A arte de amar

A arte de amar Erich Fromm




Resenhas - A arte de amar


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Andre.28 27/10/2020

Amar tem a essência de arte
“O caráter ativo do amor torna-se evidente no fato de implicar sempre certos elementos básicos, comuns a todas as formas de amor. São eles: cuidado, responsabilidade, respeito e conhecimento.”

O amor é um dos sentimentos humanos mais sublimes. Para além de clichês programados, o amor é fundamento e base das relações humanas, do individuo para consigo mesmo e para com os outros. O filósofo alemão Erich Fromm vem nos mostrar através do seu livro publicado em 1956: “A Arte do Amor”, que sentimento de amor corresponde muito mais uma arte em essência, em transformação, do que propriamente qualquer coisa programada.

Para Fromm o amor não é um sentimento em que qualquer um se possa comprazer, sem levar em conta o nível de maturidade que alcançou. Substancialmente há no livro uma espécie de compreensão, o autor não deseja convencer o leitor de que há um amor perfeito, mas que as tentativas de amar estão fadadas a falhar se ele não procurar, como exercício difícil e complexo de desenvolvimento da personalidade própria, do amor por si e da sensatez da doação consciente que é o amor. Fromm aponta o amor como uma forma de orientação produtiva; e o livro tenta mostrar que a satisfação no amor individual não pode ser atingida sem a capacidade de amar ao próximo.

Apresentando as diferentes formas de amor, desde o amor materno às relações entre duas pessoas, Erich Fromm pratica um exercício filosófico e sociológico com doses de psicologia emocional, sem cair em clichês. O amor na vida real é muito mais complexo, mas plausível na medida em que você enxergar o ser humano em suas contradições, com uma ideia de respeito, ao espaço, ao tempo, aos desejos, ao momento em que se sente. Esse respeito significa a preocupação de que a outra pessoa cresça e se desenvolva como é, respeito como conceito, assim, implica ausência de exploração, de um ego individual. “Quero que a pessoa amada cresça e se desenvolva por si mesma, por seus próprios modos, e não para o fim de servir-me.”

O amor infantil segue o princípio: “Amo porque sou amado”. O amor amadurecido segue o princípio: “Sou amado porque amo”. O amor imaturo diz: “Amo-te porque necessito de ti”. Diz o amor maduro: “Necessito de ti porque te amo”.

Amar significa entregar-se sem garantia, dar-se completamente na esperança de que nosso amor produzirá amor na pessoa amada. Amar é um ato de fé, no sentido de crer sem ter garantias. “E quem tiver mesquinha fé terá também mesquinho amor”. Para além da psicologia, o amor é exercício árduo, das pequenas coisas da vida diária, que potencialmente exige paciência e compreensão. Num mundo moderno que condiciona as pessoas a muitos gostos superfulos, o “amor maduro” é uma arte para poucos, rara qualidade de quem tem paciência para construir num mundo que não tem paciência, exceto para destruir.

A sociedade capitalista moderna destituiu do homem a capacidade de percepção do verdadeiro amor, construído com esforço. No mundo máquinas e da rapidez as pessoas querem o fácil, aceitam o supérfluo, o superficial, na medida em que tristemente tomam isso como padrão, como amor hedonista. O amor não é isso, necessita uma compreensão do pacote completo de experiências emocionais e pessoais, do ônus e do bônus, da compaixão à doação o amor é um caminho árduo para se pavimentar. A arte de amar é essência que poucos conseguem captar, compreender, exercer, num mundo cada vez mais distante e alheio a esse sentimento sublime. Erich Fromm nos ilumina com uma filosofia simples, porém certeira. Este livro nos apresenta uma “Arte do amor”, para refletirmos sobre a nossa conduta, sobre a nossa essência neste “mundo moderno perdido".
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Ana 12/10/2020

O livro nos apresenta um panorama sobre os diversos tipos de amor, e a arte de amar, que segundo defende o autor é uma arte que deve ser exercitada como qualquer outra, na tentativa de obter êxito na prática, nos trazendo como exemplo grandes autores e filósofos.
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none 13/12/2020

