A Garota que Tinha Medo

A Garota que Tinha Medo Breno Melo




Resenhas - A garota que tinha medo


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Autora Nadja Moreno 04/02/2014

Esclarecedor... Profundo...
Este livro foi gentilmente enviado pela Editora Schoba para resenha, e posso dizer que fiquei muito contente com este 'presente'. Sim, A Garota que tinha Medo é um presente. Esclarecedor e profundo. Me senti ligada a Marina ao longo das páginas. Breno foi mestre ao traduzir a forma como os acontecimentos se desenrolam na vida de uma panicosa.

A Garota que tinha Medo conta a vida de Marina, uma jovem que desenvolve a Síndrome do Pânico e a Agorafobia, este decorrente do outro. O livro é narrado em primeira pessoa e é redigido em um estilo conversante muito gostoso de se ler. É como se Marina estivesse sentada do meu lado num Café, me contando as coisas que aconteceram com ela.

Em alguns momentos Marina divaga bastante, seja falando de religião, em especial a Católica, seja falando da guerra do Paraguai ou ainda comentando sobre obras e arte. Divaga falando de fé numa hora e de amor noutra. Nestes pontos achei a leitura um pouco arrastada, embora tenha ciência de que estas divagações estavam dentro do contexto.

Breno retrata os sintomas, os questionamentos, as angústias, a vergonha e até as pequenas alegrias que o portador de Síndrome do Pânico vive. O faz de uma forma genial que não deixa dúvidas - então é assim! O livro me fez lembrar de "O Mundo de Sofia" que nos faz entender de Filosofia de uma forma lúdica, ou de "A Viagem de Théo" que é uma aula de Teologia de um jeito romanceado. A Garota que tinha medo nos ensina sobre esta Síndrome assustadora, na forma de um bate-papo leve, descontraído, gostoso.

"Fiquei horrorizada com a minha distração. Nunca o havia visto por ali. Sabia que compartilhávamos o mesmo bairro, mas jamais havia imaginado que pudesse ser o mesmo condomínio.
Eu não era burra, ouviu? Só era distraída."

Fiquei maravilhada com a facilidade em que Breno "se transmuta em Marina" ao redigir esta obra. Quando terminei, li a NOTA no final do livro. Cita que é uma ficção. Que tudo que eu havia acabado de ler era ficção. Veja bem, eu sabia, afinal a protagonista era Marina, uma jovem, e o autor é Breno Melo. Simples de se perceber que não são a mesma pessoa, correto? Não. Errado. Ao terminar de ler e novamente me lembrar que era uma obra de ficção fiquei pasma. "Mas... era tudo tão real!" Impressionante como ao longo da leitura eu tinha certeza de estar lendo uma biografia. O relato da própria Marina. Quando dei por mim de que era uma obra de ficção Breno me ganhou como fã.

A diagramação é bem feita, páginas amareladas, fonte no tamanho ideal e capítulos pequenos. A editora Schoba é cuidadosa!

P.S. Depois de ler esta obra vejo com olhos ainda mais respeitosos os panicosos que estão por aí, por todos os lados. Olhei também com um carinho ainda mais genuíno o livro "O Pequeno Príncipe" (só entenderá a linda referência quando ler A Garota que tinha Medo). Recomendadíssimo.

site: http://escrev-arte.blogspot.com.br/2013/12/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Gabii 04/02/2014

Um livro desconhecido, de uma editora que eu quase nunca tinha ouvido falar – até o dia em que alguém, a quem devo agradecer, entrou em contato comigo misteriosamente pelo meu facebook –, A Garota que Tinha Medo, foi uma leitura muito agradável, e que superou minhas expectativas.
Eu tenho que admitir que quando comecei a leitura e a personagem principal passou a discorrer sobre varias coisas relacionadas à igreja católica e ao protestantismo, fiquei com medo de acabar abandonando a leitura, mas após a pagina 50 acabei me acalmando: o texto tem mais caráter informativo, e ler informações e manuais é uma coisa da qual eu estou meio acostumada. Deixe-me explicar: eu me sinto meio desconfortável lendo coisas de caráter muito religioso (principalmente cristãs), uma coisa é a obra ter algo cristão nas entre linhas (se não eu odiaria As Crônicas de Nárnia, e isso não ocorre), outra é ela tratar diretamente disso (por motivos pessoais e familiares eu sou meio relutante em “mexer” com isso, mas isso é puramente pessoal – e traumático).
No inicio do livro Marina é uma vestibulanda que enfrenta situações parecidas com as de qualquer outro vestibulando – pressão da família, amigos, etc – e que no momento de transição para a faculdade descobre que tem algo errado com ela, acho que a parte angustiante é que em boa parte do livro é um mistério para ela qual é seu mal, mas depois de passar por ataques em que Marina acha que vai enfartar, e que são minuciosamente descritos por ela – esqueci-me de dizer que o livro é em primeira pessoa, e só pra lembrar, ela é fictícia, e a estória também – e de se interessar mais por o que esta acontecendo com ela – se metade das coisas que ela descreveu acontecessem comigo eu não ia sair do PS – ela descobre que sofre de síndrome do pânico. A partir da descoberta da síndrome do pânico, Marina escreve sobre como foi o período de seu tratamento, suas duvidas em relação a Deus e a sua fé, e como ela superou tudo isso.
Marina é muito simpática – e maluquinha, no sentido não pejorativo da palavra – e os demais personagens também o são, é legal ver um “livro escrito para pessoas, por uma pessoa, e que contém pessoas” – os personagens parecem pessoas, sabe? Não é nada incrível, e fora da realidade – e a leitura é simples e até divertida em alguns pontos, e na realidade, é bem interessante, a síndrome do pânico pela ótica de uma “panicosa” é diferente, acho que essa é uma leitura que te faz repensar o modo como você olha para pessoas com esse distúrbio, e com outros semelhantes.

site: http://embuscadelivrosperdidos.blogspot.com.br/2013/12/a-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Nathy 23/02/2014

A Garota que tinha Medo – Breno Melo – #Resenha | O Blog da Mari
Quando peguei esse livro fiquei com receio porque já tinha lido outros livros abordando a síndrome do pânico, mas de uma forma tão técnica que a leitura se arrastava demais. Com esse a experiência foi muito diferente e bem melhor, na mesma tarde em que comecei consegui finalizar. Os termos abordados pelo autor são facilmente entendidos e explicados para aqueles que nunca ouviram falar do assunto e como pode interferir na vida das pessoas. Quem já sofreu desse mal ou ainda sofre conseguirá se identificar facilmente com tudo que Marina vivencia e a forma como consegue lutar contra.

