível e me ganhou de primeira!
“Checho de Anita” me conquistou desde a sua capa – que me remeteu muito as capas da Jojo Moyes – até o último capítulo. Confesso que no início do livro eu fiquei bastante confusa, e algumas atitudes da Anita me deixaram muito irritada, mas aí eu me lembrava do prólogo onde ela dizia: “Sinta-se à vontade para descobrir meus segredos. Você pode me amar ou me julgar, chorar comigo ou me desprezar eternamente, porém... A vida sempre nos surpreenderá quando acharmos que nada mais pode nos convencer do contrário.”, e me entregando a leitura, eu consegui compreendê-la perfeitamente. Essa é a primeira obra que eu leio da Adriana Vargas, e eu fiquei simplesmente encantada com sua escrita. Parecia que a Anita estava conversando comigo, eu consegui visualizar cada cena, sentir cada emoção. No fim do livro, eu me sentia amiga intima da Ani, e em vários momentos da história eu queria gritar para ela: “Não se sinta sozinha, eu estou aqui”. Louco, não?! Mas eu amo interagir com o livro, sentir vários sentimentos diferentes. Ela aprendeu a crescer, a se descobrir e a enfrentar o que a vida tinha preparado para ela. Já o Sérgio, mais conhecido como Checho, eu ainda não sei dizer o que achei dele rs. Em determinados momentos eu o entendia, em outros eu queria esganá-lo. Mas no fim eu consegui compreender todos os seus motivos, mesmo sem concordar com alguns. Mas uma coisa não é questionável: o seu amor incondicional por Ani. Entretanto, o personagem que mais se destacou para mim foi o Andreas. Eu amava ler os capítulos em que ele aparecia, e torcia que ele aparecesse cada vez mais. Ele era aquele amigo benevolente, altruísta, que amparava a Anita, dizia palavras sinceras e acolhedoras, estava presente em todos os momentos, sempre fazia algo para animá-la, vê-la feliz, além de aguentar seu mal humor. Por isso e muitos outros motivos, Andreas roubou o meu coração.
O livro é narrado em primeira pessoa, principalmente pela visão de Anita. Contudo, temos um capítulo narrado pelo Checho e outro pelo Andreas. A trama é muito delicada, o que me cativou e me emocionou bastante. Um romance sobrenatural, carregado de emoção, de amor e amizade. Além disso, adorei o cenário mitológico que a autora criou, eu realmente consegui me sentir em outra dimensão. A parte física do livro está lindíssima, tanto a capa – que condiz perfeitamente com a história – quanto a diagramação estão incríveis. Encontrei alguns errinhos de revisão e algumas passagens de tempo me deixaram um pouco perdida, mas nada que me fizesse parar de ler o livro ou fez perder o brilho da história. Amei ler as cartas do Che, mesmo achando que foram poucas, eu queria mais e mais. Cheguei ao final da leitura com lágrimas nos olhos (chorando muito mesmo! Hahaha) e com o coração transbordando amor. Uma história leve e sensível, mas que conseguiu ser intensa e transmitir inúmeras mensagens que podemos – e devemos – trazer para a nossa vida. Um livro que fala de perdão, de superação, de amizade, de perda e do mais divino dos sentimentos, o amor. Além de abordar um assunto que eu, uma bookaholics assumida amei ler: o mundo mágico dos livros. Me identifiquei com muitas passagens, e tenho certeza de que você também vai se identificar. Leitura super recomendada!
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