Sueli 11/04/2014
Borboleta
China Brown depois de uma infância abusiva, onde foi torturada física e emocionalmente por um padrasto violento, tornou-se uma pessoa insegura e com uma visão distorcida de sua aparência.
Ela cresceu com a autoestima baixa e julgando-se inferior ao resto da humanidade, o que fez com que ela se aproximasse de Tommy, um canalha abusivo e pai da criança que esperava.
Um dia, ela é surpreendida com uma ordem de despejo, pois Tommy havia sumido dias antes com suas economias, além de ter embolsado o dinheiro que China lhe entregava religiosamente para o pagamento do aluguel para que sempre pudessem contar com um teto sobre suas cabeças.
Com todo esse cenário formado, só resta a China pegar os seus poucos pertences e ir embora, em meio a uma nevasca, a procura de abrigo em uma das igrejas, que ela julgava ter visto próximo ao lugar em que morava.
Porém, China sentindo-se humilhada, desprotegida e morta de frio, perde-se pelas ruas da cidade e termina presenciando um assassinato, e o pior, torna-se vítima deste assassino frio e cruel.
Contudo, ela é socorrida a tempo, mas perde a filha que esperava, o que a deixa ainda mais infeliz e arrasada. Mas, esse é um romance com o selo Sharon Sala de qualidade, e esse sofrimento todo não poderiam durar indefinidamente, portanto somos apresentados ao detetive durão, mas bonitão, Ben English que bate o olho em nossa desamparada mocinha, e pronto! Paixão imediata!
E veja que a coisa foi mesmo intensa, pois quando Ben vê pela primeira vez China, ela se encontra desmaiada, coberta de sangue e flocos de neve, caída na calçada. Intenso, leitor, muito intenso...
É desnecessário dizer que mesmo em coma China Brown percebe que sua filhinha já não estava mais com ela, o que faz com ela que desista de lutar por sua própria vida, mas Ben English, o detetive camarada e apaixonado recusa-se a entregar os pontos e vai lutar para manter China entre os vivos, pois não poderia perder o amor de sua vida, nem a única testemunha desse crime bárbaro.
É claro que China sobrevive, mas não tendo lugar para viver, e necessitando esconder-se do frio assassino, aceita em ir morar com a mãe de Ben, em um sítio nos arredores da cidade.
E, mais não digo, pois desejo que todos leiam esse livro bonitinho, mas sem maiores pretensões literárias. Principalmente, se levarmos em conta que a evolução do personagem feminino principal esteve todo o tempo ancorada na dependência de terceiros. Portanto, feministas de plantão fiquem longe!
Mas, é um livro delicado, com momentos de ação e um suspense relativo, já que para um leitor atento é muito fácil saber quem é o assassino logo de cara. Porém, eu tenho enorme simpatia pelos livros de Sharon Sala, e mesmo que este não esteja muito bem cotado, penso que é uma boa indicação para uma leitura rápida e sem grandes expectativas.