Larissa3225 30/09/2021Que jornada!Eu terminei a leitura ontem, mas assim que ela estava concluída. percebi que eu não sabia muito bem o que dizer. Ler 1Q84 foi um longo processo. Foram mais de quatro meses envolvida nessa história e é difícil resumir como foi a leitura em algumas poucas palavras.
Em relação à divisão da história em três livros, acredito ser uma questão editorial. A história é uma coisa única e nenhum dos três "sublivros" apresenta começo, meio e fim. Isso não foi algo que me incomodou, já que li esta versão com a "trilogia" completa. Porém, acredito que para alguém que não tem essa informação, o livro 1 pode parecer incompleto, e afastar os leitores que encararem essa história como uma série de três livros e não uma história em três partes.
Falando mais especificamente sobre cada parte. As duas primeiras são, sem sombra de dúvidas, as melhores. A primeira parte é extremamente intrigante, oferecendo várias informações, propondo várias perguntas e, de forma geral, faz bem pouco sentido. Mas foi o suficiente para me prender. Já a segunda parte foi a minha favorita. Muitas das situações propostas anteriormente se desenvolvem e temos aqui as primeiras "explicações". É nessa parte também, que a história se expande para além da sinopse: com os personagens principais cumprindo aquilo que tinham como objetivo até então, encontramos uma nova missão, que permeia o livro até o final. A terceira parte, contudo, é a mais fraca dentre as três e tem o ritmo mais lento. Lá pelos 60, 70% do e-book existe uma barriga que deixa a história bastante parada e, por vários capítulos, nada de muito importante ou relevante acontece. E, também nessa parte, temos a conclusão da história que pode não agradar a todos.
Sobre o fim.
Em algum momento do livro, existe uma passagem que me fez imaginar que o autor não daria todas as explicações e respostas para os mistérios criados ao longo da narrativa. Portanto, eu já estava preparada para um final inconclusivo. Logo, sabendo que não teria todas as respostas, as minhas dúvidas girava em torno de como a história terminaria, quais respostas seriam dadas e como as narrativas de Aomame e Tengo se encaixariam. E apesar do meu medo de as respostas não serem suficientes, elas funcionaram muito bem para mim. Mas sei que isso não é consenso. A nota consideravelmente mais baixa do livro 3 (se comparada às partes 1 e 2) aqui no Skoob é uma prova disso. E, embora tenha funcionado para mim, confesso que gostaria de ter tido uma ou outra explicação a mais.
Não é um livro perfeito. O ritmo cai um pouco no final, a falta de explicações pode incomodar muitos leitores e a obsessão do autor por peitos chega a ser engraçada. Mas nenhuma dessas questões anulam a experiência incrível de ler esse livro.
1Q84 não é um livro para se chegar ao fim e ter uma grande revelação. É sobre a jornada até a conclusão e as questões e reflexões propostas ao longo do caminho. E agora, tendo terminado o livro, posso dizer que é uma história mais simples do que parece. Toda a complexidade da história vem do mundo maluco criado pelo autor, recheado de um realismo mágico que constantemente desafia as nossas percepções do que é real. O livro não é sobre a Crisálida de Ar ou sobre o Povo Pequenino.
É sobre um menino é uma menina se unindo, sem mudanças, depois de vinte anos sem se ver.