A Sibila

A Sibila Agustina Bessa-Luís




Resenhas - A Sibila


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Sofia688 17/06/2023

É um livro bem interessante! Com a história de três gerações da família Teixeira que viviam no interior de Portugal, em meados de 1950. Quina, a personagem principal, não quer se casar e enfrenta julgamentos da sociedade devido à sua decisão. Essa independência da mulher traz desconforto aos homens. Gostei da obra, mas como a escrita é bem rebuscada, a leitura foi um pouco cansativa!
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Celia 31/01/2012

A Sibila
Literatura portuguesa moderna de primeira. A autora escreve um livro muito bom. É um pouco lenta a leitura porque ela se utiliza bastante das retomadas, mas a história sensível, a delicadeza ao contá-la e o cuidado na escolha das palavras torna a leitura gostosa. A história também é muito interessante, bem feminina, mas homens podem ler sem susto, é um universo doce e amargo, assim como a protagonista.
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César 20/06/2021

Quina foi uma mulher devotada às suas convicções e princípios. Intransigente, dedicou-se a provar ao mundo e a si a sua relevância, a sua capacidade de ser mais do que se espera de uma mulher. É belo o seu baluarte, mas no fim cedeu a muitas das coisas que repudiava. Viu que a luta sem propósito é uma empreitada vã e que o peso de nossas escolhas é o nosso maior suplício.
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Raphael 26/05/2021

Uma lástima que o mercado editorial brasileiro dê tão pouca atenção a uma escritora dessa qualidade...
“Humano demais para ter sido um exemplo”. Tais palavras foram grafadas ao final do capítulo XIII de “A Sibila”, quando o narrador se detém ocasionalmente sobre um homem da Igreja – um abade – colhido pela morte em meio a uma comunidade rural que, mesmo conhecedora de suas fraquezas e de sua estrondorosa hipocrisia, o estimava. A frase parece desimportante no contexto em que é lançada, mas a meu ver ela carrega um substrato filosófico que atravessa todo o romance, qual seja a concepção segundo a qual a natureza humana é essencialmente corrompida. Por detrás das convenções sociais, dos modelos de conduta, de uma reverência socialmente compartilhada a uma virtude ideal, os homens e as mulheres são, com frequência, mesquinhos, torpes, egoístas, viciosos até mesmo em seus afetos, porque contraditórios, complexos, ambivalentes. Não é à toa que a grande protagonista deste Romance, a “Sibila” que dá nome ao livro, uma simples lavradora do Norte de Portugal chamada Joaquina Augusta – vulgo Quina - é descrita por sua sobrinha, Germana, como “a mais profunda e inegável expressão do humano”.
Os polos entre os quais Quina se move, diz-nos o narrador a certa altura, são a vaidade e certo misticismo. Em um plano mais geral, nutre certo desprezo pelas mulheres, rebela-se contra o seu tempo e contra o horizonte limitado que se lhe pretende impor, atrelado à “condição feminina”. Deseja muito mais que um bom casamento. Aliás, para que quereria um homem para atravancar-lhe a vida? Os exemplos em sua própria casa não eram nada animadores, a começar pelo próprio pai, o mulherengo e perdulário Francisco Teixeira, responsável por dilapidar o patrimônio da família, deixando-a em má situação quando de sua morte. Quina não quer, portanto, ser desejada pelos homens. Quer antes ser admirada por seu espírito, por sua inteligência e pelo seu excepcional tino para os negócios. Enriquecer e ser notável são seus grandes objetivos de vida. Logo, é Quina que se ocupará de reerguer o patrimônio da família, conquistando o respeito e a consideração de toda a comunidade local, constrangida pelos fatos a admitir-lhe os êxitos.

A narrativa de Bessa-Luís nos apresenta uma Quina que é virtualmente incapaz de uma atitude desinteressada, uma mulher que mesmo no plano afetivo age como quem transaciona. E isso, longe de torná-la uma figura desprezível, constitui parte do seu fascínio, empresta-lhe uma certa densidade humana, a despeito de suas excentricidades. Sua personalidade, diz-nos o narrador a certa altura, era “um misto incoerente de tendências ascéticas, desprendimento do mundo, e, ao mesmo tempo, um desejo incansável de notoriedade e de honras”. E acima de tudo, era dotada de um talento muito especial: uma maravilhosa capacidade de ler as pessoas, de compreendê-las em um plano que era muito mais intuitivo do que lógico-racional, o que lhe conferia uma notável capacidade de previsão e pré-conhecimento da vida, que o homem civilizado, embotado pelo artificialismo das convenções da sociedade burguesa, perde ou deixa de desenvolver por completo. Aliás, é impressionante como em “A Sibila”, os tipos burgueses e intelectuais são superficiais, em flagrante contraste com a profundidade e a complexidade de uma mulher inculta e sem instrução formal como o era Quina.

