A vegetariana

A vegetariana Han Kang




Resenhas - A Vegetariana


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Juliete Marçal 17/04/2020

O distanciamento da própria condição humana.
"Foi na madrugada seguinte que vi pela primeira vez o meu rosto na poça de sangue do celeiro."

Ê incrível como "A Vegetariana" guarda tantas perturbações em uma narrativa tão curta!

Esse livro vai narrar a história de uma mulher sul-coreana que se chama Yeonghye, que decide parar de comer carne e produtos de origem animal.

Nessa história vamos saber o que acontece com a Yeonghye pelo ponto de vista de outros personagens, e não pela voz dela. O livro é dividido em três partes e cada uma delas é narrada por uma voz distinta.

A primeira parte é narrada pelo marido de Yeonghye, e foca mais no comportamento da personagem em parar de comer carne e no estranhamento que isso causa à ele e à família. Na segunda parte, narrada pelo cunhado teremos um enredo relacionado ao erotismo e a última parte narrada pela irmã, - é a minha favorita, apesar de esperar algo mais do final -, vai trazer algumas informações da infância de Yeonghye, além de nos apresentar a personagem sob um olhar mais humanizado.

Descobrimos que a personagem resolve parar de comer carne por causa dos seus sonhos. E isso é apenas o início de uma transformação da personagem que vai muito além da mudança de seus hábitos alimentares: ela está se livrando de amarras que ela teve a vida inteira e se distanciando da própria condição humana.

"Eu tive um sonho..."

O título é bem compatível com a visão limitada dos familiares sobre a personagem, que para eles o problema era apenas o fato de Yeonghye ter se tornado "a vegetariana", quando na verdade, as motivações que fizeram com que ela decidisse parar de comer carne não tem nenhuma relação àquelas que motivam normalmente outras pessoas a se tornarem vegetarianas.

"Se ainda havia algo estranho nela, era o fato de continuar a não comer carne. Foi essa decisão - além de todos os seus comportamentos estranhos - o motivo do conflito com a família..."

O que eu senti foi que a família usava o contexto do vegetarianismo para culpar todo o comportamento dela, não enxergando outras questões importantes que a levavam a ser quem ela é muito antes dos sonhos. Quando ela se torna vegetariana, ela deixa de ser a filha submissa, a esposa desinteressante e se torna um familiar estranho. O fato da personagem parar de comer carne, talvez seja, porque ela encontrou isso como uma forma de rejeitar o sufocamento e a violência que as suas relações familiares causavam.

Pra terminar, "A Vegetariana" é um livro bastante indigesto e desconfortável. A Yeonghye tem a necessidade de se desvencilhar de toda opressão, imposição, submissão e violências cotidianas. Deixar de comer carne, de pensar e sentir foi uma fuga que ela encontrou como forma de se libertar da violência e de tudo o que é humano. Enfim, com essa história é possível tirar reflexões de diversas situações que não se restringem apenas a cultura oriental/asiática quando pensamos na anulação da mulher e no domínio patriarcal.

"Preciso me encharcar de água. Não preciso de comida, mana. Só de água."

^^
luhaze 19/09/2021minha estante
Resenha excelente!!


Adriana1037 20/09/2021minha estante
Ótima resenha. Também tive um visão parecida com a sua do livro.


Thamiris Klycia de Moraes 29/09/2021minha estante
Amei sua resenha ?


Juliete Marçal 05/10/2021minha estante
Ahhh, obg meninas! ?


Zilzis 23/01/2023minha estante
Não entendi o final do livro, alguém pode me ajudar?


Rebeca1299 10/07/2023minha estante
Que delícia essa resenha, vou comprar o livro, está decidido!


Vickless 09/03/2024minha estante
Sai mudada desse livro, refletindo muito sobre minha vida e as coisas que sou passiva, como a protagonista e a irmã foram pelo bem familiar. Me marcou, com certeza.




