Bárbara 29/02/2020Ótima estreiaA advogada Karen Borg, durante um passeio com seu cão, encontra um cadáver com o rosto desfigurado. Assustada, chama a polícia. Ela não imaginava que o corpo teria ligações com sua vida nos próximos meses.
Na mesma noite, um homem ensanguentado é encontrado numa rua de Oslo, por policiais. Interrogado, descobre-se que ele é um holandês de 23 anos e, qual a surpresa de Karen, ele a indica para representá-lo.
Esse fato deixa Hanne Wilhelmsen, a inspetora responsável pelo caso, com as mãos atadas. Ela autoriza a representação por Karen, na esperança de conseguir pistas do crime. Han van der Kerch tem medo de todos, e suplica para não ir para a penitenciária; ele se comunica apenas com Karen que, por conta do sigilo profissional, nada pode revelar. Sem sucesso, Hanne e Håkon Sand, assistente da promotoria (e apaixonado por Karen desde a faculdade), passam a investigar o assassinato de um advogado criminal.
Para a inspetora, os casos estão relacionados. Há indícios de ligação com o tráfico de drogas. Essa desconfiança fica mais forte depois que ela sofre um atentado na central de polícia e van der Kerch tem um surto na cela. A inspetora percebe que a investigação está deixando muita gente temerosa, inclusive os poderosos. Karen Borg vê que não há outra saída que não se esconder, pois pode ser uma das próximas vítimas.
Sand e Wilhelmsen são personagens justos e corretos, e se veem investigando uma organização criminosa. Revelar os culpados parece ser uma tarefa árdua, mas é essencial descobrir a verdade e fazer a justiça acontecer. Há também crítica ao sistema judiciário norueguês, com cortes de verbas e furos na legislação.
Narrado em 3ª pessoa, Anne Holt entrega uma estória de tirar o fôlego. O título faz referência à deusa grega Thêmis, representação da justiça, retratada com uma venda nos olhos para evidenciar sua imparcialidade. Hanne Wilhelmsen é uma inspetora astuta e inteligente, mas que possui algumas camadas de segredo. Anne Holt surpreende com a narrativa e com a forma de construir o final da estória. Aliás, que final, digno de um thriller de respeito!
site:
http://www.instagram.com/leiturasdebarbara