Sanshiro

Sanshiro Natsume Soseki




Resenhas - Sanshiro


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Marcos606 24/03/2023

Sanshiro se muda para começar a estudar na universidade onde permanece como uma ovelha perdida, nome que lhe foi dado por Mineko, a bela jovem por quem se apaixona.

A história gira em torno das experiências de Sanshiro na Tóquio moderna no início do século XX e suas frustrações em torno de Mineko, uma jovem aparentemente moderna que mostra muita liberdade e independência de valores antigos.

Sanshiro é incapaz de aprender, falar e reagir. Vindo da vida rural e tradicional com um forte conjunto de valores e crenças, mas ingenuidade quanto à possibilidade de mudança e incapacidade de distinguir o real do falso
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Gabriel.Maranoski 14/03/2023

Excelentes personagens
É interessante ver como apesar de o livro ter sido escrito já há bastante tempo, a subjetividade de um jovem que está adentrando a vida adulta e um ambiente diferente do qual está acostumado é bastante semelhante com coisas que senti na mesma época. Sanshiro é um personagem que, apesar de as vezes muito passivo, sendo arrastado pela trama pelos outros personagens e somente reagindo aos acontecimentos, faz isso de uma forma que não é maçante ou tediosa de ler. Professor Hirota e Mineko também são grandes pontos positivos da história.
É o segundo livro de Soseki que leio e de maneira geral, estou bastante contente com a escrita dele.
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dani 28/10/2021

Pacato cidadão
Depois de ter lido "Botchan", outro livro de Natsume Soseki, com seu protagonista presunçoso e desbocado, foi divertido ver que aqui o autor construiu seu completo oposto. Logo vemos que Sanshiro é um herói incomum. O rapaz é tão ingênuo e impassível que, sinceramente, dá vontade de segurá-lo pelos ombros e dar uma boa sacudida.

Sanshiro está saindo pela primeira vez de sua cidade no interior, Kumamoto, para morar em Tóquio e ingressar na universidade. A partir daí, acompanhamos essa nova etapa em sua vida e as pessoas com quem passa a conviver. Com destaque para o sereno professor Hirota, o impulsivo Yojiro e a indecifrável Mineko.

Na companhia de nosso "pacato cidadão", vamos descobrindo as diferentes faces da grande metrópole. Tradição e modernidade ora coexistem, ora colidem. As descrições propõe um verdadeiro passeio por Tóquio no começo do século XX. Para mim, foi a parte mais encantadora do livro!

O autor aproveita para dar alfinetadas no sistema educacional decadente, as aulas universitárias enfadonhas e professores sem compromisso algum. Também registra mudanças que estavam ocorrendo na época, sejam tecnológicas, como a chegada da eletricidade; ou sociais, com as mulheres ganhando mais voz e autonomia,
deixando alguns bem incomodados. Haraguchi, um artista que frequenta o círculo acadêmico, chega a dizer: "Com as mulheres ganhando importância, começa a surgir um monte de solteiros no mundo. Por isso deveria ser uma regra fundamental da sociedade que as mulheres só devam ganhar importância dentro de certo nível, de modo que não se produzam solteiros assim."

Natsume Soseki não criou aqui uma narrativa cheia de grandes conflitos ou fortes emoções. Há quem considere o enredo e o protagonista monótonos. Mas acredito que ele retratou bem o encanto que pode ser encontrado nas pequenas aventuras e desventuras, encontros e desencontros da vida cotidiana.
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Nana 02/08/2021

Gosto como Sôseki inicia a obra, dizendo que será apenas uma história em que os personagens nadarão livremente. O ritmo não me pegou tanto quanto E Depois, que é um livro do autor que gosto bastante. Contudo, como sempre, as obras de Sôseki são muito bem ambientadas e tem um grande valor histórico, mesmo que em geral ele só trate das classes mais avantajadas da sociedade. O tom de comédia, em muito dado pelo personagem Yojiro, funcionou muito bem, assim como o seu contraste com Sanshiro.
É uma boa leitura para quem tem interesse no período, afinal, há várias referências a pessoas e obras tanto da época quanto do passado.
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Adelson 06/09/2020

