O Marido Complacente

O Marido Complacente Marquês de Sade
Paulo Hecker Filho




Resenhas - O Marido Complacente


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gabriel 31/07/2023

O brilhantismo do marquês
Já é sabido que marquês não só é um autor controverso (e com razão, visto que até quem gosta das suas obras, eu inclusive, dificilmente recomendariam para alguém) mas suas obras são tão mais controversas e polêmicas que o próprio autor (ele é exatamente aquilo que não existe o meio termo, ou você ama ou odeia), nascido de família burguesa o Marquês sempre teve bastante liberdade de por em prática todas as suas taras e sodomia, até como observado pelo tradutor Paulo Hecker Filho, o Marquês só teve tanta liberdade de fazer essas coisas justamente pela sua posição privilegiada, mas o marquês não era só esse pervertido como sabemos mas era também escritor (obviamente) e filósofo, passou a maior parte da sua vida em prisões e com isso pode exprimir toda a sua perversidade a partir de seus manuscritos e (na minha opinião) era um exímio escritor embora (bem observado pelo Paulo também) tocava muito na mesma tecla embora eu concorde com isso eu gostaria de adicionar que o Marquês tinha um olhar muito interessante sobre o ser humano, como esse ser perverso e condenado a seguir seus próprios caprichos e indo contra todo o pensamento da época de que o homem era bom por natureza, também era um bom observador em seu meio tanto que em seu romance mais célebre (segundo o próprio) os 120 dias de sodoma o marquês crítica a burguesia em que ele mesmo faz parte mostrando que os pobres só são aceitos e bem vindos em seu meio se forem tão, ou mais perversos quanto eles, embora toque sim na mesma tecla eu considero uma boa obra.

mas são nesses contos (como mais uma vez observa o tradutor) que o Marquês já que, quando ele não tá tocando sempre a mesma tecla visto pela pouca quantidade de linhas, o Marquês sabe muito bem como contar uma história (como em 🤬 #$%!& de si próprio e aventura incompreensível) e não fica atrás dos grandes escritores de sua época, recomendo muito para quem está começando a ler Sade e amantes da libertinagem ou de uma boa literatura no geral.
gabriel 31/07/2023minha estante
aliás perdoem o amadorismo, escrevi a resenha sem muito propósito, apenas pra explicar o quanto eu gostei da obra e como eu sinto empatia pelo autor mesmo ele não tendo feito por merecer




Rafael 08/10/2022

Nem tão obsceno
A realidade tem a infeliz possibilidade de superar, e muito, a ficção. Talvez por isso, e pela época em que vivemos, os escritos do Marquês de Sade não tenham me surpreendido tanto, pelo menos não nessa obra. Foi meu primeiro contato com o autor e, considerando sua fama, acho que ele foi superlativizado. Se cabe a comparação, Nelson Rodrigues me parece muito mais ousado e realista no aspecto sexual da escrita do que o Marquês. Contudo, ambos têm o seu lugar de fala. Aliás, achei o Marquês muito mais cômico do que sádico. O que vi aqui foi, tão somente, a explicitação da hipocrisia social que insiste em negar, por exemplo, os desejos e pecados de religiosos ou os desejos e pecados das mulheres, sempre subjugadas por sua condição feminina. Inclusive, nesse aspecto o Marquês me surpreendeu ao dar um tratamento quase igualitário entre homens e mulheres, mas sem denegrir as últimas por seus desejos sexuais mais profundos. Óbvio que para o contexto social que ele escrevia suas obras eram escandalosas e libertinas, mas, repito, em um nível bastante comedido. De todo modo, cabe a leitura, pelo menos para formarmos uma opinião sincera a respeito daquele a quem se atribui o conceito de masoquismo.
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Henrique.Franca 25/02/2021

O politicamente incorreto em livro...
Sade é definitivamente um dos autores que melhor definem a ideia de politicamente incorreto e que ainda se orgulha de tal façanha. As histórias do livro são bem diversificadas, misturando religião com paixões e traições com um tom satírico e de deboche. Na maioria das histórias o narrador opina sobre elas, fazendo críticas, debochando ou interagindo com o leitor, o que é muito interessante. Acho válido destacar algumas histórias em específico dentre as 23 que acompanham o livro: "O Corno de Si Próprio", "O Presidente Ludibriado", "O Estratagema do Amor", "A Flor do Castanheiro" e "Vai Assim Mesmo". São histórias onde a ironia mais encontra-se presente e onde mais percebe-se uma crítica ao puritanismo da época(em minha opinião pelo menos).

