Nada de novo no front

Nada de novo no front Erich Maria Remarque




Resenhas - Nada de Novo no Front


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mpettrus 07/07/2023

A Trincheira Fúnebre de Papoula Vermelho-Sangue
?No front, nunca há o silêncio, e a sua maldição é tão extensa que estamos sempre dentro dela.?

?Nada Novo no Front? o romance seminal de Erich Maria Remarque, publicado pela primeira vez em 1928, é uma história absolutamente comovente e maravilhosamente escrito sobre o dano permanente causado àqueles que lutam em guerras.

Poucos romances antiguerra escritos desde então se igualaram ao livro inquietante de Erich Maria Remarque, e duvido que algum o tenha superado. O autor foi um humanista capaz de retratar vividamente a atrocidade da guerra em todos os seus terrores.

? A amargura da situação é esperada por qualquer leitor familiarizado com a Primeira Guerra Mundial. As duras condições, a morte, a mutilação e o tédio não são novidade. O que me impactou ao ler este romance foram os detalhes que mostravam o que restava daquelas características individuais dos jovens após anos vivendo nas trincheiras da guerra.

?A compaixão e compreensão que eles são capazes de sentir pelos prisioneiros russos. A alegria que vivem em uma aventura envolvendo garotas. A felicidade apaixonante quando recebem o mínimo conforto, ou a tristeza indescritível quando visitam seus familiares e percebem que perderam o contato com eles e não podem compartilhar seus conhecimentos. A solidão total quando uma mãe pergunta como realmente é, e o filho adolescente tem que protegê-la de uma verdade que ela não vai conseguir digerir.

Paul e seus amigos poderiam sobreviver fisicamente à guerra, mas nunca sobreviveriam emocionalmente. As cicatrizes e os fantasmas da guerra irão assombrá-los para sempre. Remarque faz um relato de pesadelo dos traumas físicos e mentais pelos quais os soldados passam. É horrível e comovente.

Eu também tive um sono muito perturbador durante as noites em que mergulhava nessa história. Imagine, se um relato tão verossímil da guerra pode perturbar alguém assim, quão perturbador pode ser para aqueles que a enfrentaram, todos os dias? Quão sem esperança eles podem sentir que a vida seria para eles, mesmo que tenham a sorte de sobreviver a ela?

?É difícil não querer aplaudir um livro tão perturbador e com tantas cenas sangrentas de morte e mutilação, mas realmente não há como não fazê-lo. Este é um livro extraordinário, uma obra de literatura magnificamente trabalhada que merece suas muitas declarações declamatórias sobre os erros do mundo porque é escrita de maneira poderosa e persuasiva. Apesar de tudo que li e vi, a prosa de Remarque me atingiu entre os olhos como uma bigorna.

? Como escritor, ele tem uma compreensão quase perfeita da linguagem e da técnica de contar histórias. Como Bäumer, ele emprega o eu jornalístico em primeira pessoa, escrevendo no tempo presente para dar a cada cena uma sensação de imediatismo.

Sua linguagem é limpa e despojada, com frases curtas e contundentes com imagens que parecem fundamentadas na experiência vivida, mas funcionam também como a poesia, elevando o mundano e o cotidiano a um estado emocional estarrecedor.

Em outros pontos, a banalidade e a feiúra de suas observações fazem sua própria poesia: ?Você pode se acostumar com qualquer coisa?, diz Bäumer, ?mesmo estando nas trincheiras?.

Remarque também é um mestre da estrutura narrativa: ele sabe quando manter você com Bäumer em uma única cena, e quando cortar em um flashback de seu passado, e até mesmo quando parar a ação para ruminar sobre sua geração desperdiçada. Não é surpreendente que o romance tenha feito um filme de tanto sucesso, já que se parece tanto com um roteiro.

? Em última análise, é a clareza de suas percepções psicológicas, expressas com tanta força e sem sentimentalismo, que dá à escrita de Remarque seu poder assombroso expressando de forma tão convincente um estado de extrema angústia emocional, mantendo seu equilíbrio intelectual e coerência.

