A Costureira e o Cangaceiro

A Costureira e o Cangaceiro Frances de Pontes Peebles




Resenhas - A Costureira e o Cangaceiro


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Natalie 14/08/2014

Uma saga brasileira
Uma saga genuinamente brasileira com conteúdo e ótima narrativa. O livro é ficcional, mas o contexto histórico é verdadeiro nos levando a conhecer a vida difícil no nordeste. A caatinga, a seca e as parcas alternativas de sobrevivência, dentre elas um casamento de fachada e o cangaço nos apresentam as histórias das duas irmãs costureiras.

Particularmente fã das histórias de cangaço fiquei ainda mais encantada com este livro. Impossível a cada página não refletir sobre a frase de Euclides da Cunha: O sertanejo é antes de tudo um forte.
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Lesinha 02/02/2013

Maravilhoso, deveria virar filme!!!
Uma história linda!!!

Emília e Luzia são duas irmãos órfãs, criadas por uma tia costureira que ensina para as meninas a arte de costurar.

Mas o destinos quis separar as duas irmãs, Luzia é levada por cangaceiros, e Emília se casa com um herdeiro de uma importante família do Recife.

Após a separação, as duas irmãs só recebem notícias uma da outra por jornais, mas o laço de amor entre as duas não se abala através dos anos, e elas fazem de tudo para proteger uma a outra.

Eu recomendo muito essa leitura, rica em detalhes da época, de como viviam os cangaceiros, e da luta travada por esses bandos. O final é lindo!!!
umbookaholic 12/11/2017minha estante
VAI VIRAR




Malu 12/01/2013

O Cangaço x Ditadura Vargas
Livro e tema brilhantes, que nos prende a cada capítulo. A história do Brasil recontada sob o olhar de um povo que supostamente alheio ao que ocorria no "sul maravilha", clamava por dignidade nos sertões corroídos pela miséria, seca e fome, e tendo como pano de fundo um governo paternalista que queria, mais do que contemplar os desejos de seu povo, impor suas vontades e princípio. A oposição do povo que lutava por água e comida, clamava por construções de poços, enquanto o governo ditador de Vargas entendia que abrir estradas ligando o litoral ao sertão levaria progresso!
O entrelaçamento do temido cangaço e suas atrocidades num contexto envolvendo a sagacidade de uma costureira sequestrada "voluntariamente", já que, outrora vítima de bullying social, vislumbrando um futuro decadente e não menos diferente dos seus ancestrais, se deixa levar por um bando de cangaceiros que aporta nos arredores da cidade onde vive. E esta, levando a disciplina aprendida com sua tia-mãe na firmeza dos pontos e cortes na criação de novas peças, confronta, em plena e causticante caatinga, o machismo imperante no nordeste e início do Séc. XX, ensinando os destemidos soldados do mato a costurar e bordar, algo impensável num grupo violento e em terras áridas, destruídas pela seca e por interesses dos coronéis e políticos oportunistas.
Duas irmãs órfãs e criadas por sua tia materna viúva, cuja única ambição é ver suas meninas seguindo a sina da família. Uma, sonhadora e ávida pra fugir da seca e miséria; a outra, nada além do que esperava da vida que levava. A trama, que se desenrola num primeiro momento no interior de Pernambuco, contracena com os anseios da capital que atrelada às decisões e humores do presidente da nação, vai nos mostrando o real sistema de governo imposto por Vargas, travestido de bom chefe e pai dos pobres, implantando um regime ditatorial, onde somente ele dá as cartas, oprime o esquecido e famélico povo, prometendo-lhe progresso por meio de rodovias cortando o miserável interior e desaguando no rico litoral, com promessas de emprego quando, na verdade, estes pobres são submetidos a trabalho escravo, a troco de comida e alojamento> Cria as leis trabalhistas mas não gera emprego, inaugura o assistencialismo, onde atrela o trabalhador às migalhas celebradas como direitos do trabalhador. Numa época onde a informação é parca, demorada e tendenciosa, além de contemplar as elites num país semi-analfabeto, o que se proclama aos cantões da nação é digno de credibilidade.
Se comparar aos dias atuais, percebe-se que nada mudou desde os anos 30 e 40. As fortunas continuam em mãos de uma minoria aristocrática que explora a mão de obra barata da grande massa de trabalhadores que sequer recebe 1% da renda destes magnatas, distanciando, de forma covarde o mais rico do mais pobre, eternizando a desigualdade social outrora praticada nas terras inférteis do solo ressequido do lado que o Brasil se envergonha de fazer parte!
Ladyce 12/01/2013minha estante
Malu, gostei de ver que vc gostou do livro. Sem dúvida foi um dos melhores que li nos últimos anos.


