A Invenção das Asas

A Invenção das Asas Sue Monk Kidd




Resenhas - A Invenção das Asas


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mardelivross 20/03/2022

Livro extraordinário!
Mostra o que é ser mulher, e a luta pela liberdade através das histórias de Encrenca, uma garota negra escravizada, que sonha com a liberdade, e Sarah, uma garota branca que sonha em acabar com a escravidão.
Livro envolvente do início ao fim!
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Priscila Furtado 25/02/2021

A Invenção das Asas - Sue Monk Kidd
Coração acelerado, mãos tremendo e olhos molhados, foi assim que terminei esse livro que é recheado de profundas reflexões sobre respeito e igualdade.

O livro traz uma narração fictícia inspirada na figura histórica de Sarah Grimke, e sua irmã Angelina Grimke.

Ele começa quando Sara em seu 11º aniversário, recebe como presente uma escrava, Hetty mais conhecida como ?Encrenca?, que tem apenas dez anos.

As duas iniciam uma amizade e Sara cheia de planos e sonhos para o futuro, se vê tão escravizada quanto Encrenca em uma sociedade cheia de preconceitos, separação, desigualdade racial e sexismo.

Nas palavras de Encrenca:

?Meu (Encrenca) corpo pode ser escravo, mas não a minha mente. Pra você (Sara) é o contrário.?

O livro então conta a jornada dessa busca da liberdade tanto do corpo quanto dos jugos do preconceito da época.

Achei linda a história de Sara, suas renúncias, e mesmo a tantos altos e baixos superou a si mesma para seguir o que acreditava.

Nina (Angelina) também é outra personagem forte e inspiradora.

E Encrenca, que querida. Como não amar?

Que livro sensacional. Amei demais.
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Adriano 03/06/2014

Ela costumava dizer: "se você precisa errar, erre pela audácia". Ela foi audaciosa
Hoje, trago para vocês, os leitores mais lindos do mundo, a resenha do livro A Invenção das Asas, escrito pela norte-americanada Sue Monk Kidd. O livro foi oferecido a mim pela Editora Paralela, como cortesia para leitura e resenha!

Segundo Olavo Bilac, em seu poema parnasianista Profissão de Fé, o trabalho do poeta transcende a "inspiração" e almejando a excelência deve fazer uso da "transpiração". Isto posto, provo meu argumento de que certamente a Sue Monk Kidd transpirou muito para conseguir criar essa obra que beira a perfeição. Escrever um livro histórico, acima de tudo, faz o escritor virar aluno e com isso, torna seu dever de escrever mais complexo, ao passo em que, mesclar história (real) com a imaginação (fictício) não é abordagem fácil.

Como deixei claro acima, o livro é histórico e aborda uma importante lacuna da formação sócio-cultural norte-americana: a escravidão. O livro aborda a influência de duas personalidades abolicionistas e feministas numa sociedade que julgava natural o ato de se escravizar outrem. Posteriormente, a autora toca noutra sistemática interessante: a igualdade de gêneros e evidencia traços que realçam o quão preconceituoso ainda é o mundo em que vivemos.

A história inicia em novembro de 1803, quando Sarah Grimké (personalidade real) completava 11 anos. Nesse dia, a mocinha ruiva e desengonçada ganhou um presente: a escrava Hetty (personagem fictício), também chamada de Encrenca, para ser sua dama de companhia. Desde pequena, a sinhazinha já se recusava a possuir outro ser humano e por isso, logo cedo foi considerada a ovelha-negra da família. Impotente diante dos desmandos da família escravocrata eis que a moça aceita o presente e passa a desenvolver amizade e carinho pela escrava.

Sarah nunca se enquadrou naquele modelo de sociedade. Ela não tolerava que a igreja e os ricos produtores rurais julgassem a escravidão como a vontade divina. Enquanto todos viam os escravos como objetos, ela os via como humanos, detentores de sentimentos e angústias; medos e alegrias. Pensando nisso, a menina transgride as normas quando decide ensinar Encrenca a ler.