Remarque descreveu com precisão a resposta fisiológica e psicológica à batalha o que futuramente conheceríamos como ETP (estresse pós-traumático) denotando em palavras a culpa do sobrevivente e memórias reprimidas:

??No momento em que ouvimos o apito dos primeiros projéteis, ou quando o ar é rasgado pelo fogo de artilharia, uma expectativa tensa de repente invade nossas veias, nossas mãos e nossos olhos, uma prontidão, uma vigília intensificada, uma estranha flexibilidade dos sentidos. De repente, o corpo está completamente pronto.?

Ele também é capaz de explicar o entorpecimento e a repressão emocional que são uma parte essencial da sobrevivência ao trauma:

??[?] pode lidar com todo o horror, desde que simplesmente se esquive de pensar nisso - mas isso o matará se você tentar voltar a si. concorda com isso [...] tudo o que está afundando em nós como uma pedra agora, enquanto estamos na guerra, se levantará novamente quando a guerra acabar, e é aí que a verdadeira luta de vida ou morte vai começar.?

? O final da história me destruiu. A simbologia de que Paul encontrou mais paz na morte do que em vida foi um soco na boca do estômago. É uma morte comovente, repleta de camadas sobre camadas.

Ele é morto a tiros enquanto pegava uma borboleta - a representação mais precisa de paz e beleza - algo de que Paul foi privado por toda a vida.

Simples, mas comovente, sem cair na pornografia miserável, sem moralizar, sem deixar cair em falsas mensagens patrióticas, Remarque faz o que não é fácil de conseguir. Ele expõe seu ponto de vista de uma maneira tão efetivamente perturbadora em parágrafos curtos, porém, densos e angustiantes, que fazem o mundo balançar por apenas um minuto.

Uma enorme coroa fúnebre de papoulas vermelho-sangue tirou de mim a única lasca de esperança que ressoou na minha humanidade em meio a todo horror e tragédia vivida durante a leitura. Mas nas páginas finais tudo desaba, desmorona. Perco o fôlego e já não acredito mais que a arte possa triunfar sobre a morte.

O autor, de maneira impiedosa, porém não leviana, tirou de mim todas as esperanças terminando a história com um parágrafo final brilhantemente exangue, no qual um narrador anônimo relata em terceira pessoa a morte de Bäumer, com quem estabeleci um relacionamento íntimo em mais de 200 páginas e do qual nunca mais irei me recuperar.

É uma reviravolta hábil, embora um tanto cruel, de minha expectativa como leitor e uma maneira incrivelmente eficaz de demonstrar a fragilidade da vida humana e a devastação da perda.

? ??????????? ?
Alex 08/07/2023minha estante
Esse livro é excelente. Brilhante resenha, eu só colocaria o aviso de spoillees pra não prejudicar quem ainda não leu. Mas excelente mesmo. O filme (netflix) é bom, mas está muito aquém do livro.


mpettrus 08/07/2023minha estante
Muito obrigado pelo feedback, Alex!!! ??

Obrigado pelo lembrete do spoiler ??

E sobre o filme da (netflix) considerei as ?partes? técnicas muito boas, um show visual incrível, fotografia impecável, sonoplastia emocionante. Mas foi só?.

Porque a essência do romance de Remarque passou anos-luz longe do filme. Pra mim foi frustrante demais ???


Konshal 09/07/2023minha estante
Ótima resenha! ??????


mpettrus 09/07/2023minha estante
Muitíssimo obrigado pelo feedback, Michael!!! ???????




Alex 21/11/2022

Um relato cruel
Nada de Novo no Front é sem dúvida um livro
Imperdível. Primeiro, por ser escrito por um pacifista, sobrevivente, ferido na Primeira Guerra Mundial, 3 vezes. Segundo, por ser o livro alemão mais vendido na história, com 1 milhão de unidades no primeiro ano (só na Alemanha), atualmente traduzido para 58 idiomas e soma 10 milhões de exemplares vendidos. Terceiro, porque foi um dos primeiros, senão o primeiro romance a tratar a guerra como ela é, sem flâmulas, bandeiras, heroísmo e honra.

