A Tabela Periódica

A Tabela Periódica Primo Levi




Resenhas - A Tabela Periódica


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Natália C. 22/10/2009

Os profissionais brasileiros de química em geral carecem de formação humanística. Levi mostra que química = poesia.
Raquel.Santos 21/11/2021minha estante
Que beleza. Me interessei. Vou ler.




Ana Aymoré 30/01/2020

A química como metáfora
No último capítulo de A tabela periódica, Primo Levi nos faz uma advertência, já tardia, de que seu livro não se trata de um tratado de química, nem sequer de uma autobiografia, "senão nos limites parciais e simbólicos em que é uma autobiografia todo escrito [...]. É, ou pretende ser, uma micro-história, a história de um ofício e de suas derrotas, vitórias e misérias [...]." Trata-se, na realidade, de uma prosa na qual à narrativa autobiográfica convencional são combinados gêneros ficcionais (o conto, nos capítulos Chumbo e Mercúrio; a crônica, no capítulo Enxofre; a fábula, no capítulo Carbono), algo que se assemelha à hibridez que caracteriza as substâncias químicas no laboratório, ou os cristais de rocha na natureza.
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Essa originalidade em sua escritura faz dessa uma das obras mais notáveis da literatura italiana do século XX. Ítalo Calvino a define como um daqueles livros que deixam uma marca profunda e duradoura, e nada poderia definir melhor minha própria experiência. A história da busca pela releitura de A tabela periódica, 30 anos depois, é um tanto longa para ser relatada com detalhes aqui; mas o resultado é que, nessa segunda leitura, a química - minha com Levi - permanece intacta: seu escrito da maturidade segue me comovendo como da primeira vez em que me aventurei por suas páginas. Dispostos em 21 capítulos, os elementos da tabela periódica, em sua multiplicidade e nas suas propriedades inerentes, se afiguram, ora como metáfora, ora como índice, das circunstâncias vividas por seu autor durante seus anos de formação acadêmica e da sombria experiência em Auschwitz, até a busca, nunca satisfeita, sempre insuficiente, pela reparação do passado. Sua materialidade de papel e tinta nos transmite o legado imaterial da palavra escrita, da experiência de uma vida através do ofício (mesmo quando transformado em horrenda caricatura no Lager), e, sobretudo, o desejo, inalcançável, do alquimista, em dominar "a matéria estúpida, inerentemente inimiga, assim como inimiga é a estupidez humana, e tão poderosa quanto esta última em sua obtusidade passiva."
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