Rafael Moura 22/07/2018
Meh
Um dos grupos de leitura que participo escolheu este livro para o mês passado. Passados alguns dias, todos pediram para escolher outro livro, e fui o único a insistir até o final. Entendo o motivo.
Retiro Macabro me deu a sensação de ser uma ótima idéia em uma execução pobre. Muitas vezes o autor parece se preocupar mais em enfeitar a escrita do que desenvolver a história. Referências, figuras de linguagem, forma de descrever, tudo parece ser apenas um fim em si mesmo, sem nenhuma utilidade ou interesse para a história contada. Ainda que eu goste dessas coisas, é necessária uma boa história por trás, para dar alicerce aos enfeites, o que não acontece aqui.
De certa forma, gostei dos personagens principais, apesar de achar os 3 artificiais (Mason, Anna e a casa). Já os coadjuvantes são sôfregos, clichês e estereótipos. O que faz com que os diálogos apresentem a mesma sina: entre os protagonistas, o diálogo flui, mas dói ler a tentativa de comunicação entre eles e os outros personagens.
Outra coisa que me incomodou bastante foi a inabilidade do autor na construção dos momentos subrenaturais. Em tese, seriam os pontos altos do livro. Na prática, acontecem tão abruptamente que você se questiona se foi mesmo algo sobrenatural que ocorreu, de tão corriqueiro. Acho que dá pra resumir assim: não houve a construção de uma atmosfera. O livro não consegue envolver e criar um clima, então tudo parece banal.
Quanto à trama, um plot twist interessante, desde que você não esteja acostumado às leituras do gênero. Final previsível e com um desenvolvimento confuso.
Não é o pior livro que li no ano, mas chega perto.