O Mandarim

O Mandarim Eça de Queiroz




Resenhas - O Mandarim


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Clio0 21/05/2022

A premissa de O Mandarim já é conhecida do grande público por ser um dilema moral amplamente discutido não apenas em cursos de Filosofia e afins, mas também em outros livros, em filmes e até mesmo em músicas: "Você mataria alguém por dinheiro?" O personagem principal sim.

Teodoro é o tipo preferido de Eça de Queirós - um homem com educação universitária que já foi ou é um empregado público, ou seja, alguém que deveria ser acima de qualquer suspeita, mas que na verdade é moralmente fluído.

Diferente de outra obra clássica, Crime e Castigo de Dostoiévski, o enfoque da obra não é no intimismo que desnuda a alma e expõe o remorso. Teodoro não se arrepende de seu ato indecente o que ele sente é medo da represália.

Apesar de toda a carga dramática do enredo, o texto é leve, quase humorístico. O autor critica a sociedade claramente, mas seu olhar é suave, gentil, quase bonachão. O deboche sempre foi marca registrada em seu estilo e aqui ele aparece em cada parágrafo.

Recomendo.
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Dan 15/12/2019

*O MANDARIM: UMA ALEGORIA*
Teodoro resolve tirar a vida de um mandarim para roubar suas riquezas por meio de um acordo sinistro com o Diabo. O pacto seria simples: Teodoro bastaria tocar um sino e, como num passe de mágica, o pobre mandarim morreria lá no outro lado do mundo e sua riqueza passaria para o bolso de nosso "herói".
A novela de Eça de Queirós é uma inteligente alegoria a respeito da futilidade do luxo e do acúmulo inútil de bens materiais. No entanto, o livro não se restringe a isso. Eça também trata do conflito entre consciência e culpa, do embate entre virtude e pecado: a riqueza "conquistada" por Teodoro começa pesar-lhe nos ombros após as aparições do fantasma do mandarim (na verdade, o fantasma, assim como o retrato de Dorian no romance de Oscar Wilde, é uma personificação da consciência), então o nosso protagonista resolve expiar sua culpa tentando reparar o mal que fez.
Além disso, a obra faz também uma crítica fina ao positivismo, ao clero e à burguesia lisboeta do século XIX. Denuncia a diferença abissal entre as classes mais pobres e abastadas, a corrupção pelo poder e a degradação universal do gênero humano pelos bens materiais etc. Tudo isso contido numa pequena novela. Uma síntese que somente um gênio das letras poderia fazer.
Destaco aqui a maestria de Eça no quesito "estilo". Preciso nos detalhes, criativo em suas metáforas, hábil pintor de paisagens, sinestésico em suas descrições; um mestre na arte de escrever . O primeiro capítulo do livro é uma das coisas mais bem escritas em língua portuguesa. Ah! Como é divertida sua ironia! Ri muitas vezes ao longo desta novela! Podemos ler escritores realistas mais profundos, mais refinados esteticamente ou até mais amplos em suas visões de mundo, porém, certamente, nenhum é mais espirituoso do que esse português.
Dan 15/12/2019minha estante
O Skoob precisa melhorar muito! Edito a resenha e salvo as alterações em vão! Não aparecem as mudanças feitas na minha linha do tempo!




Tiago.Costa 06/12/2021

A ganância humana ultrapassa qualquer barreira da honra, ética e moral humana. O q vem facil em nossa vida nem sempre te trás a alegria e muito bem a felicidade. Esta obra me lembrou muito Fausto.
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Maiara 04/06/2021

Eça de Queirós pega bem pesado nessa obra
Não é um livro que se recomende para crianças (ou avarentos) lerem.
Nessa história, Eça de Queirós aposta muita nudez de alma e de carne, revelando e criticando os piores defeitos e hipocrisias perpetuados pela raça humana.
É interessante notar que, já em 1880, o comportamento social de venerar a riqueza, não importando de onde venha, é comum e bem nítido.
Além do alerta para pactos demoníacos e assassinato, Eça revela uma obra pessimista e lotada da miséria humana, que se espreme contra o luxo em espaços sufocantes.
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Maura Ataíde 27/11/2011

Este livro deve ser analisado sob dois enfoques: um neo-romântico e outro realista/naturalista. Ninguém pode passar pelo prefácio sem ler. O autor explica para o editor da revista francesa que o publicou que este livro "se afasta do realismo por ter entre seus personagens elemntos ainda presos à escola anterior". Estes personagens na verdade são fantasmas e o prórpio demo, para quem supostamente Teodoro (protagonista) vende sua alma para herdar a fortuna do mandarim assassinado. O final é nitidamente romântico, pode-se até fazer uma alusão à Bíblia "De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?"
RECOMENDO!!!
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milton_rocha 19/03/2021

Até onde estamos dispostos a ir para atingir nossos objetivos materiais?
Claro que o livro trata sobre uma consequência última das decisões que alguns de nós tomamos para atingir nossos objetivos materiais na vida, mas, de fato, até onde estamos dispostos a ir? Ao mesmo tempo que podemos não ter a coragem de atacarmos de maneira última e final "O Mandarim", estamos 100% dispostos a fazer isso com a nossa própria existência.

