Livros da Julie 01/02/2020Um romance de época real-----
"Os sonhos podem ser simples."
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"As canções delas são sobre as proporções desiguais e inevitáveis de tristeza e alegria na vida."
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"É a história humana, que se repete infinitamente, provando que o passado não está morto. O passado usa roupas diferentes."
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"Algumas vezes, um amor 'não vivido' pode ser o melhor tipo de amor. Basta a gente colocar um rosto no amor pra ser feliz cm ele. O que provoca a loucura é não saber quem é o seu amor (...)"
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"(...) a gente só precisa assistir ao noticiário uma vez na vida para conhecer a história crônica do homem. Para saber como o mundo é injusto."
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"(...) não são os acontecimentos, nem os traumas, nem os causadores desses traumas que moldam a gente. São as pedras. O modo como caem as runas, quando nós nascemos."
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"Quem retirou os deuses do Olimpo e os colocou na igreja foi o homem (...). E lhes deu novos nomes. Mudou as histórias deles para adequá-las a, digamos, necessidades contemporâneas."
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"Como cada um de nós ajusta o sonho para acomodar a realidade. Isso é o que nos separa. Um culpa e se lamenta, enquanto outro põe mãos à obra."
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"Talvez os sonhos sejam tudo o que a gente possui. Tentar vivê-los talvez seja jogá-los contra as pedras."
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"Por que alguém escolheria a felicidade, as qualidades duradouras do medo e do sofrimento?"
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"Onde o estado não atua, alguém o faz, para o melhor ou para o pior, assumindo o papel do Estado."
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"Não sei se quero que você encontre o amor ou não. Em qualquer caso, a dor é grande."
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"(...) todos nós morremos um pouco quando alguma coisa boa acaba."
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"(...) a vida é (...) uma harmonia de amor, dever e traição."
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"(...) qual mulher digna de sua feminilidade já revelou toda a sua história?"
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"Todos nós somos infinitamente quem somos."
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Um Certo Verão na Sicília foi o livro que escolhi para ler no mês de janeiro, seguindo a proposta do #DesafioLitTematico, promovido pela @pitacosliterarios e pela @chrisakie (um livro que se passe no verão).
Depois de passar a morar na Itália, Marlena de Blasi começou a escrever uma série de livros tratando de sua vida no novo país. Se em Uma Doce Vida na Úmbria (também disponível aqui na @livrosdajulie), a autora discorre sobre sua mudança para Orvieto, neste livro ela lembra o período em que foi enviada por uma revista à Sicília, para escrever sobre as regiões do interior da ilha. Nessa época, Marlena já estava casada com seu marido italiano, Fernando, e morando em Veneza há nove meses. No entanto, apesar de já ter se acostumado a algumas das muitas diferenças culturais entre a Itália e os Estados Unidos, nada a tinha preparado para o modo de ser dos sicilianos.
Depois de muito rodar e não encontrar ninguém com quem pudesse obter material para o seu artigo, Marlena finalmente chega à Villa Donnafugata, um refúgio de viúvas e pessoas necessitadas da região, comandado pela Senhora Tosca Brozzi. Ali hospedada, depois de um certo período de constrangimento, a autora passa a conhecer melhor o estilo de vida dos habitantes da villa e a incrível história da sua proprietária, relatada no livro com requinte de detalhes.
De fato, o livro verdadeiramente engata em sua segunda parte, quando começa a história de Tosca. A partir de então somos plenamente cativados e envolvidos em um redemoinho de ações, sentimentos, compreensão e desentendimento, culpa e reparação, dor e aceitação.
Enquanto Uma Doce Vida na Úmbria é recheado de experiências e sensações autobiográficas, Um Certo Verão na Sicília é praticamente um romance de época. É uma historia belíssima, que impressiona pelo drama, pelas circunstâncias e por seus fortes personagens. Mas ambos os livros são um deleite para os olhos e os sentidos com as descrições de ambientes, pessoas e refeições, regadas a uma vivacidade e a uma espontaneidade únicas da autora.
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