Resenhas - Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?

Marleyzao 21/01/2024

Um futuro não tão distante
Segunda leitura, nota 4 de 5?
Uma leitura abstrata e algumas vezes até difícil de entender, uma história distópica de um futuro que talvez não esteja tão distante, apresenta questões sobre a humanidade e até sobre inteligência artificial e robôs.
Afinal rick é um humano ou Androide?

Tati Bertoldo 19/01/2024

Blade Runner
ANDROIDES SONHAM COM OVELHAS ELETRICAS? Um livro que mostra um mundo pós apocalíptico onde todos os animais morreram. E o bem mais precioso que um humano pode ter é um animal, porém muitos não conseguem ter animais vivos então partem para animais elétricos. Esse livro mostra também a "vida" de Androides fabricados para servir humanos. O autor escreve muito bem os personagens e seus desejos. Deixa evidente suas falhas também. Trás um enredo que para mim que nunca li ficção científica algo maravilhoso e inovador. Recomendo.

Niury.Magarefe 16/01/2024

Mona! Quem sou eu!?
Acho que este título consegue explicar exatamente a sensação que tive ao ler o livro. Começamos por estar em 1992 com tecnologias que ainda hoje, 2024, não existem, como por exemplo uma máquina que te proporciona selecionar o que quer sentir, ou a "vidtela" em que as pessoas não conversam por chamada de voz, mas sim o tempo inteiro por chamadas de vídeo.

Sem contar que vivemos num mundo pós-apocalíptico onde os humanos estão à beira da extinção sendo degradados por conta da Poeira, como por exemplo o coitado do Isidore (um Cabeça de Galinha) que é explorado o tempo todo por todos os personagens, inclusive pelo próprio autor, diria, porque a única função de Isidore em toda a história foi ser o observador que nos dá informações sobre os andys e o que estão planejando (só para não dar um protagonismo aos andys mas apresentar os personagens de qualquer forma).

Óbvio. Temos muitos androides na história que não conseguimos identificar se não pelo teste de empatia realizado por Rick Deckard (o personagem principal) que é um caçador de recompensas (melhor, um policial assassino de andys).

O teste de empatia me deixou incomodada porque eu senti um pouco que se fizessem este teste em mim, talvez eu seria confundida com um androide por conta de meu embotamento emocional, hahaha. Mas foi uma sacada muito boa do PKD utilizar este teste como método de descoberta, se inspirando no Teste de Turing.

O auge do livro foi quando começamos a duvidar da identidade de Rick. Humano? Robô? E eu? Existo? Sou um robô? É uma matrix? Eu fiquei com a cabeça girante por horas! Esta cena veio com mestria, o jogo do autor foi incrível!

Agora, uma coisa que me deixou incomodada foi umas cenas "opressoras" que apareceram no livro, como o desejo repentino de Rick em querer transar com a Rose. E com a frase infeliz "você transa com ela e depois mata", uma coisa que para bixas e travestis bate super errado.

No final das contas, eu acabei ficando mais do lado dos androides mesmo. Nenhum dos androides apresentados pareciam maldosos, eles só queriam viver como os humanos, e isso ficou bem nítido com a Luba. E acredito que o próprio Rick percebeu no percurso, após ter matando tantos andys, ao perceber sentir empatia por Luba e Rose.

E ao escrever essa resenha, me está vindo ainda mais a visão de que estamos vendo esta história do ponto de vista dos colonizadores que ao perceberem o desvio de conduta de subalternos decide por caçá-los e exterminá-los.

Diria que o autor até tentou dar uma visão de malvados aos androides, principalmente na parte da revelação do Buster Gente Fina em que a Pris faz uma dissecação em uma aranha viva, não demonstrando a empatia ou remorso em fazer o animal sofrer. Nesta cena eu queria que ela morresse mesmo, cena horrível de ler, mas muito bem escrita. Ele entregou o gore dele.

Eu só não dei 5 estrelas porque o autor pecou no quesito ação. Eu esperava mais tiro, porrada e bomba, mais sangue, mais gritos e cenas de correria e perseguição. Infelizmente o que mais prometeu não foi entregue, uma tristeza. Era tudo sempre muito rápido. Rick via o robô, atirava e pronto, terminou a cena que deveria ser melhor descrita e que palpitaria os nossos corações.

No geral o livro é muito bom, vale a pena, me fez perder um ponto do metrô por conta disto. Só não espere muito das cenas de ação!

