1Q84

1Q84 Haruki Murakami




Resenhas - 1Q84


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Aline Tanaka 24/12/2013

Sério?
Fácil assim??
Três livros depois e quase nenhuma pergunta respondida, que perda de tempo.
Murakami tinha uma ideia ótima mas simplesmente não soube aproveitar.
Sem contar essa enrolação infinita, que só serve pra ele mostrar o quanto é culto e senhor supremo do universo. Aff. Dava pra ter contado essa história em um livro só. Mas não.
Ok, agora já foi.
Próximo, por favor.
Juliana 25/12/2013minha estante
Exatamente! Não explicou nada e os mocinhos se salvaram fácil demais...


F . 23/01/2014minha estante
Pois é! Mais precisa, impossível!


Franque 19/02/2014minha estante
Sério, pra que escrever três livros? Pra que 1200 páginas?
Dava pra contar essa história com menos de 400 páginas! Era só cortar as inúmeras, chatas e infinitas descrições do Tengo cozinhando, a roupa da Aomame e a descrição de como o Ushukawa é feito! ô livro chato!


31/03/2014minha estante
- Pode jogar fora que todos capítulos da Aomame, afinal não acontecia nada.
- Pra que capítulo do Ushikawa?
- Mais de 70% de um capítulo não servia pra nada, era só os personagens pensando a mesma coisa.

Já li outras obras do Murakami, mas essa decepcionou bastante com esse terceiro livro.


Sarah 16/06/2015minha estante
Não chego a considerar uma perda de tempo, mas me decepcionou também :(
O problema foi que ele se tornou repetitivo na história, contava e detalhava a mesma coisa 300 vezes e o que eu queria realmente saber, NADA!

Até hoje tenho curiosidade sobre o povo pequenino.


Kelvin 04/05/2016minha estante
Gente, vocês não entenderam o propósito do livro, não tem nada a ver com contar uma história estilo "Dan Brown". O livro tem várias subcamadas que engana o leitor à procura de uma aventura cheia de mistérios. Esse tipo de coisa é mais voltado para literaturas de auto-ajuda e congêneres. O que mais me atraiu no livro (como sempre) foram as metáforas e a forma como ele descreve, o foco do livro não é o enredo, é um livro que fala de ideologias, sentimentos, e coisas do tipo. Ah, e nem tudo é explicado mesmo, esta é a essência do realismo fantástico. Em tempo, de forma irônica o Murakami fez inúmeras citações à obra de Proust e Carl Jung (que não estão lá por acaso), e tem várias frases soltas no livro que mostram que ele meio que previa a reação de alguns leitores. "Se você não consegue entender coisa alguma sem receber explicações, significa que continuará não entendendo, apesar das explicações".


Gabriela 23/02/2021minha estante
A verdade é que Murakami é superestimado. Vc pega os enredos de outras obras dele e é tudo muito parecido. Ao meu ver, ele tem boas ideias, mas se perde na sua própria presunção.


Marlo R. R. López 03/07/2021minha estante
Concordo com a Gabriela, Murakami é um tanto superestimado. Você pega os livros dele e é quase tudo a mesma coisa, o mesmo enredo, os mesmos conflitos, o mesmo personagem central etc., mudam só alguns poucos elementos. A experiência de ler Murakami pela primeira vez realmente é maravilhosa, porque apesar de tudo ele é um escritor diferenciado... mas depois do terceiro livro você não aguenta mais tanta repetição e tanta prosa rasa.


Leandro Moura 03/04/2022minha estante
Concordo que o Murakami é superestimado. 1Q84 foi o primeiro livro dele que eu li, mas já assisti Norwegian Wood e Drive My Car, dois filmes baseados em obras dele e realmente os enredos são muito parecidos: tem um protagonista que oscila entre o "macho-alfa" e o palerma, personagens femininas loucas por sexo, umas referências cults jogadas e esmo na narrativa e algum conflito pseudo-profundo facilmente resolvido no final.