O livro conta a história de Paul Baumer, que tem 18 anos e vai à guerra, pois seus professores induzem-no a lutar por sua pátria (um ato de heroísmo e galhardia). Logo ao chegar no Front, Paul conhece alguns amigos inseparáveis, que o acompanharão por todos os anos da Guerra.

O retrato feito por Remarque é cru, vísceras, sangue, dor, desalento, falta de propósito, uso do ser humano, desrespeito e desumanidade. Além disso, também é um retrato histórico importante, primeira guerra de trincheiras, primeira guerra moderna, primeira guerra de proporções mundiais, primeira guerra a utilizar aviões, blindados, armas de gases tóxicos e minas.

O relato de Remarque, por mais ficcional que seja é impressionante e realista. Conta como foi a guerra para quem esteve no front. Conta como não houve orgulho, não havia honra, nem mesmo heroísmo. Conta como foi desesperador, destruidor e repugnante.

Seu livro foi tão realista e enfático em sua mensagem, que seus livros foram queimados em praça pública, o filme lançado em 1930 (ganhador do Oscar naquele ano), proibido na Alemanha e o autor perdeu sua cidadania, até sua irmã, costureira foi condenada à morte em 1943.

Recomendo! O legado do autor é imenso, a obra é triste mas enfática. E se seus livros foram queimados em praça pública, comprova-se a importância de sua leitura.
Regis 21/11/2022minha estante
Maravilhosa resenha, Alex! ????
Você conseguiu transmitir o que o livro te passou. É uma leitura que pretendo fazer, mas não estou pronta ainda. Talvez no começo do ano.
Você realmente conseguiu instigar minha curiosidade. ??


Alex 21/11/2022minha estante
Agora que li quero ver o filme que lançou na Netflix. ?


Regis 21/11/2022minha estante
É outro que vou deixar para depois. ??


Michele Boroh 23/11/2022minha estante
Gosto muito de um outro livro que aborda a WW1 com essa crueza, mas sob a perspectiva de um autor francês. Uma obra curtinha, mas poderosa: o título é '14'.

O 'Nada de novo' tá na minha lista há muito tempo, acabei não resistindo e assistindo ao filme antes. Gostei muito. Depois nos diz o que achou em relação ao livro. Abraço!


Alex 23/11/2022minha estante
Michele, obrigado pela dica, já vou procurar 14 para ler. Sobre o filme, devo assistir essa semana ainda.




Rosangela Max 04/10/2023

Uma obra-prima para os fãs de histórias sobre guerra.
É uma história sobre jovens soldados alemães na Primeira Guerra Mundial, correspondendo um período desde 1916 (quando se alistaram) até 1918. Nesses 2 anos vemos a transformação desses jovens que possuíam uma visão idealista e quase romântica sobre a guerra para soldados embrutecidos, feridos e traumatizados.
As cenas de batalha são tristes, cruéis e tão realistas que parecia que eu estava vendo tudo acontecendo na minha frente. Tristes também são as cenas nos hospitais com relatos sobre dor de corpos amputados, dilacerados e de almas que ainda anseiam pela vida.
Apesar do teor, adorei conhecer a história de Kat, Kropp, Tjaden, Müller, Haie, Leer e, principalmente, Paul que é quem narra todos os acontecimentos.
A escrita é fluida, rica e envolvente. É impressionante como um livro publicado em primeiramente em 1929 pode soar tão atual. O autor usou de sua própria experiência como soldado para escrever esta e outras histórias que desejo ler.
Tem uma adaptação na Netflix, mas não tenho interesse em assistir. Prefiro guardar as memórias do livro e as imagens que eu criei dos personagens.
Leitura super recomendada.
Alan kleber 05/10/2023minha estante
O filme é bem pesado, pelas imagens que eu vi. Prefiro também o livro.


