QUAD #1

QUAD #1 Eduardo Schaal...




Resenhas - QUAD


3 encontrados | exibindo 1 a 3


Paulo 10/03/2019

A Quad é uma espécie de revista mix de histórias cujo gênero é de ficção científica. Não há uma temática central, dando liberdade aos autores para criar suas histórias. O resultado que vemos nesta edição é extremamente positivo. Se formos falar dos aspectos gerais, a revista é de ótima qualidade e o tamanho é um pouco maior do que o padrão americano. Tem um prólogo explicando a trajetória da revista até chegar nas nossas mãos e no final tem uma galeria de imagens feitas por outros artistas com base nas quatro histórias publicadas nesta edição. A edição é inteiramente em preto e branco e o papel usado é couché. Como qualquer mix de histórias tem histórias legais e aquelas que a gente não curte tanto. Mas, no geral achei as histórias de boa qualidade.

Sem dúvida alguma a história que eu mais gostei é Terah & Elvis, com roteiro e arte de Eduardo Schaal. Terah é uma espécie de mecânica que conserta alguns tipos mais exóticos de equipamentos. Ela habita uma terra devastada repleta de perigos por toda a parte, como alienígenas e mutantes. Quando retorna de um de seus trabalhos, recebe um pedido de conserto de um estabilizador antigo em uma casa afastada. Ela segue junto de seu gato Elvis até o local. Lá, ela terá uma bela surpresa. A arte do Schaal é muito precisa e eu gosto como explora bem a devastação espalhada pelo cenário. Temos aridez, temos aquele tipo de tecnologia meio Mad Max. Acredito eu até que esta tenha sido em parte a inspiração do autor para compor a narrativa. O roteiro é bem simples e direto, porém entrega bem o que o autor propõe. Nessa história curta, ele consegue apresentar o mundo e seus personagens. É uma história bem encerrada em si mesma. Se ele quiser, pode voltar depois a explorá-la.

Esp-Trent de Aluísio Cervelle Santos foi o segundo conto que eu mais gostei. E, sim, foi muito porque ele arranjou um jeito de inserir as 3 leis da robótica criadas por Isaac Asimov na narrativa. O protagonista é uma espécie de exorcista de vírus inseridos em robôs. Ele é enviado até uma mina para descobrir que robô foi infectado para então iniciar os devidos procedimentos. Mas, sua investigação pode acabar ficando um pouco perigosa. Inicialmente eu gostei da ideia criada pelo autor para a sua história. Mas, à medida em que a história avançava eu acabei não conseguindo imergir inteiramente na proposta do autor. Eu queria vê-lo explorar mais a disrupção das três leis. Uma história mais investigativa do que de ação teria ficado muito melhor. E teria proporcionado a ele todo o espaço para ele explorar sua arte. Gostei de como ele criou os corpos dos autômatos e mesmo o protagonista sendo um robô por si só, é bastante expressivo. As cenas de ação são fluidas e o leitor consegue entender bem o que está acontecendo.

Sally, de Eduardo Ferigato, é uma história de uma dupla de exploradores espaciais que vão atrás de um pedido de socorro em um planeta distante. Chegando lá eles precisam investigar a natureza do acidente e buscar quaisquer sobreviventes. A proposta é simples e o autor usou bem o espaço da revista para mostrar um pouco de sua arte. Ela é algo mais contida e focada nas imagens no primeiro plano. Entretanto eu não gostei muito de como ele cria o design de personagens. Não sei como descrever.... para mim, parece apenas estranho ou fora do lugar. Já a narrativa é bem simples e direta. Penso na narrativa de Sally mais em uma maneira de fazer um showcase da arte do autor. Apesar disso, eu tenho que destacar aquele plot twist no final que eu não esperava. Foi aí que ele me pegou de surpresa.

A que eu menos gostei foi Muros, do Diego Sanches. Sabe aquela história que você vê um enorme potencial, mas que acaba não sendo tão aproveitado? Essa é ela. Para mim, o Diego tinha que ter tido uma edição inteira só para ele mostrar tudo o que ele queria com a história. Ela sofre enormemente da falta de espaço. Fico muito chateado porque putz... Ele conseguiu fazer uma bela de uma crítica social a la Admirável Mundo Novo. Temos um grupo de motoqueiros trazendo relíquias de eras passadas para serem adquiridas por uma cidade-modelo. Nela, várias pessoas muito parecidas trabalham em uma espécie de linha de produção. Um dos indivíduos desta linha acaba descobrindo os motoqueiros sem querer e abre sua mente para novas possibilidades. Só nessa descrição já deu para ver o quanto de história não foi contada. E mesmo que o autor confiasse na imaginação do leitor, fica um pouco esquisito deixar a maior parte da narrativa nesse ponto. A arte me lembrou algo mais vanguardista fugindo um pouco dos modelos tradicionais. Pega muito pelos traços mais rabiscados e sombreados, o que dá a ela um visual único. Gostei também de como ele conseguiu interpretar bem como é uma linha de produção.