Um livro plácido.
Sanshiro Ogawa [lê-se Sanchirô] sai do interior do Japão rumo à deslumbrante capital para estudar literatura, mas a transição à vida adulta não será como ele imagina. Aqui, na primeira parte da trilogia informal de Natsume Soseki composta ainda por E Depois e O Portal, o verdadeiro aprendizado do protagonista se dá mais na contemplação das formosas nuvens do céu azul de Tóquio do que nas supostamente edificantes aulas da universidade. Neste romance de formação, ambientado na virada do século XIX para o XX, o ingênuo personagem-título atravessa as ruínas de um sistema de ensino caduco, formado por alunos que fingem que estudam e por falsos "mestres". Assim, no ir e vir de nosso pacato calouro, desvendamos, por exemplo, o soberbo professor Hirota, que passa seu tempo expelindo "fumaça filosófica" pelo nariz, ou ainda o artista Haraguchi, retratista de pincelada e constituição robustas, partidário das modernas tendências europeias. Perto deles, no entanto, Sanshiro não passa de um xucro, sobretudo no plano pessoal, ao evidenciar seu embaraço e sua pouca habilidade com o sexo oposto. Conhecido pela grande habilidade na construção psicológica de seus personagens, Soseki também evidencia aqui tal característica. A despeito da distância secular de que data a origem da obra, Sanshiro não deixa de ser uma amostragem bem acabada da "modernidade" estilística do autor.
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Mario Miranda 29/06/2020

Sanshiro não é a primeira obra de Soseki, e como as demais, senti falta de algo a mais na obra. Soseki não pretende criar um grande romance, ao contrário utiliza-se de uma temática bem corriquei para escrever a sua obra - o jovem do interior que se dirige à capital em busca de melhor oportunidade. Entretanto, mesmo conhecendo previamente a temática, sinto que faltou maior conectividade entre as passagens, ou talvez um pouco mais de aprofundamento nas questões levantadas...

Sanshiro ao concluir seus estudos prévios ao ensino superior universitário, sai de sua vila natal, distante e pobre, para o oposto do que vivera até então: Tóquio. Cursando o nível superior em Letras, logo perde o estímulo aos estudos, seja por sua dificuldade em associar-se aquela cultura - um Estrangeiro em seu meio, no léxico Camusiano - seja por estímulo de colegas também insatisfeitos com os rumos intelectuais de sua vida.

A temática já aparece em outra obra, em sentido inverso, de Soseki: Botchan, que narra a saída de um homem da capital para uma vila interiorana. Claramente é uma temática cara ao autor, que também foi a sua maneira um imigrante no Ocidente, onde realizou parte dos seus estudos.

É uma boa obra, com aspectos culturais importantes da cultura japonesa, entretanto até o momento Soseki não me cativou.
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Lusia.Nicolino 24/05/2020

Já se sentiu jovem demais?
Já se sentiu jovem demais, caipira, ignorante sobre vários aspectos da vida, usando uma viagem do interior à capital como um túnel para o futuro?
Se sim, vai encontrar paralelos na vida de Sanshiro.
Se não, pode viver uma vida além da sua e descobrir como é.
Sem as pretensas descobertas filosóficas, Soseki mesmo nos diz: a obra é apenas trivial. Nada faço aqui de misterioso.
Romance de formação, ambientado na virada do século XIX para o X, Sanshiro é nosso personagem ingênuo, que sai do interior do Japão para estudar literatura em Tóquio. Nesse novo ambiente, também vamos conhecer outros personagens como o professor Hirota, Haraguchi, Yojiro. Quem é quem e que influência exerce? Você vai gostar de descobrir.


site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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jota 05/06/2019

Coração (e cabeça) de estudante...
Sanshiro (pronuncia-se Sanshirô), do mesmo autor de Coração, outro grande sucesso da literatura japonesa - Natsume Soseki (1867-1916) -, é sobre um jovem estudante do interior vindo para cursar literatura na universidade de Tóquio nos anos iniciais do século XX. Foi por essa época que o país começou a se abrir para o ocidente, receber as primeiras influências culturais americanas e inglesas, principalmente. Há algumas referências a professores americanos ensinando na universidade e a certo preconceito dos alunos contra eles.

O romance tem muito de autobiográfico, como se constata nas inúmeras notas de rodapé que remetem para a vida do próprio Soseki, além de outros fatos. Pouca coisa notável acontece aqui: é uma história sobretudo psicológica, então acompanhamos durante um ano a rotina do personagem e de seus amigos através das conversas que travam e de acontecimentos corriqueiros. Dentre eles, um dos mais interessantes é a sequência de um empréstimo de ienes entre os amigos, assunto de vários capítulos, em que se sobressai outro jovem, Yojiro, o segundo personagem mais interessante do livro, um simpático velhaco.

Sanshiro parece (ou é, de fato, não sei bem) um romance existencialista, não tanto no sentido sartreano do termo, mas porque Soseki não nos mostra outra coisa senão a vida corriqueira de seus personagens, sem se preocupar em julgar ou criticar o comportamento de quem quer que seja. Ainda que vez ou outra Soseki use da ironia para nos falar sobre professores, alunos e a vida universitária de quando era jovem, longe de ser uma balbúrdia, mas também nada exemplarmente séria, a se acreditar em tudo que ele narra.