Para ler e reler sempre que possível
Não é autoajuda, o livro pode ser antigo mas seus ensinamentos seguem úteis e necessários para a gente hoje analisar e colocar em prática.
É dividido em quatro partes, Fromm procura explicar se o amor é mesmo uma arte, quais tipos de amores existem, o amor nos tempos da sujeição do homem ao tempo, o narcisismo versus o objetivismo e a prática do amor ou o amor em ação no mundo. Nós realmente amamos ou seguimos como autômatos forjando o que imaginamos ser amor, submetendo ou sendo submetidos por outra pessoa?
Penso que a leitura desse livro deve ser retomada de tempos em tempos para que não esqueçamos a essência do que nos alimenta e nos torna humanos. Trata-se de uma fé racional.
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Carla.Parreira 31/10/2023

A arte de amar (Erich Fromm).
Melhores trechos: "...O caráter masculino pode ser definido como tendo as qualidades de penetração, orientação, atividade, disciplina e aventura; o caráter feminino, pelas qualidades de receptividade produtiva, proteção, realismo, paciência, maternidade. (Deve-se sempre ter em mente que, em cada indivíduo, ambas as características se mesclara, mas com a preponderância das que pertencem ao sexo ?dele? ou ?dela?). Muitas vezes, se os traços do caráter masculino de um homem se enfraquecem porque ele permanece emocionalmente criança, tentará a compensar essa falta pela acentuação exclusiva sobre seu papel masculino no sexo. O resultado é o Dom Juan, que necessita de provar sua potencialidade masculina no sexo, por estar inseguro de sua masculinidade no sentido caracterológico. Quando a paralisia da masculinidade é mais extrema, o sadismo (uso da força) torna-se o substituto principal ? e pervertido ? da masculinidade. Se a sexualidade feminina se enfraquece ou perverte, transforma-se em masoquismo, ou possessividade... Amar alguém não é apenas um sentimento forte: é uma decisão, um julgamento, uma promessa. Se o amor apenas fosse um sentimento, não haveria base para a promessa de amar-se um ao outro para sempre. O sentimento vem e pode ir-se. Como posso julgar que ficará para sempre, se meu ato não envolve julgamento e decisão? Levando essas opiniões em conta, pode-se chegar á posição de que o amor é exclusivamente um ato de vontade e entrega, e portanto, fundamentalmente, não importa quem sejam as duas pessoas. Seja o casamento arranjado por outros, ou resultado de escolha individual, uma vez concluído, o ato da vontade assegurará a continuação do amor...
A condição básica do amor neurótico está no fato de que um dos 'amantes' (ou ambos) permaneceu aferrado a figura de um dos pais e transfere os sentimentos, expectativas e temores que outrora experimentou para com o pai, ou a mãe, para a pessoa amada na vida adulta; as pessoas envolvidas nunca emergiram de um padrão de relação infantil e procuram esse padrão em suas exigências afetivas da vida adulta. Em tais casos, a pessoa permaneceu, afetivamente, uma criança de dois, de cinco, ou de doze anos, ao passo que intelectual e socialmente se acha no nível de sua idade cronológica. Nos casos mais graves, essa imaturidade emocional conduz a perturbações em sua eficiência social, nos menos graves, limita-se o conflito à esfera das relações pessoais íntimas. Referindo-nos à nossa anterior discussão da personalidade centralizada na mãe ? ou pai ? o seguinte exemplo desse tipo de relação de amor neurótico, freqüentemente encontrado hoje, trata de homens que, em seu desenvolvimento emocional, permaneceram fincados num apego infantil à mãe. São homens que, por assim dizer, nunca se 'desmamaram' da mãe. Tais homens ainda sentem como crianças; querem a proteção da mãe, seu amor, calor, cuidado e admiração; querem o amor incondicional da mãe, amor que é dado pela única razão de necessitarem dele, de serem o filho de sua mãe, de serem desamparados. Esses homens freqüentemente são muito afetuosos e encantadores ao tentarem induzir uma mulher a amá-los, e até mesmo depois que o conseguem. Mas suas relações com a mulher (como, de fato, com todas as outras pessoas) permanecem superficiais e irresponsáveis. Existe comumente boa quantidade de vaidade nesse tipo de homens, com idéias grandiosas mais ou menos ocultas. Se encontrassem a mulher certa, sentir-se-iam seguros, na cumeeira do