Com a narrativa em primeira pessoa o leitor entra no mundo de Marina, uma menina que quando começou a ter os sintomas tinha apenas dezoito anos, um período de grandes mudanças e pressões. Tudo porque sua mãe ainda que não perceba não deixa de fazer uma pressão para a menina passar em seis universidades, ou seja, tudo que ela quer que faça é estudar e ter um ótimo futuro. Além de a leitura fluir pelos temas, gostei da forma que o autor encontrou para mostrar como esse mal pode prejudicar a pessoa que sofre disso e como outras não conseguem compreender o que passa com a pessoa. Ainda que os relatos sejam fictícios, todos os sentimentos de Marina pareceram bem reais, justamente por ja ter vivenciado isso de muito perto.

Me chame de Marina. Tenho vinte e cinco anos e sofro de síndrome do pânico desde os dezoito. Tenho ataques de pânico que podem acontecer a qualquer momento. Inclusive agora, enquanto escrevo.

A Marina é uma personagem que a cada página vai se tornando mais real até se tornar uma parte da pessoa que está lendo. Teve diversos momentos nas quais me identifiquei com a menina ao ponto que parava a leitura e mostrava para a Mari, parecia que muita das coisas relata tinham sido retiradas da minha própria história, isso foi algo que me fez gostar demais poder ter tanta proximidade com a personagem. Ao ingressar na faculdade a menina toma atitudes que não são legais e de forma alguma agiria do mesmo jeito, mas foi compreensível, pois ela parecia bastante perdida ainda mais sobre o que estava acontecendo em seu corpo e porque disso tudo.

site: http://www.oblogdamari.com/2014/01/a-garota-que-tinha-medo-breno-melo-resenha.html
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Nessa 11/04/2014

A garota que tinha medo
Esse livro trata de um assunto muito importante, a Síndrome do pânico. Aqui conhecemos a Marina, uma jovem que está estudando dia e noite para o vestibular, para o curso de jornalismo. Ela sofre uma certa pressão por parte de sua mãe, que a faz se inscrever em umas seis universidades, em uma ela terá que passar.

Graças ao seu estudo ela consegue passar em mais de duas, onde ela poderá escolher em qual irá cursar. É diante dessa realidade, pressão da sua mãe, início na universidade, novos amigos e um amor que surge, que a síndrome do pânico aparece na vida de Marina.

Gente, para quem não conhece esta doença este livro é uma bela dica, porque aqui acompanhamos todas as características da doença, como ela começa, sensações, como a pessoa reage no momento dos ataques, como as pessoas ao redor reagem.

Algo que achei muito interessante é que acompanhamos as idas de Marina ao psicólogo e ao psiquiatra, onde encontramos possibilidades de como controlar os ataques. Gostei muito da Marina e a força que teve para enfrentar tudo, superar e seguir sua vida.

Gente, lá vai um testemunho meu... Eu tenho a síndrome do pânico, infelizmente. Ela desencadeou ano passado, logo depois que eu perdi meu irmão. Confesso que não foi fácil eu admitir e tomar coragem de ir ao psicólogo e psiquiatra, sim, por que tenho que tomar remédios para não ter os ataques.

Pelo que minha psiquiatra me explicou, isso aconteceu comigo pela junção de coisas que sofri ano passado, é como se fosse um fuga do meu cérebro, algo assim. E a síndrome surgiu por causa da ansiedade que tenho, medos intensos de que coisas ruins aconteçam, taques cardíacos, medo da morte. Medo do Medo.

Essa doença é terrível e me identifiquei muito com a Marina, em vários aspectos. Principalmente quando vemos na história a forma que as pessoas reagem quando surgem os ataques. Não escolhemos o momento, simplesmente acontece, mas as pessoas não entendem.

Bem, se você que está lendo tem ou acha que tem a síndrome do pânico, não deixe a coisa se agravar, não tenha vergonha de ir ao psicólogo, vai logo, quanto antes melhor. Se você não sabe os sintomas lá vai algumas características:

1. Coração acelerado, ataque cardíaca;
2. Falta de ar;
3. Tontura;
4. Dor no peito;
5. Medo de morrer;
6. Náuseas;
7. Tremores, suor...

Falando por mim, é terrível. Não é fácil controlar. Eu tenho essas sensações a qualquer momento, posso estar no trabalho, na rua, lendo, na livraria, com minha família, antes de dormir, não interessa, quando vejo, já estou tendo o ataque.

A leitura deste livro me ajudou muito, como falei antes, o autor dá algumas dicas de como controlar os ataques e até mesmo de como enfrentar, e eu estou colocando em prática. Tudo indica que às vezes a síndrome surge na mudança de realidade, coisas novas.

Gostei muito do desfecho da história, a leitura é fluida, gostei de como o autor explicou a síndrome e principalmente me mostrou de como é possível vencer, conviver com isso e ter uma vida "normal".
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Amanda Carneiro 08/06/2014

Uma verdadeira aula!
“Quem supera seus medos é mais corajoso que aquele que nunca os teve ou jamais os enfrentou.”

Marina é uma típica adolescente certinha: é muito religiosa (muitas vezes faz comparações de si mesma com passagens bíblicas) e vive para os estudos (seu maior obejtivo é passar na Universidade Católica, em Jornalismo), até que começa a ter seus primeiros surtos. Presa a uma família que pouco a entende e com um namorado que tem vergonha de estar ao seu lado, Marina se isola cada vez mais do mundo, procurando consolo nas suas novas amigas da faculdade, e em Péqui, uma carinhosa amiga de infância. Passa-se algum tempo até que Marina recebe o diagnóstico de síndrome do pânico e agorafobia (medo de estar no meio de uma multidão) e conforme o livro se desenrola, mergulhamos de cabeça nos sentimentos da garota.

“O fato é que não nos contentamos em quebrar a cara uma única vez, e procuramos novas oportunidades de cometer os mesmos erros. Somos repetitivos em nossas ações, ainda que cada ação pareça nova devido às variantes. Em essência, nossos atos se resumem a meia-dúzia.”

Explorando um mundo totalmente novo para mim, Breno Melo explica, em detalhes, como um panicoso se sente e a narração em primeira pessoa nos proporciona uma intimidade maior com a personagem. Por muitas das vezes encontrei semelhanças entre nós: além dela ter um blog literário, é uma menina muito ansiosa e romântica. Apesar do enfoque na síndrome do pânico, Breno Melo nos presenteia com uma verdadeira aula de História! Aprendemos muito sobre a guerra do Paraguai (país onde a Marina mora) e sobre questões religiosas que nos levam a muitos questionamentos. Li “A garota que tinha medo” em dois dias, tamanha a curiosidade em saber o que aconteceria a seguir e foi, de fato, um livro que me ensinou muito! Recomendo a todo mundo que está disposto a algo diferente e que, além de se divertir, também quer aprender com um livro!

“Quem ama e quer algo, certamente ama em vão quando não alcança o que almeja. Mas quem ama e não quer nada, nunca ama inutilmente. Há tantos tipos de amor que seria ingenuidade pensar que aquele que sentimos é o único.”