Milaine 22/12/2023minha estante
A forçação de barra sexual a todo momento e a descrição de peitos e ainda pior, peitos de uma adolescente. Que nojeira, deveria ter parado no primeiro livro


Renatav 28/12/2023minha estante
Concordo



Concordo




Fabrício 23/02/2015

Romance(s) dos Subterrâneos da Consciência
Achei a trilogia espetacular. Pelas resenhas, me parece que vários detalhes fundamentais escaparam à percepção geral. Então, vou tentar, com o mínimo de spoilers possível, apresentar minha humilde "chave de interpretação" para o que parece ser um romance cheio de mistérios e pontas soltas. E recomendo a leitura do maravilhoso "O Homem e Seus Símbolos" de C. G. Jung para a compreensão de alguns conceitos (um deles, inclusive, aparece no livro com o mesmo nome que Jung usou - a "sombra"):

1) O livro começa com Aomame sendo avisada por um taxista sobre as coisas "não parecerem ser o que são" e, depois de "descer uma escada", ter a sensação de que entrou "em outro mundo". Ora, que mundo é esse (que ela chama de 1Q84)? É o mundo do subconsciente e inconsciente (não à toa, Jung é citado nominalmente neste terceiro volume). Quando ela "desce as escadas" está descendo às camadas de sua própria psiquê, rumo ao in/subconsciente (que também é o reino do passado, no qual está Tengo), onde as coisas muitas vezes escapam ao controle. Lá é o reino dos sonhos, das fantasias, mas também dos traumas e dos eventos passados significativos que foram responsáveis por moldar a personalidade dos indivíduos.

2) É só neste "outro mundo", no mundo dos subterrâneos da consciência, que existe o "Povo Pequenino", o qual exerce uma influência sobre as pessoas e coisas que não se sabe se é boa ou ruim. "Povo Pequenino" são as forças do inconsciente, a energia que está "na sombra" e que pode ser terrivelmente destrutiva se não for corretamente canalizada e trazida à luz. Por isso tem tanta cena de sexo e violência no livro - violência e sexo são conteúdos que a gente reprime (ou recalca, pra usar a terminologia do Freud) e que ficam lá, guardados nestas camadas inconscientes. E que, quando não trabalhados e trazidos à consciência, podem se tornar (auto) destrutivos.

3) Por que Tengo não "desce as escadas" como Aomame para chegar a 1Q84? Ele é um artista, um escritor, e sua "descida" ao inconsciente se dá através do seu trabalho, quando seu inconsciente praticamente o obriga a aceitar o encargo de reescrever o romance de Fukaeri, mesmo que ele racionalmente compreenda que aquilo é uma fraude do ponto de vista da sua consciência.

Enfim, certamente há outras chaves possíveis para compreender a obra. Mas me parece que o escritor deixou tudo lá, à vista, sutilmente "disfarçado" em alguns detalhes que são fundamentais para se entender o porquê de cada coisa. Pra mim, o final fecha o círculo com perfeição, mas não vou dar mais detalhes porque o legal é cada um ir descobrindo e desvelando as coisas por si.
Ana 24/02/2015minha estante
super Fabs, adorei a resenha! E comprei o livro do Jung. Depois dos cataclismas dos últimos tempos, tenho descido algumas escadas ... rs


Fabrício 24/02/2015minha estante
Hahahaha! É importante buscar energia nos nossos "porões"...ficar amigo dos nossos "monstrinhos". Eles têm muita coisa que a gente precisa! Beijos, querida Ana!


Gui 27/03/2015minha estante
Bela "chave de interpretaçao", Fabrício! E a recomendação do livro do Jung já está anotada!

Muitas respostas ficam implícitas durante a narrativa, mas "se você não consegue entender coisa alguma sem receber explicações, significa que continuará não entendendo, apesar das explicações".

No final das contas, acredito que o livro possa ter mais de uma interpretação, sendo que estas dependem da percepção de cada leitor referente ao mundo descrito no livro.

Aomame, no capítulo 19 do livro 2, resume com eficiência a narrativa:
"Sem dúvida, o que de mais fascinante havia nesse romance eram as descrições vívidas e precisas. Através dos olhos da menina, o leitor conseguia ter uma impressão do mundo que a rodeava. Era uma história fictícia de alguém que vivia num ambiente especial, com poder de suscitar a simpatia das pessoas. Parecia despertar algo do subconsciente ininterruptamente a leitura".


