Resenhas - Estação Carandiru

Nessa 16/01/2009

Recomendo
Li duas vezes e depois assisti o filme... O livro me prendeu e me transportou para um mundo que eu nem imaginava existir... o filme apenas complementou.... Recomendo

Eliane Sousa 11/11/2021

Drauzio tem uma escrita super fluida, não é nem um pouco cansativa a leitura. Algumas vezes me perdi na história dos tantos personagens, pois são muitos os carcerários. Não cometam o erro de ir ver o filme após a leitura, é péssimo!

Mateus.Risso 15/01/2024

De volta ao passado...
?Um povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la.? - Edmund Burke

Li "Estação Carandiru" pela primeira vez quando estava na oitava série. Lembro-me muito bem das cenas de horrores e traumas criados pelas descrições detalhada que Drauzio Varella dava dos processos mais simples da cadeia que me fizeram abandona-lo pela metade nesta ocasião. Hoje, quase 10 anos depois, acreditando que estaria mais maduro para tal leitura, fui pego desprevenido pela mesma sensação que me atormentava no passado e pude perceber que ninguém está pronto para o que é relatado aqui.

Drauzio, de maneira totalmente justa, relata sua luta constante de combate a epidemia de HIV dentro do maior sistema carcerário da América Latina, onde drogas intravenosas e sexo desprotegido rolavam de maneira livre a luz do dia.

Abusando um pouco da singularidade, os momentos que mais me assustaram são as cenas onde o HIV é deixado de lado e os problemas são postos a tona, escancarando que, mesmo o vírus sendo devastador da maneira que é, nem de longe é a principal dificuldade enfrentada pelos presos dentro do Carandiru.

Injustiça ou não, Estação Carandiru é um livro escrito por homens e mulheres sobre a conscientização do que é uma cadeia hoje no Brasil, escancarando suas falhas matriciais e mostrando porque o Brasil tem um dos maiores níveis de reincidência do mundo. Leitura obrigatória para alunos da área da saúde, epidemiologia ou mesmo pra quem se preocupa com o rumo da sociedade brasileira.

rebeca 06/04/2021

Estação Carandiru
Dráuzio, num relato cirúrgico traz a vivência dos detentos no presídio de Carandiru nos anos 90. Através de pequenas crônicas protagonizadas pelos próprios presos, o médico relata sua vivência e atuação de anos no presídio, humanizando os sujeitos, misturando humor com relatos pesados que dissertam sobre a vida do detento como ela é.
A leitura se encerra nos deixando com um nó gigantesco na garganta.
Livro difícil de engolir, mas fluido e necessário.
Minha total admiração ao médico.

Marcia 31/10/2018

Amor bandido
Um livro que nos faz sentir muitas emoções contraditórias. Conhecer alguns dos personagens que viveram encarcerados em um lugar tão desumano, e esperar que saiam reabilitados é ser muito ingênuo. Eu, às vezes, os odiava, os amava, mas, sem dúvida, comecei a enxergá-los como seres humanos cheios de erros, que precisam pagar pelo mal que fizeram, porém, são tratados como animais.

Fran.Bombassaro 25/10/2021

Interessante porém chato
Sabe aquele livro interessante mas que a leitura é um pouco densa e chata?
Não me arrependo de ler, mas não leria de novo nem recomendaria.

São muitas histórias interessantes, soube de coisas da vida carcerária que eu não sabia!

@colaseyck 05/09/2016

Incrível
Drauzio Varella relata sua experiência de trabalho no famigerado Carandiru, pontuando da rotina corriqueira do ambiente aos ocorridos inéditos, apresentando os protagonistas da vida na unidade prisional e suas histórias, que teve a oportunidade de escutar. Sem fazer juízos de valor das práticas ou postura de seus pares, realiza um verdadeiro trabalho antropológico de observação participante, nos permitindo acessar a densa realidade dos criminisos das mais diversas regiões do Brasil, ocultada pelos tabus do medo e preconceito. Um enredo fantástico abordado por um exímio escritor com uma riqueza de detalhes tremenda, revelador e inédito de tal forma que deveria ser leitura obrigatória para cada brasileiro.

Claire Scorzi 28/08/2010

Uma reunião de lembranças...
Inesperadamente, interessou-me quando fui folhear. Inesperadamente, fui apreciando cada vez mais enquanto ia lendo.
O livro que reúne lembranças, histórias e fatos coletados pelo médico Drauzio Varella faz pensar, rir (humor negríssimo, em geral), interessar-nos: sera´que é possível fazer algum trabalho relevante com essas pessoas - alguma coisa que não seja apenas para acalmar nossa consciência - alguma coisa que não sirva só pra constar - e que perdure?
Como defeito, eu só posso me lembrar da ausência de um glossário com a gíria da prisão. Para mim, fez falta.

Alê 19/07/2020

Uma leitura Incrível
Sabe aqueles livros que vc termina e fica digerindo por muito tempo? Então, é esse! Eu já cheguei até a ver alguns documentários sobre o Carandiru, mas nada disso me tirou o impacto que essa obra me trouxe. As histórias de personagens da vida real que por si só dariam livros ou obras cinematográficas individuais dada a diversidade e peculiaridade de cada um alí.
Dr Drauzio fala de uma maneira tão clara e simples, sem romantizar a violência e nem apontar o dedo, ele simplesmente conta essas histórias e fala de suas experiências e aprendizados durante seu trabalho com os presos. É um livro incrível, consegue ser engraçado em algumas partes, extremamente triste, chocante, e melancólico em outras. Leitura necessária!