Ano passado realizei um trabalho muito parecido com um TCC na escola. O tema do meu grupo foi “A reintegração social de esquizofrênicos” e foi incrível como, aprendendo mais sobre a doença, quebramos muitos de nossos preconceitos! Mesmo com as diferenças entre esquizofrenia e síndrome do pânico, ambas são doenças mentais que carregam muito estigma (ainda existem pessoas que acreditam que é tudo frescura).

site: www.primeiro-livro.com
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Zilda Peixoto 10/06/2014

A garota que tinha medo
Sou dessas que vive zapeando pela internet à procura de boas indicações e, entre tantas críticas e comentários eis que me deparo com a descoberta de novos talentos em meio a tantas indicações de Best sellers. Numa de tantas visitas a blogs literários me deparei com a resenha da minha amiga Vanessa do blog Diário de incentivo à leitura, na qual ela opinava a respeito da obra de Breno Melo.

Nunca havia sequer ouvido falar sobre o autor até que após fazer uma breve pesquisa sobre sua carreira pude perceber que Breno não era um autor iniciante. Breno escreveu “Marta” publicado em 2010, mas somente após ler a resenha no blog da Vanessa que tomei conhecimento do seu trabalho. Pode parecer estranho, ou talvez, inadequado, mas o fato é que não acredito em coincidências.
O livro do Breno chegou em minhas mãos através de um convite feito pelo próprio autor assim que ele tomou conhecimento do comentário que eu havia deixado no blog. Nele, eu expressava a minha vontade e curiosidade em conhecer o seu trabalho. Foi por meio daquela resenha que eu tive a certeza: EU PRECISO LER ESSE LIVRO! E foi assim que tudo aconteceu.

Talvez vocês devam estar se perguntando o que esse livro tem de tão especial. Qual o motivo de tanta retórica para a apresentação de um livro? Bem, confesso que esta foi uma das leituras mais difíceis de toda a minha vida. Não porque o livro tenha uma linguagem rebuscada ou que o autor não tenha conseguido passar claramente a sua mensagem, não, pelo contrário. Breno Melo não poderia ter sido mais objetivo. Na verdade Breno conseguiu atingir em cheio o ponto mais crítico de todos: a minha alma. Posso dizer, como quem sente na pele e sabe o que como é difícil conviver com essa doença.

Quem tem o costume de me acompanhar pelas redes sociais ou até mesmo através das minhas postagens no blog sabe o quanto sou passional em minhas resenhas. Sabe o quanto me entrego às leituras e não meço esforços quanto ao desejo de esmiuçar minhas emoções. Por mais que lhes pareça estranho esse discurso, gostaria de pedir lhes a vossa atenção.

A garota que tinha medo é um livro que aborda um tema sério e muito delicado. Nele Breno Melo nos apresenta o cotidiano de Marina, uma jovem que sofre com a “Síndrome do Pânico”.
Mariana aparentemente levar uma vida comum, mas convivia com a síndrome desde os dezoito anos de idade. Marina era uma pessoa muito perfeccionista e, isso se tornava ainda mais difícil graças às cobranças incessantes de sua mãe que não lhe dava sossego, perseguindo e pressionando sempre que possível. A mãe de Marina era tão controladora que acabou obrigando a filha se inscrever em várias instituições de ensino, mas felizmente Marina conseguiu entrar para aquela que desejava - a Universidade Católica de Assunção para cursar Jornalismo.

Marina era uma garota sensível e tinha como hobby fotografar. Marina tinha um olhar sensível sobre as coisas e, era justamente durante o momento em que fotografava que ela percebia o quanto seu olhar era diferente dos demais. Na maioria das vezes torna-se ainda mais difícil para aqueles que possuem tal sensibilidade tornarem-se alheio as diferenças. O fato era que Marina não conseguia enxergar o lado “positivo” das coisas, ou seja, tudo lhe parecia não fazer sentido. Para pessoas que sofrem com a síndrome isso é muito comum e, saberemos mais adiante como compreender essa doença que por muitos é intitulada como “coisa de gente fresca”.

Marina convivia com o estresse de ser aprovada em uma das universidades na qual se inscrevera tentando incansavelmente corresponder às expectativas da mãe. A síndrome surgiu num desses momentos quando Marina mais parecia uma chaleira prestes a apitar. Seu pai ainda conseguia contornar a situação dizendo sempre a Marina para não ligar para as cobranças da mãe. Mas relaxar era a única coisa que Marina não conseguia fazer. Peça a uma pessoa panicosa para conter sua ansiedade e verá que achar uma agulha no palheiro é a coisa mais fácil do mundo.

Após ser aprovada para a faculdade de Jornalismo na Universidade Católica Marina está pronta para uma nova etapa. Novos amigos, descobertas, conflitos e tudo isso vem à tona num dos momentos mais difíceis de sua vida. Lidar com a síndrome do pânico era algo impensável até mesmo para Marina que não compreendia suas crises e acessos de “loucura”. Esse termo que muitos de nós utilizamos para descrever quem sofre desta doença vai sendo desconstruído ao longo da narrativa.

Por meio de uma história fictícia Breno Melo conseguiu nos transportar para um terreno frágil, ainda pouco explorado. Discutir sobre o assunto com tanta delicadeza e, principalmente, com muito respeito faz dele uma pessoa ainda mais admirável. Seu talento com a escrita é indiscutível e o leitor poderá comprovar isso a partir do primeiro parágrafo do livro. Hoje, a Síndrome do Pânico afeta milhões de pessoas em todo mundo e, por esse motivo vale ressaltar a importância de discutir sobre o assunto.

É impossível não se envolver e comover com a narrativa de Breno. Marina nos descreve coisas comuns do seu cotidiano, ora situações corriqueiras, ora situações extremamente delicadas. É importante salientar a preocupação do autor em descrever cada uma dessas situações com devido embasamento no assunto. Até mesmo para os leigos, a sua abordagem torna-se esclarecedora.

O autor esclarece alguns estágios importantes da doença inserindo-os dentro da narrativa sem que tais informações tornem-se enfadonhas. Não obstante ele as descreve minuciosamente cada situação permitindo compreender a perspectiva de Marina sobre a doença. É evidente que entre as constantes crises que Marina enfrenta o autor mergulhou no assunto para apresentá-lo de maneira tão minuciosa.

Mas apesar de tudo Marina é uma pessoa que leva a sua condição com leveza e humor sempre que possível tirando sarro da sua própria “desgraça” como ela mesma a descreve. Com muito sarcasmo Marina compartilha a visão distorcida e tendenciosa dos romances. Lembrando que tal observação se deve ao fato de que Marina não tem muito sucesso com seus relacionamentos.

Além de questionamentos relevantes à síndrome o autor insere fatos históricos importantes a respeito do país em que vive a personagem. A princípio pode parecer estranho inserir tantos assuntos paralelos dentro da história, mas ao longo da narrativa conseguimos acompanhar o raciocínio lógico da personagem, tendo em vista que cada fato histórico ou religioso esteja intrinsecamente interligado na narrativa.