Fabrício 25/07/2015minha estante
Exatamente. Acho que muitas vezes as referências ao "Crisálida de Ar" são auto-referenciais...que baita obra, essa trilogia! Até deu vontade de reler.


LuliFiedler 20/01/2016minha estante
Certamente não tenho os mesmos conhecimentos de psiquê e metafísica que Murakami e que você brevemente mencionou nesta resenha. No entanto, durante a leitura mantive sempre uma sensação de que havia algo ali que ele queria me dizer, metáforas do subconsciente trabalhadas de maneira tão fluida que pra mim era impossível parar de ler.
Ainda não terminei o terceiro livro, mas espantei-me de ver tanta gente mencionando "pontas soltas", quando nitidamente desde o princípio o livro não se mostrou preto e branco ou concreto. Acho que a sensibilidade oriental e a distância cultural podem ter contribuído para a falta de percepção da história.
Sua resenha foi espetacular Fabrício e me abriu os olhos para coisas que eu intuía, mas não tinha conhecimentos para perceber.
Obrigada!


Fabrício 14/03/2016minha estante
Oi Luiza, que bom que gostou da resenha. Na verdade eu conheço bem pouco do Jung mas o pouco que li dele achei fantástico. E sou fanzaço do Murakami, ainda quero ler a obra completa. Abraço!


Kelvin 04/05/2016minha estante
Fabrícia, perfeito, eu percebi essa artimanha do Murakami. Inclusive, muita gente pensa que o livro explica demais , se repete de forma excessiva. Mas este é o jogo mental que o Murakami faz com a gente, nos fazer pensar que estamos lendo algo óbvio ou bobinho demais, sendo que a história possui várias subcamadas que escapam à percepção do leitor comum que está apenas em busca de um livro com aventuras e mistérios estilo Dan Brown.




Júlia Ansaloni 15/07/2021

bom mas nem tanto
Gosto muito da escrita do Murakami, os livros 1 e 2 são ótimos mas no 3 deixou muito a desejar. Poderia ter explorado mais a história de Sakigake, Fukaeri, do Líder, povo pequenino... enfim, se o objetivo do livro era algo mais romântico para encontro de Aomame e Tengo, foi concluído com sucesso. Mas, na minha opinião, a história teria ficado mais atraente e empolgante se ele tivesse explorado as lacunas que abriu, gostaria de ter entendido melhor o mundo de 1Q84 e o porque dele existir.
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Pedro.Alves 30/08/2021

Fechou com chave de ouro
Essa trilogia é sensacional e até agora eu fico me perguntando como o autor pegou um conceito tão "monótono" e encaixar o realismo mágico naturalmente.

Mas tenho algumas ressalvas sobre essa trilogia, eu acho os capítulos um pouco longos e em alguns momentos parece que a história não avança, mas pra mim isso não exatamente um defeito, pois ajudou a aprofundar muito mais a história. E em especial nesse livro eu achei os capítulos do Ushikawa um pouco chatos.

Mas cara esse final foi tudo pra mim, combinou totalmente com o rumo que a história estava tomando. Se você quiser uma história que explica tudo que apresenta, definitivamente esse livro não é pra você, mas não é um problema pra mim, desde que combine com a história, como é o caso aqui.

Recomendo fortemente essa trilogia, mas para saber se essa é realmente a obra-prima do autor vou ler Kafka á beira-mar.

Aomame e Tengo = TUDO PARA MIM!
Nami 30/08/2021minha estante
Vc não vai se arrepender de Kafka à beira-mar


Pedro.Alves 30/08/2021minha estante
Espero realmente


Felippe 07/09/2021minha estante
SIMMMM, ESSA TRILOGIA É SENSACIONAL

muita gente não gostou, mas na minha opinião o final aberto deu um toque de participação do leitor na história




