Nós

Nós Ievguêni Zamiátin




Resenhas - Nós


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Lívia 11/04/2024

?Não existe revolução final, as revoluções são infinitas.?
Esse livro tem uma carga histórica escandalosa, bem do jeitinho que eu gosto. Apesar da nota, que foi dada por conta da história em si, que não tem tanta coesão, justamente por refletir a bagunça que se passa na cabeça de uma pessoa que começa a questionar sua própria existência e as suas condições de vida, o contexto histórico, a época na qual foi escrita, os textos adicionais de George Orwell e a carta do autor a Stálin e sabendo de tudo que ocorreu anos depois tornam o livro surpreendente ao mostrar os sentimentos de uma pessoa completamente alienada pelo governo e o meio em que vive.
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Isabela 18/05/2022

"A reclusão faz desenvolver o vírus da liberdade, da mesma forma que a liberdade leva frequentemente os humanos a suspirarem pelas algemas."
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Alan kleber 18/04/2021

Qual a minha doença doutor? Você adquiriu individualidade
"Uma antevisão brilhante dum sistema que quis dar aos homens a Felicidade (a Organizacao) em troca da Liberdade (que é sempre Erro, Crime, Barbárie, Desorganização). É o retrato robô dum Libertador que não resistiu à tentação de encerrar os povos que libertou dentro dos Muros Inabaláveis da Verdade para poupá-los á Dor e ao Contágio dos Vírus do Erro, da Diversidade. Do Eu. Com resultados paradoxais, como se sabe: a reclusão faz desenvolver o vírus da liberdade, da mesma forma que a liberdade leva frequentemente os humanos a suspirarem pelas algemas. E a denunciarem ( como faz o ingênuo protagonista) todos quantos queiram cortar as amarras que os prendem à felicidade.

Leiam o livro depressa. E corram depois para a televisão, a ver até que ponto, hoje, os oprimidos estão libertos e os libertos oprimidos... Comédia trágica. Tragédia irônica.
Como este livro."
M.J.G.

A história se passa num mundo racionalista, uniforme, onde as diferenças entre os seres foram abolidas, onde tudo é controlado, onde há horas para trabalhar, fazer sexo, ficar na rua. Tudo é controlado pelo Estado Único. E quando uma mulher nota uma característica individual em uma outra pessoa, é nesse momento que o questionamento sobre a perfectibilidade daquele mundo surge.
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@apilhadathay 05/04/2021

Mano, que louco
#resenhadathaygomez NÓS (1924), de Yevgueny Zamiátin [4.5?]

"Não há revolução final. Todas as revoluções são infinitas".

?No século XXVI, as pessoas não possuem mais individualidade. Elas são chamadas por números (de série), sem nomes, usam unifs azuis e moram em casas de vidro para que os Guardiões (a polícia política) possa vigiar todos muito bem. A vida sexual é totalmente livre de "fórmulas", mas rigidamente controlada pela Tábua das Horas, como todas as demais ações das pessoas. O regente do Estado Único é o Benfeitor, eleito por "unanimidade" todo ano pela população. A imaginação, o sonho, a liberdade são considerados problemas muito sérios e proibidos pelo governo atual. O protagonista é D-503, um engenheiro que ama seu governo mas acaba apaixonado por I-330 (membro da Resistência) e vê todas as suas certezas serem reviradas de repente.

?NÓS é considerada a primeira distopia, mas sabemos que há THE SLEEPER AWAKES, de H. G. Wells a considerar. A priori, você vai surtar e achar muito louco, o desenrolar dos fatos. O final é bem conflituoso. Não é minha primeira experiência com a Literatura russa (que, a propósito, estou amando conhecer mais a fundo), mas foi a mais curiosa, de fato. Não foi até reler, para a análise, que eu percebi a beleza da escrita de Zamiátin.