É quase que impossível imaginar que numa história onde a personagem sofre com a síndrome do pânico, o autor possa recorrer sobre tantos assuntos. Temos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a verdadeira história da “Guerra Grande” ou “Guerra do Paraguai” assim conhecida por nós, brasileiros.
Outro ponto notável da narrativa foi a discussão levantada sobre fé. O autor aborda o posicionamento do Protestantismo e do Catolicismo ao longo dos anos, assim como relaciona a história do Livro de Jó a vida de Marina. Definitivamente, pode parecer totalmente incompreensível que tantos assuntos diferentes possam coexistir dentro de uma única narrativa sem que nenhum deles se percam, já que o tema proposto é a doença de Marina. Mas não se deixe enganar pela minha descrição um tanto resumida.

Temos a oportunidade de conhecer a fundo o que se passa pela mente de uma pessoa que sofre com a síndrome. Encaramos os fatos como devem ser encarados e, principalmente aprendemos a lidar com o preconceito já que muitos de nós ainda desconhecemos o assunto em questão.

Para dar não deixar dúvidas que o apoio dos familiares e dos amigos é imprescindível, o autor insere personagens importantes que se apresentam ao longo da narrativa. Joana e Maitê são duas amigas da universidade que passam por situações bem constrangedoras ao lado de Marina. Sua relação com Péqui, sua amiga desde a infância também é comovente. Já não posso dizer o mesmo de sua mãe que me irritou completamente. Porém, há de se levar em conta sua ignorância em relação a doença da filha e a maneira como qualquer um de nós reagiria se estivéssemos na mesma situação. E o que dizer de Júlio, o namorado de Marina? Meu desprezo pelo personagem não permite que eu o leve em consideração.

Termos como “Ansiedade antecipatória”, “Agorafobia”, “esquiva fóbica”, assim como outros termos relacionados à síndrome são esclarecidos ao longo da narrativa para que o leitor compreenda melhor a doença. Além de agradável, a leitura torna-se enriquecedora a cada virada de página. É praticamente impossível não se emocionar com Marina. Vibramos do início ao fim da narrativa com cada uma de suas conquistas, assim como nos entristecemos com a ignorância daqueles que desconhecem o assunto e tratam os "panicosos" com desdém ou desprezo.

É importante ressaltar a importância dessa obra para aqueles que sofrem com a doença, e principalmente, para aqueles que a desconhecem. A garota que tinha medo é um livro para ser lido com bastante cautela, preferencialmente num momento em que você possa se dedicar exclusivamente a ele para que sua atenção esteja totalmente voltada ao livro. Confesso que posterguei ao máximo o término dessa leitura, pois não conseguia mais distinguir quem ditava o ritmo da narrativa, se era eu ou a personagem. De qualquer maneira termino a leitura com a sensação de ter superado cada situação vivida por Marina. Só quem sofre com a doença, já sofreu, tem algum amigo ou familiar na mesma situação saberá compreender o quanto é difícil falar, ler e abordar o assunto.

O livro é dividido em sete partes cada um apresentando um estágio da doença. Não pense que o livro é feito um muro de lamentações porque ele não é. Apesar de tudo, Marina é uma jovem bem humorada. Suas reflexões e questionamentos são sempre coerentes e acabam refletindo um pouco de cada um de nós.

A edição do livro está impecável. A capa do livro é belíssima transmitindo perfeitamente a mensagem contida no livro. Gostaria de agradecer imensamente ao autor pela oportunidade e dizer que sua obra foi um divisor de águas na minha vida. Que jamais conseguirei exprimir o quanto sua obra foi providencial. E acima de tudo, dizer que a partir dessa obra ele ganhou mais uma fã. Daqui por diante quero conhecer todos os trabalhos que o autor vier a publicar. Espero sinceramente que todos possam ter a oportunidade de conhecer o seu talento.

Avaliar o livro com cinco estrelas? Não. Para A Garota que Tinha Medo, uma constelação inteira!

site: http://www.cacholaliteraria.com.br/2014/06/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html#more
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Mari 04/04/2015

Já conhecia o autor Breno Melo, mas minha experiência com a outra leitura não foi tão boa quanto eu tinha imaginado. Talvez tenha sido um erro meu, pois depois de ler muitas resenhas de seu outro livro, acabei criando expectativas demais, o que na maioria das vezes é algo ruim pra mim.

Aqui encontramos a história de Marina, uma jovem que está estudando para o vestibular, como na maioria das famílias, com aquela pressão por parte dos pais. Aqui a mãe pega no pé da jovem, obrigando ela a estudar horas e fazendo-a se inscrever em pelo menos seis vestibulares.

Ela sonhava em cursar jornalismo na Universidade Católica, e assim foi. Logo no primeiro dia de aula fez alguns amigos e teve novas experiências. Nessa época, repleta de novidades que é o inicio de uma nova jornada aos jovens, ela acaba conhecendo melhor um rapaz que trocava mensagens pela internet e o romance dos dois acaba ficando um pouco mais sério agora.

Foi em uma dessas normalidades do dia a dia que a primeira crise aconteceu. Marina ficou um tanto confusa, sem conseguir ter uma explicação do que aconteceu. Essas crises, que antes não existiam, começam a fazer parte de sua vida, assustando a todos em sua volta, inclusive seu recém namorado, que não entende e decidi simplesmente largá-la. Muitos de seus amigos se afastam, deixando Marina ainda mais depressiva.

E tudo que ela sempre sonhou acaba se tornando um pesadelo. Aquilo a enche de medo e pavor. Agora ela não vai mais às aulas, não frequenta a missa que sempre ia com sua mãe, simplesmente fica presa dentro de casa, mas nem em seu quarto ela consegue ficar.

"Minha existência sempre havia sido banal e discreta, sem grandes dramas, até que um vendaval, vindo de não sei onde, virou-a de ponta-cabeça. Me tornei a protagonista de uma história que eu não queria interpretar, passei a ser o centro das atenções e a me sentir humilhada. Nunca mais fui a mesma depois do primeiro ataque, temendo as pessoas ou os lugares. Tinha medo de passar por outros ataques, que poderiam acontecer a qualquer momento.”

Em um belo dia, ela decide procurar a cura para o tal diagnóstico da Síndrome do Pânico, decide por fim enfrentá-la. Ouvindo as explicações do médico, já sabe que não será fácil, mas acredita que poderá conseguir e assim é que Marina lutará contra esse mal.

Ela, que possui um blog literário, decide incluir nele essa experiência, mais para ajudar outras pessoas que estão enfrentando a mesma situação ou algo parecido.
A narrativa é feita em primeira pessoa. Por algumas vezes, Marina fala que está escrevendo esse livro para ajudar outras pessoas que estão passando por isso, uma grande sacada do autor, no meu ponto de vista.

Eu não tenho conhecidos que já passaram pela Síndrome do Pânico, mas sempre pensei que doenças psíquicas são algo que deve ter uma atenção redobrada, pois é, de certa forma, bem mais complexa, sem contar a dificuldade por um diagnóstico preciso. Muitas vezes as pessoas falam que se trata de frescuras.