-Koraline 28/03/2022

A Vegetariana foi um dos livros mais difíceis de avaliar que já li, por que diferentes partes do livro me trouxeram diferentes conclusões. A primeira parte, intitulada A Vegetariana, é defitivamente um dos textos mais complexos e diferentes, e com toda certeza é a melhor parte do livro. A história da protagonista é narrada a partir do ponto de vista do marido, e não só passamos a entender os motivos dela deixar de comer carne, mas todo o patriarcalismo da cultura japonesa, e toda a autoridade familiar sofrida pela protagonista é absolutamente revoltante. A segunda parte trata do cunhado da protagonista, e são páginas absolutamente nojentas e revoltantes, que sinceramente, para mim não fizeram muito sentido, visto o tema no geral. A terceira parte, narrada pela irmã da protagonista, tem uma abordagem muito mais simples e direta, e também um pouco decepcionante, sendo um pouco chata em comparação com a primeira parte. Enfim, a parte 1 seria 5 estrelas, a parte 2 eu classificaria como 2 estrelas, e a terceira parte como bem ok. Não sei se recomendo esse livro, mas com certeza foi uma leitira interessante.
Nanda Carvalho 29/03/2022minha estante
Esse foi o livro mais complexo que li. Me deu agonia por tudo que ela passou. Ele mostra de uma forma crua como o patriarcado não só na cultura coreana como em todos os cantos do mundo acaba com a vida da mulher. Não é um livro pra todo mundo com certeza.


Malu 03/04/2022minha estante
sua resenha me deu vontade de ler o livro ??


hay anne 12/10/2023minha estante
concordo com tudo q vc citou! tbm achei a segunda parte super desnecessária e a terceira bem decepcionante. O início foi, com certeza, a melhor parte!




Rosangela Max 30/09/2023

Intenso, insano.
Mais um romance coreano de fazer ?estremecer? o mental dos leitores.
A história é dividida em três partes e cada uma me proporcionou uma experiência de leitura diferente.
Na primeira parte tem tanta barbaridade que fica difícil dizer se existe personagens mentalmente sãos ali. Eu não sabia se me sentia revoltada, provocada, chocada, incrédula ou abismada. Chegou uma hora que eu só continuei lendo, esperando para ver aonde tudo aquilo ia parar. Na segunda a impressão que me deixou é a do homem no seu sentido animalesco, dominado pelos impulsos e desejos. E a terceira é a parte mais ?humana? da história. É aquele momento que o Eu racional tenta tornar compreensível aquilo que lhe é desconhecido e consertar aquilo que já não tem mais conserto. Foi por me proporcionar esse mix de sensações que achei está história genial. Gostei muito!
O final deixou a desejar.
Recomendo para quem aprecia leituras que tiram da zona de conforto. Não é para todo mundo.
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Carla Maria 10/11/2020

Um livro intenso
É bom quando uma leitura pesada acaba. Seu corpo parece que volta a recarregar as baterias que se esgotaram ao longo da leitura. É exatamente assim que me sinto ao finalizar a história de A Vegetariana.

Confesso que eu não sabia muito bem onde estava adentrando. Porque a única coisa que eu me lembrava, era o quanto esse livro foi comentado pelos leitores na época do lançamento aqui no Brasil.

Pois bem, A Vegetariana não é o tipo de leitura que vai agradar a muitos. Pelo contrário, a história é daquelas de embrulhar o estômago. O tratamento como mulher, que a protagonista recebe, é de dar nojo. Por vários momentos pensei em parar a leitura, porque as situações em que a protagonista se sujeitava, me irritavam.

Mas apesar dos pesares, a leitura é muito interessante. O livro vai trazer referências de A Metamorfose de Franz Kafka.

Leitura pesada, mas que valeu todo o hype da época do lançamento.
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Ana Sá 29/05/2023

Onde está o pedaço de carne?
Um livro angustiante e violento. Mas é bom! Dolorosamente bem executada, esta é uma narrativa de muitas camadas. E o vegetarianismo é o que menos importa aqui.

"A vegetariana" (2007), da escritora sul-coreana Han Kang, é uma obra dividida em três partes, sendo que cada uma delas é narrada por um membro da família da protagonista. É através deles que temos acesso a relatos sobre a decisão repentina de Yeonghye de parar de comer carne. Não por ideologia, não por saúde, não pelo meio ambiente. Sua justificativa para jogar fora toda a proteína animal que havia na geladeira são seus sonhos. "Eu tive um sonho", repetirá a protagonista.