Mendonca9 16/01/2024

A única que me lembro de sentir a ler este livro foi : confuso , confuso e mais confuso.
Talvez não o melhor para se começar a ler ficção cientifica.

Isaura12 15/01/2024

Uma leitura reflexiva e futurista
Foi a minha primeira leitura de 2024, particularmente gostei bastante do livro; decidi ler bem despretensiosamente sabe.
Quando vc termina de ler e busca entender tudo o que a narrativa quer passar muitas coisas se passam na sua cabeça. O principal questionamento que eu coloquei foi como muitas vezes os androides (tecnicamente objetos, coisas inanimadas, que não sentem, não percebem) pareciam mais vivos, com mais sede de viver do que os humanos propriamente. Ou como a ideia de que a principal linha que difere os humanos das máquinas serem os sentimentos -a empatia- no final se provar algo falso. Sendo assim, nós humanos, não nos diferimos mais das coisas que não sentem? Ou será q um dia, se o mundo que vivemos hoje não passar de destroços e lembranças, todas as nossas percepções humanas não existirão mais?

Achei q o desenvolvimento dos personagens deveria ser mais explorado, esse aspecto ficou bem raso, mas quando se observa que a história se passa em apenas um dia corrido de Rick, pode ser compreensível.

Mas de modo geral, gostei da leitura!

thaysp20 14/01/2024

Mas afinal, andróides sonham com ovelhas elétricas?
Se nem o autor da obra sabe responder a pergunta quem dirá eu, uma simples leitora, que, em suma, só gostaria de deixar aqui o meu comentário sobre o livro: você se deixa levar pelo universo criado muuuito facilmente, apesar de ficar um pouco perdido no início. É uma obra com uma passagem do tempo fluída e você fica intrigado sobre o que vai acontecer em seguida.
Como é de se esperar, a temática como apontada pela ?orelha do livro? e também mencionada por meu amado em uma troca de ideias sobre a leitura, é envolta sobre a problemática: ?é interessante como os andróides acabam por ser mais humanos do que os próprios humanos?.
Ademais, gostei da parte extra sobre o autor, o significado do termo ?blade runner? (e de onde tiraram), além de descobrir que a melhor cena do filme não estava escrita no roteiro, e sim foi improviso do ator.

Italo.Lima 13/01/2024

Você sente empatia?
Aqui quero falar sobre dois pontos distintos, o primeiro é sobre a obra de um ponto filosófico, nessa questão o livro me agradou muito, com reflexões sobre empatia, o que é a vida, quem somos, para onde vamos, etc. ele aborda essas questões de maneira simples e que te faz a todo instante refletir sobre elas.
Já na questão de “mundo” eu não achei tão inovador, claro acredito que para época deve ter sido surreal e eu entendo isso, mas acho que o meu problema foi que li esse livro depois de outras ficções (series robôs do asimov, carbono alterado, etc.) e isso jogou minhas expectativas muito alto, veja o mundo aqui apresentado é ótimo não estou fazendo nenhuma comparação com outras obras, apenas explicando o por que acredito que não tenha me impressionado muito. Me incomodou mesmo nesse mundo foi o fato dele ser tecnológico de mais para algumas coisas e muito arcaico para outras, ao mesmo tempo que carros voam e armas são a laser, os andys só são descobertos com um teste de palavras. Enfim recomendo a leitura, é um livro que faz juiz a fama que tem, ainda mais se tratando de colocar o leitor para filosofar.

JSGuedes 12/01/2024

Diferente do que eu esperava
Eu não assisti o filme, mas por ser um clássico eu ouvi algumas coisas sobre a história, então comecei a leitura com certas expectativas, e foi diferente e mais complexo do que eu esperava. Gostei bastante, principalmente das partes que tem surpresas, vem de um jeito tão jogado no meio do diálogo que me fez reler várias vezes kkkkk

Tati Freitas 10/01/2024

Eu sou muito fã do filme Blade Runner, que por coincidência estreou no ano em que eu nasci, foi um dos filmes que fez eu me apaixonar por ficção científica, mas por algum motivo nunca tinha lido o livro. Preciso dizer que tinha um pouco de medo do livro, ou me fazer odiar o filme, ou me decepcionar, mas nada disso aconteceu. Acredito que sejam obras complementares, a ideia principal é a mesma, assim como o conceito, as duas obras deixam no ar a pergunta "O que nos faz humanos?" e o mais genial é que nenhuma delas nos dá uma resposta, mas nos deixa com a reflexão. Me apaixonei pelo livro, tanto quanto sou apaixonada pelo filme.

