izzystorm 11/07/2018
Graffiti Moon - Resenha #2
Quando somos apresentados a Lucy, durante sua busca por Sombra e Poeta, me pareceu que tinha encontrado o livro divertido e leve como precisava... Até chegar na metade.
A escrita não cativa muito: torna-se pouco eficiente narrando algumas partes e empobrece os pontos de vistas (até então muito agradáveis) quando acompanho uma mesma cena pelo ponto de vista de Lucy e depois do Ed e vice-versa. Uma ressalva da narração é a ambientação, ocorre na Austrália em Melbourne, me deixando instigada.
Outro ponto da história, bem explorado por sinal, foi o Graffiti (como o próprio título faz desejar) visto com Ed e a confecção de vidro desenvolvida com Lucy, sem dúvida, uma das partes altas do livro, é muito lindo o significado que a arte tem para eles e como cria um laço entre estes. Contudo, não temos capítulos inteiros narrados pelos outros personagens e a forma como a autora os apresenta no decorrer da obra torna-os esmaecidos, fazendo-os terem características monossilábicas, o que torna a trama no geral pouco aproveitada. Não convém comentar sobre os poemas do Leo, nunca os superarei.
Uma característica que vale a pena ser citada é a relação que os adolescentes têm com os seus pais, conseguindo ser bem mais próxima e humana que muitas obras juvenis que já li/assisti; fazendo, inclusive, com que eu me identificasse, a ponto de querer que o livro fosse mais focado nisso do que propriamente no romance.
Obviamente, a escritora teria de criar situações que chegassem a um clímax e aqui reside o problema, pois as circunstâncias criadas beiram ao ridículo e em alguns momentos frustram bastante. Como exemplo, posso citar quando o vilão é apresentado: Malcolm Pombo; apesar de ter uma justificativa para as suas ações, não as torna coerentes, inclusive, o modo como as põe em prática não faz jus ao seu objetivo.
Toda a história se passa em uma noite, o que poderia ter funcionado muito bem se tivesse continuado fiel a premissa da sinopse explorando justamente os pontos positivos, contudo são adicionadas confusões durante todo a obra que acabam por se acumular e solucionam-se todas de uma só vez ao final, o que quebrou completamente minhas expectativas.
Tem alguns momentos em que tive a impressão que o enredo se auto sabotava (afinal, é escrito por uma mulher) quando se tratava de representar com um viés menos machista as personagens femininas... Mas, ultimamente, tenho sido bem chata com isso, então fica no ar.