A Mulher no Tempo das Catedrais

A Mulher no Tempo das Catedrais Régine Pernoud




Resenhas - A Mulher no Tempos das Catedrais


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Renata Molina 28/10/2016

"Mas perguntamos por vezes (...) se o atual esforço de liberação da mulher não corre o risco de abortar; pois marca uma tendência suicidária para a mulher: negar-se a ela própria enquanto mulher." Sem mais.
Só não dou 5 estrelas porque Régine Pernoud comeu bola dizendo que S.Tomás de Aquino considerava a mulher inferior homem (p. 246). O que não é verdade.
Gosto muito da idade média, mas há um ponto fraco: o tema adoção. Em relação a isso, o império romano está anos luz à frente. Não à toa, foi o maior império.
Tiago675 16/09/2018minha estante
Excelente comentário. Estou adorando a leitura, em espanhol.


Thalia Bastos 05/10/2019minha estante
Pode me explicar o tema da adoção na idade média e o império romano.




Tiago675 20/09/2018

UM CLÁSSICO FEMINISTA
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

De todas as épocas da História ocidental, a Idade Média é sem dúvida a mais injustiçada. No cinema ela é sempre representada ou caricaturalmente ou como uma época sempre nublada e escura. Medieval é xingamento.

E de todas as injustiças, a maior é em relação às mulheres medievais, as quais sempre são associadas à ideia de bruxa. Pois bem, Regine Pernoud, historiadora medievalista francesa, trata de desmontar e refutar o mito de que a Idade Média era pior para as mulheres do que qualquer outra época anterior a nossa.

E como o faz? Por meio deste brilhante ensaio intitulado "A Mulher no Tempo das Catedrais." Nele Pernoud começa descrevendo o mundo europeu pós-queda de Roma e início da criação daquilo que conhecemos hoje como França; e ao analisar esta criação, ela destaca o papel fundamental do Cristianismo e da mulher na criação da Europa Medieval. Clóvis, o primeiro rei bárbaro francês a se converter ao Catolicismo, foi influenciado por sua esposa, a Rainha Clotilde. Essa importante personagem europeia é tema dos primeiros - e logo um dos mais interessantes - capítulos do ensaio. Nele Regine Pernoud nos mostra a triste realidade feminina no mundo pré-cristão romano: a mulher não era sujeito de Direito, não era cidadã (quantas mulheres vocês lembram que mudaram a História de Roma?) e muito menos herdeira.

Ao longo do livro, vamos descobrindo coisas inimagináveis graças ao senso comum de "Idade das Trevas": os primeiros hospitais foram criações femininas, assim como mulheres ajudaram o Papado, a criação de escolas e universidades; como eram ativas economicamente tanto no interior como nas cidades medievais e, pasmem, como perderam tudo isto com o redescobrimento da cultura greco-romana.

Sim, o machismo foi fruto do avanço que o final da Idade Média experimentou com o acesso aos então perdidos textos de Aristóteles e da literatura romana. O Direito medieval, que igualava homens e mulheres em muitos aspectos, agora é influenciado pelo Romano, tornando novamente a mulher numa eterna criança jurídica: sem autonomia de vontade. Daí até o século XX a mulher seria ofuscada da vida pública, da História e do conhecimento. Havia mais mulheres em universidades no século XIII do que em determinadas décadas do século XIX. Machismo não é tão medieval assim, na verdade ele foi bem científico, Iluminista e moderno.

Acho que é uma leitura válida por duas razões: desconstruir o mito que carrega a Idade Média e retomar a histórias das várias mulheres que ajudaram a construir a nossa sociedade. É um duplo ato de justiça histórica em uma época que até muitas pessoas instruídas creem que se uma mulher fosse inteligente, ela seria queimada na fogueira (mesmo sendo esta uma prática mais comum na Idade Moderna que na medieval).

Portanto, "A Mulher no Tempo das Catedrais" é ao mesmo tempo uma leitura feminista, medievalista e, de certa forma, católica.
Jossi 20/01/2020minha estante
Na verdade, esse livro é mais 'antifeminista' (no sentido de feminismo ideológico), já que Pernoud era católica e conservadora. Porém o livro realmente mostra a realidade medieval e de como as mulheres eram poderosas (não uso o termo 'empoderada' porque é ridículo demais), eram tão benquistas na sociedade, que os homens eram quase seus lacaios... rss. Muitas mulheres eram cristãs, mas não havia o que se convencionou chamar de "opressão religiosa" sobre elas, nem sobre ninguém. O cristianismo medievo, muito mais original e mais próximo do cristianismo primitivo, era mais verdadeiro, mais puro.
A mulher era senhora, dona, proprietária de terras, monja, vendedora, agricultora. O homem era "pai de família" no sentido apenas de "administrador dos bens", mas era igualmente respeitado, tão respeitado quanto a mãe. A família em si, importantíssima célula social, era tudo.
Um livro maravilhoso, tira as teias de aranha dos nossos olhos em relação a Idade das Luzes -- verdadeiro título para a Idade Média.


Wilson 12/03/2024minha estante
Se é feminista, não pode ser católico, pois é uma ideologia satânica.




Stephanie 12/07/2021

Muito bom
Livro maravilhoso! Além de auxiliar na monografia me esclareceu diversos pontos e trouxe outros que não sabia, aconselho para todos que gostam de estudar Idade Média e especialmente para quem tem preconceito com o período, tirem o "idade das trevas" do pensamento
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Jabez 23/03/2019

Uma historiografia necessária!
Régine Pernound é necessária para todos que desejam abandonar seus misticismos medievalistas. Ela escreve de forma admirável e competente sobre como a mulher não só foi bem tratada nesse tempo como também definiu, influenciou e mudou o mundo, a cidade, o lar, a vida de todos em seu tempo. De baixo clero à rainhas sua contribuição foi essencial pelo mundo e para que o mundo se formassse tanto no que se concerne a organizar nações como França, Alemanha e Inglaterra como também propagadora do cristianismo real: o verdadeiro libertador existencial e legal das mulheres quebrando as correntes de Roma!
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