O vazio, de certo, preencheu a vida de Teodoro. Mas será que o vazio o preencheu justamente porque o fardo de tomar uma medida tão grave com a vida de outro alguém supera a decisão de acabar com a própria vida passando os dias pensando em como seria a existência com mais posses?

Um livro muito interessante para pensar em um espectro mais pessoal sobre até onde você está disposto a ir e se viverá em paz com esta decisão, mesmo que ela lhe custe toda a vivência, passando pela existência humana sem sentido além do que a breve artificialidade do que damos mais peso no caminho da vida.
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_Du_ 11/05/2021

Questões morais, horror e natureza humana
Não tem apenas uma questão moral... A aventura passa pela natureza humana, possui um humor negro, e alguns relances de horror. É uma reflexão...
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PedroTOS Ribeiro 10/03/2024

Cuidado com o que você deseja
Fico impressionado como vez ou outra os livros que pego abordam temas parecidos, e nesse o bem e o mal, o céu é o inferno estão tangentes no momento que um servidor público decide apertar o botão de um sino

Quer ler mais sobre as minhas leituras? Vê no insta @pedrotosribeiro
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Sudan 11/07/2009

O Mandarim
O Mandarim

Eça de Queirós

Bom Livro

Com um simples tilintar de campainha, Theodoro decreta a morte de um velho mandarim na China, herdando sua fortuna.Mas o fantasma do chinês o atormenta dia e noite... Por meio desse enredo exótico e de personagens muito estranhas, Eça faz uma ...

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Raquel Lima 02/07/2010

Um pouco de fantasia...
Um conto de Eça diferente dos críticos temas dos outros romances, apesar da crítica a sociedade, que somente o considera e respeita pelos recursos que tem, além dele próprio ter sucumbido ao poder do dinheiro "matando" o mandarim. Com tantas obras grandiosas, Eça pode simplesmente fantasiar um pouco, escrever por diversão. No entanto, encerrando sua narrativa o Eça critico nos deixa o seguinte comentário:


"E a vós, homens, lego-vos apenas, sem comentários, estas palavras: “Só sabe bem o pão que dia a dia ganham as nossas mãos: nunca mates o Mandarim!”
E todavia, ao expirar, consola-me prodigiosamente esta idéia: que do Norte ao Sul e do Oeste a Leste, desde a Grande Muralha da Tartária até as ondas do Mar Amarelo, em todo o vasto Império da China, nenhum Mandarim ficaria vivo, se tu, tão facilmente como eu, o pudesses suprimir e herdar-lhe os milhões, ó leitor, criatura improvisada por Deus, obra má de má argila, meu semelhante e meu irmão!"
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Teteu 27/10/2022

"Céu e inferno são concepções para uso da plebe."
Uma vez tida a chance de fulminar um rico mandarim em troca de sua fortuna, Teodoro tomara a decisão de matá -lo. Questão é, quais são as consequências desta escolha?

Esse livro é excelente, tem uma trama bem instigante e bem construída, além das belas descrições das paisagens chinesas.
Ao final fica uma discussão muito interessante sobre a ética e a moral da escolha de Teodoro, e se nós aceitaríamos também seu martírio em troca dos milhões de renda.

Recomendo para todos!
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aluiarte 31/12/2020

Primeira leitura que faço do Eça, um livro fácil de ser lido e curto
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Suelen 31/05/2020

Não seria um livro que leria por vontade própria
Como disse no título da resenha, esse livro eu não teria lido por vontade própria. Li por causa do Clube do Livro que participo.
O livro nos faz refletir até que ponto estamos dispostos a chegar pelo dinheiro? Dinheiro realmente trás felicidade?
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Gustav.Barbosa 31/10/2021

Com a proposta de herdar a fortuna do Mandarim ao matá-lo apenas no tocar de uma campainha, Teodoro vê sua chance de conquistar suas aspirações burguesas de maneira fácil. Ao realizá-lo, contudo, se vê frustrado com uma vida que preferiria não ter tido.

O Mandarim me lembrou a jornada de Raskólhnikov em Crime e Castigo em sua tentativa de se desvencilhar das repercussões causadas pelo seu próprio crime cometido, mas está longe de ser tão comovente quanto.
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