No livro, torna-se cada vez mais nítido que Sarah era uma moça diferente e que se inquietava com tudo aquilo mas era impossibilitada de fazer algo. Além disso, o livro aborda os castigos que a Sinhá aplicava aos escravos infratores e a forma como eles eram desrespeitados e invadidos pelos "educados brancos". Se achar no direito de possuir alguém, é na minha opinião uma das maiores provas da ignorância humana. Eu fui tocado pela narrativa da autora e em muitos momentos me peguei criticando todo aquele sistema.

" Para uma mulher, nada existia além da esfera doméstica e aquelas florzinhas gravadas em cadernos de arte. Uma mulher aspirar ser advogada - bem, possivelmente, seria o fim do mundo. Mas uma semente se tornava uma árvore, não?"

Desde o começo os capítulos são intercalados, portanto conhecemos a visão dos fatos por Sarah (que por um lado, representa a elite e por outro os abolicionistas) e Encrenca (que representa o explorado e escravizado). A Sue representou no livro, todas as emoções e inquietações das meninas. Ainda com 11 anos uma delas ganha um ser humano e a outra já é escravizada sem nem ao menos saber o porquê do mundo ser assim.

Os anos se passam, Sarah desenvolve maior criticidade e passa a sonhar com algo que não lhe assiste: ser juíza de direito. Até então, esse titulo só pertencia aos homens. E em pleno século XIX só convinham as mulheres, exercer tarefas femininas como bordado, pintura, música e esperar por um marido. Sarah nunca concordou com esse sistema.

Já Encrenca foi privada desde cedo de ter objetivos e ambições. Como se as asas que lhe permitissem voar fossem-lhe tiradas antes mesmo de zarpar voo. Algo que me admira em Encrenca é sua ironia e sarcasmo diante do que lhe incomoda. Ela brinca com as situações mais tensas.

A autora abordou 35 anos da vida de Sarah e Encrenca, ou seja de 1803 até 1838. Nesse período, Sarah ganha mais uma irmã: Angelina Grimké. Nina, como é chamada, possui a mesma visão abolicionista e feminista de Sarah, no entanto possui um pouco mais de audácia e coragem que a irmã para colocar em prática suas crenças.

Juntas, Sarah e Nina serão duas das personalidades abolicionistas mais importantes do século XIX. Aclamadas pela massa sofrida e odiadas pela elite burguesa as duas rodam os Estados Unidos procurando soldados para sua causa. Posteriormente, a causa ganha tantos adeptos que elas também dão voz ao sentimento de igualdade dos sexos e passam a defender o direito da mulher de estudar e de ser tratada socialmente tão capaz quanto um homem.

O livro é incrível!
Encrenca enfrentou a dor da perda, mas também descobriu seu talento e sua coragem. Sarah, por sua vez, encontra sua chance de mudar o mundo quando se junta à causa abolicionista, se tornando pioneira na luta pelos direitos do negro e das mulheres!

Em um romance envolvente, a autora de grande sucesso Sue Monk Kidd, conta uma história emocionante sobre o poder das asas da imaginação!

site: http://geracaoleiturapontocom.blogspot.com.br/2014/06/resenha-invencao-das-asas-sue-monk-kidd.html
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Gabriela Novaes 19/06/2020

A invenção das asas
A invenção das asas traz uma história sobre liberdade, amor e luta. Baseada na vida de uma das pioneiras na luta pelo direito da mulher e anti escravidão, Sarah Grincké, a autora criou ficção para contar a história de Sarah e uma criada que lhe foi dada aos 11 anos. Juntas as duas trilham os caminhos a que são destinadas e durante os próximos 35 anos lutam suas próprias lutas.
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Fer 09/01/2020

Surpreendente e apaixonante
Ganhei esse livro e confesso que torci o nariz por não ser fã de romances. Mas trata-se de um livro forte, feminista, antiescravagista, antirracismo, que coloca sua heroína como uma mulher além do seu tempo. Amei. E amei mais ainda quando soube que era baseado em uma história real. Leiam até a última página.
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Leitora Viciada 28/07/2014