Enfim, essa experiência foi surpreendente. Comecei a leitura sem esperar muito, acabei me surpreendendo. Os detalhes importantes da história foram muitas vezes marcantes. Posso dizer que aprendi muito com esse livro.


Trabalho gráfico simples, letras com bom tamanho para a leitura. A capa nos remete a personagem que está com suas dúvidas e incertezas.
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L. Müller 27/01/2015

“A GAROTA QUE TINHA MEDO”, UMA HISTÓRIA QUE PODERIA SER A SUA
Marina começa sua narrativa da forma mais simples: se apresentando. E então, começa a contar sua história… Mora com os pais e o irmão, e, sempre pressionada pela mãe, estuda até não poder mais. Conhece Júlio pela internet e depois de um tempo, engatam num namoro. Passa na universidade e relata sua vida acadêmica – e às vezes, nem tão acadêmica assim: trote, festas, “cantadas” de veteranos, drogas,…

Ela conta também que mantém um blog literário, gosta de tirar fotos, e diz às vezes enxergar aquilo que ninguém vê.

O caso é que ela nunca se enxergou como uma pessoa normal. “Queria ser como os outros seres humanos, mas o fato é que eu não era. Sempre fui estranha, e um dia isso ficou claro como a água. Primeiro minha personalidade e depois a síndrome do pânico cavaram um abismo entre mim e as pessoas que eu conhecia. Deixei de me identificar com elas e suspeito que elas também tenham deixado de me ver como uma semelhante.”

O transtorno de ansiedade de Marina se manifestou nas piores situações, todas elas narradas com detalhes e muita sensibilidade. Sua história nos convida a adentrar o universo de uma pessoa que sofre com o Transtorno de Pânico, que, apesar de aparentemente distante do nosso, o grau de identificação com a personagem atenta para a realidade. E essa realidade é que, num mundo cheio de informações em que temos que correr contra o tempo, qualquer pessoa pode estar sujeita a desenvolver qualquer tipo de transtorno. E Marina é como eu, como você: uma garota “comum”, que frequenta as aulas na universidade, que acha seu irmão meio “besta”, que encontra refúgio em seu blog e nas redes sociais, que vai à igreja e procura se apoiar em Deus nos momentos de dificuldade. E que, subitamente, sem qualquer motivo explícito, pode ser tomada por uma sensação de medo arrebatadora, chegando ao ponto de ver como ameaça pessoas e lugares conhecidos.
(...)
Conitnue lendo no blog (:

site: https://pseudoaleatoriedade.wordpress.com/2015/01/26/a-garota-que-tinha-medo-uma-historia-que-poderia-ser-a-sua/
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Karina 09/01/2015

A GAROTA QUE TINHA MEDO – Breno Melo.
Parceria formada com o autor Breno Melo.
Sua obra nos mostra todo o talento desse jovem autor que promete estampar seu nome no ramo literário.
Sua obra mescla eventos emocionantes com um bom humor indescritível.
Breno consegue a cada página encantar o leitor de uma forma distinta. Não se consegue parar de ler esse “livrinho”, como muitas vezes é chamado pelo autor, mas passo garantir, que é uma grande obra, um livro completo.
“A Garota Que Tinha Medo”, nos mostra a vida de Marina. Uma garota simples que mora no Paraguai com sua família.
Leva uma vida pacata, sem muitos acontecimentos que podem fazer dela a garota mais popular da região.
Mas amada pelos seus verdadeiros amigos e familiares.
Marina sofria grande pressão de si mesma e também de sua mãe, as vésperas do vestibular, varava noites adentro estudando sem descanso para entrar na faculdade de sua escolha.
Não que tenha negligenciado sua saúde física e mental, longe disso, fazia suas pausas quando necessário. Mas a maior parte do seu tempo era sim, estudando.
Sua única válvula de escape era a internet e a fotografia. Por meio dessas paixões conheceu Júlio, um garoto simpático e encantador que se tornou seu namorado.
O relacionamento não era um conto de fadas, como já mencionada, boa parte da vida de Marina foi passada debruçada em cima dos livros. Mas ela dava um jeito para ser presente na vida do garoto e aproveitar cada momento que passavam juntos.
Finalmente ela entrou para a universidade desejada. Conheceu pessoas novas, teria agora mais tempo para curtir sua vida, seu namoro, seu Júlio.
Foi quando uma crise assustadora de pânico aconteceu em sua vida.
Marina estava trancada em seu quarto, quando sentiu sua garganta se fechar, tremedeira, dificuldades para respirar e se manter de pé e um medo incontrolável que ela não sabia do que se tratar.
Júlio e sua mãe presenciaram essa primeira crise. Marina sentiu-se tão envergonhada e ainda mais confusa por não saber do que se tratar.
Logo as crises passaram a ser mais frequentes, e com uma duração ainda maior.
Ocorreu na igreja, na faculdade, em seu quarto, no transito.
Todos esses lugares tornaram assombrados para a Marina.
Mas o pior foi à crise que aconteceu no dia dos namorados. Estava com Júlio em um motel, comemorando o dia, quando uma crise avassaladora apoderou-se de seu corpo.
Júlio não sabia como contê-la, não sabia como ajudá-la, ficou nervoso com os gritos, e bateu em Marina achando ser o melhor.
A garota teve que correr para não ser abandonada ali, pelo seu namorado.
Sentiu-se um lixo.
Se Júlio não seria capaz de ajudá-la, será que a merecia?
Dias passaram sem que ela conseguisse falar com o rapaz. Ele passou a evitá-la, e olhar Marina como se fosse uma louca.
As crises agora eram cada vez mais constantes, mas sempre que chegavam ao hospital, já havia passado.
Ninguém entendia o que estava acontecendo.
Ela não entendia do que tinha tanto medo.
Após algum tempo, ao consultar um psiquiatra, Maria descobriu que sofria de síndrome do pânico.
Ao conhecer a doença a fundo, descobriu que não era a única do mundo. Que não era louca. E que poderia aproveitar essa nova fase de sua vida, para conhecer outras pessoas. Trocar experiências e se tratar de maneira adequada.
Dessa forma Marina começou a enfrentar os seus medos.
A tomar sua medicação regularmente, e a lutar contra uma doença que a consumia há anos.
Marina conseguirá recuperar o tempo perdido?
Após abandonar quase tudo em sua vida, ela conseguirá recuperar o seu lugar na sociedade?
Júlio ainda fará parte de sua vida?
Uma história emocionante, que nos ensina um pouco sobre uma doença e pessoas, que merecem respeito, atenção e amor.
Obrigada Breno Melo, pela belíssima historia, pelo exemplar nos enviado, pela confiança em nos depositada, e pela obra maravilhosa.
Casa de Livro Recomenda.

Eu era uma chaleira que apitaria cedo ou tarde. Seria bom se alguém abrandasse o fogo.