Malu 12/01/2013minha estante
Ladyce, não pude lê-lo com a "volúpia" que gostaria (quase 3 meses pra concluir a leitura), mas confesso que a partir do momento em que ressurge a cumplicidade das irmãs, msm sem qualquer contato direto, permeando com a verdadeira faceta nazista de Vargas travestido de salvador da pátria, algo que os livros escolares não referem, parei tudo e toquei em frente com o livro, rss!
E me apaixonei com a delicadeza da autora nos detalhes, inclusive as consultorias com vaqueiros e costureiras pra ser o mais fiel possível à trama, ê pra se ler inteiro e com respeito!




Lucy 29/07/2012

Uma história sensivel
Lindo livro, nos cativa e envolve até o final.
Se passa em Recife, e mistura a história fictícia de duas irmãs, separadas pela vida mas ligadas pelo amor, com a história real do Brasil - o cangaço, a ditadura de Vargas, a Seca de 1932.

Os personagens são descritos com tanta riqueza de detalhes, que não se duvida que eles existam. Seus amores, seus medos, seus segredos e verdades.

Recomendo a leitura - quando terminei me senti triste, de me separar dos personagens! :-)
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Thomaz 24/04/2012

Uma bela aula sobre o nordeste brasileiro
Gosto de literatura estrangeira por que a história e o cenário são desconhecidos e sempre trazem algo novo para mim, como leitor. No entanto, há outra maneira de se conseguir o mesmo, desta vez com livros de autores nacionais: um cenário remoto e uma distância cronológica. É a velha questão Espaço x Tempo, mas sem os conceitos fantástico ou científico. E, às vezes bastam 50 ou 100 anos entre o agora "real" e o "literário" para fazer essa ponte. Foi o caso deste livro de Frances Peebles, uma brasileira de família nordestina que vive nos EUA. Seu livro, The Seamstress, foi lançado originalmente lá fora e só então ganhou uma versão nacional.

Não vou nem entrar na questão de ter brasileiros achando o caminho mais fácil lá fora que aqui para publicar suas obras, isso dá assunto pra muita polêmica! Meu assunto aqui é o livro em si. E o livro foi uma boa surpresa pra mim.

Ambientado em Pernambuco, durante as décadas de 1920 e 30 (logo antes e durante a revolução de Vargas), A Costureira e o Cangaceiro conta a história de duas irmãs, ambas costureiras, e suas jornadas pela caatinga e pela cidade grande, e como seu ofício influencia suas vidas. Ele mostra a dura vida no interior e faz um paralelo desta com a ilusão de uma vida mais fácil na Capital.

O livro é um jogo de contrastes: entre Agreste e Litoral, entre Norte e Sul de um Brasil que luta por se afirmar, entre os conceitos de simplicidade e civilidade. A autora é muito feliz em mostrar que muitas vezes esses contrastes são mais imaginários que reais.

O texto começa um pouco repetitivo e tem descrições abundantes da vida cotidiana do agreste, fauna e flora - necessidade compreensível, já que o leitor norte americano (ou mesmo o brasileiro do litoral e do sul) não tem a menor noção de como é o interior do nordeste brasileiro. A ambientação histórica e geográfica é boa: a autora conhece pessoalmente a região, tendo sido criada ou tendo passado pelos locais descritos. Em alguns momentos você fica se perguntando o quanto o livro é biográfico, um relato das mulheres da famíla da autora - certamente há memórias envolvidas, relatos de parentes distantes, histórias passadas de mãe para filha.

