Norte

Norte Edmundo Paz Soldán




Resenhas - Norte


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Renata CCS 24/04/2014

American nightmare

“Todos os seres vivos tremem diante da violência. Todos temem a morte, todos amam a vida. Projete você mesmo em todas as criaturas. Então, a quem você poderá ferir? Que mal você poderá fazer?” (Buda)

NORTE une três histórias e quatro personagens em uma narrativa intensa, crua e desconcertante. Edmundo Paz Soldán nos apresenta a vida e os dramas de Jesús, um serial killer “disfarçado” de professor, que ficou conhecido como The Railroad Killer, pois cometia seus crimes nas proximidades das linhas férreas; Rafael Fernandez, um policial do Texas descendente de mexicanos, divorciado e afastado dos filhos que encontra consolo nos braços de uma prostituta; Martín Ramirez, um pintor com diagnóstico de esquizofrenia que chega aos Estados Unidos fugindo da guerra revolucionário do México e, finalmente, Michelle, uma jovem boliviana estudante universitária no Texas que aspira tornar-se uma escritora de histórias de terror em quadrinhos, e vive uma relação cheia de altos e baixos com seu professor Fabian. Cada um desses personagens tem suas histórias intimamente ligadas e vão se revelando no decorrer de cada capítulo.

Paz Soldán reabre uma velha ferida entre Estados Unidos e México, mostrando que, em diversas situações, estes dois países têm mais influência um no outro do que gostariam de admitir. Mas a narrativa está longe de tentar encontrar “culpados” para o estranhamento entre México e Estados Unidos, e não se detém sobre descrições detalhadas nem tenta parecer um protesto ou tratado histórico. É simplesmente uma boa história que conseguiu trabalhar tramas paralelas - que em algum momento se cruzam - e ainda aproveita para debater a questão da imigração ilegal nos Estados Unidos e o preconceito contra hispânicos no país em busca do “american dream”.

A narrativa de NORTE é crua, direta, sem enfeites ou acessórios inúteis. Não há espaço algum para descrições suaves e floreadas que amenizem a brutalidade dos eventos ocorridos. O autor narra as coisas pelo que elas são: tristes, feias e violentas. Há muitos diálogos, mas em nenhum deles encontramos uma indicação de que aquilo é uma fala, e ocorrem dentro de um parágrafo sem descrição do estado do personagem ou de ações, o que achei um diferencial interessante, pois acelera a leitura sem prejudicar a fluidez e o bom entendimento do texto.

As três histórias – Jesús “versus” Fernandez, Ramírez e Michelle – acabam por se conectar de uma maneira tão natural que, ao finalizarmos a leitura, acabamos com a impressão de que o que menos importa é o quebra-cabeça que Paz Soldán apresenta nas primeiras páginas. O grande diferencial é a narrativa poderosa desse escritor que nos transporta, sem o menor pudor, para caminhos obscuros de uma realidade dura e cruel. A construção das personagens refletem não apenas seus dramas, mas as injustiças sociais e, de certa forma, a sua perspectiva sobre o modo de vida americano. O personagem Jesús, por exemplo, foi construído com uma expressividade psicológica tamanha que fornece uma proximidade que perturba durante a leitura.

Tanto pela forma que é conduzida a história como as cenas descritas, este é um livro que deixa suas marcas que chocam até mesmo aqueles já acostumados com narrativas com psicopatas ou imagens sangrentas. Não é uma leitura recomendada para qualquer pessoa, pois há violência descrita de forma realista ao extremo, uma narrativa madura que choca e atrai, numa linguagem totalmente sem freio.
Arsenio Meira 24/04/2014minha estante
Li o livro de uma tirada, e de tão intenso, não consegui resenhá-lo. E você o fez muitíssimo bem, como de costume. O título é bem sugestivo (há de tudo nos personagens, no enredo, menos um norte...) e, como você tão bem destrinchou Renata, para um pretenso leitor e para os que já leram: " A construção das personagens refletem não apenas seus dramas, mas as injustiças sociais e, de certa forma, a sua perspectiva sobre o modo de vida americano. O personagem Jesús, por exemplo, foi construído com uma expressividade psicológica tamanha que fornece uma proximidade que perturba durante a leitura. " É um espelho fiel do que eu - como leitor - senti. Abraços


Renata CCS 05/05/2014minha estante
Arsenio,
Eu só tenho a agradecer a vc pela oportunidade desta leitura forte, intensa.
Abraços!