É clichê, porém inevitável, dizer que não sei resenhar um livro que me comoveu bastante. A Invenção das Asas se tornou um dos meus preferidos ainda mesmo durante a leitura.
É meu primeiro contato com a autora Sue Monk Kidd. Havia apenas assistido à adaptação homônima para o cinema de seu romance A Vida Secreta das Abelhas - sem saber que o filme era baseado em livro. Após ter me apaixonado pela escrita da autora em A Invenção das Asas publicado pela Editora Paralela, espero em breve conhecer mais de Sue Monk Kidd.
É um livro de forte impacto, que conta histórias de mulheres fortes.

A autora, que mora na Carolina do Sul, desejava escrever um romance que contasse a história de duas irmãs. Durante uma visita ao Brooklyn Museum, em Nova York, ela descobriu sobre quais irmãs escrever. Ao ler as centenas de nomes de mulheres que contribuíram para a História na Galeria Biográfica, ela encontrou os nomes de duas irmãs que viveram em Charleston, Carolina do Sul: Sarah e Angelina Grimké. Ao ir embora, Sue Monk Kidd se perguntava: Como viveu tanto tempo na mesma cidade dessas figuras históricas sem conhecer nenhum vestígio delas?
Sarah e Angelina Grimké, duas das primeiras agentes femininas abolicionistas e duas das primeiras importantes pensadoras feministas americanas. Mulheres revolucionárias.

Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.

site: http://www.leitoraviciada.com/2014/07/a-invencao-das-asas-de-sue-monk-kidd-e.html
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Avalon2 11/12/2019

Tocante
No início, eu não esperava gostar tanto desse livro como gostei. A autora sabe usar bem as palavras, passar direitinho a emoção, sem exagero, é simplesmente simples e bonito.

Ambientado no início do século XIX, você fica chocado com a forma natural que banalizam a escravidão.

Amei a história de verdade, apenas nao dei cinco estrelas porque, um pouco depois de 70% do livro, a leitura começa a ficar arrastada e os acontecimentos não têm muita emoção.

No início do livro me identificava demais com a Sarah: a diferente da família, a que tem sonhos e medo de ir atrás por insegurança. Mas, conforme fui lendo, minhas personagens favoritas se tornaram a Charlotte e a Nina.

A leitura vale super a pena!
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Portal JuLund 05/10/2015

A Invenção das Asas, resenha @EditoraParalela
Sarah Grimké é filha de um rico aristocrata e ao completar 11 anos ganha uma escrava de presente, Encrenca, uma menina de 10 anos, possuírem coisas tudo bem, mas possuir outra pessoa é algo inaceitável, só que não era esse o pensamento no século XIX.

Baseado em uma história real o livro segue o desenvolvimento de Sarah e Encrenca, claro que foram pincelados inúmeros detalhes para dar mais leveza à história de uma das maiores abolicionistas dos Estados Unidos.

Leia a resenha completa em:

site: http://portal.julund.com.br/resenhas/invencao-das-asas-resenha-editoraparalela
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deborah.fernandes 01/09/2019

Inspirador.
Inspirador! Este livro inspira a todos, principalmente mulheres, a lutarem por suas opiniões, independente do que a sociedade diz. Recomendo! =)
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MARCIA 10/07/2014

Muito bom!
Um livro tocante, que fala de amizade, da luta anti escravidão no final do século XIX e da dificuldade em ser mulher. Super recomendado!!!
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Ju 09/04/2014

A Invenção das Asas
A Invenção das Asas é um livro que realmente dá uma sacudida na gente. Tem como tema principal a liberdade - dos escravos, das mulheres, do ser humano de forma geral. A história começa em novembro de 1803 e vai até junho de 1838. A autora alterna a narração entre Sarah e Encrenca.

Amo a capa! Simples, linda e combina bastante com o enredo. Só mudaria um detalhe: apesar de ter achado lindos os pássaros com um brilho prateado e uma textura diferente, eu os faria pretos. Quem ler o livro vai entender a sugestão.