Mesmo com toda essa carga familiar, o livro não é piegas. A narrativa é simples e combina com a história. Há uma boa dose de realismo no que se refere à vida dos cangaceiros e suas práticas muitas vezes cruéis. Não há apologia ao crime, embora seja possível entender a mística que cercava os "bandidos" e a força que esse misticismo exercia sobre o povo.

Também se aborda, embora como pano de fundo, a questão do desenvolvimento da região e do Brasil em geral. A Revolução Varguista está em pleno vapor; a luta velada entre a riqueza tradicional dos Coronéis fazendeiros com o os Novos Ricos da Indústria e Comércio; o desenvolvimento científico e tecnológico e as atividades econômicas familiares de subsistência; e até as relações e preconceitos sociais e morais: tudo isso está presente no livro e faz dele uma boa leitura.
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Sandramithy 10/04/2012

A Costureira eo Cangaceiro
Mais uns dos livros que comprei às cegas e que me surpreendeu.

A trama é sobre duas irmãs Emília e Luzia, marcadas pelo sofrimento, e tem seus caminhos separados, mas, há uma forte conexão entre elas, mesmo estando distante uma da outra, traçando um pararelo entre a trajetória das irmãs. Emília que vive um casamento de conveniência no Recife e Luzia levada por cangaceiros e que no decorrer da trama ganha notoriedade dentro do bando. Um romance histórico, rico em detalhes sobre a Revolução da década de trinta liderado por Getúlio Vargas. A autora leva o leitor a conhecer, a história de famílias que habitaram a caatinga nas margens do Rio São Francisco, que divisa
os estados da Bahia, Alagoas e Pernambuco, e também a vida e a luta pela sobrevivência dos cangaceiros.

A narrativa é forte e sem excessos, os personagens complexos e interessantes que faz desse romance envolvente. Com certeza está entre os meus favoritos.
Super recomendo.

Mel 11/04/2012minha estante
Quero ler, adoro história de cangaceiros, fiquei interessada em lê-lo.


Lucy 13/12/2012minha estante
Adorei este livro, é surpreendentemente delicioso! Compartilho com sua opinião.


Ren@t@ 27/01/2014minha estante
Não conhecia esta obra. Parece uma leitura fascinante!




Daycir 04/02/2012

Bom mesmo!
Estava eu indo pra Alagoas, nas minhas férias de 2011 e levando esse maravilhoso livro ( que meu colega Eurico Félix fez o favor de me emprestar....)totalmente sem saber do que se tratava a estória....]
Que bela surpresa tive ao saber que o livro se passava no Pernambuco!
Como é gostoso ler esse livro, sabendo que a autora é meio francesa, meio brasileira, adoro observar como ela fala da caatinga de maneira forte, decidida, amorosa....no desenrolar da história, vamos descobrindo o Rei do Cangaço e sua amada Maria Bonita....como é amarga a vida dessas pessoas, mas como é doce saborear as palavras da autora...
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San... 18/02/2011

A obra é um excelente panorama dos sertões brasileiros e da politica na época do cangaço (1920/1935). Muito bem escrito, me transportou e me fez conhecer a caatinga e as mazelas daqueles que viveram sob o jugo da seca, da pobreza extrema, das separações, da falta de escolha... Os personagens foram vividos, muito bem trabalhados. Não saberia dizer, ao final da leitura, quais amei e quais odiei. Se por um lado, os sonhos, o interior das personagens femininas traz encantamento, ternura e solidariedade, por outro, as atitudes nem sempre obrigatórias ou por completa falta de opção, acabam por horrorizar ao leitor. Os personagens masculinos, mesmo os mais destacados, são apagados quando comparados às mulheres da epoca. Em uma sociedade machista a obra nos dá a perceber a grandeza feminina, quer para o bem, quer para o mal. A meu ver, este livro é um sério candidato às telas de cinema, com bilheteria e premiação garantidas.
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DIRCE 22/01/2011