Luiza Riveiro 30/07/2020

Se eu precisasse resumir a leitura desse último volume de #1Q84 em uma palavra, eu com certeza diria decepção. Não me leve a mal, eu continuo amando o Murakami e a própria trilogia 1Q84, mas é só que esse volume não conseguiu (nem de perto) responder às expectativas criadas nos dois primeiros volumes.
Ao ler o livro, fiquei com a impressão de que o Murakami não sabia como terminar a trilogia e, por conta disso, acabou usando meios um pouco inverossímeis. Há toda uma tensão no livro que te faz lê-lo rapidamente (dos três volumes, foi o que eu li mais rápido), mas os acontecimentos que criam essa sensação somem assim que deixam de ser importantes. Eles estavam lá apenas para criar essa ansiedade no leitor.
Todo o livro é construído em torno de um problema, que é "resolvido" num piscar de olhos nas últimas 40 páginas... E eu acho que isso é o pior. O livro foi terminado meio que de qualquer jeito e focou em apenas um ponto de toda a história, e isso era o que eu menos esperava ao ler os dois outros volumes. Apesar disso, ainda acho que vale a pena ler 1Q84. Não tanto pelo desfecho dessa história, mas mais pela forma como ela se constrói nos dois primeiros livros.

Se você gostou da resenha, vai lá no instagram (@nocaminhoumlivro) ver a foto e seguir a gente! O link tá aqui embaixo!

site: https://www.instagram.com/p/CA8m8vpjK3t/
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Ander 07/07/2023minha estante
Tive esse mesmo sentimento! Tenho impressão que se fosse um livro único de 300/400 páginas, seria bem mais interessante e ágil




suellen 13/09/2021

Tinha tudo pra desenvolver melhor a história de Tengo e Aomame, mas infelizmente o autor se perdeu na história. O leitor realmente fica os três livros se perguntando qual será o final do livro pra deixar a desejar. Não é a primeira vez que Murakami decepciona, porém nesse foi o ápice. Terminei o livro com inúmeras dúvidas e questionamentos, principalmente sobre os personagens principais.
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Sabrina 04/01/2014