Sarah Grimké faz parte de uma família da aristocracia rural da Carolina do Sul, em que a escravidão é vista como essencial para que o padrão de vida seja mantido. A quinta de dez irmãos (pelo menos no início), desde pequena tem paixão pelos livros e pelo conhecimento que está contido neles. Mesmo sendo oficialmente proibida de frequentar a biblioteca do pai, acaba dando um jeito de estar sempre com algum livro de lá, e ele finge não perceber. Tem o sonho de estudar direito, como seus irmãos, mas vai descobrir que realizar os sonhos não é tão simples como parece... Ser mulher, na época em que ela nasceu, era realmente bem difícil.

"'Toda garota vem ao mundo com diferentes graus de ambição', ela disse, 'mesmo que seja apenas a esperança de não pertencer de corpo e alma ao marido. (...) A verdade é que toda garota tem que ter sua ambição arrancada de si para seu próprio bem. Sua anormalidade é apenas essa determinação de lutar contra o inevitável. Você resistiu e deu nisso, foi domada como um cavalo'."

Hetty "Encrenca" Grimké é escrava desde que foi concebida, mas isso nunca a impediu de sonhar com uma vida diferente. Sua mãe lhe conta a história de sua família, e explica como a escravidão chegou em suas vidas. Encrenca sonha com a liberdade, com um mundo em que não precise ter medo do que pensa, do que faz e do que diz.

Sarah e Encrenca têm algo em comum: não conseguem entender como um ser humano perde o direito a sua humanidade. Como passa a ser considerado um bem, visto como descartável e tratado sem nenhuma compaixão. Aos 11 anos, Sarah ganha Encrenca como presente. Tenta recusar de todas as formas, mas sua mãe não lhe permite fazer isso. Sem saída, faz o que pode para tornar a existência de Encrenca menos infeliz e ao menos um pouco agradável.

"Era difícil saber em que pé as coisas estavam. As pessoas dizem que o amor fica manchado por uma diferença tão grande quanto a nossa. Eu não sabia ao certo se os sentimentos da srta. Sarah vinham do amor ou da culpa. Eu não sabia se os meus vinham do amor ou da necessidade de segurança. Ela me amava e tinha pena de mim. E eu amava e usava a srta. Sarah. Nunca foi simples. Naquele dia, nossos corações estavam puros como jamais estariam."

Esse é o ponto de partida da história, mas muita coisa acontece. A autora se baseou em pessoas reais para escrever o livro. Sua principal inspiração foram duas das irmãs Grimké: Sarah e Angelina, mais conhecida como Nina. As únicas de sua família que não aceitavam a realidade com que eram obrigadas a conviver. No século XIX, e no sul dos Estados Unidos, não havia muita alternativa para elas. As mulheres só tinham direito ao nascimento, ao casamento e a ter filhos. Eram consideradas propriedades. Obedeciam aos pais, depois aos maridos. Se fosse o caso, obedeciam aos filhos também.

"Meu corpo pode ser escravo, mas não minha mente. Pra você, é o contrário."

Não costumo parar para pensar em como foi difícil a luta pelos direitos das minorias. Houve, sim, muito derramamento de sangue. Muita gente teve que se sacrificar para que eles fossem alcançados. Pessoas dedicaram suas vidas a um objetivo - tudo tem um preço, afinal, e isso é mostrado no livro. A narrativa dói. Alguns fatos históricos foram aproveitados, outras coisas foram fruto da imaginação de Sue. Infelizmente, os castigos a que os escravos eram submetidos não tinham nada de ficção. Se esse livro fosse um filme, eu acabaria tendo que virar o rosto em alguns momentos. Mas não pude escapar da minha imaginação. É mais que revoltante saber que essas coisas realmente aconteceram.

Porém, é muito bom ver a coragem das personagens. Ver o quanto elas se mantêm fiéis a si mesmas e a seus princípios. Ver que estão dispostas a sacrifícios e a correr todos os riscos necessários para alcançar seus objetivos; observar o quanto se doam para que outros alcancem seus objetivos também. Com certeza, a vida delas seria muito mais fácil se tivessem simplesmente deixado para lá. Mas o mais fácil dificilmente é o certo e o melhor.