Nandara.Secco 06/01/2024

1 - Uma ficção científica
Para o desafio 2024 do @bloglivrada, eu deveria escolher, como primeiro livro, um dos meus gêneros favoritos: uma ficção científica. Assim, uni a velha vontade de ler este clássico a um desafio - o que sempre é interessante e funciona como um incentivo para ler mais.

Sobre PKD não tenho o que dizer. Acho genial a forma como ele nos faz questionar o que é real em nossa própria realidade, recurso que nos deixa atordoados enquanto leitores, atônitos. Muitas vezes, refleti: o que nos torna humanos? Nossas paixões? Medos? Capacidade de sermos empáticos (será?) Nossa fé? E tudo isso é mesmo o que nos faz superiores a outras formas de vida?

Enfim, o mais legal: não encontrei respostas.

Diniz03 04/01/2024

A obra prima da ficção científica neo noir
Conheci "Androides Sonham com Ovelhas Elétricas" pelo filme "Blade Runner" dirigido por Ridley Scott em 1982, esse filme me deixou com vontade de conhecer mais o material original e mergulhar naquele universo tão rico que em apenas um filme (sem contar a sequência lançada em 2017), conseguiu me deixar totalmente apaixonado por esse mundo distópico futurista.

Pra minha grata surpresa, o livro consegue ser ainda melhor que o filme, com temas mais pesados, uma reflexão interessantíssima que vale até os dias de hoje.

A história continua sendo sobre um caçador de recompensas chamado Deckard, mas esse Deckard é diferente, de um jeito que humaniza o personagem, ele não é aquele galã com a aparência do Harrison Ford, ele é um homem cansado, ranzinza, infeliz com sua vida e com suas escolhas, por conta disso ele não é nenhum pouco carismático, mas de um modo genial, o autor Philip K. Dick consegue fazer com que ao longo do livro comecemos a sentir apreço pelo protagonista e nos identificarmos cada vez mais com ele.

Uma das principais diferenças é ele ser casado e viver de forma estável com sua esposa, o que eu não acho tão bem explorado assim e que, em minha opinião, poderia ser facilmente retirado.

O livro abrange temas mais complexos, como a religião, que em todo momento é representada pelo Mercerismo, que é uma religião focada em uma espécie de mártir chamado Wilbur Mercer, que foi destinado a continuamente subir uma colina e ser apedrejado, parecido em essência com o famoso mito de Sísifo (falarei mais sobre isso daqui a pouco).

Uma coisa bem interessante desse futuro distópico, é que o respeito e a chance de ascender socialmente, é por conta dos animais que a pessoa possui, por exemplo, uma ovelha real é sinônimo de respeito, por outro lado, ter um animal elétrico e sinal de vexame e vergonha.

A história começa com Deckard triste por ter uma "ovelha elétrica" que era idêntica a uma ovelha verdadeira, de um modo que apenas ele e sua esposa sabiam dessa humilhação (daí o nome do livro), e quer trocá-la por um animal vivo o quanto antes, após isso, ele é chamado para caçar um grupo de replicantes fugitivos, comandados por Roy Betty, o que faz a história avançar de forma envolvente e cativante.

Outro ponto interessante é ver a visão do outro personagem que compartilha o protagonismo com o Deckard, chamado John Isidore, ele é um homem que simpatiza com os androides e sente pena deles, não falarei muito pra não dar tanto spoilers, é muito interessante ver a história dos dois se juntando num final tão bom quanto o da adaptação cinematográfica.

A partir disso a trama se desenvolve com Deckard indo atrás de cada um desses replicantes, enquanto John Isidore ajuda esses replicantes a se esconderem e fugirem (sem saber da existência do Deckard).

Depois de toda a trama do livro ser "resolvida", a história entra mais num aspecto mental, mostrando o Deckard no mesmo papel de mercer, tentando subir uma colina e falhando várias e várias vezes, mostrando que mesmo após tudo isso, ele falhou e não adiantava o quanto ele tentasse, ele ia continuar falhando.

O livro aborda falhas que os humanos têm e como os androides não são tão diferentes assim, uma coisa que foi perfeitamente representada pelo Deckard tendo relações mais íntimas com uma replicante, e ter eventualmente se apaixonado por ela (fato que muda completamente a mentalidade de deckard sobre o que ele está fazendo e se esses replicantes realmente merecem a morte), isso mostra que mesmo não sendo completamente orgânicos, eles sentem tudo igual a um humano normal, eles choram, sangram, ficam com raiva e até morrem como um humano normal.