Bem, ao final, o leitor se divertiu um pouco com alguns trechos, aprendeu um bocado sobre aquele tempo e também acerca da cultura japonesa em geral, sem precisar se esforçar muito, do mesmo modo que alguns dos estudantes de Soseki levavam seus estudos então. Muita coisa mudou, claro, senão o Japão não seria a potência que é, especialmente em tecnologia, nem seria conhecido pela excelência em educação.

Lido entre 28/05 e 04/06/2019. Minha avaliação: 3,7.
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Jorge 23/02/2016

Ovelhas desgarradas em busca de seu lugar no mundo
Sanshiro Ogawa, 23 anos, sai da província de Kumamoto, “uma roça” (segundo ele), no sul do Japão, para cursar Letras inglesas na universidade de Tóquio. É a partir dessa premissa que Soseki discute, neste livro de 1908, o desejo do Japão de modernizar-se e se afirmar frente ao Ocidente.

Se de início Sanshiro se mostra chocado com o caos de Tóquio e entusiasmado com a modernidade (o Japão teria feito em 40 anos o que a Europa levou 300), logo percebe que a frase “vida universitária” é um contrassenso, pois a universidade se revela desconectada da vida, mais preocupada com “macarrão italiano” ou com “os milhares de cabelos brancos de Ibsen” do que com as “urgentes inclinações da sociedade”. Por conselho de seu colega de classe (e depois amigo) Yojiro Sasaki, Sanshiro se volta para o aprendizado da vida através dos livros, do flaneurismo e do círculo de pessoas envolvidas com o professor Cho Hirota.

Hirota é uma espécie de “homem supérfluo” sosekiano, o personagem típico da literatura russa que representa um liberal perdido em uma sociedade conservadora. Professor de inglês do nível médio, ele se mostra cético quanto ao projeto japonês de modernidade no que ele tem de nacionalista (os japoneses como “povo escolhido”), militarista (o Japão havia ganho a Primeira Guerra Sino-Japonesa em 1895 e a Guerra russo-japonesa em 1905), macaqueador da Europa e coletivista, ao demandar a submissão do indivíduo ao coletivo. Na definição de Yojiro, ele é uma “Imensa Escuridão”, pois “absorve várias leituras, mas não dá lume a nada” e uma contradição ambulante, pois deprecia o Japão tendo conhecimento indireto do estrangeiro apenas através de fotos. Para Sanshiro ele seria como o livro Hydriotaphia, “difícil de entender”.

Faz parte do círculo também o citado Yojiro, que só pode ser descrito como hiperativo e que serve de contraponto ao protagonista. Uma característica de Sanshiro reiterada ao longo do livro é seu medo de viver, seu acanhamento. Yojiro por outro lado esbanja vida, envolvendo-se ativamente inclusive na dos outros, causando-lhes problemas sem querer e sem, também, se preocupar com consequências do que faz. Para Hirota, Yojiro é o “líder do partido dos vandifamadores”, termo que ele cria para designar a egocêntrica nova geração em oposição à “outrocêntrica” anterior, voltada para o próximo, os pais, a nação e a sociedade, mas hipócrita, por ser assim apenas preocupada com as aparências. Essa fala indica sua visão do declínio do personalismo nas relações modernas com seus aspectos bons e ruins.

Temos ainda Mineko Satomi, jovem relativamente rica e solteira com quem Sanshiro se envolve em um jogo de conquista. Mineko adota atitudes ambíguas em relação à Sanshiro, por vezes parecendo se interessar por ele e mesmo estar apaixonada, por vezes não. Em dado momento ela o chama de “stray sheep”, ovelha desgarrada, ou criança perdida, no contexto em que é dito, caracterizando-o como homem que não sabe lidar com mulheres e como um indivíduo perdido em meio ao mundo.

A mesma ambiguidade é demonstrada por Sohachi Nonomya de 30 anos. Físico professor da universidade e ex-aluno de Hirota que se envolve com Sanshiro e Mineko em um triângulo não resolvido até quase o final do livro. A irmã de Nonomya e amiga de Mineko, Yoshiko, também é uma personagem principal que se torna outra possível pretendente de Sanshiro.

E aqui se levanta um ponto relevante do livro que é o do casamento: casar ou não e por quê? A postura das duas amigas é bastante livre, já que podem escolher com quem e até se vão ou não se casar. Isso serve de contraste para a posição de Omitsu Miwata, garota de Kumamoto que todos esperam casar com Sanshiro (menos ele). As duas garotas de Tóquio aparecem como “mulheres de Ibsen”, representantes da nova geração egocêntrica, assim como Yojiro, intensas e insatisfeitas. E embora não se diga quanto ao quê, podemos imaginar que seja quanto aos homens, pois Yojiro dá a entender que com a mesma idade as mulheres teriam mais vivências e achariam os homens infantis ou inferiores, e quanto à própria posição da mulher, sendo elas estudadas (até o nível médio e em artes, línguas, música) e livres (mas aparentemente não para se sustentarem).