"Escolhi o arrependimento com o qual poderia viver melhor, só isso. Escolhi a vida à qual pertencia."

A cada conquista de uma delas, eu sentia mais orgulho. É uma história de superação, e tenho certeza que todo mundo tem algo a aprender com essas mulheres. Um livro que traz reflexões valiosas. Vale a pena ler.

site: http://entrepalcoselivros.blogspot.com.br/2014/04/resenha-paralela-invencao-das-asas.html
Dani 11/04/2014minha estante
Parece ser um livro muito interessante com muito a nos fazer refletir. Acho muito interessante livros que abordam esse assunto, as desigualdades e obstáculos da época e este me interessou bastante! :)




Natalia.Eiras 03/08/2019

Simplesmente sensacional!
Quando você pensa em um livro que aborde o tema da escravidão, você logo imagina um negro sendo açoitado em alguma plantação de algodão, ou coisa do tipo, certo?
Mas como viviam os escravos domésticos? E as mulheres dos escravocratas? Todas concordavam com o que seus maridos faziam nos campos com os negros?

Sarah Grimké não é uma menina comum. Apesar de ser filha de um poderoso juíz escravocrata, ela não consegue aceitar a escravidão. Em seu aniversário de 11 anos, sua mãe lhe entrega Hetty, uma mulatinha de apenas 10 anos, com uma fita lilás amarrada no pescoço, de presente, para que esta lhe sirva como dama de companhia.
Sarah, à principio, se recusa a aceitar a menina como presente, mas em uma época onde as mulheres não tinham o direito de se expressar livremente, os desejos de uma criança só poderiam ser ignorados.

É dessa forma que Hetty, ou melhor, Encrenca que é o nome verdadeiro dela, entra na vida da sinhazinha Sarah.
Uma amizade começa a surgir entre essas duas garotas distintas, e Sarah promete que fará o possível para libertar Encrenca. Mas como ela poderia fazer isso?
A única coisa que ela consegue imaginar é ensinar a escrava a ler, o que na época era um crime grave, pois um escravo que sabe ler pode se revoltar mais facilmente.
Ao longo das páginas deste livro iremos percorrer toda a história dessas duas meninas, tão diferentes na cor da pele e no status social, mas que indo contra todas as possibilidades acabaram formando uma amizade e procurando, cada uma a sua maneira, a própria liberdade.

"Meu corpo pode ser escravo, mas não minha mente. Pra você, é o contrário". Encrenca para Sarah


A história é narrada intercaladamente entre Encrenca e Sarah, com isso temos o ponto de vista de uma escrava doméstica e de uma sinhá abolicionista. Esse contra ponto é muito interessante, pois você acaba entrando na mente das duas personagens.

Quanto mais eu lia, mais eu gostava da Sarah e da forma como ela vem crescendo ao longo da história, passando de uma menininha que sofria com a gagueira, até uma verdadeira revolucionária.
Quanto a Encrenca, o que chama a atenção é a perspicácia dessa escrava, que mesmo sem uma instrução formal, conseguia se livrar de grandes encrencas (desde pequena ela faz jus ao nome que recebeu) e nunca se deixou abater pela condição que vive e pelos horrores da escravidão.
Outros personagens de muita importância fazem parte dessa história, tais como Angelina Grimké, a irmãzinha de Sarah, que assim como a irmã, tem o ideal abolicionista correndo nas veias. Porém, ela é um pouco mais audaciosa em relação a irmã mais velha. Juntas, elas irão formar uma equipe incansável em busca de seus objetivos.

Eu levei bastante tempo para ler este livro, mas não foi porque a história era chata ou monótona, mas sim porque eu não queria perder nenhum detalhe. A narrativa flui muito bem e a diagramação esta impecável.
Cheguei a ter este livro em mãos, e a capa é feita de uma material aveludado, o que confere maciez. Todas as vezes que eu peguei no livro eu tive que "acariciar" a capa. Hahahaha

Conforme você vai lendo, passa a entender o título do livro, pois é justamente o que as personagens tentam fazer ao longo da narrativa: construir e inventar asas para alçar a liberdade.

