otxjunior 04/10/2014O Homem que foi Quinta-feira, G. K. ChestertonO que seria um thriller metafísico ou surreal? Gêneros que eu encontrei Internet afora usados para classificar esse livro cujo subtítulo, não por acaso, é Um Pesadelo. Uma história de detetive também poderia servir para categorizar a obra, com o bônus de inserções poéticas, políticas e até filosóficas.
Para ilustrar a peculiaridade de O Homem que foi Quinta-feira, saiba que o enredo se inicia com um debate inusitado entre Gabriel Syme, poeta e detetive policial e Lucian Gregory, poeta e anarquista, membro do Conselho Anarquista. Quando infiltrado na organização, Syme tenta conter os planos explosivos do temível líder, Domingo.
Chesterton tem um senso de humor absurdo, nesse sentido, muito Inglês. Sua prosa alegórica atribui um significado maior para cada elemento tradicional de um thriller de espionagem, como por exemplo, as reviravoltas relacionadas às identidades dos personagens. O romance também é estruturado sob a perspectiva de ordem x caos, materialismo x idealismo, cristianismo x ceticismo. Tudo culminando em um final que justifica todos os surreal e metafísico conferidos a esta obra, e que nos deixa ponderando sobre o que acabamos de ler por um bom tempo.