História e Dialética

História e Dialética Leo Kofler




Resenhas - História e Dialética


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Lista de Livros 07/12/2019

Lista de Livros: História e Dialética – Leo Kofler
Parte I:

““O método” — escreveu Hegel — “é tão somente o edifício do todo, erguido no que tem de essencial”. Esta formulação concisa e plástica vale inteiramente para a dialética materialista. De fato, ela expressa, em primeiro lugar, a coincidência entre método e a consideração do ser; ao contrário do que se passa na concepção metafísica, aqui o método não é concebido como meramente “formal”. E, em segundo lugar, aquele enunciado de Hegel destaca o papel central do conceito do todo.
Se o pensamento não se orienta de modo consciente para a captação do todo, a dialética se vê ameaçada pelo perigo, que a experiência registrou algumas vezes, de recair, em maior ou menor grau, nos procedimentos do velho materialismo mecanicista, tão duramente criticado por Marx e Engels. Este perigo implica mais do que aferrar-se a alguma unilateralidade não dialética, o que, por si só, já seria muito deletério. O verdadeiro perigo, fruto do desconhecimento da consideração do todo, consiste em aceitar acriticamente como verdadeiros os reflexos rígidos e inadequados dos processos reais, particularmente as chamadas categorias; e o materialismo mecanicista, mesmo desenvolvendo seus pontos de vista sob uma máscara “crítica”, opera desta forma.”
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Parte II:

“Nos grandes utopistas, opera a mesma contradição e sob idêntica forma: a contradição rígida entre a realidade e o ideal, que exigências práticas levam a uma superação aparente, mediante a ingênua esperança de que a realidade submeter-se-á ao ideal. Tem razão Ernst Bloch quando afirma: “Nos utopistas abstratos, a luz dos sonhos ilumina um espaço vazio: o dado teria de adequar-se à ideia”.
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“Como a experiência o demonstra, cada grupo de partidários de um ou outro juízo empenha-se em trazer para suas teses todas as “provas” possíveis — coisa fácil de se fazer com um pouco de esperteza, já que nada é mais dúctil do que a história.”
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Parte III:

“Entre outras coisas, o que interdita ao pensamento burguês o caminho para a compreensão da totalidade é o fato de o todo lhe aparecer como um sistema de relações entre efetividades sujeitas a leis no sentido da lei natural, frente às quais o pensamento se comporta extrinsecamente, de modo contemplativo. Tão logo o pensamento — que, como sabemos, é apenas um elemento necessário da atividade subjetiva que opera no objetivo — exclui a si mesmo da totalidade por via da contraposição entre ser e pensamento, o todo se converte previamente em parte, que a teoria burguesa acaba, porém, por confundir com o todo. Nisto reside o segredo, por exemplo, dos limites com que colidem os inúmeros sistemas da sociologia burguesa empenhada na busca de “leis”. A proclamação da liberdade e da função onímoda do pensamento (história, filosofia, ciência jurídica, ética), independentemente e à parte das ciências voltadas para o esclarecimento das leis (sociologia, economia política, psicologia social), apenas exprime a impotência para a apropriação teórica da realidade. Esta cisão das ciências, ainda que só em sua aparência externa, é uma prova a mais da incapacidade do pensamento burguês para conceber como unidade a subjetividade e a objetividade, a atividade e a lei, o pensamento e o processo objetivo. Assim como a atitude contemplativa resulta da fixação na ilusão categorial, a aceitação desta é, ao mesmo tempo, resultado daquela fixação: são equivalentes. Para semelhante modo de pensar, o pensamento aparece tão alheio à lei como esta àquele. A realidade se divide na esfera da necessidade e na esfera da liberdade. E, no interior desta última, a dilaceração continua, pois não apenas se distingue o homem praticamente ativo do “pensador” puro, mas ambos são concebidos como opostos não mediados. No entanto, apesar dessa identidade entre atitude contemplativa e reificação, que acabamos de assinalar, é mais correto afirmar que o aprisionamento do pensamento burguês àquela atitude não é a causa da sua incapacidade para superar a reificação; esta causa reside no fato de que este pensamento é prisioneiro da reificação, que constitui a causa da incapacidade para superar a contemplatividade. De qualquer forma, não há dúvida de que, no interior desta relação, o modo de pensar contemplativo constitui o limite metodológico que impede que se verifique a estrutura reificada da consciência burguesa.”
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Parte IV:
“Qualquer tentativa de reconhecer o processo histórico sem atentar cuidadosamente em tudo, inclusive nos momentos ideológicos, necessariamente apoia-se em suportes frágeis, tanto quanto o procedimento inverso, consistente em discernir cientificamente os momentos sem prestar a máxima atenção à totalidade do processo em sua dependência recíproca. Em última análise, este é o único método revolucionário, pois só ele permite compreender a história humana como um processo que avança de modo necessário para formas sempre mais elevadas da existência social. Somente a dialética supera o dilema entre o objetivismo burguês vazio e o subjetivismo que transforma “revolucionariamente” a história com meras frases e ao qual cabem as palavras de Marx: “Nada é mais tedioso e árido do que o lugar-comum disfarçado”.”
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