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Simone de Cássia 27/07/2020

Não consegui gostar de nada desse livro, a começar da forma da narrativa: o trem não tem ponto, não tem parágrafo, não mostra quando é diálogo... uma bagunça....Também não gostei nem dos personagens, nem das histórias, nem dos cenários e muito menos das razões... Nunca concordei com essa ladainha de que " a violência do pessoa X se deve às suas inúmeras dificuldades de vida blá blá blá"... Não aceito, não concordo e não curto. Esse tipo de gente que mata por matar como se quisesse penalizar o mundo pelas suas desgraças pessoais, pra mim, deveria ser morto num paredão chinês. Aos defensores dos direitos humanos de plantão já aviso: é a MINHA opinião. Trem mais sem noção... o livro deveria se chamar SEM norte...
Gleidson 27/07/2020minha estante
Muito bom, Simone! Concordo totalmente!


Simone de Cássia 27/07/2020minha estante
Trem sem pé nem cabeça, né não, Gleidson???


Gleidson 27/07/2020minha estante
Sem pé e nem cabeça mesmo! Rs


Riva 27/07/2020minha estante
Melhor resenha de todos os tempos - kkkkkkk!




Gisa Petry 10/06/2023

Interessante
Uma obra interessante. Histórias que não se cruzaram exatamente como eu imaginava, mas que no fim consegui ter noção do porquê de tudo.
Gostei do fim, não podia ser diferente, para todos os personagens.
Criei alguns ranços, nenhuma expectativa em relação aos personagens, seus destinos já estavam traçados por conta de seus comportamentos...
Em suma, uma boa obra. Indico a leitura para quem quer algo diferente, que lhe tire da zona de conforto, com cenas que eram de dar náuseas.
Até acho que um filme dessa obra seria bem viável, o tema é polêmico.
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Caroline.Dantas 27/05/2021

Livro eletrizante e muito forte
Não recomendo para quem tem estômago fraco, pois contém cenas pesadíssimas de assasssinato e abuso. A escrita do autor te prende na história, virei madrugada para terminar de ler. Muito bom.
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Fabi_Colaco 21/03/2022

NORTE
Com uma história muito intensa, esse livro fala, de um assassino em série mexicano que ainda na adolescência se envolve com crimes de roubo de carros, ele aprendeu rápido os segredos de como cruzar facilmente a fronteira escondido dentro de trens de carga, mas logo ele conhece a diferença entre os dois países e também o descriminação com os hispanos e somado a sua violenta experiência num presidio e outros problemas, tudo isso vai desencadear nele uma grande apreciação a violência e a dependência de drogas, o livro também vai contar sobre as vidas e os dramas de um excêntrico professor de Literatura, da Republica Dominicana que leciona em uma universidade nos Estados Unidos, um policial do Texas descendente de mexicanos, um pintor mexicano com diagnóstico de demência que passa mais de 30 anos preso numa clínica para pessoas com problemas mentais nos Estados Unidos e apesar de ele nunca ter tido noção, sua obra se torna famosa porque um professor americano o descobre, e uma jovem estudante universitária descendente de bolivianos, que sonha ser uma escritora de histórias de terror em quadrinhos. Todas estas narrativas vão se desenrolando paralelemente à trama principal, chamada pelos reportes que noticiam o caso por Railroad Killer.
O autor reabre a velha ferida da fronteira entre Estados Unidos e México, o tema sociológico e cultural vai mudando a sua abordagem ao longo das páginas e de acordo com qual dos quatro personagens principais está em destaque no capítulo, e cada um aborda o problema por ângulos diferentes e próprios.
Eu nunca tinha ouvido falar desse livro ou autor, por algum motivo esse livro surgiu na minha vida e eu o li em 2 dias porque achei o livro muito envolvente, o autor consegue trabalhar tramas paralelas, que acontecem em décadas diferentes, mas que em algum momento se cruzam, Senti vontade de poder abraçar alguns personagens quando terminei de ler.
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Rê Lima 21/09/2022

Fiquei o livro todo esperando o momento que conectaria todas as histórias e quando acontece, e não é bem uma conexão, me deu um desânimo que nem queria terminar o livro. Decepcionada.
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Valéria Cristina 03/11/2023

Muito surpreendente
Na minha missão de ler obras de escritores que não conheço me deparei com esse autor boliviano, Edmundo Paz Soldán, e a sinopse do livro me interessou. Confesso que não tinha grandes expectativas, porém tive uma grande surpresa. A história é ótima!

