spoiler visualizarjuba 11/05/2020
Não atendeu todas as minhas expectativas
Depois de terminar Prince of Thorns vim cheia de expectativas para King of Thorns, mas a única coisa que encontrei foi um trabalho bem meia boca aproximado do que o primeiro livro.
PONTOS NEGATIVOS:
Vamos começar com as diversas linhas temporais: temos o passado e o presente que, como esperado, se encontram, mas o ponto é que é bem desorganizado a forma como conhecemos o passado em específico.
No passado temos os capítulos de 4 anos atrás, assim como temos pedaços do diário da Katherine e também temos o que vamos descobrindo durante o presente através das memórias que o Jorg recupera ou se recorda. Uma completa desordem. Muitas vezes fiquei confusa com o que estava acontecendo.
Falando particularmente do diário da Katherine, qual a necessidade desse diário nesse livro? Absolutamente nenhuma. Primeiro cogitei que a Katherine realmente fosse ter a criança que ela acreditava ser do Jorg e usar contra ele. Mas descobrimos que a criança não é do Jorg. Então, ela acaba abortando a criança, muito bem, sem problemas. Mas a partir do momento que ela aborta a criança ela ESQUECE do estupro, simplesmente o trauma vai embora. O trauma que já não estava sendo tratado bem, caí por terra quando ele é simplesmente esquecido pela Katherine! Como se esquece uma coisa dessas? Eu vou te contar, não se esquece! Ela sofreu um estupro, ela foi violada, violentada, mas o Mark Lawrence simplesmente esquece de todo o trauma psicológico que uma vítima estaria passando!
Beleza, agora vamos ao segundo ponto, o relacionamento dela com os Príncipes de Arrow. Katherine registra em seu diário sua paixão pelos dois mesmo que ambos sejam completamente diferentes, Orrin é o típico herói que torceríamos em outras situações e Egan é o famoso badboy sem sentimentos. Os dois pedem ela em casamento, mas ela termina com o Orrin. Beleza até aí. Só que o Mark Lawrence também taca o foda-se para o desenvolvimento da vida nova dela, pra ela sendo a princesa de Arrow e uma possível futura imperatriz, além disso, como uma vítima de um estupro tão violento que ela descreve (que deixa roxos no meio das coxas dela) vai lidar com o início de uma vida sexual tão repentinamente, como ela reagiu na noite de núpcias? Ela teve um ataque? Chorou? Contou a verdade pro Orrin? E o Orrin, ele teve alguma reação sobre o fato dela não sangrar na primeira vez dela? (embora nem todas as mulheres sangrem é de levar em consideração que se até atualmente existem homens que não acreditam que uma mulher virgem pode não sangrar na sua primeira vez, como os homens de uma sociedade distópica patriarcal que voltou a ter a inteligência da era medieval vai reagir a isso?)
Agora, falando do Orrin e do Egan, eu esperava que quando eles marcaram presença no diário da Katherine seria uma forma do Mark Lawrence de fazer com que conhecêssemos os inimigos do Jorg, mas adivinha? Eles não tem desenvolvimento nenhum! A única coisa que ficamos sabemos é: Orrin é o irmão bonzinho e estudioso e Egan é o irmão misterioso e com ações duvidosas. Eu realmente esperava que Katherine registrasse as ocasiões que ela presenciava de estranho, deixássemos que nós conhecêssemos os dois irmãos e tivéssemos nossas próprias opiniões, mas nada disso acontece! Eu até cheguei a cogitar que talvez Katherine fosse matar os dois, tornar-se a absoluta Príncipe de Arroz para manivelar sua vingança contra o Jorg, mas ela simplesmente perde toda a personalidade dela e todo o ódio depois que ela chega na corte dos Arrow.
Ok, chega de falar de Katherine e dos Príncipes de Arrow, vamos direto para outro vilão neste livro: Sageous, o bruxo dos sonhos.
Tenho que confessar que no livro anterior fiquei muito interessava nessa sociedade de bruxos dos sonhos e tivemos a presença deles nos dois livros, entretanto no primeiro livro isso é muito melhor trabalhado.
Sageous é descrito como alguém extremamente controlador e um tipo de pessoa que fica tranquilo até nos momentos de desespero, irritando seus inimigos com sua segurança calma constante (Jorg mesmo se enfurece em várias partes do livro). Mas... Ele é um vilão muito fraco. Você leva em consideração que ele pode sim estar afetando cada parte da narrativa, inclusive as decisões de Jorg (o que é visto, inclusive, quando ele assassina o Degran sob a influência que o Sageous envia para ele), mas é isso aí mesmo. A presença dele é só na espreita mesmo e quando o Jorg derrota ele no final sobre o princípio de que "se você acreditar, você consegue" (meio lei da atração, livro 'O Segredo', né?), que eu, particularmente, eu achei uma enorme porcaria, acho que seria muito mais perspicaz que o Jorg fosse derrotando seus inimigos com o passar do livro e não somente numa sentada só.
