JH 18/11/2012
O linguajar regionalista tão enfatizado na obra torna o livro maçante, mas é também através dele que Simões de Lopes Neto marca a cultura gauchesca. E consegue retratá-la de forma convincente e, várias vezes, envolvente.
É interessante como a cultura de criação do gado marcou o comportamento do povo do Rio Grande do Sul de outrora. A lida com o gado e o cavalo, inclusive, criam expressões que são transportadas, mais ou menos como metáfora, para outras situações cotidianas, ao se descrever as relações familiares, a mulher, os superiores, etc.
Pelas histórias de Blau Nunes, aceitamos o gaúcho como um homem rústico, mas mui nobre. Sangue quente, bravo e guerreiro, também é leal, independente e conquistador.
O que fica, ao virar da última página, é um certo enternecimento, uma certa admiração pelos feitos destes bravos homens de outrora com suas peculiaridades, que construíram uma terra, um povo, um modo de vida.