Crônicas

Crônicas Bob Dylan




Resenhas - Crônicas - Bob Dylan


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joaoggur 13/03/2024

I give her my heart? but she wanted my soul.
Desde que Bob Dylan foi galardoado com o Prêmio Nobel, o merecimento do prêmio sempre foi contestado. Particularmente, acredito que ?a falta de trabalhos em prosa? não é argumento para a suposta ?injustiça?; é inegável que Dylan é a maior voz poética estadounidense da segunda metade do século passado. Seu olhar apurado das questões sociais, somado as reflexões existenciais, fazem de suas composições hinos perante aqueles que as escutam.

Sendo seu primeiro trabalho na prosa, as ?Crônicas?, - que, na verdade, são as memórias do cantor, - exprimem um Dylan menos messiânico, menos poeta, refletindo a passagem do tempo, as relações pessoais e seus métodos de composição.

Perpassando várias décadas (os primeiros escritos remontam a setembro de 1961, quando ele chegara até Nova York, e se estendem até o final da década de oitenta, - não de forma cronológica, mas memorialista, onde um assunto remonta várias ocasiões de sua vida), o texto é um prato cheio para fãs da música Folk (Woody Guthrie, Johnny Cash, Van Ronk e muitos outros artistas aparecem como ?personagens?).

Para os fãs do cantor (ou entusiastas do folk) a leitura será muito proveitosa.
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Lista de Livros 22/12/2013

Lista de livros: Crônicas, de Bob Dylan
“Era engraçado. Tudo o que eu havia feito era cantar canções totalmente sinceras e que expressavam novas realidades poderosas. Eu tinha muito pouco em comum com a geração da qual supostamente era a voz e a conhecia menos ainda. Havia deixado minha cidade natal apenas dez anos antes, não estava vociferando as opiniões de ninguém. Meu destino assentava-se na estrada com o que quer que a vida trouxesse, não tinha nada a ver com representar qualquer tipo de civilização. Ser verdadeiro consigo mesmo, esse era o meu lance. (...) Eu realmente jamais fui mais do que era – um cantor de folk que fitava a névoa cinzenta com os olhos cegos pelas lágrimas e fazia canções que flutuavam em uma neblina luminosa. Agora a névoa havia soprado para o meu rosto e pairava sobre mim. Eu não era um pregador realizando milagres. Aquilo teria levado qualquer um à loucura.”
*
“Presunção não é necessariamente uma doença. É mais uma fraqueza. Uma pessoa presunçosa pode facilmente ser erguida e, com isso, derrubada. Vamos encarar os fatos: uma pessoa presunçosa tem uma noção falsa do próprio valor, uma opinião inflada sobre si mesma. Uma pessoa assim pode ser completamente controlada e manipulada se você souber quais botões apertar.”
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“Tem tudo de que precisa, então?”
“Sim, mas preciso de algo mais”.”
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site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2012/02/cronicas-volume-um-bob-dylan.html
Anesio Vargas 17/06/2023minha estante
Fiquei surpreso com o quão bem Dylan escreve. Esse livro é maravilhoso. Conta sua história, suas influências.




Robson Souza 29/09/2012

Bob Dylan é o Cara!!
Alguns livros são tão bons, que se tem ânsia de devorá-los e avançar a leitura o mais rápido possível para adentrar cada vez mais naquele universo. Outros, de tão deliciosos, dão vontade de se demorar muito mais, como se saboreando um ótimo vinho. Este é o caso de "Crônicas" do lendário Bob Dylan. Percebe-se de imediato, que sua alquimia com as palavras vai além das letras de suas canções. O texto é tão bom, tão cheio de nuances, riqueza e poesia, que tenta-se economizar na leitura, para o livro durar mais.
Com 50 anos de carreira completados em 2012, e quase 50 álbuns oficiais, Bob Dylan é um dos maiores nomes da música de todos os tempos. Lenda viva inegável, sua maior criação foi ele mesmo, se reinventando ao longo de sua carreira. Isto ele deixa bem explícito no livro, principalmente ao contar seu início em Nova Iorque, e as gravações dos álbuns "New Morning" e "Oh Mercy".
O livro não é exatamente uma autobiografia, é mais um auto-retrato em diversas épocas, porque ele não procura contar sua trajetória. Sua abordagem não é linear, mudando de foco constantemente dos fatos para suas impressões sobre o mundo e as pessoas ao seu redor.
Em "Crônicas - Volume Um", Dylan dedica cada capítulo a um período de sua vida, mas deixando vários anos sem um único comentário. Fora a curiosidade pelos próximos "Volumes" (serão três ao todo), fica a vontade de adentrar novamente no mundo poético e singular de um dos maiores criadores/pensadores da música.
Como Eduardo Bueno coloca muito bem no Posfácio do livro: "Se Elvis liberara o corpo, Dylan libertou a mente. Dylan não inventou o rock - ele apenas lhe deu um cérebro." É uma obra fundamental para todos os fãs, dele ou da música pop dos últimos 50 anos.
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Bruno 06/12/2022

Gênio
Bob Dylan é um gênio. E por quê?