E quando eu cheguei no final, eis a minha surpresa. Nas notas da autora, eu descubro que Sarah Grimké existiu!!! E grande parte do que se passa no livro é verdade!!!

Assim que terminei eu precisei correr pro Google e pesquisar mais sobre essa mulher fascinante, e descobri que ela foi muito importante para a época. Não achei uma biografia dela em português, mas quem souber inglês pode ler aqui. Ou entrar no link da Wikipédia e mandar traduzir a página, mas esse link que compartilho é mais confiável do que a Wikipédia. rsrsrs

Se você não sabe inglês, aqui esta uma parte da nota da autora, onde ela explica quem foram Sarah e Angelina.
"Descobri que passava dirigindo pela casa não sinalizada das irmãs Grimké havia mais de uma década, sem saber que essas duas mulheres foram as primeiras agentes femininas abolicionistas e umas das primeiras entre as importantes pensadoras femininas americanas. Sarah foi a primeira mulher nos Estados Unidos a escrever um manifesto feminista abrangente, e Angelina foi a primeira mulher a falar diante de um conselho legislativo. No final da década de 1830, elas eram, possivelmente, as mais famosas, e também mais infames, mulheres das Américas..."

A autora ainda chama a atenção para o fato de ela desconhecer até então as irmãs Grimké (e nós também!), o que prova que "as conquistas das mulheres foram repetidamente apagadas da história."

Esse livro é uma aula de História, com um ponto de vista diferente do que estamos normalmente acostumados a ver e uma belíssima narrativa sobre amizade e liberdade. Vale muito à pena!
Eu tenho certeza que vocês irão se apaixonar por essas mulheres...


site: http://www.perdidanabiblioteca.com.br/2019/06/a-invencao-das-asas.html
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Manuella_3 10/09/2014

A Invenção das asas é um romance que comove, apaixona e aproxima o leitor do drama da escravidão. Fatos e personagens históricos são inseridos na ficção para recontar a história das irmãs Grimké, abolicionistas e feministas norte-americanas do século XIX. Lutando corajosamente pela liberdade dos escravos, as duas mulheres também empreenderam uma batalha contra a desigualdade de gênero.

Tendo como cenário a cidade de Charleston, no sul dos Estados Unidos, início do século XIX, a narrativa alterna os capítulos com as vozes de Sarah Grimké e Hetty ‘Encrenca’, respectivamente sinhazinha e escrava. Ao longo de mais de trinta anos acompanhamos a luta dessas mulheres, desde a infância, quando ‘Encrenca’ é dada para Sarah como presente de aniversário, para servir-lhe de companhia. A recusa de Sarah em apropriar-se da garota inicia a luta que travará até o fim de seus dias.

Sob a perspectiva de Sarah, a autora fala da eminente abolicionista que reivindicou mais que a libertação dos escravos: queria uma sociedade justa e a pacifica convivência entre brancos e negros, homens e mulheres. Ainda menina, horrorizada com as punições impostas aos escravos, demonstra claro interesse pela área jurídica, influenciada pelo pai (juiz conceituado), sonhando ser advogada. Coisa impossível para a época, quando as mulheres não tinham outro destino que não fosse um bom casamento, a criação dos filhos e os cuidados com a casa e a criadagem.

“Eu não sabia explicar à época como uma árvore mora dentro de sua semente ou como eu de repente soube que do mesmo modo enigmático algo vivia dentro de mim - a mulher que eu me tornaria -, mas eu parecia saber subitamente quem ela era.” (Sarah, p. 24)

Hetty ‘Encrenca’ - cuja alcunha é seu ‘nome de escrava’ - é uma personagem cativante, que transita entre a dor e a esperança. Ao lado da mãe, a escrava e exímia costureira Charlotte, alimenta o sonho da liberdade enquanto realiza pequenos atos de rebeldia, como escape e vingança contra as exigências e crueldades da Sinhá Mary Grimké.