Em suma, não recomendo a leitura deste livro aqueles que consideram-se demasiadamente puritanos, mas aos curiosos, devo dizer que é um livro de fato interessante do escritor considerado o pai da literatura erótica, que neste livro em questão aparece de forma disfarçada por um belo palavreado.
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Bu 16/10/2020

Bela coletânea
Excelente compilado, e a organização também muito boa, não cansa, diverte e me deixou satisfeito.
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Maria14598 06/08/2020

Bem, por incrível que pareça, esse livro não tem realmente um "sadismo" que todos esperam quando começam a ler algo do infame Marquês de Sade. Mas isso não é uma coisa negativa. Se eu fosse descrever esse livro com algumas palavras, elas seriam "contos de humor irreverentes". Certo, algumas coisas são muuuuito estranhas, mas nada bizarro ou nojento, talvez um pouquinho ofensivas, nada mais. Recomendo a leitura, alguns contos me fizeram rir muito (principalmente O Corno de si mesmo... Olha esse título kkkkk)
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Carlos 11/02/2018

Engraçado
O livro é composto por diversos contos, todos eles muito divertidos e com algum toque sexual.
Recomendo a leitura, irá tirar boas risadas, no mais ele também traz ácidas críticas a magistrados e padres, bem como monstra um lado depravado das relações humanas.
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MF (Blog Terminei de Ler) 15/11/2017

Excelentes textos feitos por uma das personalidades mais complexas da Literatura
"O marido complacente: historietas, contos e exemplos" escrito por Donatien Alfonse François ou, simplesmente, o Marquês de Sade, entre 1787 e 1788, quando ele estava preso na Bastilha.

O que dizer sobre o Marquês de Sade? Nem me refiro à obra em si, que apresenta inquestionável valor literário. Estou me referindo ao próprio autor. Poucas vezes me deparei com um autor tão complexo em sua biografia... e isso é importante para se entender plenamente o contexto de uma obra. Seria mais "pervertido" e "libertino" ou "agitador" e "revolucionário"? Difícil dizer. Simplificando, talvez o marquês fosse apenas incompreendido.

Isso explicaria o fato dele ter sido preso várias vezes (inclusive por Napoleão) pelas acusações mais diversas. Na primeira prisão, por exemplo, foi acusado de cometer perversões pela mesma sociedade francesa que fazia as mesmas perversões... o que demonstra que as prisões tiveram motivação política: o marquês falava o que pensava, sem pudores e temores.

Pode-se amar ou odiar a obra de Sade, mas é impossível não reconhecer o mérito literário. Não recomendo para os covardes e puritanos.

site: https://mftermineideler.wordpress.com/2010/07/19/o-marido-complacente-historietas-contos-e-exemplos-marques-de-sade/
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MF (Blog Terminei de Ler) 15/11/2017

Excelentes textos feitos por uma das personalidades mais complexas da Literatura
"O marido complacente: historietas, contos e exemplos" escrito por Donatien Alfonse François ou, simplesmente, o Marquês de Sade, entre 1787 e 1788, quando ele estava preso na Bastilha.

O que dizer sobre o Marquês de Sade? Nem me refiro à obra em si, que apresenta inquestionável valor literário. Estou me referindo ao próprio autor. Poucas vezes me deparei com um autor tão complexo em sua biografia... e isso é importante para se entender plenamente o contexto de uma obra. Seria mais "pervertido" e "libertino" ou "agitador" e "revolucionário"? Difícil dizer. Simplificando, talvez o marquês fosse apenas incompreendido.

Isso explicaria o fato dele ter sido preso várias vezes (inclusive por Napoleão) pelas acusações mais diversas. Na primeira prisão, por exemplo, foi acusado de cometer perversões pela mesma sociedade francesa que fazia as mesmas perversões... o que demonstra que as prisões tiveram motivação política: o marquês falava o que pensava, sem pudores e temores.

Pode-se amar ou odiar a obra de Sade, mas é impossível não reconhecer o mérito literário. Não recomendo para os covardes e puritanos.
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Tauan 22/09/2015

Curioso
Um clássico libertino, é como este livro - uma seleção de contos - é rotulado, mas de libertino pouco há em suas páginas (imagino que na época em que foi escrito se pensasse diferente).
Na primeira parte do livro, o marquês se mostra um mestre em criar situações tragicômicas, revelando todo o seu bom humor, mas não escreve nada que uma boa moça de família não possa ler.
Ele escreve com uma linguagem ao mesmo tempo rebuscada e ambígua, dando sempre uma divertida conotação erótica, mas não vulgar; talvez seja essa a fonte para quem diz que ele seja libertino. Outra possibilidade é o pouco caso do marquês com os costumes e a falta de medo de dizer a verdade.
Sem contar o fato de dar uma abordagem inadivertidamente à temática da Igreja, não raramente incluindo padres, bispos e abades em peripécias sexuais, como em: "O bispo atolado", "A flor do castanheiro" e "O preceptor filosófico".
Sadismo, é um termo que não se relaciona com os contos e histórias deste livro, embora derive do nome de seu autor: Donatien Alphonse-François, o Marquês de Sade.
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Alice 08/02/2012

Bem-estar, riqueza e prazer
O estilo de Sade é superior.
Dotado de muito veneno, seus contos levam o leitor a pensar sobre individualidade, política e, claro, moral e ética.

