Alessandra Barcelos 22/09/2020
"Para tudo há um tempo"
"Quando acordamos para a única coisa necessária (Lc 10, 42), voltando-nos decididamente
para Deus, haverá uma reviravolta. Tudo, até os menores detalhes do cotidiano, mudará de sentido. Onde antes víamos muros - muralhas de deveres apertando como paredes de um cárcere - passaremos a ver janelas abertas para o infinito. E onde antes a rotina nos fechava num beco, agora se rasgará uma estrada.
Não se trata de simples imagens. O amor de Deus - o impulso da graça divina - muda tudo, como o sol transforma as sombras noturnas em paisagem colorida. Guiado pela fé e o amor, o coração cristão aprende a descobrir, em cada pequeno dever, em cada um dos
esforços necessários para a execução das tarefas cotidianas, uma oportunidade - cada dia renovada - de se dar mais, de servir melhor, de alcançar um novo grau de perfeição, de expressar uma generosidade mais alegre... E isto porque aprendeu a captar, nos pequenos pormenores do dia-a-dia, o convite de Deus. Aquele que me segue não andará nas trevas, porque terá a luz da vida (Jo 8, 12).
Aquelas mesmas realidades cansadas que a preguiça fazia murchar, a diligência cristã vem revigorar com viço inesgotável. Quem ama, ensina São João, é transladado da morte para a vida (1 Jo 3, 14). Depende de nós. Não é poupando-nos que encontraremos vida e felicidade, mas dando-nos mais e mais. Quanto mais generoso for o sacrifício e mais profunda a entrega, mais impetuosamente brotará a alegria, como um sinal da plenitude da vida.
Afinal, não é esta uma das mais límpidas e preciosas lições que Cristo nos deixou? Quem quiser guardar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de Mim, a encontrará (Mt 16, 25)"
Padre Faus, como sempre, escreveu um livro maravilhoso e de linguagem fácil. Tenho comprado seus livros sem nem pensar muito, pois sei que vou gostar.
Nesse, nos mostra as várias faces da preguiça de forma sucinta e direta, tirando a ideia clichê que sempre nos apresentam dela.