Fernanda | @psiuvemler 27/03/2015O que faria se a pessoa que você mais ama partisse e deixasse em suas mãos uma chave misteriosa e um pedido?Isso aconteceu com Lícia, uma moradora igual a qualquer outra do clã kaniano.
Datahriun é um pequeno planeta existente em Drânia, clássica galáxia espiral localizada na constelação Ampardalis, provavelmente desconhecida pela raça humana.
Nesse planeta vivem incríveis criaturas mágicas, com poderes inimagináveis. São nove continentes que constituem esse mundo. Cada continente é habitado por clãs com poderes diferentes. Há somente cidades e vilas, sem divisão de países.
Lícia foi criada por seu avô, sendo ambos naturais de um desses clãs chamado Kan. Tinha a aparência como todos os outros moradores nascido no clã dos ventos: olhos dourados, cabelos da cor do fogo e grandes asas vermelhas saíam de suas costas. Se você for levado pelas aparências, Lícia não tem absolutamente nada a ver com os ventos, a não ser pelas asas, não é?
"Se coração doía apertado, uma dor esmagadora que parecia lhe consumir toda a força que restava." Pag. 11
Seu avô partira com um único objetivo: queria que sua neta Lícia recuperasse as cinco chaves que abriam uma poderosa caixa capaz de reviver Datahriun, pois este está ficando cada vez mais destruído depois que Datah, o deus da luz e da vida, abandonou o mundo que havia criado.
A misteriosa caixa fora entregue à Selaizan, o mago mais poderoso da história de Datahriun, também conhecido como Senhor da Luz, pelo próprio deus pouco antes de o planeta ser abandonado. Selaizan distribuiu essa caixa, juntamente com as cinco chaves para cinco clãs diferentes e só pessoas de coração puro poderiam ser seus guardiões – um dos escolhidos foi o avô de Lícia.
A partir daí, várias aventuras aconteceram, com lutas, fracassos e, claro, sucesso. Assim que uma das chaves ficou na posse de Lícia, a garota do ar seguiu viagem para os clãs vizinhos e até para os mais distantes, a fim de encontrar os outros guardiões, reunir as chaves, atender ao último pedido de seu avô e salvar seu planeta.
"Danka era a cidade mais rica de Kan, cujo portão norte abria-se para o mar, sendo um grande ponto de importação e exportação. No entanto, perdia para todas as outras em relação à beleza, pois seus muros eram completamente altos e com várias torres de vigia, o que impossibilitava os kanianos de ver o nascer ou pôr do sol. Era uma cidade escuta e melancólica." Pág. 19
E, como toda história, essa também tem uma pequena pitada de romance. Mas essa porcentagem é mínima, o que me fez ficar ainda mais fascinada pela história, pois, diferente de muitas obras que já li, a aventura e a ação são, definitivamente, o ponto central da história.
"Foi naquele dia em que trocamos as primeiras palavras. Foi até engraçado, estávamos os dois completamente sem jeito e conversamos sobre coisas banais como o tempo, a decoração ou as pessoas do baile. Antes de a festa acabar, e com vontade de ficar, eu fui embora." Pág. 238
Mas como a maioria das obras, infelizmente essa também tem alguns pontos negativos. Pelo fato de o livro ser publicado por um selo da Novo Século, confesso que fiquei um pouco decepcionada com a revisão feita pela editora, pois os erros ortográficos são frequentes, indo desde a troca da letra ‘e’ por ‘w’, até a gravíssima troca de ‘mas’ por ‘mais’. A revisão deixou um pouco a desejar. Mas não é nada que realmente atrapalhe a leitura e muitas vezes os erros até passam despercebidos, a não ser que você inicie a leitura já os procurando.
Em geral, eu simplesmente amei esse livro com todas as minhas forças. Graciele se tornou uma de minhas autoras favoritas e, sem dúvidas, reservarei o volume dois da saga assim que ele for lançado.
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