?O livro foi escrito por volta de 1923, sem conexões diretas com a Rússia de sua época ?, SUPOSTAMENTE. Considerado "ideologicamente indesejável" no seu país, foi rejeitado, mas um manuscrito cruzou fronteiras e foi publicado em inglês (WE, 1924), nos EUA, e outros idiomas mundo afora. É um livro que nos prende por ser tão diferente. É desafiador, ler e tentar decifrar o que viria depois de cada reticência bem colocada no contexto. Se tiver um engenheiro do lado, por favor, debata junto a ele. Foi o que fiz ?

?Para Orwell, há muitas semelhanças entre NÓS e ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, de Huxley, mas o de Zamiátin, segundo o inglês, tem mais "consciência política". Para leitura de fruição, você pode achar diferente e complicado. Para análise, é um achado! O final me deixou pensando por horas! Ainda estou decidindo se foi justo ou não. Se gostei ou não. Algum dia, eu conto. Fato é: respeito-o.
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Jorge Lavagnoli 06/03/2021

Ótimo enredo, porém confuso
Cheguei até ?Nós? por ter sido uma referência a Orwell na escrita de 1984. Após a leitura temos total certeza que Orwell utilizou muito do enredo aqui desenvolvido para escrever seu livro mais clássico.
O único porém fica no desenvolvimento arrastado e confuso feito em primeira pessoa por D-503 - protagonista, talvez em função da tradução ou até mesmo por intenção do autor.
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Michele 15/06/2020

Não há última, as revoluções são infinitas.
Um livro incrível sobre a expressão da individualidade (ou a falta dela) em uma sociedade, a irracionalidade do totalitarismo e o debate entre a real felicidade e a liberdade. Super recomendo.
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Kenia 25/04/2020

Nosso narrador, D-503, é um número nesse estado utópico. Ele é o Construtor Chefe da Integral, um foguete que deve ser enviado para o universo, trazendo uniformidade e felicidade para todas as espécies alienígenas que podem estar lá fora ainda vivendo em livre arbítrio. Todos os números foram encorajados a preparar algo para a inclusão na missão – poemas de louvor ao Benfeitor que serve como substituto de Deus nesta sociedade. D-503 decide manter um diário de seu cotidiano – este diário que estamos lendo – como sua contribuição.

D-503 está entre os milhares de outros números que vivem no Estado Único e foram criados, geração após geração, para acreditar que são apenas engrenagens dispensáveis dentro da grande máquina comunitária que é sua sociedade utópica. Para D-503, por ser engenheiro, ele tem a necessidade embutida de analisar tudo o que vê e todos que encontra, encaixando-os em fórmulas e equações, dividindo-os em elementos para entendê-los, porque essa é simplesmente a única maneira que ele sabe de processar informações.

A civilização do Estado Único é cercada de vidro. A maioria dos edifícios é feito de vidro, permitindo que os números vejam o que outros números estão fazendo. A civilização em si é cercada por uma parede de vidro que filtra o sol e bloqueia o mau tempo. A questão é: tudo é previsto e prescrito. Os números têm uma tabela que lhes diz o que devem fazer a cada hora do dia. Durante o tempo prescrito para caminhar, eles caminham lado a lado — como robôs. Todos se levantam da cama no mesmo horário e ao mesmo tempo todos os dias, comem ao mesmo tempo, trabalham ao mesmo tempo e vão dormir, todos ao mesmo tempo. Cada um mastiga a comida exatamente 50 vezes, ao mesmo tempo em que todos os outros no local que estiverem. Como explica D-503, essa rendição da liberdade levou à felicidade universal, eliminando todas as escolhas difíceis, todas as discordâncias e todas as lutas pelo auto aperfeiçoamento. Porém, duas horas por dia, os números são autorizados a ter um gostinho de independência: eles têm direito a uma hora pessoal antes do jantar e uma hora antes de dormir, que eles podem ficar em suas casas ou andar pelas ruas imaculadas com milhares de outros carecas vestindo uniformes azuis, marchando ao ritmo do hino do Estado Único. Eles têm parceiros sexuais 'atribuídos' a eles, e têm que comprar ingressos para fazer sexo com eles — ou para fazer sexo com qualquer outro número que escolherem — com antecedência ao "dia do sexo", o dia em que os "números" são autorizados a baixar as cortinas de seus apartamentos de vidro durante a hora pessoal.