Alan kleber 05/10/2023minha estante
O filme é bem pesado, pelas imagens que eu vi. Prefiro também o livro.




Andre.28 15/12/2020

O jovem soldado e os horrores da Primeira Guerra Mundial
Narrativas tem uma função psicológica muito importante. A capacidade para criar uma história através da vivência pessoal é algo que requer muito esforço emocional, e principalmente senso de si próprio. Histórias com toques emocionais profundos, que exigem do autor, dedicação e empenho para expressar a dor e a desolação. Em "Nada de novo no front" o profícuo autor germânico/estadunidense Erich Maria Remarque reúne toda sua dor e experiências como um soldado alemão na Primeira Guerra mundial para compor uma da sua mais é uma das mais belas o brilhantes da literatura.

Este livro, publicado em 1929, conta o relato comovente de Paul Bäumer, soldado alemão da divisão de frente nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, entre 1914`-1918. A Guerra de Trincheiras se deu após a invasão alemã ao leste do território francês, tem as faces mais brutais escancaradas através desse relato, dos bombardeiros e das condições precárias em que os soldados conviviam. O dia a dia no front de guerra é cheio de armadilhas, horror, tensão e cheiro de morte. Remarque aborda os tormentos do soldado Paul, numa espécie de relato autobiográfico. A narrativa também aborda a amizade, a fome e a vida dos soldados fora dos campos de batalha, no limite do dramático, a realidade se apresenta brutal e dolorosa.

Este trabalho reúne de forma significativa aspectos importantes da História real com a literatura ficcional, uma construção narrativa que consegue expor através da vivência diária no front a História nua e crua. A dor da guerra, as perdas e o vazio. A guerra que preenche as campas de corpos de jovens soldados, que deixa viúvas mães e esposas. Uma das partes mais interessantes do livro é como aborda a vida fora do front, a vida dos soldados com suas famílias em meio a uma sociedade alemã do início do século XX tomada pelo nacionalismo exacerbado, o chauvisnismo social e política. Uma sociedade que se prostra diante da dura realidade da guerra, que cai combalida da era Entreguerras e que mergulhará num sombria paranoia nazista. Com um final trágico e muito bem escrito esse livro fecha a saga de um soldado e seus tormentos de guerra.
jade martins 15/12/2020minha estante
??? ótima resenha, reconheci o título por causa de um livro que diz que a adaptação desse filme foi censurada na Alemanha nazista, bem interessante


Andre.28 15/12/2020minha estante
Obrigado ?




Stela Marçal 27/11/2022

Nada de novo no Front
Que livro!!!
Livro escrito por um autor alemão, que esteve na Primeira Guerra Mundial, com um visão crítica sobre os anos que estiveram em batalha.
nicorobin 27/11/2022minha estante
Vi o filme essa semana, não fazia ideia que tinha livro, que incrível!


Stela Marçal 27/11/2022minha estante
O livro foi uma troca que fiz aqui pelo Skoob, já fazia meses que estava na estante. Quando soube do filme, e da crítica estar elogiando muito, passei o livro na frente para agora poder assistir ao filme! ?


Bender 27/11/2022minha estante
Livro incrível, reli recentemente.

Lays, o livre é um pouco diferente do filme, embora siga os mesmos personagens. O filme não mostrou uma das partes do livro e o final é completamente diferente. Recomendo muito ler o livro


nicorobin 28/11/2022minha estante
Lerei assim que possível!!!




Rodrigo 23/01/2023

Nada de novo no front
Eis um livro de não-ficção que retrata de forma crua e intimista o cotidiano nas trincheiras da 1GM, pelos olhos de um ex-soldado alemão que, aos 19 anos, lutou no front ocidental. Amigos morrendo, juventudes embrutecidas, o inferno da artilharia inimiga e a incerteza do dia seguinte... momentos como esses são descritos em primeira pessoa num texto espetacular, digno dos grandes autores de guerra.