Logo no início da narrativa perceberemos que a atitude de Yeonghye está/estará associada, em alguma medida, com um distúrbio mental. E então ficamos por um tempo, ou talvez todo o tempo, tentando perceber se estamos diante de um terror psicológico ou de um terror fantástico, pois esse flerte com o universo onírico de Yeonghye torna a história bastante obscura. Soma-se a isso a ausência da voz da protagonista... Seriam a visão do marido, do cunhado, da irmã, versões confiáveis da tragédia que se inicia com a decisão de não comer mais carne? Aliás, o silêncio/silenciamento da protagonista pode nos levar a coloca em xeque o próprio título do livro. Afinal, ela pretende mesmo se afirmar como vegetariana ou este é apenas o rótulo que atribuem a ela? Por curiosidade, eu fiz uma busca no meu e-book antes de escrever a resenha e só me deparei com afirmações em terceira pessoa ("ela é vegetariana"). Da parte de Yeonghye, encontrei apenas falas de negação/recusa de comer carne, e nada do tipo "sou vegetariana". Coincidência? Eu acho que não...

Como eu disse, o livro é angustiante e violento. Yeonghye segue numa crescente de sentimentos e de atitudes perturbadores que se desenrolam concomitantemente às violências simbólicas e concretas que ela passa a sofrer desde que os sonhos (ou pesadelos) se iniciam. Sabe aquele tio do churrasco que não perde a chance de encher o saco ou de fazer piada com o parente que decidiu se tornar vegetariano? Então, aqui essa figura é levada ao extremo, servindo de metáfora para diversas opressões sofridas pelas mulheres. E é por isso que eu afirmei que o vegetarianismo neste livro é o que menos importa. O brilhantismo da autora está no retrato do patriarcado e da opressão feminina tecidos a partir do gesto de Yeonghye. Óbvio que pode ter no livro aspectos culturais que me escapam, mas "A vegetariana", a meu ver, revela-se uma narrativa universal ao ilustrar o terremoto que um "não" inesperado vindo da boca de uma mulher pode causar.

Optei por escrever uma resenha sem spoilers, então não vou detalhar por que gostei tanto dos três narradores. Posso dizer que achei genial o retrato dos dois narradores masculinos: o primeiro tira qualquer leitora do sério; o segundo também, mas este é acrescido de uma ambiguidade bastante interessante. De novo, não vejo coincidência no fato de de a única voz feminina, a da irmã, ser ouvida apenas no capítulo final. Foi daqueles livros que fechei e pensei: "esta autora sabe honrar a caneta e o papel, há um claro projeto de texto aqui!".

Cabe dizer que eu tenho ficado com um pé atrás com narrativas que retratam a mulher como "triste, louca ou má", sobretudo quando isso vem carregado de cenas de violência. E foi justamente aí que este livro me surpreendeu. Yeonghye está, em alguma medida, "louca", mas ela também foi "enlouquecida". Nada é gratuito; a obra é uma paulada, mas entendemos que cada ato tem o seu papel no todo.

Para quem, por causa do título, possa criar a expectativa de encontrar uma história sobre vegetarianismo, sugiro se questionar: "Onde está o pedaço de carne?". Ele está no lixo da casa de Yeonghye ou está/é a própria personagem, que parece nunca ser vista em sua essência? Qual corpo, afinal, é o corpo violado? O do animal ou o da mulher? - eu avisei que era um livro de muitas camadas, não avisei?

Em suma, este foi o inusitado caso da leitura que me obriga a dizer: "pesadíssimo, fiquei angustiada o tempo todo, terminei o livro mal... recomendo!".

Obs.: a meu ver, o final (apesar de igualmente pesado) é coerente e poético? Eu estava morrendo de vontade de falar sobre ele, mas, como gosto de vocês, optei por engolir os spoilers todos! rs
Chrys 29/05/2023minha estante
Nossa! MDS! Fiquei com vontade de ler agora.. kkk


Barbara M Giolo 29/05/2023minha estante
Nossa com concordo com tudo. Esse livro é uma obra de arte que precisa ser mais exaltado, já li tem mais de anos e ainda lembro em detalhes ?
Achei o final belíssimo ??


