spoiler visualizarDidi 11/08/2011
Adquiri o livro durante uma das minhas corriqueiras visitas a Saraiva, mais especificamente num dia em que me dediquei somente a garimpar os livros budistas disponíveis naquela data - e pra variar não eram muitos. Fui mais interessada no (obrigatório) "Livro Tibetano dos Mortos", porém me deparei com este do mestre Sogyal Rinpoche.
(A foto de Rinpoche numa das orelhas da capa já é motivo de inspiração para a leitura, graças ao seu olhar sereno e um leve sorriso no rosto.)
Não espere deparar-se com fórmulas prontas ou receitas típicas de Auto Ajuda ou uma coletânea de relatos de pessoas antes de suas mortes, até porque este não é um livro desta categoria. Até há alguns relatos, porém a essência do livro é uma série de conselhos e apresentação a práticas budistas que podem ser feitas por praticantes e não praticantes desta religião - e até mesmo conselhos e práticas universais. Vale ressaltar mais uma vez que o propósito do livro não é jogar no colo do leitor uma série de fórmulas mágicas quanto a aceitação e preparação para a morte, bem como no auxilio aos que morrem - errado pensar e encarar o livro desta forma e em diversos momentos, Rinpoche é bem claro quanto a isto.
Rinpoche apresenta ao leitor a visão do budismo acerca da vida e da morte, visando em muitas partes apresentar o budismo(tibetano) a um não praticante da religião (e até mesmo a relembrar na cabeça de alguns praticantes uma série de coisas). O mestre tibetano também mostra em paralelo a visão de outras religiões, como o hinduísmo e o cristianismo, quanto a morte e ao que se segue após ela.
Óbvio que há falhas na cadência: ora o livro torna-se fácil, ora torna-se massante, ora Riponche começa a falar dum dado assunto e o corta de forma abrupta demais orientando ao leitor (praticante ou não do budismo) a sempre procurar a orientação de um mestre - ele não errou de forma alguma ao apresentar esses conceitos e práticas que necessitam um mestre, porém cortou o assunto vez e outra de forma muito abrupta.
Este livro também acaba funcionando como um complemento essencial ao "Livro Tibetano dos Mortos". Não é um livro para ser lido depressa; deve ser "digerido" calmamente, de preferência num local calmo e, usufruindo da facilidade de pesquisas nos dias de hoje, ter seus tópicos e termos pesquisados e estudados também; é um livro para ser lido mais de uma vez e servir como uma espécie de enciclopédia (ou "minutos de sabedoria") também. Altamente recomendado para budistas de qualquer escola e não budistas também.