Antologia Poética

Antologia Poética Fernando Pessoa




Resenhas - Antologia Poética


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lucas_marcon 25/07/2020

Um poeta, várias pessoas
Fala-se muito em Fernando Pessoa. Mas quem foi? Quem sabe um verso de cor? Quem tem coragem de tentar entender esse poeta que escrevia pela boca de tantos?
Esse livro reúne grandes poemas de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sendo um excelente pontapé para conhecer a poesia de Pessoa.
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sofia 16/05/2020

Não amei, mas é um clássico
Confesso que não sou uma grande fã das poesias do Fernando Pessoa. Gostei desse livro pela boa edição feita e pelo apanhado geral dos escritos do autor, lendo essa obra se tem uma boa ideia da produção dele.
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Altieris 10/05/2020

Antologia Poética - Fernando Pessoa
Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
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mariabotelhods 07/05/2020

Ótimo
O livro reúne os principais poemas de Fernando Pessoa e seus heterônimos. Impossível não se emocionar ao ler o clássico poema Tabacaria!
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jessyhehe 04/11/2018

Recomendo
Pela primeira vez fui ler uma obra do Fernando Pessoa. Confesso que não sou muito fã de poesias, no entanto, o livro me fez olhar para esse gênero de outra forma, com mais sensibilidade e profundidade.
Com temas sobre tempo...passado... vivência o poeta aborda de forma pessimista e reflexiva. Recomendo a obra!
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Stexxa 04/11/2014

Complilação
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A que deveras sente.

*

Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores,
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores

*

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica
Fora disso sou doido, mas com todo o direito de sê-lo

*

O tempo passa,
Não nos diz nada.
Envelhecemos.

*

Nem fomos mais do que crianças

*

Assim façamos nossa vida um dia

Que há noite antes e após
O pouco que duramos

*

Quero erguer alto acima de onde os homens
Têm prazer ou dores.

*

Mais vale arrumar a mala.
Fim.
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Pandora 16/07/2012

Sobre um pequeno grande livro!!!
Quando eu vi essa pequena "Antologia Poética de Fernando Pessoa" na livraria e fui magneticamente atraída para ele, não resistir e abusando da liberdade que os meninos que trabalham lá me dão, sentei e comecei a folhear o livrinho e astomaticamente pensei: "Mas que pequeno grande livro!".

Tudo bem que eu sou apenas uma fã babona de Fernando Pessoa, não sou especialista nela, nem coisa do gênero, sou altamente suspeita e nada recomendada para avaliar para o bem ou para o mal a obras, mas tenho que dizer que achei cada escolha da Jane Tutikian perfeita.

Imagino que deve ter sido terrível para ela abrir o Eu profundo e os outros Eu respirar fundo e escolher poemas suficientes para encher apenas 64 páginas... Deve ter sido uma ginastica mental profunda escolher esse e não aquele, aquele e não este.

De toda forma sentar e apreciar e apreciar Fernando Pessoa sempre foi e será uma experiencia enternecedora, porque é impossível não se enternecer pensando a respeito de uma ceifeira que mesmo pobre canta:

"Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia
De alegre e anônima viuvez,
Ondula como um canto de ave
No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar.

Ouvi-la alegra e entristece,
Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
Mais razões pra cantar que a vida."

Outra impossibilidade é não amar. Como não amar o Alberto Caeiro e o Guardador de Rebanhos?

"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás..."

E como não se apaixonar pela milesima vez pelo Pastor Amoroso?

"O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar."

Como não vibrar com Álvaro de Campos?

"NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!"

Acho que nunca escrevi ridículas cartas de amor...

"Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas."

E por fim, ainda há aquele que foi o primeiro heteronômico de Fernando Pessoa que amei, o Ricardo Reis:

"Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos.
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos."

Eu não sou Lídia, mas já estou sentada olhando correr o rio e vendo que a vida realmente passa como o rio, mas meu amor pelo poeta continua firme e forte.

Disponível em: http://elfpandora.blogspot.com.br/2012/07/sobre-um-pequeno-grande-livro.html
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