Flávia 05/07/2020Não tem o menor sentido, ameiEste livro é o que ele é, e não o que você espera dele.
Foram 15 dias de uma leitura nada fácil mas, em nenhum momento, desistir dela era uma opção. Não dá pra dizer que é um livro que conta a história de alguém porque não consigo definir a ordem de todos os acontecimentos e nem se eles são reais.
India Morgan Phelps (ou Imp) é uma mulher esquizofrênica, que tem como sua parceira uma mulher trans (Abalyn) e que perdeu sua mãe e sua avó para o suicídio, por conta também da esquizofrenia.
Minha opinião sobre Abalyn é que ela é descrita com uma qualidade impressionante e se tornou uma personagem favorita. Amei conhecer um pouco de sua história e um pouco de sua personalidade.
Imp tem suas memórias registradas da forma como ela as guarda e é (literalmente) fantástico conhecer mais detalhes dessas lembranças. Imp é uma artista e não tem um controle temporal de suas memórias, passa por diversas alucinações e cria associações tão fortes com obras artísticas e com sua trajetória de vida, que tudo chega a se misturar.
Acredito que qualquer coisa revelada além disso sobre as memórias acabam estragando um pouco a experiência do livro porque é realmente muito interessante duvidar do que está acontecendo e viajar no que a India realmente narra como sendo sua verdade.
Parece muito confuso (e é), mas é um livro cheio de mulheres incríveis, sem estereótipos, com mensagens grandiosas e isso compensa o fato de ser um pouco arrastado e cansativo. Não é muito fácil lê-lo rápido, mas é uma experiência muito além do que se imagina.