Como rara peculiaridade, tem-se o lado alemão como protagonista; contudo, na linha de frente, ao nível de um soldado não existem vilões nem heróis, ideologias nem idealismos, sentimento de patriotismo tampouco ódio ao inimigo desconhecido. Apenas a vontade de sobreviver aos tiros e bombas e de aproveitar o presente como se não houvesse amanhã, o que, numa guerra, chega a ser irônico.

Apesar de se tratar de um relato real, o livro mais parece um romance de ficção histórica, com personagens e diálogos bem construídos, o que torna a leitura muito agradável, ainda mais para quem é aficcionado pelo tema.

Em resumo, Nada De Novo no Front é um relato magistral de quem esteve no olho do furacão e sobreviveu para contar, e que, apesar das poucas 200 páginas, ganhou a minha eterna admiração.
Gabriel1994 23/01/2023minha estante
O filme é absurdo de bom! Tem na Netflix com o mesmo nome.


Rodrigo 23/01/2023minha estante
Sim,tava esperando o fim do livro pra assistir


Helio 24/01/2023minha estante
Muito bom seu comentário sobre o livro.??????


Duchesse 05/02/2023minha estante
Um dos melhores livros que já li!




William LGZ 16/05/2022

Uma leitura essencial para compreender a Grande Guerra
Um livro obrigatório para quem busca entender a verdadeira face da Primeira Guerra Mundial, pela visão de um soldado que esteve nela e ainda por cima em seu lado perdedor, dum ponto que pouca vezes vi sendo abordado com tamanho realismo.

Para mim foi bem redondo no que se compromete a passar, o que poderia ter rendido 5 estrelas de minha parte, mas analisando-o como um livro senti falta de um maior destaque à outros personagens e de uma maior agilidade na trama em certos momentos. Mesmo assim, não deixou de ser uma leitura muito boa no meu coração!

Eu o recomendo, mais para aqueles que tenham realmente interesse pelo tema e que se entreguem à obra porque para outros acredito que fique bem massante e chato de se acompanhar, apesar do "livraço" que é.
amErica 16/05/2022minha estante
Vi que O assassinato de Roger Ackroyd está na sua lista... Adiante essa leitura pelo amor de Deus, moço


Brnprado 16/05/2022minha estante
Até coloquei na minha lista ?


William LGZ 17/05/2022minha estante
@amErica Pior que esse livro é um dos últimos na minha lista de leitura para 2022, mas posso muito bem furar a fila porque tô bem ansioso para ler gskshdjhd


amErica 17/05/2022minha estante
por favor faça isso, guardo esse segredo entre a gente kakkskskkkkk e fuja de spoiler




Eduardo1304 10/05/2023

Nada de novo no front
Relatos reveladores da vida em uma frente de batalha durante a primeira guerra mundial.
Gostei da história, dos personagens, da ideia pacifista que o livro traz e da reflexão sobre o horror da guerra com suas causas banais e consequências devastadoras.
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Andre.Crespo 16/11/2009

"A morte não é uma aventura para aqueles que se deparam face a face com ela"
É assim que o livro começa, e esse começo dá uma noção de como ele será: seco, duro e realista; verdadeiramente realista. Penso que nunca li algo tão realista sobre a guerra quando esse livro.

Remarque mostra a história de um soldado alemão, Paul Baumer, que conta a sua vida no front da guerra. Junto a isso, fala sobre a vida de seus amigos, o dia-a-dia dele e de seus companheiros na guerra; suas alegrias e seus sofrimentos

Não é só de tristeza que vive esse livro; há muitas partes onde o humor predomina. Dei muitas risadas em vários pedaços do livro, como o que um de seus amigos chama um oficial de " bom filho da puta". Esse humor, em certas partes, contrasta muito bem com o drama predominante no livro.Como se falam, é "melhor rir do que chorar". Estando-se em uma guerra, o melhor é sempre tentar se entreter com alguma coisa e esquecer que se está mesmo na guerra.