"A pior das loucuras - dizia - é se envergonhar das propensões que recebemos da natureza.(...) Há uma alegria egoísta em reprovar defeitos que a gente não tem."
E que pancada é esse trecho, pois é um problema que nossa sociedade continua enfrentando!
Somos julgados e condenados por preferencias que não dizem respeito a mais ninguém, nos envergonhamos de desejar aquilo que é dito anormal.(Refiro-me exclusivamente às coisas que fazemos sós ou com consentimento do outro.)

O conto "Talião" retoma muito do que é dito durante todo o livro: Faça com o outro o que ele te fez e então, depois de quites, poderão ser felizes.
E quando falamos nas mulheres descritas? São fortes, cheias de libido, e muito vingativas. Há um "q" de machismo no livro que facilmente é esquecido quando nos deliciamos em contos como "A mulher vingada" onde a mulher se impõe: "Homem injusto. Faz o que quer, não reclamo, e acha mal que me compense do jejum diário que me faz passar."(Referindo-se ao marido que tem um caso, não a satisfaz sexualmente e ainda ficou furioso ao descobrir que ela tinha outro.)

Termino o livro maravilhada com as histórias cheias de humor inteligente,ironia e sarcasmo.
E só quem leu a última página entende o título da resenha desse livro que tem seu lugar garantido em minha estante.
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Lady Murphy 29/01/2010

A vida do Marquês foi muito mais interessante do que a obra.
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Hera 26/09/2011minha estante
Realmente, nunca perdi tanto com um livro como esse. ele como escritor deve ter sido um ótimo matemático




Andre.Crespo 22/12/2009

Sarcástico, irônico e completamente amoral
Penso que as palavras acima definem melhor o que esse livro foi para mim. Não que eu não tenha gostado; pois gostei muito! Não foi aquele sadismo todo que aguardava ansiosamente, mesmo assim, dei boas risadas com algumas coisas, além de ter apreciado a forma livre e sem enrolações com que o Marquês escreve.

Logo no primeiro conto, levei um susto com a maneira simples, rude e direta com que Sade me contava a história. Depois de recomposto, me acostumei às suas narrativas, secas em si, e sem nenhuma pomposidade. Esperava algo mais trabalhado, e encontrei, surpreendetemente, histórias cheias de humor sagaz, uma ironia que não poupava a ninguém e um sarcasmo divertido.

Penso que seu ponto alto foi o conto "O Presidente Ludibriado". Cheguei a dar tantas risadas, a ponto de sair do lugar onde estava lendo para não me acharem louco. Sade fala da história de um juiz que se casa com uma linda e rica senhorita. Como esta não gostou nem um pouco dessa união, fará de tudo - com a ajuda da irmã e cunhado - para que o casamento acabe. É hilário como ele se dá mal todas as vezes que tenta fazer valer sua "masculinidade" com sua mulher. Nunca vi alguém se dar tão mal, ser tão sem sorte como ele o foi! Se se quer dar risada, é obrigatória a leitura desse conto.

Outros que gostei muito foram "Vai assim mesmo", "Os Oradores Provençais", "A Flor do Castanheiro", além do já citado acima. Nestes, Sade não perdoa ninguém, desde juízes a padres, principalmente este último, o qual ele adora ridicularizar. Principalmente seu "mui" prezado gosto por meninas e meninos "na flor da idade".

Quem se acha politicamente correto - leia-se puritano - nem chegue perto desse autor totalmente desavergonhado, que coloca a moral no lugar mais longe possível. Agora, se é daqueles que gosta de ler coisas diferentes e não tem preconceito a nenhum tipo de leitura, pode ler que se divertirá muito!

Agora, uma das partes hilárias desse ótimo livro:

"Mas conheço esse cheiro, mamãe. Seu abade, me diga, que mal há em afirmar que eu o conheço?
Srta. - intervém o abade, arrumando a gola e aflautando a voz - , por certo o mal em si mesmo é pouca coisa, mas acontece que estamos embaixo de castanheiras, e que nós, interessados em botânica, admitimos que a flor de castanheiro...
Sim, a flor do castanheiro...
Bem, srta., é que ela cheira a esperma. ("A Flor do Castanheiro")

"Na verdade não maior que o meu - diz Franville, com profundo desprezo. Uso um disfarce que pode seduzir os homens, de que gosto e ando atrás, e não encontro senão uma puta.
Puta não - diz amarga Augustina. - Nunca fui na vida. Quando se detesta os homens, não se pode ser chamada assim.
Como, é mulher e detesta os homens?
E pela mesma razão que você é homem e aborrece as mulheres". (Augustina de Vileeblanche ou O Estratagema do Amor".
Vanessa Henriques 26/10/2010minha estante
Não pensei que eu iria gostar tanto desse livro rsrs.


Alice 08/02/2012minha estante
Tomaria, sem tirar uma palavra, sua resenha para mim, pois tive as mesma impressões do livro. Será difícil produzir minha resenha depois de ter lido a sua.
:D


Diego630 30/11/2023minha estante
Esse livro tem 201 páginas. Alguém tem que editar a informação




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