Rose 18/03/2015Na Inglaterra de 1863, Maryanne Lestrange estava a frente de seu tempo. Esqueçam aquelas mocinhas bobas e medrosas dos romances históricos, não que este seja um simples romance histórico... Maryanne não estava a procura de um marido e nem ficava sentada tricotando.
Dona de uma mente ágil e inteligente, teve a sorte de ser filha de Joseph Lestrange, um ex inspetor da polícia que largou a profissão depois que sua esposa foi assassinada, ainda quando Maryanne era criança. Ao contrário dos costumes da época, Joseph tinha orgulho de sua filha, e principalmente do espírito livre e da mente brilhante tão característicos dela.
Cansado de ficar de mãos atadas por conta da burocracia policial, ao sair da polícia resolveu abrir uma firma de detetive particular, e com isso, começou a investigar casos que a polícia não solucionava. Com o tempo, ele passou a contar com a ajuda astuta de Maryanne. Eles formavam um belo time de detetives, mesmo que fosse apenas dentro de casa, visto que nesta época, a sociedade não reconhecia a mulher como um ser pensante e com vontades próprias...
Mas, quando Joseph é chamado para ajudar na investigação de mais um caso de assassinato, ele sabia que ia cortar um dobrado para manter sua filha longe do caso. Apesar de toda a dor que ele sabia que sua filha teria, ele também tinha certeza que ela não recuaria, e iria ajudá-lo, quer ele queira ou não.
A vítima no caso, era uma amiga de Maryanne, e assim como ele mesmo previu, apesar da dor que estava sentindo, ela não se intimidou e acabou descobrindo pistas que tanto ele como a polícia ignoraram.
As coisas foram se complicando, e mais corpos foram surgindo. Todos da idade de Maryanne, e todas de alguma forma, conhecidas dela. O momento era crítico, ainda mais porquê a sociedade estava dividida em relação a atuação do "Caçador", um misterioso mascarado que estava fazendo justiça com as próprias mãos.
Nem a polícia, nem Joseph tinham alguma pista concreta do assassino. Maryanne sabia que seu pai lhe escondia algo, e estava disposta a investigar. No meio disso tudo, Joseph viu acontecer o que seu coração mais temia, Maryanne estava envolvida até o último fio de cabelo nas investigações. Ela ainda descobriu sobre o relacionamento dele com o Caçador, que aliás, para desespero de Joseph, era, na visão de Maryanne, um herói. Ironicamente um homem que ele não confiava nem um pouco, apesar de entender seus métodos.
Eram justamente nestas horas que ele queria que Maryanne fosse como as jovens de sua idade, cordadas e desejosas da atenção de um bom partido como Darren Carmichael, o Conde de Wallfair. Não que a atenção de Darren por Maryanne estivesse agradando Joseph...
Agora, diante do possível assassinato de sua melhor amiga, Chloe, a vida de Maryanne iria mudar drasticamente. Ela estava prestes a perder sua liberdade, casando com um homem que não amava, uma coisa que seu pai jurara nunca a obrigar fazer. Ela não tinha pistas da identidade do assassino, e o único que poderia ajudá-la sumiu, e nem se deu ao trabalho de lhe dizer sua verdadeira identidade por trás da máscara do Caçador, apesar dos momentos que viveram.
O cerco estava se fechando, mas ela estava decidida a descobrir toda a verdade por trás destes crimes. A sorte estava lançada. Quem seria o verdadeiro assassino? Por que Maryanne seria sua fixação? Darren seria capaz de proteger sua esposa como Joseph acreditava? Qual a verdadeira identidade do Caçador? Ele era um herói, ou um assassino frio? O que Maryanne deveria fazer, aceitar Darren como seu marido ou correr para os braços do Caçador?
Com um final que me surpreendeu, Horas Noturnas foi uma grata surpresa, pois não conhecia o trabalho da Bianca. Com uma linguagem simples e convidativa, além de personagens carismáticos e intrigantes, Bianca tece um emaranhado de crimes, tudo em nome de uma vingança pessoal.
Apesar de ter gostado da história, achei apenas que Bianca pecou um pouco na simplicidade do enredo. Senti falta de um pouco mais de suspense. Afora a identidade do assassino, os fatos foram transcorrendo sem muitas reviravoltas ou descobertas. As coisas, pelo menos para mim, eram muito claras e óbvias, o que, por isso mesmo, não tira o mérito da autora pelo desfecho criado.
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