Difícil descrever de forma breve, mas eu diria que pela palavra escrita. Ele revolucionou o folk, a música, a poesia, a sociedade — e a si mesmo.

Com seu estilo único de poesia e canção, criando hinos que marcaram movimentos civis e antiguerra, influenciando diretamente causas sociais, se tornou uma lenda vida e um dois maiores músicos que já existiu, sendo a única pessoa até então a ganhar os prêmios: Nobel, Pulitzer, Oscar e Grammy.

O livro não é bem uma autobiografia, por meio de pequenas histórias, Bob entrelaça momentos importantes de sua vida, como quando chegou em Nova York e gravou seu primeiro álbum, ou quando quase pensou em se aposentar (logo antes de começar uma tour que durou 30 anos e teve 300 shows).

Dylan gosta de detalhar tanto suas lembranças que é como se estivéssemos lá com ele, os momentos de sua vida são contados de forma não linear. Algumas páginas merecem destaque dadas as reflexões e jogo de palavras usadas em meio a narrativa, ele é um poeta, por mais que negue, sua química com as palavras vai além das canções.

Talvez pela época, alguns momentos do livro foram mais superficiais para mim, onde Dylan referencia dezenas e dezenas de músicos que o influenciaram, citando nomes, locais, músicas e álbuns — certamente figuras que tiveram relevância na cultura americana.

O livro conta com um posfácio muito bem escrito por Eduardo Bueno, que complementa o legado de Bob Dylan com chave de ouro.
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Bia Maciel 04/06/2010

Bob Dylan é um poeta. Por mais que ele mesmo não se veja com esse título, ele é. Quando vi "Não Estou Lá" tudo pareceu completamente confuso. Afinal, quem era Robert Allen (Dylan)? Ao ler Crônicas - Volume 1 eu pude perceber a contagiante história deste além de perceber sua essência (por mais que ele tenha tentado esconder boa parte disso o livro todo) durante a leitura. Eu aconselho o livro para os fãs e curiosos sobre sua vida. É uma leitura particularmente leve, mas talvez um pouco esticada demais. Espero com ansiedade os próximos volumes.
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Julius 28/01/2024

CRÔNICAS
Janeiro de 1961, em meio a uma Nova York gélida, um jovem de 20 anos possuindo um Martin 00 acústico e uma harmônica, percorria bares e cafés de Folk Music em busca do seu sonho.

Crônicas não é precisamente uma autobiografia e tão pouco são crônicas no sentido etimológico da palavra. São fragmentos labirínticos de memórias que alguns trechos vão ao início de sua carreira, e no outro determinado momento estamos voltando mais um pouco para o início de sua vida, suas origens, descendência, infância, influências? O autor, o próprio ?biografado?, não tem a mínima pretensão em seguir uma linearidade de fatos.
Essa característica da leitura não torna ela desagradável e tão pouco confusa. A sua escrita é simples, muito envolvente e descritiva. Não atoa o autor ganhou um prêmio Nobel de literatura.

Nós dois primeiros capítulos, ?1.ABRINDO O PLACAR? e ?2.A TERRA PERDIDA?, somos ambientados em uma Nova York recheada de neve e frio, o nosso personagem ali no seu início de carreira tocando em bares Folk tentando se postar em evidência, sendo influenciado musicalmente, politicamente e culturalmente por aqueles que o rodeiam.

Em meio a uma discografia tão vasta, e tão celebrada, Dylan vai na contravenção e pega dois discos menos cultuados por seus fãs, mas não menos importantes, são os dois capítulos seguintes ?3.NEW MORNING? e ?4.OH MERCY?.
Através do background desses dois discos descobrimos o que eles significam para o artista. Em meio a fanáticos, posto a contra gosto como um porta voz da juventude que despontava nas manifestações políticas, uma recuperação na mão que poderia por em risco sua carreira, o autor vai refletir sobre tudo aquilo e então passamos a entender a sua escolha.

Por fim, o ciclo se fecha com ?5.Rio de gelo?, voltamos ao ambiente dos dois capítulos inicias e aqui ele vai tratar sobre seu primeiro disco o qual apenas duas músicas são de sua autoria ?Talkin? New York? e ?Song to Woody?, canções que fazem correlação com esses três capítulos citados. Recomendo acompanhar a leitura junto com suas canções.

É um livro recheado de curiosidades a respeito do autor, principalmente da cena folk a qual ele se insere em seu início de carreira.
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