Tauana Mariana 20/02/2014
"Sempre foi ela. Mas nunca sou eu"
Sobre o livro:
Estou encantada com os traços de Vitor Cafaggi. Os desenhos e personagens são fofos, meigos e encantadores. Conheci o Vitor quando li o Laços, da Turma da Mônica. Depois dessa HQ, fui procurar o que Vitor havia publicado, foi então que encontrei o Valente.
Valente é um cãozinho que se apaixona fácil. Ele é apaixonado por Princesa e por Dama. A relação entre ele e as duas é a essência da HQ, que nos mostra como Valente sofre quando princesa termina o namoro com ele, e Dama desiste de ser sua namorada e namora outro. Valente tinha duas meninas apaixonadas por ele, e agora é recusado pelas duas. No entanto, é por Dama que seu coraçãozinho bate mais forte. A história retrata o que acontece em relações que não se encontram, e como os amigos são essenciais nessas horas.
Posfácio:
A gente faz as escolhas que pode. Não temos o controle de todas as coisas - e isso é bom -, mas também não deixamos nossos barquinhos à completa deriva. Fazemos escolhas com as opções que temos, e o que acontece? A vida acontece. E, de um jeito bom ou ruim, ela nos desequilibra com suas muitas surpresas:
Existem pastéis sem carne moída.
Seu melhor amigo te oferece um sanduíche de rosbife, num dia cinzento. E te faz a melhor mágica de todas.
A garota que mudará a sua vida para sempre está logo ali, do outro lado da pizzaria.
Seu namorado te ama.
Seu namorado te odeia.
A carta dela diz "romance, sem chance".
A garota que você ama decide que a sua companhia não vale mais a pena.
Sempre foi ela, mas nunca é você.
Lá se vai o seu ônibus.
Não necessariamente tudo isso, não necessariamente nessa ordem. Mas, de algum jeito, a vida vem e esfarela todas as nossas expectativas, tira a gente dos eixos, distorce as nossas medidas. E esse desiquilíbrio incomoda um bocado. Quando as surpresas não estão ao nosso favor, como compensar o peso nos pratos dessa balança? Com toneladas de chocolate? Toneladas de festas, empadas, strippers e diversão? Até pode parecer que funciona, por uns tempos, mas chega um momento em que a gente vê que o peso das coisas é relativo. Muitas vezes, as atitudes que parecem mais modestas proporcionam os melhores efeitos.
O destino não é vigarista. A gente se desequilibra para poder experimentar novos eixos, novas formas de equilibrar as escolhas de nosso coração com as nossas lógicas e nossos instintos mais ancestrais - aqueles que correm com as quatro patas! Quando a gente se torna valente o bastante para dar corpo aos nossos impulsos e saliência aos nossos passos, a gente vê que a vida é muito mais do que uma balança.
Se quer saber, as garotas da faculdade ainda não viram nada.
Bu Cafaggi.
site: http://tauanaecoisasafins.blogspot.com.br/2014/02/valente-por-opcao.html