Oibaf 28/07/2020
Boa como introdução, péssima em todo o resto.
Com uma boa seleção de frases marcantes da história do Brasil. Esta obra, sem sombras de dúvidas, é uma ótima introdução a história do Brasil. Recheada de referências bibliográficas, serve de índice inicial a obras muito mais relevantes. No entanto, permeia por toda a obra uma narrativa mitológica nostálgica, que almejando pintar o Brasil com o verde e amarelo das monarquias europeias, nada mais faz do que se disfarçar de liberal para atacar a história do Brasil republicano com suas próprias palavras. Assim, se converte em um compêndio reacionário de defesa do mito monarquista, de que Dom Pedro II seria nosso patriarca intelectual, enquanto os movimentos liberais de Benjamin Constant seriam trogloditas.
Não atoa, o livro corrobora a narrativa hegemônica que consagra Ulysses Guimarães nosso patriarca da democracia, o mesmo apoiador do golpe de 64 que tanto desejou ser legislador do regime militar. A tragédia da historiografia liberal, da qual o autor se baseia, deveria criticamente ser interpretada como tragicomédia da crise que vivemos hoje. Não por acaso, vemos esse discurso se converter hoje no voto a um Paulo Guedes eleger um cosplay do Ustra, que mais bem sucedido que o torturador falecido, se torna o presidente genocida a deixar morrer o povo na pandemia.
Recuso tanto os Ulysses quanto os Brilhantes. E embora não queira tirar o incentivo de qualquer futuro leitor, alerto que toda obra deve ser lida com cautela.