Sâmella Raissa 08/11/2014Resenha original para o blog SammySacional
Amanda Oliveira é o que podemos chamar de garota rebelde. Fugindo de todo glamour e holofotes derivados do fato de ser filha de uma famosa atriz, Patrícia Oliveira, ela leva a vida sendo a garota teimosa e orgulhosa que vem sendo. Sua mãe já não aguenta mais tentar colocar a filha nos eixos - muito embora não perceba que tudo isso só acontece pela a ausência dela na vida da garota. Então, após ser expulsa de três colégios seguidos nos últimos três anos, Amanda acaba por ser mandada, contra sua vontade, para um colégio interno, reconhecido como o melhor do país, onde só a elite rica do país estuda. Antes mesmo de adentar ao lugar, ela já começa a maquinar uma forma para ser expulsa, mas ao contrário dos colégios anteriores, suas tentativas poderão ir por água abaixo ao se deparar com amizades reais que há muito tempo ela não tinha, e um grupo particular de estudantes populares que adora provocá-la - e vice-versa. Através de uma estabilização forçada e inusitada, Amanda terá tempo para reconhecer a dimensão de seus atos de rebeldia, dar-se uma chance a fazer amigos, e se acertar com a própria mãe - e quem sabe, mesmo depois de tudo isso, ainda haja espaço para o amor, também...
A história como um todo é bem proposta e bem desenvolvida. Tais Cortez foi certeira com as cenas, sem introduzir nada que fosse desnecessário, e no qual cada cena contribui para o andamento da história. A narrativa se segue em primeira pessoa, em bons momentos de descontração e alguns comentários irônicos por parte de Amanda, que assume uma postura muito segura de si mesma. Os acontecimentos se desenvolvem com uma certa rapidez, no entanto, sem exageros, e conseguimos acompanhar bem o enredo e, a cada capítulo terminado, só queremos continuar a leitura e saber onde tudo vai dar. É uma história visivelmente clichê, mas que, devido a forma como foi desenvolvida, se mantém em um ritmo ótimo de leitura e envolve o leitor na medida certa.
" Eu odeio você!
A recíproca é verdadeira."
Agora, mais especificamente sobre os personagens, temos uma gama particularmente distinta de personalidades, desde os mais conflituosos, como Amanda e Ricardo, e os mais sensíveis, como Maíra e Paulina. Amanda por si só é retratada como uma espécie de garota problema, mas o que ninguém percebe é que tudo isso é fruto da ausência da mãe em sua vida, então ela acabar por tentar revidar os anos de ausência com o mal comportamento. Apesar de ter me irritado profundamente com ela por simplesmente recursar-se a conversar com a mãe e expor o que ela sentia, é notável a sua real insegurança e a verdade, no fim das contas, é que toda a postura rebelde está ali apenas para esconder seus temores e sua sensibilidade, mas uma vez que ela percebe-se lidando com situações, pessoas e emoções visivelmente novas e mais intensas, ela vê que, dessa vez, as coisas podem não se desenrolar como ela espera.
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