" Guerras mais ou menos santas"
A Costureira e o Cangaceiro – acho que tenho que iniciar esta resenha dizendo que, em se tratando de leituras, iniciei o ano com “chaves de ouro”. Este é o 3º livro que leio que tem a profissão de costureira como fonte de inspiração dos escritores -os outros dois são: “Balzac e a costureirinha chinesa”, e o “O Tempo entre as Costuras.
Mas seria mesmo ela – a profissão de costureira – a fonte de inspiração da escritora Francês de Pontes Beebles ?
O que me foi dado perceber no decorrer da leitura foi que, ao escrever tão fustigante livro, Francis foi motivada pela herança da sua linhagem nordestina revelando não ser ela tão “gringa” quanto pensamos.
A maestria na arte de narrar e criar, bem como sua “raiz” no solo nordestino, fizeram com que Frances recriasse o cenário político, social e tecnológico do Brasil das décadas de 20 e 30 ( claro que se baseou em árdua pesquisa) , que deu origem a um livro que me fez sentir vontade de lhe dar um puxão de orelha por ela não ter feito uso da “Última Flor do Láscio” ao escrever o livro , nos privando de ter uma fabulosa obra catalogada como literatura nacional.
A Costureira e o Cangaceiro me levou, durante várias noites, para cama mais cedo. Ficava ansiosa para poder acompanhar a história das duas irmãs ( Emília e Luzia); duas jovens, cujas vidas eram tão áridas quanto a cidade onde nasceram e viveram: Taquaritinga do Norte. Aconteceram fatos que as levaram a dar um rumo diferente às sua vidas, fatos que me fizeram acreditar que suas vidas seriam como 2 retas paralelas – que jamais teriam notícias uma da outra; não foi bem assim.
Este é, sem dúvida, um livro envolvente, mas é também um livro denso onde apesar de haver donzelas não há heróis. Há sim homens hostis ( os cangaceiros) capazes de atitudes cruentas tanto quanto cruentas foram as suas histórias.
As donzelas não eram jovens que viviam em castelos; viviam em solos desérticos devido à falta de chuva.
As donzelas não eram jovens delicadas; eram mulheres embrutecidas pelo destino impiedoso que lhes foi reservado.
Emília, Luiza e os cangaceiros – todos embrenhados em suas guerras pela sobrevivência, embrenhados em suas guerras ( blasfêmia à parte)– " guerras mais ou menos santas".

Sandra :-) 22/01/2011minha estante
Muito bom mesmo esse livro, né Dirce? Também adorei! Sua resenha está ótima! Beijinho!


Fernanda :) 27/02/2011minha estante
Dirce, esbarrei na versão em inglês desse livro por uma barganha de $2, lembrei da sua resenha e comprei na hora! Agora está na fila aguardando sua vez, os comentários me deixaram curiosa...