1q84 - Uma agradável surpresa
Confesso que Iniciei a leitura de 1q84 de modo totalmente despretensioso, sem acreditar que iria gostar ou mesmo que terminaria o primeiro dos três livros que compõe a obra do autor japonês. O livro me foi indicado por um amigo (não se posso chamar assim) com a sugestão de que ali eu encontraria algumas respostas para questões pessoais, o que de fato aconteceu. Se por um lado a sinopse me dizia que a leitura seria levemente enfadonha, a intuição e a segurança de uma das minhas melhores fontes de boa literatura me fizeram comprar logo os três livro e embarcar na leitura. Então aí vai:
A Obra de Haruki Murakami é extremamente rica e cheia de referências e alegorias, um livro delicioso. Durante as 900 páginas de romance, encontramos referências musicais que vão de sinfonias clássicas a grandes nomes do jazz, pintores famosos como Munch, inúmeras referências literárias como Proust e Orwell (obviamente) – explicitas por meio de citações dos personagens – e outras tantas indiretas que talvez sejam meras especulações minhas, além de alusões a filosofia – que dos nomes citados me lembro agora apenas de Wittgenstein (uma agradável surpresa), alguns conceitos da biologia trabalhados habilmente (bem pontuais e que provavelmte eu tenha notado apenas pelo meu apreço natural por essa área) que são tratados com propriedade, poeticidade e muita desenvoltura, além de inúmeras frases históricas muito bem situadas no contexto do ano de 1q84.
Ao descer pela escada de um viaduto Aomame – Instrutora física e um tipo especial de assassina que mata homens ligados a crimes de violência contra a mulher – passa do ano de 1984, em que vivia, para o ano de 1q84 (q de question mark). A impressão dada é que na verdade o ano de 1q84 é que começa a viver dentro de Aomame, e duas luas passam a pairar no céu, em um mundo onde não é o grande irmão que está à espreita (como na obra de George Orwell), mas sim um povo pequenino que guia as diretrizes de um grupo religioso chamado Sakigake – uma comuna situada entre as montanhas de yamanhashi, onde coisas peculiares acontecem. Um povo pequenino que sai da boca de uma cabra cega morta e constrói uma Crisálida de ar juntamente com Eri Fukada (Fukaeri) – uma menina introspectiva, sensitiva e enigmática – filha do líder religioso do grupo.
Eri foge da comuna em que vivia aos 10 anos de idade, após o contato com o povo pequenino, e então escreve o romance "Crisálida de ar" aos 17, contando o que aconteceu nos dias em que foi castigada em Sakigake, episódio onde teve de ficar presa com uma cabra cega morta por alguns dias. O romance escrito por Fukaeri conta uma história incrível, entretanto, escrita de uma maneira deficiente, uma vez que a menina era disléxica e tinha problemas em formular até mesmo frases curtas.
A obra “Crisálida de ar” cai nas mãos de Komatsu, editor de uma revista literária que promove um prêmio para novos escritores. Ao ler o romance de Fukaeri Komatsu não tem duvidas de que tem grande potencial para vencer o prêmio literário, mas para isso, precisa ser totalmente reescrito. É neste ponto que Tengo Kawana – que junto com Aomame é personagem principal da trama de Murakami – entra na história.
Ghost-writer da Crisálida de ar, Tengo é um professor de matemática em um curso preparatório para o vestibular e também leitor árduo e escritor (frustrado), encontra nos cálculos um mundo onde todas as coisas fluem seguindo as regras lógicas e a beleza euclidiana da matemática, mas é somente quando lê e escreve que Tengo encontra real satizfação. Um homem habilidoso para várias coisas, mas que pela soma de todas as perdas não tem nada de especial - um escritor que tem habilidade e domínio da palavra, mas que no entanto não tem nada a contar, não pelo menos até aceitar reescrever o enigmático romance de Fukaeri, sendo arrastado para este mundo de regras singulares, onde também duas luas pairam no céu.
A história relacionada ao povo pequenino é o que proporciona boa parte do enredo da obra, entretanto, a trama principal ao redor da qual o romance orbita é a história de uma busca de mais de 20 anos entre os dois personagens principais que, ao darem-se as mãos – mesmo sem na vida terem trocado uma palavra sequer – no último dia de aulas na escola primária, sentenciam-se a buscar um pelo outro e a preencher esse vazio que deixaram ao tomar rumos totalmente distintos. Uma história da busca mútua de Tengo e Aomame.
É difícil tentar escrever sobre a trama sem se estender enormemente, uma vez que o livro trata-se de um mosaico onde os vários núcleos do romance se entrelaçam de um modo incrivelmente bem arquitetado. Isso somado às obvias e marcantes características do realismo fantástico - a riqueza sensorial, as distorções do tempo, as inversões entre causa e efeito e o mágico e o cotidiano convivendo naturalmente - leva o leitor a uma leitura de interpretação polissêmica e cheia de singularidades.
Haruki Murakami não de deixa de falar em nenhum momento sobre a solidão, todos os personagens trazidos pela história são de uma solidão e solitude crônicos e de grandes proporções, que no melhor estilo oriental, suprimem em cada ação cotidiana vazia esse ato de caminha só. A personalidade e a cultura japonesa tomadas por influências ocidentais também é algo bem interessante, e – novamente – em quase todos os personagens nota-se um certo laconismo caracteristicamente oriental.
Quanto aos personagens, são poucos e o mergulho psicológico é intenso. Um que me deixa particularmente intrigada é Tamaru, guarda costas da velha da mansão dos Salgueiros em Azabu. Tamaru é um estrangeiro (coreano (?) não tenho certeza) de 40 anos, gay assumido e que ganha alguma relevância somente o final do terceiro livro, sempre muito lacônico e metafórico, mesmo na eminência de matar alguém consegue discutir Jung com sua vítima ou falar do "Em busca do tempo perdido".
Inevitável dizer que termino o último livro me sentindo órfã de uma leitura tão agradável como foi esta, de 45 dias na presença ilustre de Murakami. Religião, ocultismo, sexualidade, amor, solidão, violência e alegoria enleados por um objetivo simples: O reencontro de duas pessoas. A impressão deixada é que tudo o que está além dessa busca é mero incidente do acaso, detalhes que deveriam ser contados para que fosse viável entender a história de Tengo e Aomame, onde o surreal é tão bem implantado que nem mesmo o leitor se espantaria caso, fechando o livro para dar uma breve pausa da leitura, casualmente olhasse para o céu e visse duas luas: uma normal e outra menor, verde e disforme logo ao lado. "Ho ho - disse o ritimista."
Cássia 04/01/2014minha estante
Que legal, Sabrina :D Adorei a resenha, muito bem escrita!
Fiquei curiosa e com mais vontade de ler 1q84 :D


João Amalio 04/01/2014minha estante
Uma bela leitura de uma bela obra...Parabéns, Sabrina! keep on movin'..


