Cris 10/05/2017
Eu dormi com Joey Ramone
O livro, escrito pelo irmão de Joey, narra brilhantemente a trajetória do rei do punk, desde a infância atribulada de Jeff Hyman, no subúrbio de Nova York, até a ascensão e o improvável estrelato como frontman dos Ramones, banda que, junto com o Sex Pistols na Inglaterra, fundou o gênero punk rock e entrou para a história da música.
O livro retrata passagens pitorescas, como as frequentes internações hospitalares de Joey e a turbulenta relação dele com Johnny Ramone, que, por causa de uma disputa amorosa, ficaram praticamente todo o período de existência da banda sem trocar uma única palavra.
Leitura fácil, agradável é obrigatória para os fãs do punk rock e dos Ramones.
"A porta ficava no chão, nos fundos da galeria. Quando eu a levantei, o som veio correndo do fundo do buraco - o som que em breve entraria para a história. Nesse momento era totalmente cru e difícil de definir. Era um som familiar, mas diferente e novo.
Havia algumas outras novidades também, como novos nomes para meu irmão e amigos: Jeff Hyman agora se chamava Joey Ramone, Doug Calvin era Dee Dee Ramone, John Cummings era Johnny Ramone e Tommy Erdelyi, Tommy Ramone.
'Dee Dee pegou o nome Ramones de Paul McCartney', Tommy explicou. 'McCartney fazia check-in nos hotéis com o nome Paul Ramone quando não queria ser reconhecido.' Eu gostei, porque achei ridículo. Os Ramones? Que coisa absurda! Começamos a nos chamar de Ramones porque era divertido. Houve um tempo em que a gente levava as coisas muito na brincadeira, logo que estávamos começando."
"Essencialmente foi Joey que forneceu a fórmula para as futuras canções dos Ramones, com contribuições iniciais de sua autoria: minimalismo pronunciado, duração máxima de dois minutos, máximo de três acordes e letras existenciais compostas por um total de duas frases. Os outros integrantes da banda observaram como ele fazia essa fórmula funcionar e a dinâmica do grupo deslanchou a partir daí. No início os Ramones não tinham repertório próprio e nenhum conceito. Se Joey não houvesse contribuído com 'I don't care', seria mais que provável que o som e a ideia da banda fossem outros."