mundo, e poderiam exibir muito afeto e encanto; eis a razão por que esses homens são muitas vezes tão decepcionantes. Mas quando, após algum tempo, a mulher não continua a corresponder a suas fantásticas expectativas, conflitos e ressentimentos começam a desenvolver-se. Se a mulher nem sempre os admira, se reivindica uma vida própria, se também ela deseja ser amada e protegida, e, em casos extremos, se não se mostra disposta a perdoar as questões amorosas deles com outras mulheres (ou mesmo a ter por elas um interesse de admiração), tais homens sentem-se profundamente feridos e decepcionados e habitualmente racionalizam esse sentimento com a idéia de que a mulher 'não os ama, é egoísta, ou é dominadora'. Qualquer falha na atitude de mãe amorosa para com um filho encantador é tomada como prova de falta de amor. Tais homens usualmente confundem sua conduta afetuosa, seu desejo de agradar, com o genuíno amor e chegam, assim, à conclusão de que estão sendo tratados com inteira injustiça; imaginam-se os grandes amorosos e queixam-se amargamente da ingratidão de sua parceira de amor... Forma diferente da patologia neurótica acha-se em casos em que a principal ligação é para com o pai. Caso desses é o do homem cuja mãe seja fria e negligente, ao passo que o pai (em parte como resultado da frieza da esposa) concentra no filho todo o seu afeto e interesse. É um ?bom pai?, mas, ao mesmo tempo, autoritário. Sempre que lhe agrada o comportamento do filho, louva-o, dá-lhe presentes, é afetuoso; sempre que o filho lhe desagrada, retira-se, ou censura-o. O filho, que tem como única afeição a do pai, toma-se ligado ao pai de maneira escravizada. Seu alvo principal na vida é agradar o pai ? e, quando o consegue, sente-se feliz, seguro e satisfeito. Quando, porém, comete um engano, uma falta, ou não consegue agradar ao pai, sente-se deprimido, desalmado, repelido. Na vida posterior, tal homem procurará encontrar uma figura paterna a que se prenda de maneira semelhante. Toda a sua vida se torna uma seqüência de altos e baixos, dependendo de ter ou não conseguido ganhar o louvor do pai. Homens assim muitas vezes têm sucesso em sua carreira social. São conscienciosos, dignos de confiança, prestativos ? contanto que a imagem de pai que escolheram compreenda como tratar com eles. Mas, em suas relações com as mulheres, mantêm-se retraídos e afastados. A mulher não tem significação central para eles; costumeiramente sentem leve desprezo por ela, muitas vezes mascarado de preocupação paternal para com uma mocinha. Podem impressionar inicialmente uma mulher por sua qualidade masculina, mas tornam-se crescentemente decepcionantes, quando a mulher que desposam descobre que está destinada a desempenhar papel secundário, em face da primordial afeição à figura do pai, que é saliente na vida do marido, a qualquer tempo; isto é, a menos que aconteça ter a mulher permanecido ligada ao pai ? sendo assim feliz com um marido que se relaciona com ela como uma criança caprichosa... Outra forma de pseudo-amor é a que pode ser chamada 'amor sentimental' - Sua essência reside no fato de que o amor só é experimentado em fantasia e não nas relações concretas com outra pessoa que é real... Se alguém não alcançou o nível em que tenha um sentido de identidade, de seu Eu, enraizado no desdobramento produtivo de suas próprias forças, tende a ?idolizar? a pessoa amada. Aliena-se de suas próprias forças e projeta-as no ente amado. Como normalmente ninguém pode, a longo prazo, corresponder às expectativas de seu adorador idolatra, a decepção tende a ocorrer e, como remédio, novo ídolo é procurado, ás vezes num círculo infindável...
Outro aspecto do amor sentimental é a abstratificação do amor em termos de tempo. Um casal pode comover-se profundamente com as recordações de seu amor passado, embora, quando esse passado era presente, nenhum amor se experimentasse ? e com as fantasias de seu amor futuro... Outro erro freqüente deve ser mencionado aqui: a ilusão de que amor significa necessariamente ausência de conflito... Amar significa entregar-se sem garantia, dar-se completamente na esperança de que nosso amor produzirá amor na pessoa amada. Amar é um ato de fé, e quem tiver mesquinha fé terá também mesquinho amor..."
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Luca 30/07/2021