Igor Nascz 07/01/2014minha estante
excelente resenha


Ananda 18/01/2014minha estante
É isso mesmo, Sabrina! Sua resenha foi excelente e dá para perceber que, ao contrários de outras resenhas, você captou a essênci da obra :)))




anna 10/08/2021

Cidade dos gatos
Vou levar essa trilogia pra sempre no meu coração. Sou completamente encantada por tudo nela: a escrita do Murakami, a criatividade, a conexão entre as histórias que te fazem entender sutilmente o que está acontecendo.

A nota não é tão alta por 3 motivos:
1. Apesar da importância da narração do Ushikawa, ela não foi tão boa assim. Não me prendeu e eram capítulos longos de monólogos com autorreflexão de um personagem por quem não nutri nenhuma simpatia.

2. Eu gostaria de mais explicação sobre Sakigake, Fukaeri e o Povo Pequenino.

3. Meu Deus, o Murakami precisa parar de descrever [*****] detalhadamente e falar sobre PEITOS toda vez que menciona qualquer mulher.

Enfim, amei. Esse livro é meu xodó e pretendo reler novamente.
Amilton.Dantas 17/08/2021minha estante
terminei agora. e concordo com a parte dos peitos kkkk sempre que ele começava a falar das amigas de Aomame ou da memória que Tengo tinha da infância, eu já sabia que vinha algum comentário do tipo kkkkkk wue fixação


Anna1924 04/09/2021minha estante
Nossa sim, concordo com tudo hahahah até parei pra pesquisar no Kindle quantas vezes a palavra s**** aparece na trilogia kk


Leandro Moura 03/04/2022minha estante
Murakami certamente tem alguma compulsão sexual, porque é incrível a quantidade de cenas sexuais que aparecem ao longo de seus livros. Ele deve achar que todas as mulheres são loucas por pênis. Será que ele nunca ouviu falar em lésbicas? kkkkkkkkkkkkkk




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Rodrigo 30/12/2013minha estante
Concordo Luciana. Mas acho que isso não tira o mérito da obra. Acho que a intenção do Murakami era fazer uma obra de metáforas, e não de mistérios. Acontece que o leitor acaba por notar isso apenas com o término da leitura. De qualquer modo, gostei muito mesmo da trilogia ;)




idkvixo 06/07/2021

Trilogia perfeita!
Não tenho palavras para descrever o quão incrível que foi a experiência de ler esses três livros. Amei muito a atmosfera fantástica e todas as conexões que os personagens tinham durante os capítulos. Amei como toda a história foi retratada de forma tao real e eu acho que conseguiria acreditar facilmente nesse novo mundo.

Me apeguei muito aos personagens Tengo e Aomame e fiquei muito muito satisfeita e feliz com o final, até me deu vontade de chorar de felicidade!! Também me apeguei bastante com o personagem Tamaru, amava suas reflexões e citações bem filosóficas, acho até que ele foi o meu personagem preferido durante essa trilogia.

Enfim, amei tudo!! Recomendo bastante pra qualquer pessoa, desde àqueles que gostam de fantasia até aos que gostam de ação e investigações. Os livros também servem para àqueles que gostam de romance, impossível não ficar ansiosa para o reencontro dos dois personagens principais! Muito emocionante e envolvente do começo ao fim/do primeiro livro ao último!
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srjoaomarcelo 21/01/2024

Não sei se gostei?
Os primeiros livros da trilogia desceram tão fácil para mim, simplesmente não conseguia parar de ler, mas achei esse último tão travado . . . Não sei se esse 3º livro está num nível abaixo dos dois primeiros ou se eu que estava tão ansioso para saber o final que acabei não aproveitando a história e se tornou uma leitura estática e decepcionante para mim ?
Henri 24/01/2024minha estante
Acho que a "travada" que deu foram os capítulos do Ushikawa, ele ficava fazendo resumo das histórias de tengo e aomame e isso deixou muito entediante os capítulos dele.