Titulo: A Garota Que Tinha Medo.
Autor: Breno Melo.
Ano: 2014
Páginas: 277
Editora: Chiado.

Boa Leitura.
Casa de Livro.

Karina Belo.
Eu estava completamente relaxada, além de feliz porque ia sair com meu namorado. Passei a toalha delicadamente por meus seios, que eram pequenos, depois por meus braços, que eram finos. Senti-me ligeiramente tonta e trêmula. Imaginei que fosse um mal-estar passageiro e continuei me enxugando. Passei a toalha por meu ventre, que era muito alvo, depois por minhas pernas, que também eram finas. Até que não pude mais ignorar os sinais de meu corpo.

Meus gritos não se transcreviam; não significavam coisa alguma que valesse uma frase curta. Eram interjeições, ás vezes sequer isso. O que eu berrava poderia ser repetido, sem necessidade de tradução e sem prejuízo de significado, em qualquer idioma do mundo. O desespero é universal.

- Não quero me encontrar com uma louca. Você está louca, Marina. Não me telefone novamente.
Daí por diante, já não sei o que ele disse, se é que disse mais alguma coisa. Fiquei tonta, deixei cair o celular e depois não me lembro de mais nada. Creio que eu tenha morrido por alguns segundos.

Antes de fechar os olhos, concluí que eu havia encontrado o homem perfeito. Continuei pensando e cheguei a uma nova conclusão. Essa nova conclusão me dizia que o amor era bom.

site: www.casadelivro.com.br
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Anna na biblioteca 26/03/2015

Um grande inferno pessoal, solitário e incompreendido!
A história de Marina neste livro, compreende o período dos 18 aos 25 anos. Recém ingressada na faculdade de Jornalismo, tem como hobby nas horas vagas, a fotografia. Uma jovem perfeccionista, de comportamento reservado e que se sente oprimida pela mãe.

Sempre questionadora e reflexiva de suas próprias atitudes, exige mais de si do que pode oferecer ao namorado e amigos.


"O amor (especialmente aquele que aprendemos nos filmes de Hollywood e nos romances americanos) se parece mias com uma propaganda de margarina que com a vida real. Obviamente, o amor pode ser ótimo, mas é impossível que seja como Hollywood ou os americanos o pintam. Eles pintam o amor como algo tão perfeito, que já não pode ser praticado por pessoas reais, que são imperfeitas"

Sua vida transcorria normalmente, com os percalços que compõem a sinfonia da vida até que a "orquestra" passa a executar uma canção desconhecida e sombria!

"Minha existência sempre havia sido banal e discreta, sem grandes dramas, até que um vendaval, vindo de não sei onde, virou-a de ponta cabeça. Me tornei a protagonista de uma história que eu não queria interpretar, passei a sero centro das atenções e a me sentir humilhada. Nunca mais fui a mesma depois do primeiro ataque, temendo as pessoas ou os lugares. Tinha medo de passar por outros ataques, que poderiam acontecer a qualquer momento.

Você sabe realmente o que é a síndrome do pânico ou um ataque de pânico?
Como é esta sensação aterrorizante de morte eminente, repleta de detalhes e de particularidades em cada indivíduo?

Conviver com os sintomas é travar uma batalha interna cotidianamente, com sequelas emocionais, sociais, financeiras, afetivas e o consequente isolamento. Vivenciar o medo em todas as suas facetas e potências até culminar na sensação de loucura ou finitude.

O enredo pôde revelar uma grande sensibilidade do autor, riqueza de situações e detalhes em todas as cenas onde a personagem manifestou os sintomas. Com isto transmitiu muita veracidade a história e fiquei pensando diversas vezes, quem será a Marina? Como o autor a conheceu? Será que este é seu nome verdadeiro?

Pasmem!!! Toda a obra é fictícia!!!

Uma escrita deliciosa, bem construída e convincente!

O talento está presente ao longo do livro e agradeço ao autor Breno Melo a oportunidade da leitura!!!
Recomendo muito este livro! Um das melhores leituras de 2015!

A garota que tinha medo pode servir como uma rica fonte de informação e entendimento sobre a síndrome do pânico, tanto para portadores da doença, bem como familiares.

site: http://arvoredoscontos.blogspot.com.br
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Garotas de Jales 20/01/2015

Diversão e Conhecimento
Com pitadas de humor e inteligência, o livro conta a história de superação de Marina, uma jovem que descobre ter síndrome do pânico com agorafobia.
Marina, personagem principal da história, está no último ano letivo e precisa entrar para universidade no próximo ano a qualquer preço para agradar sua mãe… Mesmo que o preço exigido para isto seja sua sanidade mental.
Após a entrada na universidade para o curso de jornalismo, Marina pode relaxar um pouco, se divertindo no trote com suas novas amigas de turma, experimentar novas experiências e fazer planos com o seu namorado novo. Tudo estava caminhando como o esperado… Até o momento em que os primeiros sintomas de sua síndrome se afloram.
Sem saber ao certo o que estava acontecendo consigo mesma, Marina enfrenta o preconceito vindo de todos os lados e de pessoas que ela menos esperava… Com apoio das poucas pessoas que restaram ao seu lado, pessoas que lhe amavam verdadeiramente, a personagem começa a fazer visitas regulares a psicólogos e psiquiatras que ajudam-na passar por esta nova fase de sua vida.
No decorrer da obra nos deparamos com informações super interessantes em relação a síndrome do pânico, os idiomas utilizados no Paraguai (país onde a personagem mora), e outras informações bem curiosas que estão entrelaçadas na trama, como o Indulto Agatha Christie!
E apesar de eu graças a Deus nunca ter sofrido síndrome alguma, me identifiquei um pouco com a personagem em relação a fase pré-vestibular, aquela necessidade de passar em alguma faculdade ou universidade como se minha vida dependesse disto. Achei muito bacana a forma como ela conseguiu encarar esse obstáculo em sua vida e a maneira realista com que o autor conseguiu retratar o tema em questão.
A obra além de entreter, ensina e esclarece contribuindo para eliminar uma parcela de ignorância e preconceito que possa estar presente no leitor em relação a síndrome do pânico, a agorafobia e medicamentos tarja preta.
Confira você mesmo o conteúdo distinto deste livro e verás por si só que não há nada a perder, somente a ganhar.
Tenha uma ótima leitura.
Abraços.

site: https://garotasdejales.wordpress.com/2015/01/19/resenha-a-garota-que-tinha-medo/#more-6410
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 21/01/2015

O livro de ficção, narrado em primeira pessoa, mais convincente que eu já li na minha vida!
A história é narrada por Marina, uma jovem que morava com seus pais e o irmão mais novo, na cidade de Assunção, no Paraguai. Aos 18 anos, ela estava estudando de forma exaustiva para o vestibular, sua mãe pressionava-a excessivamente para que Marina entrasse numa faculdade. Depois de um período cansativo e desgastante de estudos, ela finalmente foi aprovada. As coisas pareciam estar indo bem: Marina estava fazendo Jornalismo (o curso com o qual sempre sonhou), tinha novos amigos e até arrumou um namorado.