A revista é de alto nível e as histórias apresentadas geram pelo menos uma pulga atrás da orelha do leitor. Se a ideia era focar em temáticas clássicas de ficção científica, os organizadores conseguiram. E me deixaram bem curiosos para ler outra edição dela. Consigo conhecer outros autores e curtir histórias bem divertidas.

site: www.ficcoeshumanas.com
comentários(0)comente



carlosmrocha 25/02/2021

Excelente!
(Para ver imagens do interior da HQ veja a resenha no meu site, link lá embaixo)

Pense numa HQ nacional com alto nível de qualidade, narrativas de ficção científica envolventes e desenhos incríveis… Esta é a QUAD #1!
Fiquei conhecendo essa HQ e os quadrinistas numa mesa virtual da CCXP WORLDS em dezembro de 2020. Não resisti e investi num pacote com as quatro primeiras edições e digo para vocês: não me arrependi.

A HQ traz quatro narrativas que se passam em um mundo pós-apocalíptico. Cada história foi escrita e ilustrada com arte muito profissional em tons de cinza.

Sinopse

As histórias de QUAD se passam em um futuro onde ocorreu um evento catastrófico, conhecido como “A Tempestade”.

Por volta de 2084, uma tempestade solar acabou com toda a tecnologia do planeta. Toda a comunicação global foi perdida, o clima sofreu alterações, reatores nucleares entraram em colapso, falta de energia generalizada. Grandes mudanças ocorreram, países deixaram de existir.

?Os sobreviventes tiveram que se adaptar à nova e dura realidade. Alguns criaram novas sociedades, outros se isolaram ainda mais.

?Muitos anos antes da Tempestade, uma coalizão global de cientistas criou um projeto de colonização espacial, onde quatro Naves-Arca levando grupos de pessoas partiram da Terra, cada uma para um ponto na galáxia onde haveria chance de encontrar um planeta habitável. Hoje elas formam colônias espaciais e continuam sua busca por um novo lar para a raça humana.

Vamos falar das quatro histórias:


TERAH & ELVIS – Eduardo Schaal


Terah é uma bela mecânica com aparência inspirada na atriz Gabriela Rocha Balmant. Seu gato preto, Elvis, é um híbrido. Algo como um cibergato. Neste futuro cheio de restos de sucata da civilização anterior, não faltam coisas para os mecânicos consertarem. Um simples trabalho de reparo, leva Terah a sair com seu caminhão (muito maneiro) para buscar peças. Chegando numa velha usina ela tem que enfrentar mutados, mas ela já esperava por isso.
A narrativa visual dessa história é empolgante, os cenários transportam o leitor para esse cenário desolado. As sequências de ação também são muito bem elaboradas. A arte conta com linhas soltas e acabamento um pouco “sujo” deixando as pinceladas digitais bem visíveis, contribuindo para a estética geral e sensação de desolação.


ESP-TRENT – Aluísio Cervelle Santos


ESP-TRENT é um robô detetive que habita a cidade da redoma, um local de economia fechada e autosuficiente. Sua profissão incomum é a de Exorcista de Softwares Paranormais (ESP). Os robôs são de importância fundamental para a sobrevivência da cidade e eles seguem as três leis da robótica cunhadas por Isaac Asimov. Ou seja, obedecer os humanos, não ferir ou matar um ser humano (nem por omissão) e se autopreservar. O trabalho de Trent está em justamente encontrar e exorcizar software defeituoso/malicioso que possa causar mau funcionamento nos robôs e levar que estes provoquem ferimentos ou mesmo a morte a seres humanos.
Ainda que seja um robô, Trent é um sujeito de personalidade que tem a estranha mania de “fumar”. Em sua primeira história, ele investiga um desabamento, possivelmente uma ação terrorista, que causou a morte de duzentas pessoas e deixou muitas mais feridas. A cidade da redoma está em processo de expansão em via subterrânea, e há quem não goste dessa ideia… Afinal, a expansão pode prejudicar o equilíbrio duradouro vivido que existe ali.
O traço de Aluísio é mais limpo e se aproxima um pouco do cartoon, e casa bem com o cenário da cidade, mais preservado que o do mundo exterior.


