O labirinto da solidão e post-scriptum

O labirinto da solidão e post-scriptum Octavio Paz




Resenhas - O labirinto da solidão e post-scriptum


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Biblioteca Álvaro Guerra 10/11/2023

Publicado pela primeira vez em 1950, com a intenção de decifrar os mitos mexicanos; após os violentos acontecimentos de 1968 no México, Octávio Paz acrescentou-lhe um pós-escrito. Trata-se, talvez, da mais importante tentativa de situar o homem latino-americano no contexto histórico mundial, levando-se em consideração seu universo mental e a realidade local. Há nos mexicanos, homens e mulheres, um universo de imagens, desejos e impulsos sepultados; há um mexicano enterrado, porém vivo.

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TalesVR 09/10/2021

Alma mexicana e latina
Octavio Paz é um dos grandes autores do século XX e nome importante para se entender a cultura mexicana a partir desse ensaio ''O labirinto da solidão''. Paz percorre toda a história do México visando investigar o que faz o mexicano ser mexicano, sendo parte interessante notar que em muitos aspectos é possível criar conexões com o Brasil e com os demais países da América Latina. Penso que esse ensaio pode ser utilizado subsidiariamente para entender mais do que somente o México, embora claramente esse seja o seu objeto principal de estudo.

Livro recomendado para todos os estudiosos e entusiastas da cultura latino-americana.

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Borges 12/04/2021

Fã de Octavio Paz
Sou apaixonada apaixonada pela linguagem dele. Pelo jeito que ele faz minha leitura ser mais devagar pra entender. Pelo jeito que ele conduz o leitor para adorá-lo.
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Karamaru 15/11/2019

UM MÉXICO TÃO PARECIDO CONOSCO
A uma tarefa árdua se submeteu Octavio Paz em seu “Labirinto da solidão e Post Scriptum”: definir o Mexicano, dar-lhe uma unidade apreensível pelos sentidos sensíveis. Sagazmente, o autor deixa claro, já de início, que o objeto de suas reflexões não é toda a população do país, mas o são um grupo concreto, formado pelos que têm consciência de seu ser, como mexicanos.

Não há como negar, e para tal nem seria necessário ler a obra, que há sim um traço unitário que amalgama um Povo. O próprio Octavio, quando de sua residência nos EUA, jamais confundiu um mexicano com um autêntico estadunidense: “O que me parece distingui-los é seu ar furtivo e inquieto, (...) de seres que temem o olhar alheio (...) (p. 5)”. Experiência semelhante muitos de nós já pôde ter vivenciado.

Parece, às vezes, que o autor pinta um retrato assaz implacável sobre o seu próprio povo, nota-se, por exemplo, a descrição que faz dos “pachucos” (bando de jovens, em sua maioria mexicanos, que habitam o Sul dos EUA e são conhecidos por características bem peculiares, como roupa e dialeto): “...‘pachuco’ é um ‘clown’ impassível e sinistro, que não tenta fazer rir, mas sim procura aterrorizar (p.6)”.

Mais que relatar, Octavio Paz tenta investigar as raízes desse comportamento de resignação dos mexicanos frente a outros povos e à própria vida. E, para isso, além dos fatos históricos, o ensaísta recorre a uma explicação metafísica e fenomenológica da cultura mexicana. Fiquei bastante assustado, por exemplo, quando o autor apresenta que o massacre dos astecas pelos hispanos foi visto por aqueles como o cumprimento de um vaticínio divino.