JurúMontalvao 30/05/2023minha estante
Wow! ?
Ana é feiticeira!?


Ana Sá 31/05/2023minha estante
Chrys, se ler, volta aqui pra me contar, please! ?


Ana Sá 31/05/2023minha estante
Juliana, qdo vc diz isso eu fico lisonjeada e, confesso, me vem aquela famosa música na cabeça: "uma deusa, uma louca, uma feiticeiraaaa" hahahaha Tento me controlar, mas essa música me invade nessas horas! rs


Ana Sá 31/05/2023minha estante
Barbara, o final não deixa de ser pesado, mas é cheio de sutilezas, né ?? Achei belo tb!


JurúMontalvao 01/06/2023minha estante
?????
Ana, e as palavras não são um tipo milenar de feitiçaria?
Acho q nao vou realmente ler "A vegetariana" pq fico mt mal com leituras assim.
E mesmo assimadd o livro na minha estante ? pq é o que acontece comigo quando leio alguns feitiços, digo, resenhas?
A culpa n é minha se algumas pessoas escrevem como a Nina Simone cantava "I put a spell on you..."??


Ana Sá 01/06/2023minha estante
Juliana, vc é mto generosa e engraçada nos seus comentários! haha Obrigada ?


Cassia_kk 02/09/2023minha estante
Ana obrigada por essa resenha. Tbm terminei esse livro angustiada. Mas não sei ainda se gostei tanto dele não, entendo que teveram muitas críticas a opressão feminina travestida poesia e traços culturais que provavelmente passam despercebidas por nós ocidentais. Bjos


Ana Sá 15/04/2024minha estante
Cassia, só vi seu comentário agora (o Skoob não me notifica!!) e concordo com vc... Com ctz algo cultural nos escapa né! Bem colocado!




Veregirl 15/04/2023

Que loucura!
É uma novela onde a vegetariana, Yeonghye, é a nossa protagonista, mas acreditem se quiserem, ela não tem ponto de vista nem nada. A única coisa que vemos sobre ela além de certos sonhos, é a forma como outras pessoas ao seu redor a enxergam.
É dividido em três partes, com os pontos de vista do marido, cunhado e irmã da vegetariana e eles vão tratar de como tudo mudou a partir do momento que ela deixou de comer carne.
Pelo nome, parece algo bem simples, mas o interessante do livro é que a autora nos pega desprevinidos com o motivo por trás da decisão de Yeonghye, que obviamente esconde certas questões psicológicas.
Eu amei a abordagem da questão do "feminismo" na Coréia do Sul. A forma como mesmo hoje, um homem (não importa a sua posição) se sente dono do corpo e das decisões de uma mulher e como isso está culturalmente inserido e intrincado na sociedade.

"No entanto, ela sentia como se ainda tivesse uma ferida aberta dentro de si, uma ferida tão grande que parecia que todo o seu corpo estava sendo tragado por um buraco negro."

?Gostaria de devorar você, derreter e fazer você correr pelas minhas veias.?
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auroras 08/02/2024

Complexo e intenso.
?Ninguém pode me ajudar.
Ninguém pode me salvar.
Ninguém pode me fazer respirar.?

Não é apenas uma leitura, é uma experiência!

Este livro não é sobre o vegetarianismo e nem sobre os malefícios da carne, apesar do título sugerir isso à primeira vista.

Dividido em três partes narradas por diferentes vozes, a história gira em torno de Yeonghye que inicialmente é contada por seu marido, depois pelo cunhado e pela irmã.
?A Vegetariana? nos confronta com a proximidade da loucura. A obra insinua que todos estamos à beira da loucura; se ainda não sucumbimos, é porque possivelmente estamos segurando a loucura do outro - e enquanto escrevo isso me vem a irmã de Yeonghye em mente.
Yeonghye é uma mulher que foi oprimida, violentada, usada como objeto e descartada quando não estava ?servindo? mais. Essa crítica feita pela autora está presente em sua obra, ela confronta a sociedade machista ao trazer a vivência dessa personagem que sofreu desde a primeira infância. Também reforça o despreparo da sociedade e da própria família para lidar com distúrbios.
A loucura de Yeonghye perturba ao nos tirar da zona de conforto repleta de certezas reconfortantes e traz questionamentos acerca da nossa própria sanidade.