O autor conta detalhadamente como alguns corpos eram encontrados. Quem não possui um estômago forte, é melhor não ler o livro. São relatos de "tripas para fora", pessoas andando com "os tocos que sobravam das pernas", só pra dar alguns exemplos. Em minha opinião, Remarque usa isso para demonstrar que a guerra não é aquele heroismo que as pessoas pensam ser. Ir para a guerra e matar pessoas não é orgulho para ninguém. E o livro, antes de tudo, quis mostrar isso e foi muito bem sucedido em seu objetivo.

Soube que o próprio autor foi à Primeira Guerra Mundial. Penso que muitas coisas as quais ele relatou no livro foram vivenciadas por ele. Certamente ele não foi fiel a todas as partes, mas a grande maioria, acredito eu, foi presenciada por ele. Acredito nisso por causa de seu minucioso e muito pessoal relato feito no livro, que mais parece um diário.

Agora, resta ver o filme, que dizem ser muito bom. "Nada de Novo No Front" é um petardo contra a guerra, que pode ter impressionado muita gente na época, acostumada com os relatos heroicos da guerra. O livro mostra que a guerra não é nada heroica, e sim desumana, insensata. É uma pena que as pessoas, ainda hoje, não tenham aprendido isso.
PauloHenrique 19/09/2011minha estante
Realmente,não é só o horror da guerra que fala o livro .Também achei algumas partes engraçadas,quando Tjaden passa correndo para a casa das francesas!


Thiago 18/07/2012minha estante
Eu já devo ter lido esse livro uma dez vezes. É espetacular. Prende muito a atenção e você se sente no meio deles devido à narrativa. Me imaginei ali sentado entre eles comendo o pato assado rs.




Ingrid_mayara 30/04/2018

1001 livros para ler antes de morrer
Lançado no Brasil em 1951, esse livro é narrado no tempo presente, como se acompanhássemos o próprio narrador-personagem em sua trajetória. A história mescla-se entre: jovens soldados filosofando principalmente sobre o passado e sobre o futuro que lhes aguarda após o término da guerra, e também sobre suas (des) aventuras.

As partes em que os personagens falam da época da escola e de seus professores (e um pouco sobre religião) me permitiram refletir um pouco sobre minha própria vida e processo de maturidade, considerando que os personagens são, em sua maioria, apenas rapazes que deixaram suas famílias e viram-se de repente na batalha sem saber direito o que fazer ou a quem recorrer no momento de desespero.

Achei muito interessante a maneira como o narrador conseguiu colocar diálogos de esperança e companheirismo em meio ao caos. Há, também, algumas partes que me fizeram sorrir, e a leitura estava tão agradável que eu mal notava minhas mudanças de expressão quando de repente uma ou outra lágrima pingava na folha.

Apesar de haver poucas páginas e da leitura ser prazerosa, acho que demorei mais de quinze dias para terminá-lo, simplesmente porque eu estava com receio das últimas páginas, visto que a temática é a Primeira Guerra Mundial. Estava com medo do que poderia acontecer com os personagens, mas, afinal, eu teria de encarar o livro até o fim.

Sabe aqueles livros que não chegam a nos surpreender pela história, mas deixam um calorzinho no coração? Esse é um deles. Achei a leitura bastante agradável e fácil, com uma narrativa um tanto quanto poética, até (acredita que eu encontrei essa preciosidade em ótimo estado de conservação no sebo por apenas um real?!).

Recomendo, principalmente, para quem não tem o hábito de ler livros mais antigos por causa da linguagem, que costuma ser mais rebuscada. E obviamente, recomendo também a quem gosta do tema.

"(...) e, depois de nós, crescerá uma geração, semelhante à que fomos em outros tempos, que nos será estranha e nos deixará de lado. Seremos inúteis até para nós mesmos. Envelheceremos, alguns se adaptarão, outros simplesmente resignar-se-ão e a maioria ficará desorientada; os anos passarão e, por fim, pereceremos todos."

Há uma música do Raul Seixas chamada Na Rodoviária que cita "Nada de novo no front", que tornou-se uma expressão idiomática; há também um filme chamado Sem Novidade No Front, baseado no livro (ainda não o assisti).

site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt
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Juju 08/11/2022

Im Western Nichts Neues...
De início, sentia me um pouco receosa em ler mais um livro sobre o horror da guerra. No entanto, apesar de pesada, a leitura se mostrou fluida e engrandecedora, despertando inúmeros sentimentos e emoções.
Através dos olhos de Paul Bäumer, jovem pobre, alistado no exército alemão, o autor nos leva ao Front da Primeira Guerra Mundial.
Acompanhamos Paul e seus companheiros nas trincheiras, nos abrigos improvisados, em crateras de explosões, em hospitais de guerra, nos alojamentos, no Front.
A morte se faz presente por toda parte. Há fome, falta total de higiene, doenças, dor e sofrimento.
Erich Maria Remarque, nos descreve tudo isso com autoridade e de forma totalmente realista.
São suas memórias reais, colocadas em papel, se transformaram nessa incrível obra!


"...Sou jovem, tenho vinte anos, mas da vida conheço apenas o desespero, o medo, a morte e a mais insana superficialidade que se estende sobre um abismo de sofrimento. Vejo como os povos são insuflados uns contra os outros e como se matam em silêncio, ignorantes, tolos, submissos e inocentes. Vejo que os cérebros mais inteligentes do mundo inventam armas e palavras para que tudo isto se faça com mais requintes e maior duração. E, como eu, todos os homens de minha idade, tanto deste quanto do outro lado, no mundo inteiro, veem isto; toda a minha geração sofre comigo. Que fariam nossos pais se um dia nós nos levantássemos e nos apresentássemos a eles, para exigir que nos prestassem contas? Que esperam de nós, se algum dia a guerra terminar? Durante todos esses anos, nossa única preocupação foi matar. Nossa primeira profissão na vida. Nosso conhecimento da vida limita-se à morte. Que se pode fazer, depois disto? Que será de nós?..."

Sem dúvidas, esta foi uma das melhores leituras da minha vida! Recomendo fortemente!
Alex 08/11/2022minha estante
Feliz que tenha gostado. Esse livro estava no meu radar já há muito tempo!!!


Juju 09/11/2022minha estante
Obrigada por tê-lo indicado hehe!


Juju 09/11/2022minha estante
Gostei muito, muito mesmo!




Coruja 09/07/2020

Já tinha encontrado esse título em diversas listas de clássicos fora do eixo anglófono, e outras tantas de literatura sobre guerra; mas não foi até a viagem que fiz no final de 2018, estando na Europa em meio às celebrações e memoriais do centenário de armistício da Primeira Guerra Mundial, que coloquei-o na minha lista pessoal. Demorei um pouco para começar, mas coloquei-o como prioridade esse ano, depois de descobrir que Remarque perdeu a cidadania alemã no governo nazista por causa desse livro. Nada de Novo no Front - tanto o livro quanto o filme inspirado na obra - eram detestados por gente como Goebbels e Hitler, que os queimaram na literal fogueira de sua intolerância por apresentar uma “visão antigermânica” da guerra.

Não precisei chegar sequer à metade do livro para entender exatamente a razão deles. Ou a fama de romance pacifista. Nada de Novo no Front é um livro brutal na forma como expõe a vida nas trincheiras, os horrores vivenciados em nome de algum conceito abstrato que nenhum dos soldados realmente é capaz de explicar. Pelo que eles estão estudando afinal? Pela pátria? Pelo imperador? Remarque lutou na guerra; presenciou, viveu tudo aquilo que Paul, seu narrador, nos conta. O elemento pessoal, genuíno, confere uma carga ainda maior a essas palavras, a tantas mortes lentas e agonizantes, a espera, angústia, fome.