Aprendendo e crescendo com essas pessoas, deixando um pouco seu medo de viver, Sanshiro ensina sobre o Japão em uma encruzilhada. Modernidade e Tradição, Ocidente e Oriente, Progresso e Atraso eram as “urgentes inclinações da sociedade” que se impunham então. O Japão procurou uma via que unisse ciência ocidental com costumes japoneses, uma modernização de fachada. Sanshiro não parece ter se impressionado, pois escreveu para a mãe que “Tóquio não era um lugar lá muito interessante”. E talvez tivesse sua razão se lembrarmos aonde a vontade do país de se afirmar como igual frente ao Ocidente o levaria dali a 40 anos.
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Aguinaldo 13/01/2015

Sanshiro
"Sanshiro" é um romance do mesmo autor de "Eu sou um gato" e "Kokoro" que já resenhei aqui. Gostei dos dois livros anteriores e gostei deste também. São temáticas e tratamentos distintos, mas o autor sabe contar sua história e ensinar algo ao leitor. É incrível com um bom romance sobrevive ao tempo (Sanshiro foi publicado em 1908). Esta leitura deu-me um prazer adicional, pois ganhei o livro de presente de Helga catalana, senhora das livrarias e espaços culturais barceloneses. Foi mesmo um grande presente. A história que se conta é curiosa: um rapaz sai da província e chega a capital Tóquio para estudar na universidade. O mundo cosmopolita e sofisticado da cidade grande enfumaça a percepção que este rapaz tem das experiências pelas quais passa. Um sujeito da mesma cidade do narrador estuda ciências (física especificamente) e tem um relacionamento com a cidade e com a universidade que é mais pragmático e objetivo que aquele escolhido pelo narrador. Os outros interlocutores importantes do narrador são um colega dispersivo e algo inconsequente (que lembra o Bloch de Proust); um pintor de relativo sucesso (que lembra o Elstir de Proust); um tolo professor de universidade (que lembra o Cottard de Proust); uma moça (por quem se apaixona a primeira vista, claro, e que lembra a Gilberte de Proust); uma outra moça (que ajuda e com quem tenta estabelecer uma relação de amizade, que lembra a Albertine de Proust). É um romance que descreve como um sujeito aprende a decodificar o mundo, ou seja, aprende a interagir com as sutilezas do comportamento humano e se conhecer propriamente falando. As muitas confusões e situações nas quais o narrador se envolve são típicas de quem está tentando conhecer o mundo real a seu redor, sem as máscaras da ignorância e/ou do preconceito. Incrível como neste romance, anterior ao poderoso Proust que domina minhas melhores lembranças literárias, Soseki consegue construir personagens verossímeis e ao mesmo tempo tão atuais. Talvez eu exagere um tanto nos paralelos entre este livro e aqueles do ciclo "Em busca do tempo perdido", mas trata-se de um romance que não deixará nenhum leitor indiferente. Belo presente este de doña Helga. Vamos a ver se leio agora "Botchan", romance que deu fama perene a Soseki. Veremos. [início 18/09/2009 - fim 06/10/2009]
"Sanshiro", Natsume Soseki, tradução de Yoshino Ogata, Editorial Impedimenta (1a. edição) 1999, brochura 13x20, 330 págs., ISBN: 978-84-937110-0-9

site: http://guinamedici.blogspot.com.br/2009/11/sanshiro.html
R4 18/05/2017minha estante
Gostei muito da sua análise e achei pertinente a comparação com Proust. Já leu "E Depois..." do mesmo autor? Tem uma atmosfera fin du siècle muito forte.


Dan 20/09/2017minha estante
Resenha maravilhosa. Gostei do seu paralelo com Proust. ''Em busca do tempo perdido'' é mais comparado com a tetralogia ''Mar de felicidade'' do Yukio Mishima.




Kleber 02/03/2014

Sanshiro e a mediocridade de sua vida
Em sua época, Sanshiro foi tão popular entre jovens, em especial universitários, que um lago na Universidade de Tokyo ao qual a estória vez ou outra remete, até os dias de hoje é conhecido como Lago Sanshiro, só para se ter uma ideia.

Enfim um livro em que o "herói" é um rapaz de menos de 20 anos, algo incomum para a época. Assim como em Eu Sou Um Gato, Soseki optou por um protagonista medíocre e perdido na vida. E aqui também há uma crítica ao arcaico meio intelectual e acadêmico japonês, ao sistema de ensino da época.

Não é um livro de grandes pretensões, mas é justamente nessa simplicidade que reside a graça desse pequeno grande livro.
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