Viagem ao Harz

Viagem ao Harz Heinrich Heine




Resenhas - Viagem ao Harz


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Julia.Regina 14/06/2023

Confuso se lido só
A série de livros de viagens deste autor deve ser lida em conjunto, o livro por si só, é uma leitura rápida, são poucas páginas e lê-se em uma sentada, mas ele não funciona sozinho. Você deve compreender o contexto histórico antes de iniciar a leitura, saber quem é o autor e se aprofundar brevemente sobre sua história antes de efetivamente se debruçar sobre esta leitura. É um livro que possui reflexões ótimas, bonitas, mas apenas em alguns pontos. A maior parte do livro é contando sobre sua viagem, detalhes irrelevantes é uma história onde ao certo não se sabe onde o autor quer chegar. De longe minhas partes favoritas foram os poemas no meio do livro.
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Fernanda M. 11/12/2021

"A razão é o princípio mais elevado"
1ª Impressão


Viagem ao Harz


Heinrich Heine, tradução de Maurício Mendonça Cardozo [Editora 34]


Heinrich Heine, traduzido por Maurício Mendonça Cardozo, é um deleite. Uma tradução criteriosa e com o devido respeito às peculiaridades da escrita do autor.


Após o devido elogio ao tradutor, permito-me elencar os destaques desta obra que nos conduz através de descrições belíssimas dos locais pelos quais o Heine passou, quando resolveu sai de Gottingen, com a qual ele não se apraz, exceto quando vê a cidade por cima do ombro.


O livro é na verdade parte do Reisebilder [Quadros de viagem] que o autor elaborou e publicou em 1826. Os reflexos impressos na sua obra como relatos de suas experiências me emocionaram de uma forma tal, que me deixou muitas vezes pensativa quanto à oportunidade que este homem teve de poder viajar por montanhas e vales em busca da brisa leve das manhãs montanhosas ou do cheiro forte de enxofre nas minas alemãs.


Em alguns trechos: ?como um bom poeta, a natureza não gosta de transições abruptas? ou ? as montanhas ainda vestiam suas camisolas brancas?, Heine expressa as tão belas paisagens, assim como sua sensibilidade, nessa literatura de viagem tão bem construída e a nós apresentada. 


Ler esse livro apenas uma vez é como apreciar um belo quadro apenas uma vez: A experiência é inesquecível, mas não totalmente satisfatória. É preciso reler, degustar suavemente cada palavra e antes que o tempo cubra nossas lembranças com seu manto denso, encontremos a luz da prosa poética desse alemão que não se deixou abater pelos oito anos em que ficou acamado, mantendo sua capacidade de ironizar, inclusive sua própria condição, reafirmando sempre o preceito mítico que diz: ?a razão é o princípio mais elevado?.
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Refugios das Letras 20/04/2020

Algumas pessoas precisam de motivos - desculpas - para escrever. Não sei se isso é uma consequência direta da vergonha. Talvez lhes pareça arrogante ou soberbo sair distribuindo ao mundo seus pensamentos e considerações, ou hesitam em se expor para não parecerem carentes. Em todo caso, definitivamente não é o que eu esperava de um dos maiores nomes da literatura alemã.
Viagem ao Harz é exatamente o que diz seu título: o primeiro de seus diários de viagem que se tornariam uma coleção (não pretendo ler os outros). Um leitor astuto percebe logo de início que tal diário é apenas um pretexto para dar vazão a algo anteriormente definido, levantando assim a dúvida se também a viagem por si só não teve o mesmo objetivo. Viajar para se afastar dos problemas cotidianos e espairar a mente é praticamente um clichê humano.
Pois bem, o livro é estupidamente alemão. Algumas partes fizeram tanto sentido para mim quanto um berimbau deve significar para um esquimó. E apesar disso, talvez por termos um entendimento de alguns aspectos da cultura alemã como os contos de fadas, a essência do que é dito é facilmente compreensível. Os locais em que a "ação" ocorre são quase universais, como bares, igrejas, estalagens, estradas, florestas, e até mesmo os lugares mais distintos são reduzidos a fatores tão básicos de descrição que se tornam até familiares, como as minas de carvão e topos de montanhas.
A magia acontece mesmo é nas relações interpessoais. Estudantes parecem que estão em todos os cantos e sempre fazendo algo impróprio ou instigante. Trabalhadores estão sempre sublinhando aspectos curiosos de seu ofício. As mulheres... bem, estão sempre lá para serem admiradas. E cada personagem, que em certo ponto tem sua veracidade questionada pelo leitor mais cético, sempre levanta a bola para o autor, muito necessitado de tal oportunidade, discorrer sobre os temas mais variados. Um protótipo de Ulisses.


site: https://refugiosdasletras.blogspot.com/2020/04/viagem-ao-harz-heinrich-heine.html
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Gustavo 10/02/2020