A diferença da maturidade
Releitura após cerca de 10 anos me trouxe um olhar muito diferente, mais profundo e naturalmente mais maduro. O conteúdo merece 5 estrelas, mas a escrita bastante "pobre", decresce 1 estrela. Livro essencial para a humanidade.
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Nato.Reis 30/06/2021

"Analisar a natureza do amor é descobrir sua geral ausência hoje em dia e criticar as condições sociais responsáveis por essa ausência "
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Serena 13/08/2009

Devia ser obrigatorio nas faculdades,rs,para mim é um livro didático sobre o amor, uma visão realista, que foge dos chatissimos auto-ajudas, que nada ajudam,rs.
Fromm é mestre!
Karla23 20/07/2011minha estante
Não tem um tom meio auto-ajuda, não, né? Tô pensando em lê-lo, mas não gosto de livros de auto-ajuda.




reLU 06/12/2009

Mais que nunca é preciso aprender a arte de amar...
Erich Fromm é considerado um dos principais psicanalistas do século XX e seu livro “A Arte de Amar” se encontra entre os mais conhecidos.
O autor esmiúça o sentimento do amor, distinguindo diferentes formas como o amor paterno, o materno, o romântico, o filial e, dentre outros, o amor a si mesmo.
A abordagem do amor como arte instiga a reflexão sobre ser esse sentimento algo que se pode desenvolver, na medida em que nos tornamos pessoas mais amadurecidas.
Erich Fromm engendra uma verdadeira “teoria sobre o amor” quando diferencia, e este o trecho que mais me impressionou, o amor infantil que diz – “amo-te porque necessito de ti”; do amor adulto que diz – “necessito de ti porque te amo’.
Amar não é tão fácil como parece e sua fórmula não é tão simples a ponto de se poder afirmar que basta amar para ser amado.
O amor exige plena dedicação porquanto não cabe amar a alguém e detestar tudo o mais que integra a vida. O objeto do amor é tudo o que nos rodeia, as pessoas, a natureza, o mundo todo.
Tantos anos depois da primeira edição desta obra, sua atualidade se manifesta no desafio que é experimentar o amor verdadeiro, sobretudo hoje em dia em que parece ser tão fácil dizer “eu te amo’.
Mais que nunca é preciso aprender a respeito de amar.
Mais que nunca é preciso entender que não basta ser amado.
Mais que nunca é preciso entender que, como qualquer arte, amar exige conhecimento da teoria e domínio da prática.

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LaraF 17/01/2010

Esse livro traz uma explicação transcendente e ao mesmo tempo objetiva do amor - suas origens, representações e principalmente, seu sentido maior: o de nos relembrar da existência do UNO. Muito sincero em todas as suas colocações Erich Fromm, consegue nos levar a um sentimento de identidade e reflexão em cada um das páginas desse livro. Amar não é fácil, mas a vida humana não entendida como exercicio de amor, pode ser ainda mais difícil.
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Thali 27/10/2021

Livro curto, de leitura rápida. Trás boas reflexões para além do amor romântico. Aborda também o amor parental, o amor na religião e o amor próprio. É discutido também a forma como a sociedade e os costumes capitalistas influenciam na forma como vemos e nos comportamos no amor. Amor exige dedicação, concentração, paciência e fé.
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Alves.Carol 31/05/2022

Estamos dispostos a amar?
Falamos tanto em amor, sobre o desejo de ser amado e quase sempre esquecemos de pensar sobre a vontade de amar. Será que estamos dispostos a amar alguém sem esperar nada em troca? Doar-se genuinamente, respeitar o outro como ele é, cuidar com responsabilidade? Amar é ter disciplina, comprometimento com o que sente e se entregar sem cobrar o mesmo do outro, é cuidado, afeto, responsabilidade e compreensão, pois a consequência de amar é ser amado.
Esse livro traz a sensibilidade do amor de maneira genuína, sem disputa de ego, a transparência é o caminho para a compreensão do amor?
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almeidalewis 02/05/2020

Um convite maravilhoso
Um livro tão antigo, porém com reflexões tão atuais a todos nós.vale muito a pena
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Lyta 29/01/2012

Por más companhias não me refiro apenas as pessoas que sejam viciadas e destruidoras...
"Ser capaz de concentrar-se significa ser capaz de ficar só consigo mesmo - e esta capacidade é precisamente uma condição da capacidade de amar".

"Por más companhias não me refiro apenas as pessoas que sejam viciadas e destruidoras; deve-se evitar a companhia destas porque sua órbita é venenosa e deprimente. Falo também da companhia dos zumbis, da gente que tem a alma morta, embora seu corpo esteja vivo; daqueles cujos pensamentos e conversas são triviais; que tagarelam em vez de falar e que emitem opiniões estereotipadas em vez de pensar".
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Marcos Vinicius 14/04/2013

Esse livro mexeu comigo em busca de valores, de dar significado a experiência que é a vida. Entender o amor como o princípio mais fundamental que rege as relações humanas, é algo tão imenso que não tenho como descrever o que sinto após ter concluido a leitura do livro.
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