Antologia Poética

Antologia Poética Fernando Pessoa




Resenhas - Antologia Poética


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J. Silva 17/03/2022

Ótimo livro de entrada
Trata-se uma seleção de alguns dos mais belos versos do poeta, em suas diversas fases e de seus heterônimos, a exemplo de Álvaro de Campos e o magistral "A Tabacaria".

Um livro curto, mas que traz em seu bojo o essencial para conhecer o trabalho do poeta. Leitura recomendada.

(...) Tudo é tão pouco! Nada se sabe, tudo se imagina.
O mais é nada.
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Altieris 10/05/2020

Antologia Poética - Fernando Pessoa
Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
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brunomathiasss 13/07/2021

Dispensa elogios
Comprei só pra ter o poema "A tabacaria" sempee a disposição. Cada vez que leio mais coisas me aparecem. Sempre é revigorante esse poema.
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Roneide.Braga 15/03/2021

QUERIDO PESSOA!!
O poema do heterônimo Álvaro de Campos, com o famoso verso:
tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Esse poema é marcante demais!
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skuser02844 27/06/2023

Antologia Poética
É incrível o que a poesia pode desencadear em nós. E essa antologia em particular, me causou tantas sensações distintas ao mesmo tempo que nem sei explicar. E que talvez se dê ao fato de Fernando Pessoa ser esse poeta múltiplo, com várias facetas, todas elas com estilo e talento próprios. Só posso dizer que foi uma leitura leve, prazerosa e linda.
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mariabotelhods 07/05/2020

Ótimo
O livro reúne os principais poemas de Fernando Pessoa e seus heterônimos. Impossível não se emocionar ao ler o clássico poema Tabacaria!
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Tatiane Roff 11/03/2021

Bom...
Então, é um livro fino com uns poemas do Fernando Pessoa, para mim, não gostei de todos os poemas acho que três no máximo, mas quem ama poemas e principalmente do escritor, vai amar em ler este livro.
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Gabe 16/04/2023

Antologia poética
Muito bom fernando pessoa sempre arrasando nos poemas e nos deixando pensativos que só
Livro curto e que vale super a pena ler
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bella 30/04/2021

Um olhar sobre: a poesia de Fernando Pessoa
insta: @atocadaraposa

Há muito tempo venho tentando incluir poesias entre minhas leituras, sempre gostei mas nunca as li com tanto afinco.

Uns anos atrás comprei essa edição de bolso "Antologia Poética" de Fernando Pessoa, assumo que demorei para ler, pois precisava de ritmo, depois tudo fluiu.

Não venho aqui analisar as poesias ou algo do tipo, não sou especialista no tema nem nada, venho apenas com minha humilde opinião. De todos os heterônimos apresentados, admito que as poesias que menos gostei foram as de Álvaro de Campos, as achei muito longas, mas admito que muito boas. Uma coisa que não gostei sobre o livro em si, foi que não tratou de tantos heterônimos do autor, só os mais "famosos". De qualquer forma, a ideia da editora é muito boa: apresentar edições de bolso dos mais clássicos autores.

Gostei muito de ter lido essas poesias e deixo aqui, as que mais gostei, que mais me tocaram, desse grande gênio que foi Pessoa. Todas as suas poesias trazem muita reflexão, seja por algum momento específico, ou sobre temas mais gerais como: vida e questões sobre o Eu. Melancólico e talvez um pouco louco, mas com uma forma única de dizer todas as suas verdades.

site: https://www.instagram.com/atocadaraposa/
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Julia 01/08/2022

no meu céu interior nunca houve uma única estrela.
me sinto muito insegura fazendo uma resenha sobre fernando pessoa... parece que a gente nao ta a altura de julgar ou de não gostar sabe ?

ainda bem que eu gostei ? eu gosto principalmente e especialmente dos poemas onde ele discorre sobre metafísica, porque é TÃO ENGRAÇADO. eu amei muito!!!

mas simplesmente não consegui ler as odes. pelo menos a marítima... bixo, 30 páginas num poema só? sacanagem com o trabalhador

mas brincadeiras a parte, eu conheci fernando pessoa por tabacaria, e foi bom ler outros poemas dele, porque me deram um contexto que me fizeram gostar de tabacaria ainda mais !! (mas esse segue sendo meu poema preferido.)

de qualquer forma, amei ele, mas se prepare para muitas referências marítimas e etc (como um bom português faria)
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leticiathan 04/11/2022