Na segunda parte da obra, mais maçante, pelo menos para mim, o autor discorre, entre outras coisas, sobre a inteligência mexicana, a Revolução Mexicana e suas raízes e aborda um painel mais “político” do mexicano, e como a identidade mexicana foi se construindo por meio desses processos. “Labirinto da solidão...” não é uma leitura palatável, e, apesar de algumas coisas parecerem “datadas”, é quase inevitável não perceber que o mesmo espírito subserviente às vezes é tão presente nos povos latinos.
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Debora 13/11/2019

Livro de artigos sobre a formação do México
O livro poderia ser interessante, mas a mim me pareceu datado e, mais do que explicar, o autor parece buscar formas de justificar o que ele acha do México.
No meu ponto de vista, ficou no meio do caminho entre artigo de opinião e acadêmico, não me convencendo.
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Fernanda Pompermayer 30/05/2015

No dia 31 deste mês Octavio Paz completaria cem anos. O escritor mexicano, falecido em 1998, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1990 e O labirinto da solidão é considerado a sua obra-prima, dentre as dezenas de livros que escreveu, de vários gêneros. Não faltam motivos para que seja considerado um dos maiores escritores do século 20 e um dos grandes poetas hispânicos da história.
O labirinto da solidão não é um livro recente. Foi publicado pela primeira vez em 1950; em 1969 o autor acrescentou um extenso pós-escrito. Mas é uma daquelas obras que, pela profundidade e acuidade da análise, tornam-se atemporais: sempre terão muito a dizer aos homens de todos os tempos.
Nesse livro Octavio Paz mergulha na alma do povo mexicano, do “ser” mexicano, analisando todas as suas singularidades. Tudo isso se dá no espaço e no tempo, mas desde épocas muito remotas, tão antigas quanto as civilizações pré-colombianas que habitaram o que hoje é o México e cujo legado constitui imensa riqueza. A conquista espanhola, a presença da Igreja (com a Reforma e a Contrarreforma), a independência, as revoluções políticas, a contestação de 1968 – que no México sofreu repressão sangrenta –, deixaram suas marcas, efeitos esses que Paz esmiúça e revela em atitudes e comportamentos do povo que subsistem. Segundo os editores, “trata-se, talvez, da mais importante tentativa de situar o homem latino-americano no contexto histórico mundial, levando-se em consideração seu universo mental e a realidade local. Há nos mexicanos, homens e mulheres, um universo de imagens, desejos e impulsos sepultados; há um mexicano enterrado, porém vivo”.
Apesar da especificidade do tema, O labirinto da solidão é universal ao caracterizar o ser humano. “O homem não é apenas fruto da história e das forças que a movimentam (...); nem a história é o resultado apenas da vontade humana. O homem, parece-me, não está na história: é história” (p. 27).
Paz é profético ao interpretar a relação América Latina – Europa, assumindo também o pensamento do historiador mexicano Edmundo O’Gorman: “O problema que preocupa O’Gorman é saber que tipo de ser histórico é o que chamamos América. Não é uma região geográfica, também não é um passado e, talvez, nem sequer um presente. É uma ideia, uma invenção do espírito europeu. A América é uma utopia, isto é, é o momento em que o espírito europeu se universaliza, desprende-se de suas particularidades históricas e concebe-se a si mesmo como uma ideia universal que, quase milagrosamente, encarna e se fixa numa terra e num tempo preciso: o futuro” (p. 151).
Na esteira dessa atemporalidade, Paz aborda temas que nos questionam e para os quais a filosofia, a sociologia, a psicologia, as ciências da religião buscam respostas. Já na epígrafe, ao citar o poeta espanhol Antonio Machado, ele provoca: “O outro não existe: esta é a fé racional, a crença incurável da razão humana. Identidade = realidade, como se, afinal de contas, tudo tivesse de ser, absoluta e necessariamente, um e o mesmo. Mas o outro não se deixa eliminar; subsiste, persiste; é o osso duro de roer onde a razão perde os dentes. Abel Martín [heterônimo de Machado], com fé poética, não menos humana que a fé racional, acreditava no outro, na ‘essencial heterogeneidade do ser’, como se disséssemos na incurável outridade que o um padece”.
Como afirma Octavio Paz, com muita sabedoria, “o nosso labirinto é o de todos os homens”.


site: Resenha publicada por mim na revista Cidade Nova, março 2014 (www.cidadenova.org.br)
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