MUROS – Diego Sanches

Nessa história conhecemos um pouco Chefe, um “lixeiro” que entrega tecnologia antiga para os robôs que administram uma cidade/fábrica. Um rapaz, movido pela curiosidade tem a chance de conhecer Chefe e seus companheiros de trabalho. Aqui já conseguimos entender um pouco mais do cenário/universo compartilhado da QUAD. Como se tratam de narrativas separadas, cada uma delas vai dando uma pista sobre onde estão, qual foi o passado daquele mundo e como ele funciona.
Os traços do Diego são mais soltos e orgânicos com pinceladas visíveis… Os personagens tem algo de caricatural e o acabamento de sombra e luz também é sujo, o que funciona bem para a narrativa.


SALLY – Edurardo Ferigato

Nessa narrativa vemos dois personagens que vem de fora do planeta no qual as demais histórias parecem se passar. O capitão Lucas e seu imediato, R. Daniel. Com sua espaçonave defeituosa, a dupla é forçada a descer num planeta desconhecido para eles a fim de buscar peças. Um sinal de uma antiga nave caída parece um caminho promissor para conseguir tais peças. É claro que não vai ser fácil… E a incursão deles guarda muitas surpresas.
O traço de Ferigato é mais geométrico e sintético e no acabamento vemos boas soluções que se utilizam de contraste para construir as cenas. Muito legal ver naves e cenários delineados por traços visivelmente feitos à mão livre.


Já li a segunda edição, e logo mais escrevo a resenha. A qualidade da impressão e imagens da capa também são um show à parte. Mas sério… Se você ainda não conhecia essa série, acesse o link abaixo para comprar no site do projeto. É uma HQ muito, muito boa! No site você também encontra algumas histórias para ler na aba Webcomics.

site: http://www.selo-multiversos.com.br/hqs-indies/quad-1/
comentários(0)comente



carlosmrocha 25/02/2021

Excelente!
(Para ver imagens da HQ, leia resenha no meu site: link lá embaixo)

Como falamos aqui antes, a Quad é uma HQ que reune quatro quadrinistas produzindo histórias de Ficção Científica num mesmo universo compartilhado.

A edição #2 foi vencedora do Troféu HQ Mix 2015. Segue-se o padrão de edição de alta qualidade, trazendo ao leitor uma experiência ímpar.

UM JOGO DE ESPELHOS – Eduardo Ferigato
Esta nova história se passa numa localidade chamada Pedra Rachada e lembra uma história de faroeste. Somos apresentados a um caçador de recompensas que se envolve com uma criança durante uma caçada. A mãe da criança é refém da gangue alvo do caçador, mas isso acaba funcionado a favor dele. O traço de Ferigato é bem solto e expressivo, assim como os enquadramentos escolhidos, transmitem bem ao leitor as emoções da história.


SANGUE E METAL – Diego Sanches

Nessa história conhecemos Kazuo Kojima, um esportista da World Robot Fighting Federation. Sua categoria de atuação é a de humanos que enfrentam robôs. Kazuo perde sua primeira luta e algo muito importante junto, mas não desiste de sua carreira e obcecado, segue lutando, custe o que custar. A arte de Diego Sanches, muito orgânica e com pinceladas visíveis colabora muito para deixar as cenas de ação bastante dinâmicas.




DEMÔNIOS – Aluísio Cervelle Santos
Temos mais uma aventura de ESP-TRENT no Domo de Areia. Desta vez, nosso robô exorcista tem seu caminho cruzado pelo robô ESP-ADAM. Juntanto-se a eles, o policial Jake vão investigar problemas numa obra subterrânea. A convepção visual e o instrumento de trabalho de ESP-ADAM, uma cruz, chamam muita atenção, ajudando a formar o inusitado conceito de robôs “Exorcistas de Software Paranormais”. No final, temos uma surpresa revelada sobre a natureza de ESP-TRENT. Os traços limpos, precisos e com sombras e contrastes bem marcados de Aluísio dão clareza para o leitor na leitura da história.


TERAH E OS VERMTECHS – Eduardo Schaal

Terah se encontra com Chefe, “o lixeiro” que conhecemos na história Muros da primeira edição. Há uma bela sequência de corrida entre Terah e o Chefe pelo cenário desolado onde a representação dos veículos chama muita atenção. Eles acabam caindo numa cilada e se veem à mercê dos Vermtechs, criaturas biocibernéticas assustadoras. Neste momento que um segredo de Terah é capaz de salvá-los. Enquanto isso, acontece algo com o gato de Terah, Elvis, e isto sugere para onde vai a história na próxima edição.


A edição ainda conta com uma galeria de artes dos personagens da Quad (principalmente a Terah) feita por outros artistas. Eu recomento fortemente a aquisição e leitura de toda série. As obras estão certamente entre o que há de melhor em quadrinhos de ficção científica.

site: http://www.selo-multiversos.com.br/hqs-indies/quad-2/
comentários(0)comente



3 encontrados | exibindo 1 a 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR