Livy 07/09/2014
Adorei cada detalhe da trama!
Tabuleiro dos Deuses é o primeiro livro da série A Era de X. E já é a terceira série adulta da autora Richelle Mead. Aliás fiquei pensando em termos ou palavras para tentar definir o livro e a primeira coisa que me vem à cabeça é: o livro é sombrio com uma atmosfera bem dark. E não para por aí não! A história é bem original, os personagens são cativantes e sexy's. Eu consideraria o livro como uma distopia adulta, pois a autora cria um mundo totalmente novo, com uma sociedade ressurgida das cinzas (ou melhor, da doença Mefistófeles), mas é muito mais do que isso. A verdade é que Richelle Mead vai muito além do padrão já batido e conhecido dos distópicos, juntando uma sociedade e culturas totalmente inovadoras com um enredo de tirar o fôlego e prender a atenção até a última linha.
Não tenho parâmetros para comparar as outras séries da autora, Bloodlines e Academia de Vampiros com A Era de X. Assim como não tenho como comparar narrativa, história ou outros elementos e dizer se a autora se superou ou não em criatividade e desenvolvimento. Mas o que posso dizer é que para os padrões de tantas outras séries conhecidas, e pelo que esperava de Tabuleiro dos Deuses, me surpreendi e muito!
Justin March é um bom exemplo de que o inevitável é mais crível. Banido da RANU por motivos misteriosos, o ex-servidor (funcionários da Segurança Interna do governo que investigam grupos religiosos) vive exilado no Panamá, uma das províncias. Neste país perigoso, cheio de irregularidades, armas e muitas nuances sociais, Justin se vê desiludido de tudo mais. Mas ainda guarda muito de seu carisma e sagacidade (além de uma beleza que deixa as mulheres loucas). Mae, integrante de uma coorte pretoriana (pretorianos são supersoldados e tem um implante que aumenta o neurotransmissor que estiver sendo produzido no corpo, estimulando as emoções ao extremo, o que é muito útil durante uma luta), vai perceber muito bem isso, quando perde sua farda por perder a cabeça em um velório, e é submetida a uma missão um tanto suspeita: tem que ir até o Panamá e entregar um recado para o dr. March. O que a perigosa, bela e letal pretoriana não esperava é cair nos encantamentos de March e se ver envolvida em uma missão maluca, onde o ex-servidor é aceito novamente na sociedade de RANU, para que possa solucionar estranhos assassinatos envolvendo uma seita religiosa desconhecida. Pois somente March teria as habilidades e a mente tão brilhante para solucionar um caso tão medonho. Ele tem a capacidade de ver além, sabendo observar muito bem pessoas e ambientes, e nada foge de sua percepção.
Em primeiro lugar eu fiquei encantadíssima com a sociedade que Richelle criou, e fiquei admirada com sua imensa criatividade! Me fez crer realmente em tudo o que ela propôs! Muitos elementos são conhecidos de nossa própria sociedade e cultura atual, mas a verdade é que ela começou tudo do zero. A partir de uma doença chamada Mefistófeles que afetou toda a população mundial, e onde a Era do Declínio teve início; até Era da Renovação e o ressurgimento de uma nação renovada e forte, que deu a volta por cima. As divisões de território, de cultura, de países, é tudo tão bem delineado que a autora nem precisou usar artifícios como mapas para me fazer visualizar o que tinha em mente. A narrativa é tão cheia de minucias, que é impossível não se sentir como parte integrante desta aventura.
Tabuleiro dos Deuses tem uma história complexa, mas muito fácil de entender. O que mais chama a atenção são realmente os detalhes e como tudo se encaixa perfeitamente nesta sociedade tão controlada. Na verdade ficaria bem extenso e complexo eu detalhar aqui todos os pormenores, divisões, características de cada país, casta, coortes ou qualquer outro tipo de informação. Na verdade Tabuleiro dos Deuses é um livro para se apreciar em cada linha, em cada palavra nova, em cada personagem.
Mas há diversas coisas que posso citar. A RANU (República da América do Norte Unida), por exemplo, só se tornou forte e se reestruturou após o Declínio, pois tomou uma série de providências para controlar a população e a cultura do país. Com tecnologia de ponta, e uma sociedade totalmente voltada para o humano e não para o divino, a verdade é que todo o povo crê com todas as suas forças de que o humano sim tem poder, tem lugar em um mundo já descrente de qualquer religião. Outros fatores como o controle de natalidade, o controle de herança genética (principalmente para evitar a doença de Caim, onde há uma série de complicações físicas e estéticas), chips de identificação em cada cidadão (que está ligado ao DNA de cada indivíduo, com informações básicas sobre o mesmo, e também para supervisionar seus movimentos) são incríveis!
O interessante é que, de toda e qualquer forma, o que prevalece é o total controle do ser humano! O ponto forte do livro é a opressão religiosa! Isto fica bem claro não somente pelos Servidores, mas também pela própria descrença no divino, em deuses, etc. Mas a verdade é que o controle sobre suas vidas não está em um país governado com mãos de ferro ou com forças especiais fortemente controladoras, mas sim em algo muito mais esvanecente! Seriam todos eles peças de um imenso tabuleiro, estando nas mãos de deuses desconhecidos?
Adorei cada detalhe da trama! Fiquei muito envolvida com toda esta rica história, com seus personagens e seus dramas, com suas nuances! Ação, sensualidade, aventura, diálogos inteligentes, cenas de tirar o fôlego, e... nem tenho palavras para descrever mais! Fiquei bastante admirada com a inteligência da narrativa de Richelle e como ela liga cada personagem, lugar, acontecimento, etc. Não há pontas soltas, enganos ou ilusões. Cada coisa está devidamente em seu lugar! Realmente uma trama fascinante! Fora que, as surpresas são muitas, e o final me faz ansiar imensamente pela continuação.
A resenha se estenderia e ficaria ainda maior e eu não conseguiria dizer ou mostrar tudo aquilo que o livro nos traz, e a grandeza que promete. É impossível não se ver mergulhando na atmosfera forte, sinistra e sombria da história e dos personagens (todos eles, mas principalmente Justin e Mae). A verdade é uma só, este é um livro que me pegou de surpresa, e me agradou muito. Tem tudo aquilo que a autora promete, e muito mais! Sem dúvida alguma vale muito a pena ler!
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