Na verdade, são três narrativas que até um ponto parecem independentes, mas que se conectam perfeitamente. Nas décadas de 1930 a 1950, vemos a trajetória de Martín, imigrante mexicano nos E.U.A. que, depois de ser preso, passa a vida em um hospital psiquiátrico e dedica-se a desenhar suas lembranças.

Nas décadas de 1980 e 1990, acompanhamos os passos de Jesús, um jovem perturbado, que tem como atividade atravessar a fronteira mexicana de forma ilegal também para os E.U.A. em busca de emoção e dinheiro.

Nos anos 2000, vemos Michelle, uma literata boliviana que desiste do doutorado em Landslide (E.U.A.) para se dedicar ao desenho de histórias em quadrinhos e que vive um relacionamento conturbado com Fábian, professor de literatura.

Entremeada a essas narrativas, seguimos o trabalho do texas ranger Rafael Fenandez na busca por um assassino violento e brutal que atua na fronteira mexicana.

De forma inteligente e em um estilo dinâmico e envolvente todas essas histórias se entrelaçam se encaminham para um desfecho único e coerente. Realmente, essa leitura foi uma enorme surpresa.

Edmundo Paz Soldán nasceu em Cochabamba, na Bolívia, em 1967. Estudou relações internacionais na Argentina e ciência política na Universidade do Alabama. É doutor em literatura hispânica pela Universidade de Berkeley e professor de literatura latino-americana na Universidade Cornell. Recebeu em 1997 o Prêmio de Literatura Latinoamericana e do Caribe Juan Rulfo pelo conto Dochera.
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Claudio 23/02/2014

Não se deixe enganar pela orelha
Norte é um livro interessante, me conquistou pela capa e pela orelha. Entrei em uma livraria e vi o livro, li a sinopse e o trouxe para casa sem nunca ter ouvido falar nem do título e nem do autor. Valeu a pena o risco, porém fui enganado pela a orelha.

A sinopse enfatiza o despertar de um preconceito racial na América a partir de uma série de assassinatos brutais cometidos por um mexicano, enquanto um detetive também de origem latina se torna obsessivo em desvendar os crimes. Enquanto isso, a filha de imigrantes bolivianos que tenta se tornar escritora de quadrinhos vive uma confusa relação com um professor universitário, havendo a promessa de que a história de um imigrante mexicano internado por algum transtorno psíquico e com uma incrível aptidão para as artes aproximará todos os personagens da história.

A meu ver, tudo que foi enfatizado pela sinopse não é de fato a principal discussão do livro. Norte trata, sobre tudo, da vida dos latinos e seus descendentes na América, suas dificuldades de adaptação, a solidão, a distância da família, o conflito entre ficar na América ou voltar para casa, a relação promíscua na fronteira com o México e sobre preconceito. O autor faz essa discussão muito bem durante as estórias dos personagens, em especial na profundidade emocional do detetive Rafael Hernández, nos devaneios de Martin Ramirez e sua obsessão por sua terra natal, na forma como Jesus enxerga a sociedade americana e com as rápidas passagens de uma amiga e dos pais de Michelli. Só por isso o livro já vale a pena.

A estória de Jesus, o assassino, é a principal do livro e também a mais interessante e a que se desenvolve melhor. A loucura desde a adolescência, o ir e vir através da fronteira e nos trens, o desprezo pelas mulheres e o amor obsessivo pela irmã, a mistura de admiração e revolta contra a sociedade americana e o contínuo crescimento do desejo de matar. Jesus é um personagem que se desenvolve durante o transcorrer das páginas e que cria mais valor a leitura.

O detetive Rafael Hernández, dos personagens principais o que menos aparece, é para mim o melhor de todos os personagens. Um mexicano que chegou ainda criança aos Estados Unidos e se vê como americano, apesar de ainda manter forte ligação com suas origens. Infeliz em sua vida intermediária de querer ser um sem deixar de ser o outro e, assim, não ser nenhum dos dois. De certa forma, ele sintetiza o tema central debatido no livro, sendo um personagem que nos permite vivenciar suas próprias experiências.

Os pecados do livro estão nos personagens restantes. Martin Ramirez é baseado em um artista que realmente existiu e a sua história é muito interessante, porém a sua estória no livro é repetitiva, não evolui. Somando-se a isso, a tão prometida aproximação dos personagens da qual Martin seria o catalisador é fraca, eu diria que chega a ser desnecessária. Sugiro ler as estórias sem criar expectativas quanto a esta aproximação, assim cada estória e, principalmente, a de Martin se torna melhor de ser lida.