Inicialmente, senti uma raiva imensa do marido que é um homem detestável! Depois, a raiva se voltou para o cunhado, e as emoções oscilaram com o decorrer da leitura, mas a raiva persistiu por causa desses dois personagens.
O livro é repleto de nuances e é amplamente interpretativo, por isso depende da experiência do leitor durante a leitura.
Essa obra desafia a zona de conforto, perturbadora e desesperadora em vários momentos. Um ponto particular que quero comentar, essa leitura me fez refletir sobre a manifestação dos sonhos e me recordei das aulas de psicanálise em que Freud chamava essas manifestações de ?unheimlich?, o estranho. Esse tema é explorado ao longo do livro, já que a personagem principal muitas vezes deixa de dormir por causa dos seus sonhos.

A escrita da autora é fenomenal! Como pode escrever tão bem? Ela é envolvente de forma perturbadora, me deixou boquiaberta do início ao fim. Eu poderia escrever páginas e páginas sobre esse livro, são tantos fragmentos, tantas interpretações, mas acabaria me prolongando demais e como disse antes, vai muito da experiência de cada leitor. Por fim, recomendo muito a leitura, é uma experiência! Acredito que essa obra deve ser contemplada e merece todo o hype.

Curiosidades
? A Vegetariana venceu o Man Booker International Prize 2016.
Núbia Cortinhas 10/02/2024minha estante
Que resenha maravilhosa! Parabéns! ?


auroras 11/02/2024minha estante
Obrigada, Núbia! Fico muito feliz que você tenha gostado da minha resenha. ?




Carollice 11/04/2024

Genial
Uma escrita envolvente e uma história avassaladora. Achei extremamente perspicaz a escolha dos narradores.
BiblioMahnia 11/04/2024minha estante
Adoro Han Kang! Os livros dela são excepcionais




Kecia Jolie 19/02/2022

Essa leitura me tirou o sono. A cada página lida era quase impossível largar o livro. A vontade de saber qual o destino da personagem era inevitável. Gostei bastante do livro. Super recomendo.
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Elfa 12/01/2023

#3 leitura do ano ?
Então pessoal não tenho muito o que dizer sobre esse livro do posso fala que estou chocada de cada livro maravilhoso
Acho que várias mulheres deveriam ler esse livro inclusive esse livro não se trata de uma simples vegetariana ?
Último conselho leia e sério queridos ??
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@90semy 06/08/2021

Perturbador, mas intencional, necessário.
?As pessoas comiam, bebiam, tomavam banho e seguiam vivendo mesmo depois de passar por acontecimentos terríveis.?

Uau, esse livro é incrível! Eu nunca cheguei a ler algo nesse estilo, e sinceramente, estou encantada, e com perguntas, preciso de respostas!
Essa história tem apenas 3 capítulos (partes), sendo respectivamente seu marido, cunhado e irmã. Achei um conceito incrível para o livro, fiquei agonizada, querendo saber mais sobre Yeonghye, querendo entrar na mente dela e entender o porquê disso tudo, entender mais sobre seu passado, aprofundar em sua vida por completo.
Esse título me chamou muita atenção, ?A Vegetariana?, pensei que fosse um livro falando apenas sobre a vida de uma mulher, que resolveu se tornar vegetariana, mas eu estava completamente enganada, vai muito, muito além disso.
Machismo, é um, dentre vários assuntos falados nessa obra. Mostrando também como familiares & relacionamentos conseguem interferir na sua saúde mental, no seu psicológico.
Han Kang, autora desse livro, conseguiu colocar assuntos importantíssimos em pauta, de uma maneira realista, sendo crua, fria, intensa.
Livro incrível, e com toda certeza que estará marcado no meu psicológico por um bom tempo, com toda certeza, estará entre os meus livros favoritados. Leiam, vocês não irão se arrepender.
Lipe 06/08/2021minha estante
Vai entrar na minha wishlist


Fabio.Madeira 06/08/2021minha estante
Um dos meus favoritos. Mesmo após um ano, frequentemente eu me recordo de passagens desse livro. Uma escrita única.




