Simonir 10/06/2014Um livro de memórias leve e divertido...Um Ano Sabático Em Paris E Suas Memórias Apaixonantes.
Em 2009, a autora best-seller do The New York Times Eloisa James deu um passo com o qual muitas pessoas sonham: vendeu a casa, tirou um ano sabático no emprego de professora universitária de Literatura Shakespeariana e mudou-se com a família para Paris.
Paris apaixonada: um livro de memórias registra seu alegre ano em uma das mais belas cidades do mundo.
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Eloisa James perdeu a mãe em 2007 vitima de câncer e duas semanas após foi diagnosticada com o mesma doença: câncer de mama.
Ai você pensa: "Vai ser um livro triste com alguma lição de vida", e a resposta é NÃO! rsrs
No decorrer do livro você começa a reparar que o câncer nem é tão citado assim e nem revelou nenhum outro tipo de personalidade em Eloisa, ela teve câncer, passou por todo um tratamento e se curou mas basicamente nada muito drástico aconteceu, como ela mesma cita no livro ela ficou esperando aquela fase poetica da doença onde a pessoa quer viver mais, ser mais saudável, fazer ioga em frente ao nascer do sol, e apreciar pequenos fenômenos da natureza acontecer, mas não, basicamente após a doença nada aconteceu a personalidade dela, e ela permanece a mesma.
Ainda assim lembrei da série sobre câncer de mama do Fantástico apresentado pelo
Dr. Drauzio Varella, mostrando os desafios da vida de quem descobre a doença e como cada uma encara ou encarou o tratamento:
( http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/05/drauzio-varella-explica-cirurgia-de-retirar-os-seios-por-prevencao.html )
Bom após você descobrir que o livro não é nenhum drama e nenhuma lição de vida partimos junto com ela para um ano sabático em nada mais, nada menos que a romântica Paris, junto com o compreensível marido Alessandro e os filhos Anna e Luca, os quais colaboraram por boa parte de minhas risadas neste livro.
O livro de memorias originou-se, acreditem, de seus Twitters e seus status no Facebook onde começou a contar sua nova rotina assim que desembarcou em Paris e todas as adversidades de uma nova cultura, as felicidades das novas descobertas e as não tão felizes adaptações de seus filhos Anna e Luca (não tão felizes para eles mas que me fizeram dar boas risadas).
São pequenas historias do dia a dia, aquelas coisas engraçadas que você passa no dia a dia e se esforça para contar em 139 caracteres no Twitter, calma o livro não tem só 139 caracteres, são pequenas mas não tanto, outras são mais longas, mas não mais do que uma página.
Quem nunca leu um livro de memorias pode se enganar com o título e a capa, esperando um romance com o "começo, meio e fim" ou seja um tradicional romance parisiense, infelizmente pode se decepcionar.
Mas quem já começa sabendo que é uma autobiografia de seu ano sabático em Paris, sabe mais ou menos o que esperar e até se divertir e se apegando as memorias de seu cotidiano, como por exemplo o caso do açougueiro:
"O açougueiro da rua começou a flertar comigo! Sinto como se estivesse em um filme. Ele também me deu um desconto de um euro nas salsichas que comprei. Na avaliação nada romântica de Alessandro, o açougueiro é um excelente comerciante. O que é verdade. Agora sou uma cliente para a vida toda."
- pág. 11
Eu particularmente gostei muito da Anna, ela é aquela típica adolescente que odiou ter que sair de sua cidade, seu país, amigos, escolha e seguir a mãe e toda a família para um outro país, mas ela consegue ser engraçada com suas desventuras, birras, e os desafios de novas amizades, nova escola e tudo sendo contado pelos olhos da mãe (Eloisa):
"Quando chegou da escola, Anna escancarou a porta do apartamento, : “Mamãe! Fui agredida hoje!” “O que aconteceu?”, perguntei. “Uma garota chamada Domitilla me deu um tapa!” Anna respondeu, com os olhos arregalados. “Ela disse que eu estava gritando em seu ouvido”. Escolhemos a antiga escola de Anna, em Nova Jersey, justamente preocupados com esse tipo de conflito: eles dedicavam grande parte do tempo para ensinar aos alunos a rejeitar a violência, estudando Mohandas Gandhi e Martin Luther King, e praticando soluções de conflitos. Esperançosamente, perguntei como Anna respondeu ao seu primeiro teste real de agressão no parquinho de diversão. “Bati nela de volta, na hora”, explicou minha filha. “Minha mão simplesmente reagiu sozinha.”
- Pag. 13
É um livro rápido, mini historinhas (memórias), e você acaba "consumindo" ele muito rápido, muitas vezes me senti lendo o Twitter ou visitando o perfil do Facebook de uma amiga que viajou para outro país e descobrindo como ela esta encarando junto com a família todos os desafios desta nova etapa da vida.
Indico como um livro leve, divertido e também para quem é apaixonada pela arquitetura da romântica capital da França, os passeios e os monumentos são detalhadamente citados nas memorias de Eloisa e você basicamente se vê nas ruas de Paris, nos cafés e restaurantes românticos junto com ela.
site:
http://drunkculture.blogspot.com.br/2014/06/resenha-paris-apaixonada-um-livro-de.html