Michelli, para quem o autor deixa uma tarefa importante no final, é a que tem a estória mais descartável. No fundo é possível retirar toda a estória de Michelli sem que o livro perca absolutamente nada do seu objetivo. Até porque a estória de Michelli é na verdade a estória de Fabián e Fabián é um personagem inverossímil. A loucura de Fabián é apresentada de forma tão intensa que não dá para acreditar que ele consiga burlar as relações sociais e ser respeitado, assim como não faz sentido a relação de uma mulher como Michelli com um homem com tamanho descompasso mental.

Outro ponto fraco da estória é a presença de três personagens com graves problemas de saúde mental, no caso Jesus, Martin e Fabián. Fica muito claro que estes personagens teriam os seus problemas independente de serem latinos, de estarem nos Estados Unidos ou de se relacionarem com os demais personagens. Assim, o foco da estória se perde muitas vezes apenas nos devaneios e loucuras propriamente ditas sem se relacionar com o tema central. Isso torna algumas partes do livro enfadonhas – principalmente as partes de Fabián e, consequentemente, Michelli.

Diferentemente do prometido pela sinopse, a relação entre os personagens é tênue e a obsessão do Detetive pela solução do caso não existe de fato. A investigação dos crimes não é um ponto central. A questão do preconceito despertado pelos crimes também não é tão bem explorada. O final da estória não decepciona, mas também não surpreende.

Entretanto, as diferenças nas passagens de tempo e os conflitos dos personagens latinos em relação a suas vidas na América são fascinantes, além dos crimes cometidos por Jesus, nos quais nós torcemos constantemente para que ele não se saia bem dessa, tornam o livro uma boa diversão
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Letícia 05/06/2017

A proposta da livro é interessante: apresentam-se três histórias distintas que marcam a presença de latinos na imensidão do território estadunidense.

O primeiro personagem é o jovem mexicano Jesús María José Reyes, inspirado num serial killer da década de 90, chamado Ángel Maturino Reséndiz, mais conhecido como The Railroad Killer. Desde sua adolescência Jesús demonstra sinais de marginalização, sua família era pobre, seu pai abandonou-a para atravessar a fronteira com os Estados Unidos para conseguir emprego e enviar dinheiro. Em seguida desapareceu.

Jesús assistia seus primos mais velhos, que já tinham sido presos, roubar transeuntes e os acompanhava quando usavam drogas e visitavam prostíbulos. Um dos rapazes se sentiu ofendido pela rejeição de uma prostituta e decidiu dar uma lição nela acompanhado de um primo e de Jesús. Eles a esperaram em sua casa, onde estupraram-na e Jesús foi especialmente brutal. A descrição dessa cena foi tão forte que ficou na minha cabeça pelo resto do dia e não quero descrevê-la aqui, acaba com o meu humor. O importante é saber que ela é assassinada por Jesús.

Alguns dias depois, o rapaz foge intimidado pelo padre após a confissão do crime. Na cidade fronteiriça de Juárez, é aliciado por uma quadrilha e é encarregado de atravessar carros roubados nos Estados Unidos para o México. Nesse período, os mexicanos emigravam em massa devido à violência da guerra dos cartéis de drogas. Com o tempo, Jesús ganha a confiança do chefe e ele mesmo faz os roubos, mas ele não queria apenas se restringir a carros, seu apetite sexual incluía estupros, e ele o faz com suas namoradas e passou então a estuprar e assassinar no outro lado da fronteira também. Certo dia, invadiu uma casa que pensava estar vazia e, por um descuido seu, não conseguiu impedir que a dona da casa fugisse e ligasse para a polícia. Foi preso pela primeira vez e ficou 6 anos na cadeia. Lá foi estuprado, seu porte era pequeno e poderia ser dominado facilmente por outros presos caso tentasse resistir. Com o tempo, aprendeu a negociar o sexo por proteção.

Na prisão, Jesús acredita ter recebido a visita do Inominável e passa a se declarar um anjo vingador que deve trazer a justiça ao mundo. Quando sai da cadeia, entretanto, tenta evitar confusões e descobre que seu antigo chefe foi morto, o que o motivou a fugir para um pequeno povoado e a começar uma vida pacata. Casou-se e periodicamente atravessava a fronteira para praticar seus crimes, trazendo presentes para sua mulher, que não desconfiava do caráter do marido. Todos os delitos aconteciam próximo às linhas férreas, já que este era o modo que Jesús entrava nos Estados Unidos, por isso foi chamado de The Railroad Killer (O assassino da estrada de ferro), como o assassino da vida real.