"Seja como for, eu era feliz nesse pequeno inferno alegre que era minha vida banal de classe média. Eu ainda não tinha ataques ou crises de pânico. Eu ainda não havia visto minha vida virar de cabeça para baixo como vejo agora." (página 9)

Mas aí, veio o primeiro ataque de pânico. E depois vieram outros e mais outros. De uma hora para outra, Marina sentia um medo súbito, que ia aumentando até que ela não tivesse mais controle sobre si mesma, a sensação de que ia morrer era assustadora. Esses ataques foram acontecendo com mais e mais frequência, nos lugares menos "apropriados" possíveis.

"Eu sempre estava pensando no minuto seguinte, temendo algo que talvez nunca viesse a acontecer. E de fato, me lembrando dos últimos anos, quase nunca chegava a acontecer. Talvez eu fosse uma tola. Talvez houvesse algo errado comigo. E havia." (página 13)

Ela fez inúmeros exames, que apontaram que sua saúde física estava boa. A princípio, Marina não aceitava que sua doença pudesse estar relacionada à sua mente, a ideia de estar louca e o medo do que os outros iriam pensar a aterrorizavam. Mas, com o tempo e a intensidade dos ataques, ela decidiu procurar ajuda médica especializada. Foi aí que surgiu o seu diagnóstico: Síndrome do Pânico.

A Síndrome do Pânico atrapalhou a vida de Marina de forma tão devastadora, que ela perdeu o namorado, parou de frequentar as aulas, os amigos se afastaram, ela não conseguia sequer sair de casa, aliás, ela não conseguia dormir no próprio quarto. Só depois de anos de tratamento, Marina pôde ter sua vida de volta e finalmente encontrar sua felicidade.

"Não podendo viver para coisa alguma devido à síndrome, passei a viver apenas para vencê-la. E cada dia sem um piripaque já era uma vitória." (página 199)

A garota que tinha medo foi um livro que me conquistou aos poucos, de forma que, ao terminar a leitura, eu estava completamente ligada à história e aos personagens. Mesmo sendo ficção, a narração de Marina passa tanta veracidade, que é como se ela realmente existisse e estivesse contando sua luta contra a Síndrome do Pânico, na intenção de poder ajudar outras pessoas que também fossem portadoras dessa síndrome. Marina é uma personagem tão bem construída e tão "real", com tantas facetas, que A garota que tinha medo é o livro de ficção, narrado em primeira pessoa, mais convincente que eu já li na minha vida! Eu me identifiquei bastante com a personagem, com alguns de seus medos, com algumas de suas ideias, além do fato de ela também ter um blog literário, um blog que teve certa importância em sua recuperação.

"- Por que "Desde el 1987"? - perguntou Péqui uma vez.
- Por que a única certeza que tenho é a de que nasci e cá estou. De resto, sou toda insegurança, dúvidas e medo." (página 128)

Uma coisa que gosto muito em livros é encontrar outras formas de ver o mundo e a vida, Marina enxerga a religiosidade e a fé de uma forma diferente da que eu enxergava, e sabe falar bem sobre o assunto, abrindo minha cabeça para novas ideias. Ela passou pela fase da revolta, em que achava que Deus tinha se esquecido dela ou que a culpa pela sua doença era Dele, mas foi uma fase. Preciso deixar claro que o livro não tem apelo religioso, mas a religião e a fé fazem parte da vida de Marina.

A história ser ambientada no Paraguai foi outro ponto que me agradou, acho que nunca tinha lido um livro que se passasse lá. É um país sobre o qual quase nada sei, e Marina fala com paixão sobre sua terra. Pude conhecer um pouco mais sobre a cultura, a história, os lugares e a grande diversidade que há no Paraguai, e também conheci um pouco sobre a Argentina e o Uruguai, vi nossos vizinhos com outros olhos. (Vocês sabiam que além do Espanhol, no Paraguai se fala Guarani?)

O escritor Breno Melo entrou em contato comigo após ver minha resenha de Garota, interrompida, me perguntando se eu gostaria de ler e resenhar o livro dele. Pra quem não se lembra, em Garota, interrompida (Única Editora), Susanna Kaysen conta sobre os anos em que ficou internada em um hospital psiquiátrico. Fazendo um breve comparativo entre os dois livros: ambos são narrados em primeira pessoa, contam a vida de garotas jovens que precisam de tratamento para problemas psicológicos. Se eu tivesse que indicar um dos dois para vocês, indicaria A garota que tinha medo, mesmo tendo um excesso de didatismo em algumas partes (onde Marina discorre sobre seu tratamento, o que pode ser pouco interessante para leitores interessados em mais ação), ainda tem uma história mais bem construída e finalizada que Garota, interrompida, nós sabemos de onde Marina e os demais personagens vieram, o que eles viveram e para onde foram.

"Uma vez, Napoleão se encolhia e tremia de medo durante uma batalha. As explosões, medonhas, o assustavam. Até que alguém notou e disse: "Vejam como ele treme!" Napoleão respondeu: "Se você sentisse ao menos metade do pavor que sinto, já teria fugido há muito tempo. Mas eu continuo aqui."
Não é à toa que ele foi um grande homem, apesar de suas fraquezas ou limitações. Quem supera seus medos é mais corajoso que aquele que nunca os teve ou jamais os enfrentou." (página 204)

Sobre a parte visual: a capa é simples, mas tem sua beleza, as características físicas da garota da capa correspondem à Marina, gostei da fonte escolhida para o título do livro. A diagramação segue o padrão de outro livro da Chiado Editora que já resenhei no blog (Herdeiro da Névoa): margens, espaçamento e fonte de bom tamanho, páginas amareladas e grossas.

Enfim, "A garota que tinha medo" é um livro que recomendo, especialmente para quem gosta de protagonistas inteligentes ou procura saber um pouco mais sobre a Síndrome do Pânico. É aquele tipo de livro onde você sempre adquire algum conhecimento novo ao longo da leitura: seja sobre a Síndrome do Pânico, seja sobre o Jornalismo, seja sobre a América do Sul ou outros países.

Meu trecho favorito, onde vocês podem apreciar um pouco da boa escrita do Breno Melo:
"Ter ido à Alemanha equivaleu, para mim, a ter subido numa alta torre da qual pudesse avistar todos estes últimos anos que vivi. Dessa alta torre, vi pântanos que um dia estiveram lá, vi riachos, vi campos e vi flores. Isso não significa que os pântanos secaram espontaneamente, nem que os campos se tornaram jardins por obra do Acaso. O fato é que limpei os riachos, aterrei os pântanos e semeie os campos, até que estes me deram flores e me trouxeram alegria. Não pude controlar as chuvas e as secas, nem obrigar a Sorte a me favorecer, mas pude fazer a parte que me cabia, dando o melhor de mim. E comecei a notar que minhas pequenas ações influíam grandemente nos acontecimentos, obrigando a Sorte a me sorrir. Comecei fazendo o necessário, depois o possível, e de repente eu estava fazendo o impossível. Não deixei, obviamente, de erguer uma capela nesses campos que me pertencem e são a minha vida." (página 271)

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2015/01/resenha-livro-garota-que-tinha-medo.html
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Lelê 23/01/2015

Resenha:
E não é que eu me esqueci que estava lendo uma ficção e passei a acreditar que era uma autobiografia?!