Helder 06/10/2010

Grata surpresa a ser descoberta
Vi este livro numa livraria em sua época de lançamento e fui atraído pela capa, orelha, titulo, e a historia pessoal da autora, porém estava muito caro, principalmente por ser um livro grande de 600 paginas. Mas fiquei com aquilo na cabeça, até o dia que recebi uma promoção de um site oferecendo-o por R$9,90. Seria um sinal?
Acredito que sim, pois assim pude encontrar um dos melhores livros que li nos últimos tempos.
Quando leio listas de Best-sellers de revistas, tenho a impressão que hoje a literatura brasileira se restringe a Paulo Coelho, livros de auto ajuda ou livros de contos.
Ao lermos o titulo, o Cangaceiro e a Costureira, achamos que é um livro nacional, e isso já fica interessante, pois hoje em nossa literatura não temos casos de romances épicos como os americanos, que contam estórias de famílias, misturando romance com realidade, ficção com história. É muito difícil encontrar um autor que tenha coragem de se embrenhar no gênero romance, contando uma estória com começo, meio e fim e conflitos, que te façam entrar na estória e se transpor para os tempos e locais descritos nos mesmos.
E folheando o livro encontramos palavras ou situações que nos lembram livros antigos de Jorge Amado ou Graciliano Ramos, autores que escreviam romances realmente, com começo, meio e fim.
Mas ao ler a orelha do livro descobrimos que o mesmo foi escrito por uma brasileira, porém em inglês, pois ela mora nos EUA desde seus 5 anos, e não se sente a vontade em escrever em Português. Será que valerá a pena se embrenhar em 600 paginas com uma estória sobre o nordeste escrita sob o ponto de vista de uma gringa?
Não tenha dúvida sobre isso: Vale muito a pena se entregar a este livro, e após as primeiras 30 paginas vc estará capturado pela estória das duas irmãs costureiras nascidas no interior de Pernambuco. Luzia e Emilia são duas irmãs criadas pela tia , que lhes ensina o oficio de costureira, sempre comparando este oficio com os fatos da vida.
Emilia, a mais bonita sonha em ir para a cidade grande e se vestir igual as moças da revista Fon Fon. Luzia, sua irmã mais nova, sofreu um acidente quando pequena que lhe deixou com o braço defeituoso. Não tem grandes sonhos, pois acredita que devido a seu problema físico, não terá nenhum futuro brilhante. Ambas vivem em paz em Taquaritinga, até que a cidade é invadida pelo bando do cangaceiro Falcão, que se interessa por Luzia e a leva junto com o bando.
O tempo todo a autora vai nos mostrando a evolução da vida das duas. Emilia indo para a cidade grande e vendo que a vida não é igual à revista e Luzia, sobrevivendo e se impondo a vida no cangaço. Ambas em caminhos sem volta, que você fica torcendo para que se encontrem.
Tudo isso, cercado pela descrição dos costumes da época (Carros, roupas, atitudes, preconceitos), historia do Brasil e do mundo (Crack da bolsa, pouso do Dirigível em Recife, Campanha política de Vargas, campos de refugiados da seca, história do Recife) e incríveis descrições da vida na Caatinga (como encontrar água, plantas medicinais, como encontrar comida, os sinais da natureza e as crenças populares). Difícil acreditar que a autora não viveu por aqui ou cresceu numa caatinga. O livro foi extremamente pesquisado, mas não é nada chato, está tudo no contexto para que a estória possa fluir. E assim vão surgindo cenas poéticas e cheias de ação, como o encontro do Cangaceiro com as costureiras, a matança dos jagunços, a chegada do Dirigível, a tocaia dos Cangaceiros a policia, a viúva , o encontro com Expedito, a emboscada final, “nunca confie na fita de outra pessoa”. E a trama perfeitamente criada. Mesmo em mundos distantes, a autora arrumou uma maneira completamente plausível para que ambas acompanhem os fatos da vida da outra a distância.
E não são somente as duas que são bem descritas. Todos os personagens secundários são perfeitos, e nos envolvem em seus problemas.
Incrível também a tradução, que em muitos momentos traz até uma linguagem poética ao livro. Fica até a duvida se o livro em inglês é tão bom também, pois como atingir estrangeiros falando de alpercatas, cajás, teiú, beijus, mandacarus e etc. Só lendo para saber.
Por ter personagens femininas tão fortes, pode parecer que é um livro para mulheres, mas não se deixe enganar. É um livro para quem gosta de romance, com uma ótima estória que te envolve e te transporta. Difícil de largar. E é também um livro extremamente brasileiro.
Terminei a leitura ontem e me sinto vazio. Saudades de Emilia e Luzia e sua triste estória.
E que inveja de Frances Peebles. Além de ser talentosa, teve o tempo e o apoio necessário para escrever uma estória incrível. Que consiga fazer muitas outras.
Não sei como a Globo ainda não descobriu este livro para fazer uma minissérie ou no mínimo um filme.
Perfeito. Leia, delicie-se e recomende.
Livro nota 6.

Sandra :-) 21/10/2010minha estante
Assim como vc, comprei numa promoção no Submarino e saiu por 8,00 reais, pode? Mas, ao contrário de vc, eu não conhecia o livro. Comprei apenas pela sinopse e pelo preço convidativo. Estou lendo com imenso prazer. Como disseram aí embaixo: fui abduzida pela história. Pena que "só" tenha 620 páginas e daqui a pouco vai acabar...rsrs


Leo 04/01/2011minha estante
Obrigado pela resenha! Fez a diferença e vou ler o livro!