Agora, vamos para outro ponto:
Ferrakind, o outro inimigo de Jorg e na verdade o inimigo de todo mundo do universo do livro. Basicamente, Ferrakind quer "dominar o mundo" com o fogo ou destruir ele, sei lá. Ferrakind é tão feitceiro do fogo que ele é o fogo, ele é uma pessoa em formato de fogo, sim, tipo aquele cavalo de água que é o espírito da água em Frozen 2. E ele entra no livro quando o Jorg e seus amigos começam a ter problemas com Gog, que tá incendiando tudo, ele é muito poderoso e Jorg decide treinar ele para futuramente transformar Gog em uma arma de guerra. Entretanto na hora que eles chegam lá na terra dos vikings (sei lá), eles descobrem que Ferrakind é um cara chatão que quer transformar o mundo em uma grande fogueira de São João e eles esquecem do Gog (na real nessa parte do livro eu nem tava prestando atenção porque um puta lenga-lenga chato, mas eu não me recordo de eles ainda pretenderem fazer Ferrakind dar aulas pro Gog), enfim, o Gog meio que vira a arma do Jorg que pensa em derrotar fogo com fogo. Muito que bem, a cena que eles vão derrotar Ferrakind (que também é um vilão de merda) acontece todo aquele furdúncio: o Ferrakind quer o Gog pra ele, eles começam a brigar e o Jorg manda o Gog lutar contra o Ferrakind com toda o poder que ele tiver, o Gog morre e bum! Tensão, o que Jorg irá fazer para derrotar Ferrakind agora?! ?? Resposta: ele já tinha feito, o gelo derrete, um lago cai na cabeça deles, Jorg quase morre afogado e Ferrakind "morre". (Eu suponho que assim como Gog ele não tenha imediatamente morrido, mas ficado armazenado no fogo, sei lá, tudo é bem mal explicado quanto a isso).
Agora, vamos falar sobre a GRANDE CENA FINAL que, na minha opinião, cagou na cabeça de todo o restante livro.
Jorg e o Príncipe de Arrow vão duelar e de lá vão decidir quem ganha a guerra, mas ei, jovenzinho, olha esse plot twist ??? é, eu sei, uau ????. Egan matou o irmão e se tornou o Príncipe de Arrow. Esse, sem dúvidas, foi um dos piores plot twists que eu já li. Sério. Não esperava (se Mark Lawrence deu qualquer sinal disso passou batido por mim) e sinceramente foi um puta plot twist ruim. Sério. Nem tenho o que dizer, só foi ruim mesmo. Sabe aquela coisa que só é ruim porque é ruim? É isso. Aí o Jorg derrota o Sageous (depois de fazer Egan adotar ele na família) e aí depois Jorg precisa derrotar o exército do Arrow e ele "chama" Gog que "ficou" nele tipo a necromancia e ele derrota todo mundo com fogo e morte e no fim da batalha, ele volta a ser só um cara normal sem poderes. Fim, galera. Palmas.
PONTOS POSITIVOS:
Finalmente, não aguentava mais falar mal. Apesar de tudo de ruim que Mark Lawrence fez, teve alguns pontos que me agradaram bastante.
Miana com toda certeza foi a melhor personagem feminina (não que muitas outras personagens femininas tiveram desenvolvimento para ela competir, né?). Miana é uma garota de 12 anos obrigada a se casar com um cara que ela só viu uma vez na vida quando ela tinha 8 anos e a única coisa que ela sabe é que esse cara é um rei sanguinário com poucos amigos (não que no mercado matrimonial do universo, acredito eu, tenha reis muito diferentes do que o Jorg para Miana escolher, se ela pudesse), enfim, ela se mostra muito corajosa e confiante para uma garota da sua idade. Além disso acho que ela faz um par bom com o Jorg, meio que achei ela meio sanguinária igual ele, do tipo matar todo mundo pelo próprio bem (pelo amor de deus, tirando a parte que ela tem 12 anos e o quanto isso é nojento,claro).
O amadurecimento do Jorg também é muito presente e eu ADOREI. Ver ele amadurecendo foi com certeza o ponto alto desse livro.
Esses são todos os pontos altos mesmo, infelizmente não foram muitos e eu estou cansada de tanto escrever nessa resenha.
Espero que nem todos tenham tido a experiência de merda que eu tive.