Viagem ao Harz – Heinrich Heine
Henrich Heine nasceu em 1797, na cidade de Dusseldorf, na Alemanha. Filho de comerciante Judeus, viveu os anos de infância sob forte influencia francesa, já que Dusseldorf era então ocupada pela França Napoleônica.
Em 1816, mudou-se para Hamburgo, a fim de trabalhar como aprendiz no banco do seu tio Salomon, um rico banqueiro que seria seu provedor por quase toda sua vida. O Tio logo percebeu que Heine não tinha aptidão para o ofício e, em 1819, enviou o jovem para estudar direito na Universidade de Bonn. Juntou-se aos liberais e foi construindo sua reputação como poeta, que se ampliaria com sua chegada a Berlim, em 1821.
Heine alcançou a fama em 1826, com a publicação de seus REISEBILDER (quadro de viagem), em que está incluída a Viagem ao Harz. Logo mais veio seu Buch der Lieder (Livro das canções), famosa coletânea de poemas. Em 1848, sua saúde começou a deteriorar e os últimos oito anos de sua vida passaria preso a uma cama, sofrendo uma paralisia que hoje se acredita ser de envenenamento por chumbo. Faleceu em Paris, em 17 de Fevereiro de 1856.

Sobre o livro em si, adorei. Devo ser sincero em dizer que não é um livro que você entenda na primeira lida, por abordar vários aspectos de geografia da época, costumes, filosofia e poesia. Porém, achei interessante em ler os ‘’quadro de viagem’’ de Heine, e perceber que existe muito mais poesia no dia a dia que possamos imaginar. O sotaque, o andar das pessoas, a natureza, o comércio, tudo que você encontra no caminho pode se tornar uma bela poesia, um belo quadro de viagem. Observe ao redor e verá mais beleza do que uma simples cidade. Para finalizar segue um trecho do livro:
‘’ Como um grande poeta, a natureza sabe produzir os maiores efeitos com um mínimo de recursos: um sol, árvores, flores, água e amor. Se, no entanto, o espectador carecer desse último item em seu coração, tudo passa adquirir um aspecto miserável: o sol tem, então, apenas tantos e quantos quilômetros de diâmetro, as arvores dão boa lenha, as flores são classificadas segundo seus pistilos e estames e a agua é apenas molhada’’.
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Aguinaldo 28/02/2017

viagem ao harz
Lendo "Viagem ao Harz" tornamo-nos companheiros de Heinrich Heine pelos caminhos do Harz (cadeia montanhosa da Saxônia, na Alemanha). Ainda é verão, mas o outono logo chegará. O ar está límpido, puro; as trilhas são sinuosas; a natureza vibra em toda sua potência; o Brocken, majestoso, brincando com as nuvens, indica o objetivo da viagem. O narrador é um flâneur das colinas e montes, não tem pressa, um bom mês dura sua deambulação. Sair de Göttingen, a cidade universitária que desdenha, é imperioso; ali florescem apenas hipocrisia e mediocridade. Zombeteiro, genuinamente romântico, o poeta ambiciona civilizar-se, radicar-se em Paris, instruir (e ser instruído), não mais apenas divertir-se. Nada como a natureza, caminhar pelas terras alemãs dos contos de fada e refletir com calma para que esse projeto se justifique, ganhe força, se materialize. As vezes parece que ele caminha só, noutras há com ele um grupo de poetas, colegas da universidade, com quem compartilha experiências estéticas, ruídos, risos e cheiros, noites perto da lareira e roncos, o espetacular crepúsculo no alto do Brocken. Ele passa por cidades pequenas, conversa com as pessoas que encontra pelo caminho, flerta com mocinhas, fica em hospedarias onde encontra abrigo, alimenta-se frugalmente, visita igrejas e cemitérios. Alguns de seus interlocutores durante a viagem são gente quase rude do campo, outros notavelmente intelectuais. Com ambos discute filosofia e política, judaísmo e direito, a psiquê alemã e história. Serpenteante, ele passa Weende, Nörtheim, Osterode, Learbach, Clausthal, Zellerfeld e Goslar, encontra o alto Brocken e, já na descida dos montes, seguindo o curso de rios e de cachoeiras, chega a Ilsentein (a rota original pode ser conferida neste antigo mapa). A edição é muito bem cuidada. O texto inclui cinco poemas/canções de Heine; uma introdução do tradutor, Maurício Mendonça Cardozo; uma reprodução do prefácio à edição francesa, assinado por Théophile Gautier (amigo de Heine) e um excelente posfácio, assinado por Sandra Stroparo. Se você for suficientemente curioso e tiver algum tempo livre pode fazer um passeio pelo parque nacional de Harz e reproduzir a experiência de Heine (várias agências de turismo organizam Heinrich Heine Weg). Deve ser divertido.
[início: 09/01/2017 - fim: 10/01/2017]
"Viagem ao Harz", Heinrich Heine, tradução de Mauricio Mendonça Cardozo, São Paulo: Editora 34, 1a. edição (2013), brochura 14x21 cm., 141 págs., ISBN: 978-85-7326-547-7 [edição original: Die Harzreise (Hamburg: Der Gesellschafter / Hoffmann & Campe) 1826]

site: http://guinamedici.blogspot.com.br/2017/02/viagem-ao-harz.html
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