“Minha mamã era esperta. Não aprendeu a ler e escrever como eu. Tudo que ela sabia vinha do pouco de misericórdia que ela encontrou na vida.” (Hetty 'Encrenca', p. 9)

Com a impossibilidade de emancipar a escrava e tendo-a como dama de companhia, Sarah decide tratá-la da melhor forma, como a uma amiga. Liberta-a, então, da ignorância: com os poucos livros a que tem acesso, ensina Hetty a ler e discutir ideias, contrariando a lei que proibia a alfabetização dos escravos. Até que a esperta ‘Encrenca’ é descoberta escrevendo e Sarah é castigada com a interdição da vasta biblioteca do pai, único interesse e passatempo da garota. Não poderia ser pior.

Enfrentando uma gagueira de origem emocional sempre que precisa impor sua opinião, Sarah decide incutir na irmã mais nova, Angelina (Nina), suas convicções sobre a libertação dos escravos. Juntas, Sarah e Nina combatem preconceitos, enfrentam seus pais, irmãos e a sociedade escravagista do Sul. Recusam casamentos que as fariam bem aceitas na sociedade - e o que era esperado das mulheres, obviamente. Seguem para o Norte dos EUA, onde encontram espaço para reivindicar suas posições políticas e sociais, auxiliadas pelos apoiadores das novas ideias abolicionistas. Sarah e Nina não desistem de suas lutas em favor do que pensam. Poderiam muito bem permanecer quietas e obedientes, mas encaram a ira da sociedade e a perseguição religiosa.

Sarah, Nina e Hetty ‘Encrenca’ batalham o quanto podem, cada vez mais rebeldes, cada uma à sua maneira. Sarah é mais polida e comedida e, ao longo do tempo, amadurece e fica mais segura para mudar o jogo. Nina é atrevida e impulsiva, fala o que vem à cabeça e recusa-se, terminantemente, a ser domada pelos costumes e regras da sociedade da época. À ‘Encrenca’ cabe lutar (em segredo e perigosamente) pelos sonhos que acalentou com a mãe: o de comprar sua liberdade ou fugir, em último caso.

“Havia tanto no mundo para ter e não ter.” ('Hetty' Encrenca, p. 37)

Unindo as pontas dos extremos, a autora insere o leitor numa visão privilegiada dos sentimentos, pensamentos e argumentos das protagonistas Sarah e Hetty ‘Encrenca’. Embora tenha uma vida abastada e cheia de facilidades, a sinhazinha é refém das escolhas que não fez. A certa altura, ‘Encrenca’ pressiona sua ‘dona’: “Eu sou presa pelo corpo mas você é presa pela mente”. É uma frase que resume metade do livro.

A Invenção das Asas é um livro que rapta o leitor para uma viagem no tempo, em descrições perfeitas de uma época de medo, lutas, dor e preconceito. Um romance sinestésico, que exprime as sensações, a temperatura e os cheiros que cercam todos os personagens. Uma trama histórica, cujas personagens de fato existiram, delineadas com sensibilidade pela talentosa Sue Monk Kidd. É, ainda, um resgate documentado numa escrita irretocável, que apresenta aos leitores a coragem dessas mulheres que viraram o mundo de ponta-cabeça. Creio que todos deveriam conhecer esta história.

Resenha publicada no blog As meninas que Leem Livros:
http://www.asmeninasqueleemlivros.com/2014/06/a-invencao-das-asas-sue-monk-kidd.html
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Gio 17/07/2021

Ótima leitura
Ótima leitura, bem pesada por falar sobre a escravidão no Sul dos EUA. Achei um pouco enrolado em alguns momentos, mas depois descobri que é baseado em personagens reais, então faz sentido.
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Dayse.Carla 02/08/2022

Ganhei esse livro há muito tempo, porém só agora peguei para ler realmente. Não considero este livro como leitura prazerosa, pois para mim foi bem difícil mergulhar no tema escravidão, fiquei bem comovida, trato como uma leitura repleta de aprendizagens.
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