Luciano Luíz 02/08/2016
ASSIM FALOU ZARATUSTRA (ou ASSIM FALAVA ZARATUSTRA de acordo com outras traduções) é a obra-prima maior de NIETZSCHE. Aqui o autor desenvolveu O ETERNO RETORNO e o SUPER-HOMEM (superação do homem ou além do homem, em uma tradução mais próxima do original alemão).
Zaratustra foi criado por uma família religiosa, pai pastor, a igreja, etc. e tal. Mas desde jovem seus olhos e mente iam além. E para ele, deus estava morto. O livro é complexo e profundo. É preciso mergulhar com interesse real e analisar com cuidado tudo que a narrativa nitzscheniana oferece de forma rica e misteriosa.
A adaptação em mangá ficou muito boa. E mesmo sendo de leitura rápida, passa com facilidade partes importantes do texto original. E mesmo os conceitos de super-homem e eterno retorno trazem novas luzes com interpretações ainda mais críveis em pleno século 21.
O quadrinho se torna muito mais interessante para quem já leu o livro. Os desenhos são ótimos, a arte-final é caprichada (enfim, aquele trabalho de alta qualidade dos japoneses) e a narrativa em si flui que é uma beleza.
O que realmente peca nessa adaptação, é o fato de que não há menção de quem fez o roteiro, quem desenhou e arte-finalizou. No início tem um prefácio (ou nota do editor) que comenta que seria antiético incluir os nomes dos responsáveis pela obra. No entanto, o nome do editor que cuida da edição japonesa e que contrata o serviço terceirizado para a sua produção está ali... no mínimo isso é patético.
Qualquer adaptação tem de ter o nome dos profissionais dentro do livro, quadrinho, revista (da mesma forma num filme, série e similares nos créditos), etc...
Enfim, se você leu Zaratustra em sua versão original em prosa, vai se sentir em casa ao conferir a versão em quadrinho japonês. Li duas vezes de tão bom que ficou.
Nota: 10 (apesar de não ter os nomes que citei acima)
L. L. Santos
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