Androides Sonham com Ovelhas Elétricas é um livro fenomenal com temas de investigação, suspense, ação e reflexão moral que é obrigatório pra qualquer fã de ficção científica, ( sendo ela neo noir ou não), alguns livros que eu recomendo após essa leitura são Neuromancer e Fahrenheit 451, esses livros também são de ficção científica, mas com abordagens um pouco diferentes

Para finalizar a resenha, trarei uma dúvida abordada pelo o livro, que mesmo sem deixar explícito, traz o questionamento de "será que somos tão diferentes assim?" E isso é respondido de maneira genial pelo título do livro, pois se os humanos sonham com ovelhas reais, será que os androides sonham com ovelhas elétricas?

Charles.Araujo 03/01/2024

Incrível
O único favorito de 2023, demorei um pouco pra escrever a resenha pra eu ter certeza que gostei. É muito envolvente e impactante, eu não consegui parar de ler.

Eliane406 01/01/2024

Androides sonham com ovelhas cibernéticas?
Hesse em O Lobo da Estepe disse:"E se algumas almas humanas, singularmente dotadas e de percepção sensível, se levanta a suspeita de sua composição múltipla, e, como ocorre aos gênios, rompem a ilusão da unidade personalística e percebem que o ser se compõe de uma pluralidade de seres como um feixe de eus, e chegam a exprimir essa ideia, imediatamente a maioria as prende, chama a ciência em seu auxílio, diagnostica esquizofrenia e protege a humanidade para que não ouça um grito de verdade dos lábios desses infelizes."

Assim, é Philip K.Dick, o escritor genial, com 44 livros, cerca de 121 contos e uma obra mastodôntica - Exegesis de 8000 páginas, de escrita automática. Sua obra levantou questões que anteciparam o futuro e o tornou um autor referência importante do século XX.

Para K.Dick, a realidade pode não ser o que parece e podemos estar a ser manipuladas na nossa percepção. Profetizou uma sociedade hipertecnológica que controla o indivíduo, inventou o cyberpunk antes dos computadores se tornarem eletrodomésticos, criou a base da Matrix sem conhecer a internet, etc. Foi o escritor que melhor compreendeu o nosso tempo estando fora dele.

Em "Os Andróides Sonham com Ovelhas Eletrônicas?" , posteriormente, "Blade Runner", em que o título original é uma incógnita que nos leva a pensar sobre onde nasce a empatia. Um livro que fala de moral, questões humanas e poder em alta escala. Tudo se trata de controle; até que ponto necessitamos estar vinculados as emoções alheias, alinhar níveis de soberania. Porque suprir nossos sentimentos, se podemos confrontá-los e viver com eles. Seres humanos vivendo realidades que necessitam de um controle para saber quem são ou mesmo não ter que lidar com a realidade.O que determina, afinal, nossa condição de ser humano!?

Viccesar 31/12/2023

O que nos torna humanos e nos define como tal?
A principal questão do livro é essa. Philip K. Dick nos coloca em um mundo pós-apocalíptico, devastado por uma guerra, com androides e tecnologias futuristas, tudo isso para perguntar: o que nos torna humanos?
Para fazer isso, o autor nos apresenta ao Deckard, um caçador de recompensas que ?aposenta? droides para sobreviver. As situações vividas pelo protagonista vão nos deixando cada vez mais pensativos, e, a partir de um certo ponto, melancólicos.
O livro não se arrisca em dar respostas, mas apenas questionamentos, então, em alguns momentos, dá a impressão de que o autor deixa essas questões ?vazias?.
A escrita faz o leitor mergulhar no cyberpunk, sentindo a opressão de um mundo defeituoso e de uma sociedade doente, onde ter um animal real é questão de orgulho e um elétrico de vergonha, seja lá qual for a razão disso.
Porém, o livro atinge seu ápice no terceiro ato, onde o escritor mexe com estruturas levantadas no início da história, fazendo com que o leitor não saiba no que acreditar.
Em suma, ?Androides sonham com ovelhas elétricas?? é um livro que faz uso magistral da estética cyberpunk para fazer o leitor, assim como o protagonista, duvidar das complexidades fundamentais da existência humana.

Gihwest 28/12/2023

Bom
Particularmente gosto desse livro, a forma como ele expõe e crítica ao ser humano, afinal, o que nos torna unicos, será mesmo essa "empatia"?
são apenas isso?
É bem intrigante a trajetória.