Leila de Carvalho e Gonçalves 26/10/2017

A Metamorfose
Em 2016, "A Vegetariana", de Han Kang, foi o vencedor do Man Booker Internacional Prize, derrotando concorrentes de prestigio como "A História da Criança Perdida", de Elena Ferrante, e "Uma Estranheza em Mim", de Orhan Pamuk, vencedor do Nobel de Literatura.

Curiosamente, o livro chegou ao Brasil em 2013, três anos antes de ser lançado nos Estados Unidos. Traduzido diretamente do coreano, passou desapercebido da crítica e público, ao contrário do sucesso obtido em outros países.

Seu gênero, bastante popular na Coreia, é pouco difundido na nossa literatura. Trata-se de um um romance-novela (serial novel) e um bom exemplo é "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, cujos capítulos estão interligados, mas também podem ser lidos separadamente.

Tendo como protagonista Yeonghie, uma jovem recém-casada cuja educação foi marcada pela violência paterna, "A Vegetariana" divide-se em três partes, cada uma contada por uma personagem diferente. Na primeira, que dá título ao livro, o narrador é seu marido, um funcionário medíocre e ambicioso que a ignora. Já na segunda, "A Mancha Mongólica", quem assume a função é seu cunhado, um vídeo-artista frustrado que a deseja obsessivamente. Em "Árvores- Flamas", terceira e última, a voz é de sua irmã, a única pessoa que realmente a ama.

Essas três narrativas remetem a sua decisão de parar de comer carne e seus derivados. Não se trata de questão religiosa, doença ou modismo. Na realidade, essa é a maneira que Yeonghie encontra para tentar expulsar os pesadelos que assomam seu dia a dia, atitude que causa estranheza numa sociedade em que ser diferente é desprezar o próximo. Essa ideia está ligada à um grave conflito identitário que coloca em risco sua sanidade, pois com essa atitude, ela pretende abdicar da condição humana, para se transformar numa árvore.

Denunciando a crueldade e a manipulação contra a mulher, o livro destila terror, erotismo e morte, trazendo à memória duas obras-primas. A primeira, é "Metamorfose", de Kafka, por conta do fulcro narrativo e exposição da complexa relação familiar; a segunda, é "Blarteby, o Escriturário", de Herman Melville, devido à desobediência à autoridade e suas desastrosas consequências.

Para encerrar, a edição possui muitos erros e precisa de revisão. O ponto alto fica por conta do interessante prefácio "Novela-Novelas", de Moacir Amâncio, e o indispensável posfácio "Tríptico Canibal: Vegetarianismo, Desejo e Morte", de Jorge de Almeida.
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Jorlaíne 04/09/2023

O livro não fala sobre a vida de uma vegetariana. Ele trata de transtornos mentais que foram desencadeados por uma vida repleta de abusos sofridos ao longo da vida. São vozes distintas de narradores que tornam a leitura muito interessante e fazem com que a gente queira entender todo o contexto familiar.
Foi uma ótima surpresa.
Recomendo a leitura.
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Cinara... 07/11/2020

"Ninguém pode me ajudar.
Ninguém pode me salvar.
Ninguém pode me fazer respirar."

Quantas vezes eu mesma já não quis virar um vegetal!
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Dry 10/09/2023

"Acho que os humanos deveriam ser plantas."
Eu entendo, o fato desse livro dividir tantas opiniões, pois ele realmente não é fácil, tem gosto de grito preso na garganta, gosto de libertação de sentimentos interiores de uma mulher comum, cheio de nuances, e significados que podem passar despercebidos por leitores que buscam exerga só o que acreditam estar escrito, é uma verdadeira interpretação a respeito da fragilidade da mente humana, perante a tantos traumas, abusos e restrições. É uma mente que está a definhar, depois do estado de ebulição. A vegetariana deixa muitas questões, muitos questionamentos, estamos vivendo ou existindo? Estamos sendo protagonistas de nossas vidas?
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