spoiler visualizarDaniel.Barreiros 26/04/2021
“As lembranças são o que somos, Tul. Por fim, esta é toda a bagagem que leva com você. O amor e as lembranças são o que dura."
Mais uma vez me surpreendo com o texto leve e prazeroso de se ler da Kristin, mas dessa vez, o livro despertou certa angústia, que fora se dissipando com a evolução da história. Gostei muito de Amigas para sempre, então ler esse, principalmente no início, foi um pouco dolorido, se estava em lágrimas no último capítulo do livro anterior, nesse estava aflito.
O livro, apesar de ter um texto fluente, é um tanto quanto pesado. Principalmente por conta dos temas tratados: dor, luto, depressão, vícios, automutilação e abusos. Ele traz o desfecho de personagens que foram destruídos internamente pelas perdas e que não souberam lidar com isso, não no tempo para manterem suas vidas no eixo.
Diferente do primeiro livro, que trata da história de Tully e Kate, esse nos mostra também a história de Marah, e Dorothy (Cloud), e de forma parecida com a série da Netflix, faz uso de flashbacks para este fim.
O desenrolar da história de Marah foi o mais fraco para mim. O “romance” com o gótico não conseguiu me tocar e achei um pouco forçado.
Já a história de Dorothy ou Cloud, me pegou de surpresa. Todo o passado de abuso sexual pelo pai, as internações e sessões de choque, a falta de carinho da mãe com ela, tudo isso, construiu e solidificou a personagem. Sua evolução e desfechos foram emocionantes e seus momentos cuidando da Tully foram a parte mais especial do livro para mim.
No final, achei que o livro deu um bom desfecho para as personagens e para história, mas diferente do primeiro, não consegui me emocionar tanto, talvez pelo peso que fora carregado por grande parte da história.
Mesmo assim, gostei muito do livro que tratou de assuntos importantes e difíceis, gostei e recomendo a leitura.