Nossa segunda personagem é Michelle, filha de bolivianos que estudava literatura, mas descobriu que sua paixão são as histórias em quadrinhos, não a crítica e falta de criatividade da academia. Nessa história dois personagens secundários são importantes: seu namorado Fabián e seu amigo Sam. Fabián era um jovem acadêmico quando lançou um livro muito bem recebido pela academia que rapidamente virou um sucesso, tornando-se obrigatório no currículo de diversas universidades. Não se sabe se o sucesso precoce foi gatilho para o bloqueio e os vício a que Fabián se entregou, depressão, drogas, frustração, angústia por um amor que supostamente o abandonou. A relação com Michelle era difícil, ela queria ajudá-lo, mas percebeu que fazia pouca diferença na vida dele e na verdade estava se iludindo achando que as coisas voltariam ao normal. Ela também tentava exaustivamente criar uma história sua, original, mas não conseguia.

Sam era apaixonado por Michelle e não aceitava que ela não estivesse interessada nele devido à sua paixão cega por Fabián. Ele também se dedicava à literatura, mas de um modo mais acadêmico. Como passatempo, dirigia um programa de rádio na universidade, onde deixava seu lado acadêmico engessado de lado.
Esta história serve de elo entre as outras duas histórias do livro. Em seu programa, Sam decide fazer um especial sobre serial killers e troca cartas com Jesús na prisão, quando este foi condenado à pena de morte.

Michelle, numa última tentativa de ter uma vida normal ao lado de Fabián vai à uma exposição do desenhista Martín Ramírez, mas a noite não acaba bem.

A história de Martín começa na década de 30, quando vai para os Estados Unidos trabalhar a fim de enviar dinheiro para sua família no México. Quando não conseguiu mais nenhum emprego, é encontrado vagando por uma estação ferroviária e é mandado para um hospital, onde é diagnosticado com demência catatônica. Martín prefere não falar, teme que todos os policiais sejam inimigos que estão perseguindo-o como prisioneiro de guerra, apesar de sua mulher ter se aliado aos federais na guerra que acontecia no México. Essa paranoia o perseguiu pelo resto de sua vida. Ele preferia se comunicar através de imagens, era autodidata e aprendeu a desenhar. Foi enviado a diversos hospitais psiquiátricos até que um professor de psicologia que estudava a arte de doentes mentais encontrou-o e reconheceu seu talento.

A partir daí a obra de Martín tornou-se conhecida através de exposições, embora dê a entender que os créditos tenham ficado majoritariamente com o acadêmico. Ele gostava de desenhar com diferentes materiais, de unir várias folhas para ter um espaço amplo e colar figuras de revista em suas obras. Dos seus desenhos, os meus preferidos são os de trens.

Martín Ramírez é um personagem real, a história foi baseado no que se conhece de sua vida, embora o autor tenha se permitido a liberdade de romancear.

Apesar de ter ficado chocada com a violência de Jesús e o abuso de drogas de Michelle e Fabián, eu indicaria o livro para alguém que goste de histórias de serial killers e tenha mais estômago para a violência.

Para acessar aos links das biografias, acesse o post no blog e acompanhe o desafio!

site: https://desafiolivrospelomundo.wordpress.com/2017/06/05/bolivia-livro-8-norte/
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Claudia Cordeiro 04/09/2019

As descrições dos assassinatos são de virar o estômago de quem for sensível. Bem real msm. Mas tô sem entender onde que as histórias se entrelaçam. A história q realmente me interessou foi a do Jesús, o serial killer. Essa sim, valeu a pena.
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Vitória 28/03/2024

NORTE
Esse com toda certeza é um dos livros mais pesados whe já li até agora. Começa contando sobre Jesús, um menino de 15 anos que mora com a mãe e a irmã mais nova, que vive com os primos e que sente atração pela irmã. Só nessa primeira parte já achei meio pesado.
Ao decorrer do livro conhecemos mais dois personagens, que parecem não ter ligação com o personagem principal mas tudo faz sentido quando finalmente é mostrada a ligação disbtres dentro da história. Sem deixar de contar que é contado sobre um seriall killer e estuprador, que atravessa a fronteira para encontrar suas vítimas e o decorrer da história é BEM EXPLICADO.
NORTE é um livro que me prendeu demais a leitura flui demais, faz a gente sentir um misto de emoções e o final foi muito bem explicativo pois não deixa nada faltar e cada personagem tem o final da sua história. Super indico para quem gosta de livros com muitos detalhes (muitos deles bem pesados).

"Estou numa viagem sem volta num trem que está levando a morte e não posso desser dele. Mas depois da morte eu vou voltar."
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