Ju Oliveira 08/05/2014De tirar o fôlego!Meu primeiro contato com a escrita de Val McDermid foi com o livro Sombras de um crime. Fiquei fascinada com a escrita afiada da autora. Sua ousadia em descrever cenas tão fortes já me cativou no primeiro livro. Quando a Editora Bertrand anunciou que lançaria mais um livro da autora, não pensei duas vezes e solicitei logo para resenhar.
O Departamento de Polícia em que Carol Jordan é detetive na Divisão de Homicídios, está em polvorosa. Após dois assassinatos similares, onde o corpo de um homem com alto nível de tortura é encontrado em uma região frequentada por gays, o chefe do Departamento está inclinado a finalmente admitir que estão realmente lidando com um serial killer. E quando um terceiro corpo é encontrado, um policial de outra divisão, basicamente nas mesmas péssimas condições, eles tem certeza.
Á frente das investigações está a detetive Carol Jordan. Em um ambiente machista como o Departamento de Polícia, ela precisa se impor e se sobressair. Isso não será muito difícil, pois Carol é esperta e ousada. Não baixa a cabeça para ninguém, pelo contrário, nesse ambiente, ela sabe impor suas ordens. Após alguns dias de investigação e nenhuma pista que leve ao assassino, o Chefe de Departamento contrata o psicólogo forense Tony Hill. Tony é especialista em traçar perfil psicológico de psicopatas e serial killers. A partir disso, a polícia espera descobrir pelo menos o perfil desse psicopata cruel que anda assustando toda a comunidade local, principalmente os gays.
Paralelo às investigações da polícia, temos o depoimento do próprio assassino. Temos acesso ao seu “diário de assassino”, onde ele descreve com detalhes todo o ritual, desde quando escolhe sua vítima, a perseguição, a abordagem, a tortura e finalmente o assassinato em si. O assassino é muito esperto e meticuloso. Está sempre um passo à frente da polícia. Ele é fanático por aparelhos de tortura medieval. E sua inteligência é tamanha, que ele reproduz com perfeição seus próprios aparelhos, isso tudo durante a perseguição às vítimas.
O canto das sereias, com certeza é o livro mais impactante que já li na vida! As cenas descritas pela autora, através do assassino, são brutais, bárbaras. E a riqueza de detalhes em cada cena é impressionante, certamente vai chocar até mesmo o leitor de estômago forte. Os aparelhos de tortura medieval são tão bem descritos, que quando eu parava a leitura um pouco, para tomar fôlego, corria para a internet pesquisar. E ao visualizar a imagem do aparelho de tortura, era exatamente como eu “via” lendo o livro. Berço de Judas, potro, entre outros aparelhos igualmente assustadores e sinistros.
Além do livro ter tudo o que um bom thriller precisa ter, detetives astutos, um assassino cruel e impiedoso, muito sangue e riqueza de detalhes, O canto das sereias tem um final espetacular. Em momento algum da leitura eu imaginei quem seria o assassino. Na verdade até imaginei, mas estava completamente errada. A explicação de quem era o assassino e qual o motivo para as mortes é genial. A autora conseguiu manter um ritmo constante de adrenalina durante toda a trama. O que não é fácil, principalmente por ser um livro relativamente grande (488 pgs).
O canto das sereias foi lançado originalmente em 1995 e é o primeiro da série Tony Hill & Carol Jordan. Achei muito digno da parte da Editora Bertrand se preocupar em lançar na sequencia correta. Pois já vi editoras lançarem livros de série em ordem aleatória, o que pode acabar prejudicando o leitor. Mal posso esperar para ler os outros livros da série. O segundo livro “The wire in the blood” virou seriado de mesmo nome. Vou procurar para assistir.
Enfim, este é um livro de LEITURA OBRIGATÓRIA PARA FÃS DE THRILLER POLICIAL E PSICOLÓGICO. Eu gostei muito, super indico. Entrou para minha lista de Favoritos.
site:
http://juoliveira.com/cantinho/resenha-o-canto-das-sereias/