DIRCE 22/01/2011minha estante
Oi Helder!
Li esse livro e ele é realmente apaixonante e a sua resenha perfeita - só acho que Frances não é tão "gringa" não.
Tenha um ótimo final de semana.


Simone 13/11/2012minha estante
Também terminei o livro já sentindo saudades de Emilia e Luzia!


Cristine 12/12/2012minha estante
Marido, obrigada pela dica de tempos atrás. Lembro até hoje da sensação de vazio quando acabei o livro e parecia que tinha deixado amigos partirem. Adorei e recomendo !!


Ana Maria 18/10/2017minha estante
Gente do céu, cadê esse tanto de promoção boa de novo? O livro tá saindo por R$ 75, socorro. :(


Eli Coelho 05/11/2017minha estante
Com essa resenha entrou pra lista de desejados. Viu que virou filme? Trocou o nome. Agora esse livro se chama ENTRE IRMAS


Helder 05/11/2017minha estante
Oi Eli, acabei de comentar na sua pagina. Vi que mudou de nome sim e achei a coisa mais burra do mundo. O nome original é muio mais vendável do que este nome novo com cara de novela da Globo. Mas não se engane pela capa e nome idiotas. O livro é maravilhoso.




Ladyce 02/10/2010

Uma saga de mulheres fortes de Pernambuco!
Este ano, pelas minhas contas, li 39 livros de ficção até agora, tanto brasileira quanto estrangeira, e acho que acabei de ler o melhor de 2010. Se não for o melhor ficarei surpresa. Isso me levará a considerar o ano extraordinário pela riqueza de bons textos: significa que ainda vou ter surpresas mais espetaculares do que tive com o livro de Frances de Pontes Peebles, intitulado A COSTUREIRA E O CANGACEIRO [Nova Fronteira: 2009]. Foram 616 páginas que virei com prazer, curiosidade, ansiedade pelo desfecho e ainda fiquei com o gosto de “quero-mais”.

Este é um romance enraizado no estado de Pernambuco, que segue a vida de duas irmãs nascidas no início do século XX numa pequena cidade do interior do estado. Emília só pensa em sair dali. Faz de tudo para o conseguir. Luzia que, ainda criança, sofreu um acidente que a deixou com uma deficiência física, se vê sem futuro. Mas a vida traz surpresas para ambas. Cada qual persegue e procura um sonho, uma maneira de se realizar. Seus caminhos são muito diversos, mas mesmo assim, há uma forte conexão entre elas, que sem se falarem conseguem se manter “em contato” uma com a outra. Nesse ínterim, a história do Brasil, que no início do século parecia uma simples continuação do século XIX, dá uma guinada e Vargas sobe ao poder. A vida de cada uma é inesperadamente virada pelo avesso com essa mudança feita lá no sudeste do país, por um gaúcho. Ao longo do caminho, aprendemos muito sobre o Brasil, sobre a política regional de Pernambuco, sobre a oligarquia brasileira. Ao fechar o volume, compreendemos que além de seguirmos as peripécias dessas duas mulheres fortes e corajosas, seguimos também os caminhos do país e em particular do estado de Pernambuco. Finalmente compreende-se com a duplicidade das vida urbana e do sertão em Pernambuco, que como irmãs gêmeas xifópagas, não podem ou conseguem viver separadamente.

Raramente temos um romance brasileiro – um romance histórico – com a precisão de detalhes dados de forma interessante sobre um específico período. O que Frances de Pontes Peebles faz, é criar duas personagens críveis, na base de “gente como a gente”, e colocá-las interagindo com a sociedade brasileira já estabelecida. As duas irmãs encontram por si só os caminhos que as levam a viver e sobreviver num mundo que só tem horizontes muito limitados para cada uma delas. E nessa luta, nessa garra de não sucumbir às demandas sociais, nessa ânsia que ambas demonstram de sair do patamar em que ficariam, caso permanecessem na pequenina Taquaritinga do Norte, aprendemos sobre o Brasil, sobre a sociedade brasileira de uma época em que mal se votava e que nem as mulheres tinham direito ao voto.