Phelipe Guilherme Maciel 09/01/2017

Um mundo onde pairam duas luas no céu.
Comecei a ler 1Q84 em 2015, com o livro 1. Em 2016 li o livro 2 e em 2017 li o terceiro livro. Este tem sido o meu livro de transição entre um ano e outro há 3 anos. Em todas as vezes, foi involuntário. Simplesmente comprava os livros nessa época e uma vez na estante, eles CHAMAVAM minha atenção e queriam ser lidos. Nunca consegui protelar a leitura.
1Q84 é uma distopia fantástica baseada em 1984 de George Orwell. A trama nos dois primeiros livros é contada pelas óticas intercaladas de Tengo e Aomami. No terceiro livro, ganhamos também a ótica de Ushikawa.
Em 1Q84, o tempo não é linear, não dá para saber exatamente em que local você está, apesar de tudo aparentar estar numa ordem própria. No texto, isso também ocorre algumas vezes. acontecimentos que afetam os 3 pontos de vista as vezes se mesclam em momentos diferentes e você se sente desapoiado temporalmente.
O Povo Pequenino é uma incógnita. Sakigake continua muito secreta. Aomami e Tengo apesar de juntos, ainda não sabem se estão no mundo regular ou num terceiro mundo.
Pensando em enredo, daria para crer que esta obra de Murakami ainda não está completa. Ainda poderia acontecer algo novo. Principalmente pelo ultimo ponto de vista de Ushikawa.
Não vou me prender em explicar o enredo, as tramas, pois isso é praticamente senso comum. Quem inicia a leitura de Murakami já está vacinado do que irá acontecer.

Posso dizer que Murakami é um poço de conhecimento. Penso que 1Q84 é um mundo psicológico de Aomami, alguns conceitos nos leva a crer nisto. A cultura pop, clássica e a filosofia se sintonizam nos livros, deixando-o extremamente rico. É um livro 5 estrelas. 10/10. Mas não espere muitas explicações.
Não espere fugas emocionantes, não espere batalhas pelo poder. Não espere o que você normalmente espera deste tipo de literatura, principalmente no livro 3. Murakami ignora o método mercadológico de fazer literatura que vende. E por isso é tão especial e diferente.

Boa sorte, entrar em 1Q84 e sair vivo, é provável, mas sair de 1Q84 da mesma forma que entrou, é impossível.
Ladyce 03/01/2019minha estante
Gostei muito da trilogia. Mas parei aqui para comentar, porque seu título me remeteu direto ao filme Melancolia, do Lars van Trier, onde há duas luas no céu. Você viu?


Phelipe Guilherme Maciel 22/10/2019minha estante
Ladyce, nao vi o filme, mas certamente vou procurar para assistir.




Joao.Victor 17/03/2022

Se repete demais e é muito longo.
Esse livro foi uma das piores conclusões que eu já li. Primeiramente porque esses volumes foram divididos em uma "trilogia", o que lendo esse livro eu fiquei me perguntando por qual razão eles foram divididos em três (dinheiro provavelmente) sendo que isso só deixou a história mais longa do que devia. Além de ser um livro grande, a narrativa é muito repetitiva nesse terceiro volume deixando uma sensação de que o livro é bastante arrastado. Tanto o arco da Aomame quanto do Tengo nesse livro foi muito chato parecendo que não ia pra lugar nenhum, e também o autor quis colocar outro ponto de vista que foi do Ushikawa que apesar de ser interessante de ler as vezes também só contribuiu pra aumentar o tamanho do livro, sendo de novo extremamente repetitivo nas partes dele, piorando mais ainda a experiência de leitura.
No final o leitor sai do mesmo jeito que entrou: com nenhuma resposta respondida. O que não é tanto um problema assim já que se trata de um livro com realismo mágico, mas a questão é que você sai do livro com uma sensação de que 472 páginas não acrescentaram quase em nada no final. Enfim se alguém tem interesse me ler essa "trilogia" eu recomendo só ler o primeiro e segundo volume, o terceiro não vai te dar nenhuma resposta e ele é muito longo, a história teria sido muito melhor se o autor tivesse condensado tudo em dois volumes ou se ele tivesse escrito um terceiro volume menor.
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