Uma jornada
Meu primeiro livro de poesia! Desde que me lembro eu digo que não curto poesia, mas quando li Tabacaria pela primeira vez fiquei tão fascinada que precisei ler mais de Fernando Pessoa.
Vim por Tabacaria, mas foi ?Passagem das horas? que me fez querer ler mais e mais.
Tenho certeza que muita coisa significativa me passou despercebida, por ser a primeira vez que leio o gênero, mas preciso dizer que tô encantada com tudo.
Como é bom encontrar nos livros as palavras que perfeitamente expressam aquilo que não sabemos descrever :)
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Pandora 16/07/2012

Sobre um pequeno grande livro!!!
Quando eu vi essa pequena "Antologia Poética de Fernando Pessoa" na livraria e fui magneticamente atraída para ele, não resistir e abusando da liberdade que os meninos que trabalham lá me dão, sentei e comecei a folhear o livrinho e astomaticamente pensei: "Mas que pequeno grande livro!".

Tudo bem que eu sou apenas uma fã babona de Fernando Pessoa, não sou especialista nela, nem coisa do gênero, sou altamente suspeita e nada recomendada para avaliar para o bem ou para o mal a obras, mas tenho que dizer que achei cada escolha da Jane Tutikian perfeita.

Imagino que deve ter sido terrível para ela abrir o Eu profundo e os outros Eu respirar fundo e escolher poemas suficientes para encher apenas 64 páginas... Deve ter sido uma ginastica mental profunda escolher esse e não aquele, aquele e não este.

De toda forma sentar e apreciar e apreciar Fernando Pessoa sempre foi e será uma experiencia enternecedora, porque é impossível não se enternecer pensando a respeito de uma ceifeira que mesmo pobre canta:

"Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia
De alegre e anônima viuvez,
Ondula como um canto de ave
No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar.

Ouvi-la alegra e entristece,
Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
Mais razões pra cantar que a vida."

Outra impossibilidade é não amar. Como não amar o Alberto Caeiro e o Guardador de Rebanhos?

"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás..."

E como não se apaixonar pela milesima vez pelo Pastor Amoroso?

"O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar."

Como não vibrar com Álvaro de Campos?

"NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!"

Acho que nunca escrevi ridículas cartas de amor...

"Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas."

E por fim, ainda há aquele que foi o primeiro heteronômico de Fernando Pessoa que amei, o Ricardo Reis:

"Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos.
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos."

Eu não sou Lídia, mas já estou sentada olhando correr o rio e vendo que a vida realmente passa como o rio, mas meu amor pelo poeta continua firme e forte.

Disponível em: http://elfpandora.blogspot.com.br/2012/07/sobre-um-pequeno-grande-livro.html
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Stexxa 04/11/2014

Complilação
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A que deveras sente.

*

Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores,
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores

*

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica
Fora disso sou doido, mas com todo o direito de sê-lo

*

O tempo passa,
Não nos diz nada.
Envelhecemos.

*

Nem fomos mais do que crianças

*

Assim façamos nossa vida um dia

Que há noite antes e após
O pouco que duramos

*

Quero erguer alto acima de onde os homens
Têm prazer ou dores.

*

Mais vale arrumar a mala.
Fim.
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Marcos606 08/11/2023

A sua obra é notável pela inovação daquilo que Pessoa chamou de heterônimos, ou personas alternativas. Em vez de alter egos - identidades alternativas que servem como contraparte ou contraponto às próprias ideias de um autor - os heterônimos de Pessoa foram apresentados como autores distintos, cada um dos quais diferia dos outros em termos de estilo poético, estética, filosofia, personalidade e até gênero. e idioma (Pessoa escreveu em português, inglês e francês). Sob os seus nomes foram publicados não só poemas, mas também críticas à poesia de alguns dos outros, ensaios sobre o estado da literatura portuguesa e escritos filosóficos.

Quatro heterônimos particulares se destacam. Três eram “mestres” da poética moderna e participavam num diálogo animado através de publicações em revistas críticas sobre o trabalho uns dos outros: Alberto Caeiro, cujos poemas celebram o processo criativo da natureza; Álvaro de Campos, cuja obra se assemelhava em estilo e substância à obra do poeta americano Walt Whitman; e Ricardo Reis, um classicista grego e romano preocupado com o destino. Outro heterônimo, Bernardo Soares, foi o reputado autor do Livro do desassossego, uma obra em forma de diário de fragmentos poéticos que Pessoa trabalhou ao longo das duas últimas décadas da sua vida e que permaneceu inacabada até à sua morte.
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sofia 16/05/2020

Não amei, mas é um clássico
Confesso que não sou uma grande fã das poesias do Fernando Pessoa. Gostei desse livro pela boa edição feita e pelo apanhado geral dos escritos do autor, lendo essa obra se tem uma boa ideia da produção dele.
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