Juncos

Juncos Juli Zeh




Resenhas - Juncos


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San... 05/02/2015

Não vou classificar como um livro policial, muito embora haja crimes e investigações. Para mim foi mais profundo e guardou uma relação maior com o viver, com as opções de cada um, com as consequências, nem sempre consideradas, de nossas escolhas. Mostra como a arrogância, como o querer provar que estamos certos a qualquer preço, acaba por impor-nos um preço alto demais, uma vez que, nesse processo sacrificamos, por vezes, profundos afetos. Um livro voltado para a construção psicológica dos personagens e dos acontecimentos, onde o leitor atento encontra motivo para reflexão. Embora eu tenha apreciado a leitura sou obrigada a reconhecer que não é exatamente um enredo voltado para o prazer de quem busca uma leitura instigante ou de mero passa tempo.
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gleicepcouto 11/06/2014

Juncos é o quinto da escritora (e intelectual) alemã, Juli Zeh. Eu já a conhecia, pois tinha lido Corpus Delicti, uma distopia mais conceitual e adorado. Então, quando soube do lançamento de Juncos, solicitei à editora Record.

Logo de cara, tenho que confessar: que livro difícil de ler. Não pela linguagem ou história, mas pela narrativa. Zeh está muito mais introspectiva e às vezes eu implorava por mais ritmo, mas este não vinha. Ela expôs tudo sem pressa alguma (mesmo com os títulos do capítulos fornecendo certo spoiler, ex: Capítulo em que o assassino é descoberto (!) - Adorei!), se prendendo a detalhes e descrições minúsculos - alguns importantes, outros nem tanto.

A apresentação dos personagens também é feita sem pressa, em diálogos que retratam o dia a dia, mesmo que a realidade deles seja quase idílica e um pouco surreal. Todos parecem viver em sua própria ilha particular. São sentimentos e pensamentos ambulantes que não compartilham uns com os outros um pouco de si (alguém aí se identifica?).

"São sempre frases de três palavras que mudam de forma decisiva a vida de um ser humano. Eu te amo. Eu te odeio. Papai está morto. Eu estou grávida. Liam se foi. Dabbeling deve desaparecer. Depois de uma frase de três palavras, sempre se está completamente sozinho."

Há estranheza no mundo criado por Zeh. Parece unicolor, todo bege. O tempo e os acontecimentos passam em uma morosidade de escutar o zumbido do mosquito... Até mesmo quando um pouco de ação "invade" aquela calmaria, as águas não ficam turvas, nem revoltas. Zeh não deixa nada abalar a calidez de seu texto.

E que texto. A narrativa, o estilo de Zeh é o foco, e somente isso. A discussão física-filosófica sobre a questão de mundos paralelos é interessante e importante para a história, mas, no final das contas, percebemos mesmo que o destaque é a forma como a alemã põe isso no papel. E como eu achei isso ligeiramente enfadonho (mesmo percebendo sua qualidade estética)...

No quote selecionado para estampar na capa do livro, The Guardian prometia: "Uma leitura para deixar o coração acelerado e a mente aguçada". Bem, a mente aguçada o.k., mas estou procurando até agora parte em que o coração fica acelerado.

site: http://murmuriospessoais.com/resenha-juncos-juli-zeh-editorarecord/
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