Por fim, trazendo a coisa para um plano mais pessoal, o que me encantou em Agustina Bessa-Luís – já tive ocasião de dizê-lo nesse espaço – foi o seu texto. Mais do que aquilo que ela narra, acho fascinante o como é narrado. Que texto maravilhoso! Como eu disse antes e reitero, isso é Grande Literatura. Recomendo muito, mas faço um alerta: o vocabulário agustiniano exige algumas idas ao dicionário, mas não deixe que isso te desanime. Vale muito à pena...

Quanto ao mais, é uma lástima que o mercado editorial brasileiro dê tão pouca atenção a uma escritora dessa qualidade.
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ig literário: @raphaelivros
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Lucas.Batista 26/04/2021

Literatura de altíssima qualidade.
Aa primeira obra que leio dessa autora, e já foi o suficiente para me deixar extasiado.
Que escrita belíssima possuí a Agustina, que zelo com a narrativa.. as descrições de suas personagens possui um cuidado extremo, conseguindo utilizar um vocabulário que, apesar de rebuscado, não se torna enfadonho.
Uma belíssima história sobre pessoas simples, sobre heranças de sangue e, principalmente, sobre tradição.
O leitor acompanha 3 gerações de uma família rural do interior de Portugal, entre o fim do século XIX e a década de 1950. Possuindo um teor matriarcal (não confundir com o sentido que militancias adolescentes deram ao termo) a história gira em torno de Quina, mulher que ganha fama de sibila por possuir uma maneira quase sobrenatural de ler as pessoas.
Leitura recomendadissíma.
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Beatriz3418 07/07/2023

Demorei demais pra terminar esse livro porque o ritmo é muito lento e confuso, principalmente no início. mas adorei as reflexões sobre a humanidade e as relações desenvolvidas durante o livro.
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Diógenes - Estr 27/11/2013

Uma grande obra, para grande leitores.
Agustina Bessa-Luís é uma escritora portuguesa, com 91 anos, pouco conhecida aqui no Brasil. Publicou mais cinqüenta obras e entre elas “A Sibila” de 1954. Com uma prosa arrojada a autora cria uma fantástica narrativa entorno de Quina a protagonista do enredo, a quem o narrador atribui como elemento principal “a mais profunda e inegável expressão do humano”. Para o leitor despreparado e que começou a ler grandes obras a pouco tempo, a narrativa lhe parecerá demasiada densa e cansativa, “A Sibila” é uma obra que se destaca pelo esmero e pela magnificência que a autora tem com as palavras. Outro ponto, que pode incomodar o leitor iniciante é a língua, o português de Portugal, e sendo ele dos anos 50, aparece bem diferente dos termos usuais e não usuais que costumamos usar e ler em outras obras, provocando certo descompasso na leitura.
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Adriana Scarpin 11/06/2019

Em honra de Agustina Bessa-Luís (1922 - 2019)
Confesso que nunca havia lido Bessa-Luís, estava mais do que na hora de sanar esse delito, embora a conhecesse das colaborações frutíferas no cinema com Manuel de Oliveira, das quais geraram pelo menos duas obras-prima: Francisca e Vale Abraão.
Escrito nos anos 50, A Sibila conta a estória de uma mulher forte da primeira metade do século XX, solteira a vida toda, reergueu a fortuna da família sozinha, o que dá um tom todo especial à quebra de estereótipos de gênero num livro escrito nos anos 50, quando Beauvoir ainda estava começando a ser lida.
Dona de uma prosa escorreita e bem delineada não há sequer uma razão para que não me aprofunde nos escritos da autora, nem que eu refute a marca de ser considerada uma das grandes autoras portuguesas do século XX e que é criminosamente pouco editada no Brasil.
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Cicera Evila 20/02/2021

A Sibila, livro maravilhoso e encantador
"A Sibila" é um daqueles livros que é quase uma experiência linguística.
Nele, Agustina Bessa-Luís conta a origem, vida e morte de Quina, tida como uma Sibila dentro de sua comunidade.

Porém, ao contrário de uma profetiza etérea, feérica ou bíblica, a autora escolhe nos narrar a história quase extraordinária de uma mulher humana. É isso que torna a narrativa tão encantadora. Isto e a linguagem que te prende e engaja na leitura.