Então D-503 conhece I-330, e seu mundo vira de ponta cabeça. Ele encontra nela uma mulher que desafia o Estado Único, entregando-se aos vícios de beber, fumar e fazer sexo fora da rotina. Por mais indignado que esteja com suas atitudes, algo o obriga a procurá-la. Ele então descobre que ela não está sozinha, que uma revolução está se formando para derrubar o Estado Único. Seu primeiro passo é roubar o foguete Integral, no qual envolveu muita dedicação por sua parte. Ele enfrenta então um dilema ético - o primeiro de sua vida. Durante esse dilema, ele é diagnosticado com um distúrbio chamado imaginação, que pode levar a algo ainda pior: possuir uma alma. À medida que o momento da revolução se aproxima, o Estado Único anuncia que encontrou uma maneira de remover cirurgicamente a imaginação e ordena que todos os cidadãos se submetam imediatamente à cirurgia.

Eu li esse livro como parte da minha paixão por distopias e minha infinita tbr, mas preciso confessar que não me engajei muito na leitura. A culpa maior foi a questão dos números, da matemática que envolve essa sociedade utópica. O protagonista divaga sobre tantos aspectos, que me perdi em algumas partes da história. Também posso dizer que li antes e adorei 1984, e Nós é quase igual, tirando que Orwell se inspirou no livro de Zamyatin para escrever 1984. Mas no geral, eu recomendo a leitura, acho bacana ter como modelo diferentes organizações de sociedades, que eu torço para que não se torne real nos dias atuais.
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Lilian_89 11/04/2019

Surreal
Num futuro hiper racionalista, uma nova sociedade é organizada. Nessa nova sociedade tudo o que não é racional é proibido ou tido como doença, o amor, os pensamentos e desejos, tudo o que nos torna indivíduos únicos é tido como danoso. A liberdade não existe, para essa nova sociedade a liberdade é um mal a ser combatido, a liberdade trás destruição e catástrofe. Sendo assim, a individualidade é suprimida em relação ao coletivo, as pessoas não mais são reconhecidas por nomes mas sim por números e letras (homens com consoantes e mulheres com vogais). Pessoas são números e tudo deve ser feito em nome do Estado Único.
O livro é narrado por um dos personagens que vive nessa sociedade, D-503, que é um engenheiro responsável pela construção de uma aeronave capaz de levar os ideais dessa nova civilização aos confins do universo, o INTEGRAL. Nessa sociedade a ordem e a transparência são importantes, assim todas as casas e ambientes fechados em geral são feitos de vidro, ninguém esconde sua vida privada - não há vida privada.
Todos os momentos do dia são definidos pelo Estado Único (Tábuas dos Mandamentos Horários), todos seguem um ritmo só, tem horários fixos para comer, para dormir, para trabalhar e para caminhar.
Até mesmo as relações sexuais são feitas de forma racional, cada número (pessoa) adquire um cupom para visitar e ter relações sexuais com um outro número solicitado. No dia e horário marcado, os números se encontram e tem o direito de ficar a sós baixando cortinas que tampam a visão do cômodo da casa. Esse é o único momento de privacidade.
Ao longo da narrativa de D-503 vamos conhecendo melhor essa sociedade distópica do futuro ao mesmo tempo em que surgem dúvidas e inquietações de nosso narrador a respeito de quem ele é e de como funciona a sua sociedade. A cidade em que vivem é fechada com altos muros de vidro que os separam da natureza selvagem, ali dentro tudo é racional, não há emoção. Até mesmo os poetas fazem poesias matemáticos em homenagem ao Estado Único, nada de emoção.
No fim, nosso narrador se convence de estar doente, pois passa a ter sonhos, a desejar (amar) outro número a ponto de não denunciar seus crimes, e por isso opta por realizar uma operação oferecida pelo Estado, uma cirurgia que retira parte de seu cérebro responsável pelas emoções.
Um livro interessante, uma distopia arrepiante que nos mostra o que pode acontecer quando se extinguem as individualidades e emoções bem como o que acontece quando seguimos cegamente um poder único e total sem questionamentos.
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