Ligia 02/03/2014

"Mil cairão a teu lado"
O livro de Varella é um retrato cruel, realista e destruidor de muitos mitos que ainda permeiam o imaginário da sociedade brasileira a respeito da vida nas prisões. O grande mérito de Estação Carandiru é a maturidade da narrativa - Drauzio Varella consegue expor com uma imparcialidade chocante a vida na cadeia; não há ingenuidade para uma defesa cega dos direitos dos presos, assim como não há qualquer tipo de aprovação da atitude da polícia durante o massacre. Mais que isso, Varella narra de forma delicada a crueldade absurda do código de leis não escritas que rege a vida das penitenciárias, as desumanidades cometidas pelos presos - seus crimes dentro e fora da cadeia. Por outro lado, também analisa a rotina estressante e inaceitável a que são submetidos aqueles que trabalham no sistema carcerário. Sistema que, aliás, é ineficaz e absurdo em todos os seus aspectos. A maioria dos mortos no massacre, no Pavilhão 9, como explica Varella, eram réus primários, jovens. Os motivos que os levaram ao crime são os mais diversos, e a perspectiva adotada para narrar tudo isso é extremamente interessante. Também tem destaque as possíveis razões que levam a corrupção no sistema prisional, e a sensação que persiste durante todo o livro é de profunda incapacidade de regeneração de qualquer indivíduo exposto a barbárie da Casa de Detenção. A violência está tão arraigada, difundida e difusa, que choca, amedronta, revolta, assusta, entristece. A questão do sistema prisional relaciona-se com tantos elementos históricos, culturais e sociais do Brasil, e o relato de Varella não peca em radicalismos, tem o mérito da lucidez, mesmo que imersa no caos.

Isabela 30/04/2022

"Não houve mortes entre os policiais militares"
Que livro sensacional!
Faz dois meses que comecei, lendo aos pouquinhos entre um livro e outro.
A história vai muito além da trajetória do Dr Drauzio dentro do presídio e mostra a realidade sem delicadezas daqueles que a sociedade teima em fingir que não existem.
Eu adorei, algumas histórias da malandragem nos fazem rir, outras só aumentam o nosso ódio desse sistema penal que é uma máquina de moer pobre e preto.
O Dr Drauzio mais do que merece o respeito que tem hoje porque ser humano nesse ambiente do cárcere é uma tarefa que poucos aceitam.

Milena 27/12/2021

Na prisão, nem tudo é o que parece
Neste livro, Drauzio Varella fala um pouco sobre a rotina das pessoas privadas de liberdade e da estrutura do que era o maior presídio do Brasil, o Carandiru. Após mostrar a divisão dos pavilhões, as diversas profissões que cada PPL poderia ocupar e os funcionários, o autor fala sobre suas atividades no presídio e seus sentimentos em relação aos privados de liberdade e funcionários, enquanto nos introduz a alguns personagens marcantes e suas histórias de vida, como pequenas crônicas.

É um livro excepcional. Tão necessário nestes tempos de ódio, intolerância, em que alguns clamam por uma justiça injusta. Através do livro, vemos o quanto a estrutura de um presídio é precária e o quanto ele só funciona por causa das próprias PPL. Há várias regras na cadeia, mas a maioria delas foi imposta pelos próprios habitantes de lá e um pequeno deslize pode custar sua vida. Drauzio faz questão de humanizar cada pessoa-personagem do livro, enfatizando não só os defeitos, que os privados de liberdade já estão acostumados (mas cansados) de carregar, mas também suas qualidades porque, acima de tudo, todos são apenas pessoas.

Algumas partes são de colocar um sorriso bobo no rosto, outras são de reflexão sobre a sociedade em que vivemos e outras nos fazem perceber o quanto a violência pode ser banalizada (tanto pelas PPL, que às vezes matam por "besteiras", quanto pela polícia, à respeito da chacina do Carandiru). Tem seus defeitos: me incomodou o autor se referir a travestis com pronome masculino. Entretanto, busquei relevar, visto que é um livro escrito há mais de 20 anos. No mais, é livro muito bom, que, apesar de não ter altos e baixos ou momentos eletrizantes em que você não quer parar de ler, consegue captar a atenção do leitor, pois é quase como uma coleção de crônicas, muitas vezes direto ao ponto, o que também não torna a leitura arrastada, apesar das 300 páginas.

Recomendo demais, é um abraço apertado e, ao mesmo tempo, uma tapa na cara do leitor, que sai dessa leitura com vários aprendizados, mas com a certeza de que, na prisão, nem tudo é o que parece.

Marcelo 20/06/2020

Estação Carandiru
Estação Carandiru é um livro do médico oncologista, professor e escritor Drauzio Varella. No best-seller, o autor conta sua experiência como médico voluntário, a partir de 1989, na Casa de Detenção de São Paulo, onde realiza atendimento em saúde, especialmente na prevenção da AIDS.

Phellps 04/08/2010

Fatos incríveis, texto nem tanto.
Estação Carandiru é um daqueles livros que te prendem por seus fatos, e não por sua narrativa.
A história do famoso presídio é contada em capítulos, os primeiros descrevendo o complexo, os seguintes contando histórias sobre os detentos marcantes, e o último sobre o derradeiro massacre de 1992.

Se não fosse um livro baseado em fatos reais, pela visão de um médico de verdade, teria passado desapercebido, pois sua narrativa é simples, e apesar de possibilitar um fácil entendimento, falha em transmitir a tensão que uma história sobre desse porte necessita.

A linguagem pouco sofisticada de Drauzio atrapalha a obra, mas esta não deixa de ser recomendada para aquele que quer conhecer o dia a dia do presídio mais famoso do Brasil.