Alle_Marques 17/05/2021
Tem a profundidade de uma colher de chá e o exagero de um desfile de carnaval...
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Confuso, superficial, leviano, maçante, incoerente, irresponsável, supérfluo, extravagante, irracional, absurdo, e, além disso tudo, parece mais uma fanfic do que um livro, parece mais um resumo de mais de 200 páginas do que um livro, parece mais algo feito as presas do que um livro, parece incompleto e inacabado, parece algo que foi publicado sem ser revisado.
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A ideia foi boa, uma história sobre mulheres e suas dores, suas violências sofridas, seus medos, suas lagrimas, seus amores, mas isso fica apenas na sinopse, a obra é pessimamente trabalhada e desenvolvida, não cumpre o que promete e trata de assuntos EXTRMAMENTE SÉRIOS com leviandade e irresponsabilidade, o estupro, a pedofilia e a violência contra a mulher parecem estrar presente no livro apenas para chocar, parece não ter nenhum outro papel na trama, é a famosa ‘violência gratuita’. O livro em si é confuso do primeiro parágrafo ao último, tem várias incoerências e furos ao longo da narrativa, os personagens são igualmente incoerentes e cheios de furos, a grande maioria das suas atitudes são sem sentido e absurdas, o formato dos parágrafos e capítulos é horrível, senti como se estivesse lendo um gigantesco resumo que nunca acabava e nunca chegava a lugar nenhum, a história é desnecessariamente exagerada, os diálogos são desnecessariamente exagerados e as atitudes dos personagens são desnecessariamente exageradas, é tudo muito exagerado e não precisava ser assim. É tudo muito exagerado e ao mesmo tempo nada é bem aprofundado, o livro não tem equilíbrio, e esse foi seu maior problema.
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Alguns pontos absurdos, estranhos e confusos que eu gostaria de destacar (Pode conter spoilers):
- Uma personagem cheia de traumas, totalmente fechada e reclusa, que já sofreu tanta violência e abusos sexuais na vida, NÃO sai por aí contanto a história da sua vida e cada mínimos detalhes de seus traumas para uma pessoa que conhece a, literalmente, menos de meia hora. Vários personagens fazem isso, atitude que não fazem sentido nenhum.
- As cenas de sexo, embora não sejam muitas, são no mínimo bizarras e cheias, absurdamente cheias, de detalhes desnecessários, parece mais terem sido escritas por um homem com fetiche do que por uma mulher.
- Um homem estupra e agride a mulher que você, supostamente, gosta e você dá dinheiro pra ele e tem um orgasmo, É SÉRIO ISSO? De quem foi essa ideia?
- Abel deve ter sido um péssimo investigador durante seu tempo na polícia para saber que Rômulo era possivelmente perigoso, tinha um passado abusivo e violento, perseguia mulheres pela cidade, tinha ficha criminal e mesmo assim não fazer nada, absolutamente NADA, além de falar com Marisa e apenas com Marisa. O mínimo que ele devia ter feito era ter desconfiado da situação e conversado com algum outro investigador ou policial sobre o assunto.
- Lilian Farias é contra a fidelidade em um relacionamento ou apenas achou que seria interessante colocar TODOS os personagens como infiéis?
- Quem é Alessandra e Zeca? O nome da mulher que a Ana conhece não era Andressa? E o do irmão dela não era Bruno? Isso foi um erro dos próprios personagens? Improvável. Da autora? Da revisão? Ou falta dela. Ou apenas a edição que eu li continha esses erros?
- A maneira como a Marisa trata a Olga e sai impune é absurda, a rivalidade entre elas eu entendo e faz sentido com a história, mas quando ficamos sabendo de tudo o que a Marisa já fez com a outra, fica até difícil de acreditar que elas são construídas para terem um romance. Isso sem contar as varias vezes em que a Marisa reclama em pensamentos sobre o cheiro da Olga, que é revoltante. O final das duas também foi horrível, sem sentido e desnecessário.
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Pra não dizer que tudo foi ruim, as protagonistas serem mulheres mais velha, já na casa dos 50 anos, foi uma boa ideia, é sempre bom ver esse tipo de representatividade, ainda mais em obras que falam sobre sexualidade.
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