"O que eu não percebia é que minha felicidade
estava limitada pelo momento, pela situação
ou por terceiros. Todas as coisas que me
faziam feliz, nessa época, estavam fora de mim."
Pag. 29



É narrado em primeira pessoa por Marina.

Marina se apresenta e de cara já deixa claro o motivo de escrever sua história, o porque de contar nos mínimos detalhes tudo o que passou. Com essa narrativa que mais parece uma carta que ela escreveu ao seu leitor, fica impossível não se envolver logo no primeiro parágrafo.


"Me chame de Marina. Tenho vinte e cinco anos
e sofro de síndrome do pânico desde os dezoito.
Tenho ataques de pânico que podem acontecer
a qualquer momento. Inclusive agora,
enquanto escrevo."
Pag. 9


Pressionada pela mãe para fazer inscrição para várias universidades, Marina estuda quase que o tempo todo. Até que ela consegue passar para o curso na universidade que ela tanto queria; jornalismo na Universidade Católica. Tudo seria perfeito se pouco antes ela não tivesse passado pela sua primeira crise de pânico.

Ainda sem saber o que era, ela passa por momentos de puro desespero.


"Procurei quebrar o gelo com um machado,
mas era o machado que se partia ao
golpear o gelo. Receei não ter podido
salvar nosso relacionamento."
Pag. 101


Além disso, Marina tinha um namorado, mas este em nenhum momento me agradou. Desde o começo eu achei o relacionamento dos dois muito superficial, porém, talvez pelo estado de saúde mental da protagonista, talvez ela é que sentia e mostrava outros sentimentos que talvez não fossem reais. Impossível saber, possível é só ler o que ela contava e imaginar como seria de verdade. De qualquer maneira, o namoro não era nada de que ela poderia se orgulhar, e não era nada que poderia ajudá-la nessa transformação.

O mundo de Marina desabou. As crises que se tornaram mais frequentes a obrigaram a parar com tudo, se trancar em casa e sofrer o tempo todo. Até que ela finalmente aceitou ajuda. Não deve ser fácil receber um diagnóstico de 'panicoso', não deve ser nada fácil admitir que precisa de tratamento a base de terapia e remédios. Contudo não deve ser fácil ser alvo de piadas e desprezo das pessoas.

A família demora tanto para enxergar o problema que me deu nos nervos. E o pior é que é bem assim. O irmão que acha que é frescura, o pai que não entende, a mãe que não compreende as aflições da filha. Isso é comum nos dias de hoje em todos os lugares. Mesmo com a doença sendo tão frequente.

O importante é que Marina conta tudo, desde o início até o final do tratamento, até sua provável cura, que na verdade não existe, mas o tratamento contínuo para que as crises não voltem com tanta intensidade.


"Eu havia entrado para uma boa universidade e
me graduaria dentro de cinco anos. Eu levava
uma vida abastada, e tudo o que desejava,
material ou imaterial, se encontrava a meu
alcance a curto e médio prazo. Do que eu
poderia me queixar?"
Pag. 53


Fora a vida de Marina, ainda me vi hipnotizada pela aula de história que autor trouxe. Como tudo se passa no Paraguai, divagações sobre a Guerra do Chaco e curiosidades sobre este país abrilhantaram ainda mais a obra.

Mais uma coisa que deve ser citada é a aula sobre a síndrome do pânico e outras síndromes que o autor proporcionou de forma simples e sem rodeios. Não conhecia os sintomas e fiquei realmente abismada. Nada de termos médicos, nada de fórmulas mágicas. Tudo é descrito de uma maneira de fácil entendimento. Explicações sobre o tratamento e sobre os remédios, tudo isso era um universo que eu não conhecia, mas que durante o tempo que li o livro me senti muito bem ambientada. Ou seja, aprendi e visualizei tudo o que o autor quis passar com esta trama.

O gênero fica entre o drama e o sick-lit, portanto fãs destes dois gêneros irão com certeza adorar o livro! Disso não tenho dúvidas.

Apesar de não gostar muito de capas com rostos, confesso que gostei dessa. O fato de ela ser loira de olhos claros e ficar parada olhando para o nada, tem tudo a ver com o enredo. Ficou perfeita!!

A diagramação está ótima, fonte agradável e folhas amareladas. Não conhecia o trabalho da Chiado, e neste primeiro livro que li já vi que eles são muito bons no que fazem!

Gostei mais do que imaginava! Gostei de tudo que li e aprendi aqui!!

Leitura mais do que recomendada!!


site: http://topensandoemler.blogspot.com.br/2015/01/resenha-garota-que-tinha-medo.html
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Raquel Comunale 25/01/2015

O livro se passa no Paraguai é narrado por Marina uma jovem prestes a vestibular para jornalismo super dedicada e pressionada por sua mãe. Ela acaba de conhecer pela internet um menino chamado Júlio e está um pouco tensa com todas as decisões do futuro mas ainda assim feliz quando é atingida pela seu primeiro ataque de pânico. Sem entender exatamente o que estava acontecendo Marina simplesmente tenta seguir em frente e esquecer o que aconteceu.

Contudo aos poucos o número de ataques vai aumentando e Marina finalmente percebe que sua antiga vida está cada dia mais para trás, seus medos e sua insegurança atingem níveis impossíveis e mesmo com toda sua fé ela se sente cada vez mais sozinha e desprotegida.

Com a ajuda de médicos e de seus familiares Marina vai caminhando lentamente não em busca de uma cura mas em busca de um tratamento que lhe proporcione normalidade e segurança para seguir sua vida. Obviamente nem tudo é simples mas somente em cada uma de suas tentativas Marina aprende como lidar com seu próprio cérebro.

Eu amei o livro! É uma leitura que é ao mesmo tempo doce e angustiante. A personagem é retratada com uma realidade tão grande que não foi difícil comparar cenas do meu próprio cotidiano com relação a inseguranças e medos. A narrativa nos permite acompanhar um ataque de pânico por uma perspectiva diferente listando sintomas e nos fazemos pensar na angústia da situação em si. Além de muitos trechos sobre a síndrome do pânico e distúrbios em geral o livro traz muitas coisas sobre a cultura e política do Paraguai além de diversos fragmentos sobre religião e teologia. Um livro diferente e encantador em diversos sentidos, recomendo!

site: http://desencontre.blogspot.com.br/
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