O que faz esse romance tão especial? São muitas as razões: a voz narrativa, forte, sedutora. Mas há mais: personagens interessantes e complexos: não nos encontramos com os típicos estereótipos nordestinos quer nos personagens, quer na paisagem; cada detalhe descrito encontra sua razão de ser ao longo da narrativa, até mesmo os que parecem estar lá para dar uma ambientação; na falta de outra documentação, a reconstituição histórica é maravilhosamente baseada nos trajes de época—que marcam a vida da costureira e nos levam através das décadas em questão. Não há excessos. Os detalhes fazem a história e seus personagens tridimensionais, o roteiro se mostra bem amarrado, e parece incrível dizer-se isso de um romance de mais de 600 páginas: mas é sucinto. Como uma boa costureira, Frances de Pontes Peebles não dá ponto sem nó.

É necessário ressaltar a excelente tradução de Maria Helena Rouanet, cujo texto em português é riquíssimo em vocabulário e flui com uma destreza de mestre. Uma das melhores traduções que encontrei recentemente de romances estrangeiros. Frances de Pontes Peebles nasceu no Brasil, mas passou grande parte de sua vida nos Estados Unidos. Filha de mãe brasileira e de pai americano ela se sente mais à vontade no uso da língua inglesa. E antes deste romance – que é o seu primeiro, já havia publicado contos nos Estados Unidos. Hoje ela mora no Brasil e quem quiser pode seguir suas aventuras aqui: http://francesdepontespeebles.com/

Não perca essa leitura. Você vai adorar! O meu grupo de leitura aprovou este romance por unanimidade. É realmente muito bom.
Paula 01/10/2010minha estante
Mais uma ótima resenha sua, Ladyce. Já estou esperando meu livro chegar para começar a ler. beijos!


Helder 06/10/2010minha estante
Resenha perfeita. Também acho que foi o melhor livro que li este ano e vai ser difícil aparecer outro para batê-lo.
Não consigo entender como um livro assim não virou um Best seller. Dá vontade de recomendar a todo mundo.
Uma pena que a editora não tenha feito uma divulgação melhor, mas algo me diz que este livro ainda vai ser descoberto ter seu devido reconhecimento.
E não daria uma ótima minissérie?


DIRCE 22/01/2011minha estante
Oi Ladyce!
Concordo com o Helder : sua resenha está perfeita ( o que não é novidade).
Oxalá o Helder esteja fazendo uma profecia: que o livro e a escritora venham mesmo ter o reconhecimento que são merecedores.
Um ótimo final de semana.
bjs




Marcos Ferraz 17/09/2009

Resenha do site "Lector In Fabula"
"A Costureira e o Cangaceiro é um livro que conta a história de duas órfãs que residem no interior de Pernambuco. Uma delas, Luzia, sofre um acidente e fica deformada, tornando-se a aberração da localidade. Num dia, cangaceiros invadem a cidade e Luzia é levada. A outra irmã, que fica na cidade, acredita que Luzia foi morta. Anos depois, a verdade é revelada durante uma viagem de navio para os Estados Unidos. Eu estava na livraria e abri uma página para ler. Não consegui desgrudar. Confesso, há algum tempo um romance sobre o Brasil não me pesca. Este livro me lembra a atmosfera de leitura quando li O Memorial de Maria Moura, da nossa querida e saudosa Rachel de Queiroz. Fui praticamente abduzida pelo livro. A Costureira e o Cangaceiro foi escrito por Frances de Pontes Peebles, filha de brasileira casada com americano. Frances passa férias no Brasil na mesma cidade onde a trama do livro discorre. Tenho a impressão de que trata-se de um romance baseado em fatos reais. A Nova Fronteira acaba de traduzir o livro, cujo original em inglês recebeu já dois prêmios." - Nelida Capela (www.lectorinfabula.blogspot.com)
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