Lembrei-me muito de quando assisti 1917 no início do ano porque, embora cada um mostre o ponto de vista de um lado oposto da guerra, esse ponto de vista em ambos os casos é de soldados comuns, jovens, cansados, tentando sobreviver. Eles são parte daquela que ficou conhecida como “a geração perdida”. Paul, o narrador de Nada de Novo no Front, observa que os soldados mais velhos que deixaram para trás família, trabalho, um rumo, podem ter algo para o que voltar ao final da guerra; mas que futuro aguarda ele e seus amigos, jovens que apenas deixaram de ser crianças para se tornarem soldados?

Como voltar a normalidade, importar-se com a escola, com uma formação ou qualquer coisa parecida depois de matar e viver nas trincheiras? Jovens que foram convencidos por seus pais e professores da máxima dulce et decorum est pro patria mori, gente que nunca viveu a realidade do front, mas que acha perfeitamente razoável enviá-los para a morte - e que depois serão incapazes de entender o pesadelos, o trauma, o horror de quem sobreviveu.

Para um livro tão curtinho (minha edição tem duzentas páginas), Nada de Novo no Front é bem pesado e engloba uma miríade de reflexões: busca de identidade, custo social da guerra, consciência de mortalidade, inocência, patriotismo, a saúde mental dos veteranos que retornam para um lar em que não conseguem mais se encaixar. Curiosamente, a despeito do peso desses temas, a prosa limpa no fluxo de consciência muitas vezes filosófico de Paul é de uma beleza simples que ecoa na gente.

Há boas razões para considerar esse livro um clássico pacifista e, embora nem sempre seja uma narrativa fácil - não pela linguagem, mas pelas imagens que apresenta -, é um daqueles livros mais que necessários, essenciais para entendermos nossa História. Os dilemas até podem não ser mais os mesmos, mas os sentimentos e lições de Paul Bäumer continuam verdadeiros.


site: https://owlsroof.blogspot.com/2020/07/sobre-guerra-e-pacifismo-em-nada-de.html
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Rodorush 21/06/2021

Excelente livro
Saber que é uma ficção baseada em realidade acaba com a gente... A cada página você pensa, meu Deus... que tristeza! meu Deus... como pode? Eh foda... E do ponto de vista alemão fica mais foda ainda... Não dá nem pra imaginar tanto sofrimento... Um excelente livro...
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Diogo 15/01/2022

Impiedade
Clássico moderno, 'Nada de novo no front' demonstra "como a cultura de milhares de anos não conseguiu impedir que se derramassem esses rios de sangue e que existam aos milhares estas prisões, onde se sofrem tantas dores. Só o hospital mostra o que realmente é a guerra". A guerra de trincheiras foi, sobretudo, uma amostra da impiedade humana. É através das trincheiras e da empatia que Remarque conta, em ficção, o que foi uma geração de homens devastados pela guerra e pela crueldade.
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Kisa 22/01/2021

A Guerra e suas consequências
É um livro flúido, mas difícil.
Remarke consegue permear um livro pequeno com passagens grandiosas. Grandiosas em detalhes, em sentimentos.
Cada capítulo deste livro me parece autobiográfico (infelizmente não fiz uma pesquisa mais profunda sobre a história deste autor) pois a dor, a alegria, a necessidade são palpáveis, estão impregnadas.
A guerra teve mais consequências do que lembramos. Tendemos a observar somente a conjuntura internacional e nos esquecemos constantemente de todas as vidas ceifadas. De todas elas, digo: tanto daqueles que morreram em batalha como aqueles que, vivos para contar a história, têm seus propósitos, sonhos e futuros ceifados - remodelados, eu diria.
Ramon M. Santos 22/02/2021minha estante
Pela pesquisa que fiz, é autobiográfico. Top10!




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