É uma leitura que eu recomendo muito.
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Isabela 29/01/2024

No início achei uma leitura complicada, por ser muito descritivo e apresentar muitas histórias juntas que não necessariamente se interligam, mas do meio pro final ficou interresante, principalmente, com a personagem da Quina e a complexidade que ela apresenta. Em suma, se você tem paciência, vela a pena.
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manuela 16/04/2023

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Ainda estou bem indecisa com a nota que dei pq com certeza não foi agradável nem fácil de ler! a escrita é arrastada mas ao mesmo tempo apaixonante, os personagens, principalmente as mulheres, são mt mt bem trabalhados e construídos - o que pra mim foi o ponto forte.
a narrativa cheia de flashbacks é confusa, mas a mensagem e o desfecho são lindos!
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Maria Luiza ð¦ 06/02/2023

É uma história que não segue linha do tempo, portanto, natural ficar perdido/a em meio à leitura e chegada de novos personagens... Fora isso, a profundidade descritiva da Agustina é uma delícia e toda a noção de ancestralidade, espiritualidade e misticismo que permeia a Quina/Sibila e família, também. Muito interessante a forma como se dava a relação dela com o Custódio e os sentimentos mistos que ela tinha a respeito dele, bem como a respeito do pai Francisco. Uma das personagens femininas mais interessantes que já conheci (e, para mim, as + interessantes sempre são as mulheres, então isso pode ser lido também em tom geral kkkk). Identifiquei-me com muito da Quina, coisa que fez com que eu me sentisse feliz a respeito de alguns aspectos internos meus. Privilégio poder realizar esta leitura. Recomendo!
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Benazir Freire 29/07/2023

A Sibila não me cativou de início. Na verdade, me incomodou um tanto. É um livro, por essência, descritivo, que destrincha a memória e a vida de seus principais personagens.

A obra em si é constituída por várias divagações e escrita em um linguajar muito típico do português europeu, o que pode dificultar o entendimento do leitor desatento. Nesse ponto, é facultado praticar o desapego e compreender pelo contexto ou parar para refletir sobre o trecho.

Esse tipo de leitura, que é um pouco arrastada, geralmente me incomoda. Mas esse é um ponto decorrente do meu gosto pessoal. Eu prefiro livros mais fluidos, logo, o "defeito" do livro está mim. No entanto, ao dar uma segunda chance, eu realmente me encantei. É uma leitura que analisa com bastante crueza, eu diria, a população rural portuguesa entre o fim do século XIX e início do século XX.

As sibilas, entre os povos antigos, eram profetizas, seres detentores de grande sabedoria. No contexto da obra, Quina (Joaquina Teixeira) é a personagem que centraliza o ideal do título ao prever racionalmente o futuro, ao aconselhar os demais personagens sobre processos e procedimentos e ao fazer grande fortuna.

Além de Quina, o livro traz a história de homens e mulheres das três gerações da família Teixeira, da Casa de Vessada e das cercanias e como se desenvolve o poder da Sibila entre os seus pares.

É um livro que fala de família, propriedade, matriarcado e patriarcado sem o ranço típico dos conceitos atuais. E, por esse viés, apresenta um olhar curioso sobre as mulheres da época, ao desenvolver a astúcia feminina e apontar a debilidade comportamental dos homens.

A força atribuída às mulheres, no entanto, não coaduna com o ideal feminista atual, expondo um matriarcado com sob o véu típico de uma sociedade rural e, naturalmente, machista e capitalista, malgrado faça grande crítica ao comportamento burguês.

Seguem trechos:

“?(?) a infelicidade também cria raízes.”?

“?A mente desabrocha, tem a sua metamorfose, extingue-se; mas o espírito é uma forma intemporal, não conhece a propriedade de sentimentos que o tempo imprime na razão dos homens; tem as suavidades cândidas da infância, juntamente com os ceticismos mais cruéis da experiência – e o que neles chamamos idade é apenas o seu hábito e riqueza de expressão, que só com a desenvoltura mental se adquirem.?

“?A generosidade de parcimônia e a coragens de certos criminosos equivalem-se”.?

“?(?)a cunhada, muito velha, parecia menos feia que na juventude, talvez porque achamos mais natural a fealdade na velhice.”?

“?(?) a sinceridade é uma impotência de espírito e a mais deselegante das virtudes.”?

“?O amor era sua inesgotável dádiva de ternura, que sempre timidamente desviara da terra, para confiar ao mistério, ao que não é mesmo esperança, e que jamais trai e engana”.?

“?(?) os mortos só dos vivos se alimentam, e dependem apenas das suas recordações.”?
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Vitória 14/04/2024

Precisava ler esse livro para o vestibular da UFU e, só por isso, não desisti dele. A história é interessante mas o livro é MUITO descritivo, o que deixa ele bem cansativo em várias partes, e a leitura bem difícil, demorei praticamente 2 meses pra conseguir acabar. Ele traz algumas reflexões interessantes sobre as relações familiares, vínculos e tradições. Foi desafiador e sinto que as partes ruins superam em muito as boas, lido mais pela obrigação.
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